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Psicologia Social II Conceito de Atitude em Psicologia Social 1. Definir o conceito de Atitude 2. Identificar os componentes básicos das atitudes 3. Compreender a importância social das atitudes A psicologia Social é vista como a psicologia do “normal”. Somos influenciados pelo contexto social em que nos inserimos e, comportamo-nos de maneira diferente de acordo com a situação em que nos encontramos e os valores socioculturais vigentes. O contexto social influencia sempre o nosso comportamento.

Normalmente, não temos nenhuma dificuldade em adaptar o nosso comportamento ao contexto em que nos encontramos. Até mesmo a forma contexto. A forma de contexto, varia de cul ra Assim, a forma como muito influenciada p Conceito de atitude orig nclada pelo eterminado os comportamos é O conceito de atitude é um conceito basilar da psicologia social. Há diferentes definições deste conceito, segundo Eagly & Chaiken, 1993, uma possivel definição: Constructo hipotético referente à tendência psicológica que se expressa numa avaliação favorável ou desfavorável dirigida a uma entidade específica.

Ideias socialmente partilhadas Disposições Individuais Uma atitude estabelece uma ponte entre variáveis psicológicas ndividuais (crenças, disposições, etc. ) e ideias socialmente partilhadas. As pessoas têm um contexto, uma história que as torna quem são. Características das atitudes 1. Processo de inferência – todos temos mas ninguém vê, é algo construído conceptualmente. O que existem são expressões dessas atitudes, comportamentos. A atitude é inferida. 2.

Disposição pessoal (relativamente) estável – não é um traço de personalidade pois não é estável o suficiente para que assim seja. Mas também não é uma emoção pois é demasiado estável. É apenas relativamente estável. Assim, assemelha-se aos “traços” e personalidade. Temos necessidade de uma certa estabilidade, não mudamos de atitude muitas vezes. Exemplo: questões fracturantes – posição em relação ao casamento homossexual: pelo simples facto de se dizer se é a favor ou contra, o outro cria uma imagem, uma ideia a respeito da pessoa de acordo com a sua perspectiva.

A sua preferência define o sujeito enquanto pessoa, inscreve-o em determinada categoria. Uma atitude não é uma mera opinião, pressupõe fazer algo, uma acção. 3. Têm uma dimensão avaliativa – através das atitudes do outro penso que o conheço, adopto comportamentos e opiniões de cordo com as atitudes relativamente ao outro. Expressa-se em 3 planos: * Cognitivo: gosto/nao gosto; favor/contra; etc. * Comportamental * Afectivo 4.

São dirigidas a objectos específicos (sociais, políticos, organizacionais, face a pessoas (paixão como exemplo de uma atitude positiva face ao outro), face ao próprio (que se repercutem na sua auto-estma; a atltude face ao self é particularmente importante para o nosso bem-estar; em termos cognitivos uma atitude positiva também é importante – ex: acreditar que sou capaz de aprender; uma atitude negativa é algo altamente punitivo – ex: achar-me inca az), face a gr e aprender; uma atitude negativa é algo altamente punitivo – ex: achar-me incapaz), face a grupos (ex: benfiquistas, ciganos, etc. Dimensão avallativa das atitudes 1 . Direcção — vai num determinado sentido. Ex: favor ou contra. 2. Intensidade – a sua intensidade é mensurável, há atitudes mais fortes que outras. 3. Força/acessibilidade — há atitudes interiorizadas desde criança, estas têm portanto, uma enorme força e é mais difícil de alterar. Quando o meu discurso é fortemente marcado pelas minhas atitudes fecho-me à diferença, fico preso nos meus argumentos não aprendo/cresço com o outro, empobreço-me, isolo-me.

Quem cria uma cognição deste tipo é difícil de mudar. As atitudes são basilares na organização da nossa cognição, afectos e comportamentos. Uma atitude é então a posição de um sujeito face a um determinado objecto social. Mensuração de atitudes Medidas explicitas: * Directas – escalas de atitudes: são de fácil aplicação. O seu único senão é a desejabilidade social (sujeitos respondem muitas vezes, de acordo com o que é expectável socialmente).

Cronologia – Thurstonekl (1928), caíram em desuso pelo tempo ue demoram; Likert* (1932), mais fácil de aplicar e bastante informativa; Guttman (1944), distância social; Fishbein e Ajzen (1 980), aplicável a muitas áreas, modelo com grande capacidade de predição de comportamentos a partir de atitudes. * Indirectas – comportamentos: meço atitudes através dos comportamentos pelas inferências que faço. O comportamento é observado e, a partir dele é inferida uma atitude. Essa inferência pode no entanto estar errada. Este tipo de técnica não é por isso a melhor para avaliar atitudes. ara além disso é uma técnica morosa. Medidas implícitas (não vislVeis à vista desarmada) Para além disso é uma técnica morosa. Medidas implic tas (não visivels à vista desarmada) * Psicofisiológicas ou corporais * Resposta galvânica da pele (GSR) – mede a actividade eléctrica das glândulas que produzem suor nas palmas das mãos e pontas dos dedos, mais senslVeis às emoções e pensamentos. Quando confrontados com determinado objecto social, os sujeitos reagem fisiologicamente. Mais uma x este processo não é muito prático, pois é demorado, complexo e requer um local adequado. Actividade electrofacial (EMG) – forma mais usada de feedback muscular. Mede pequenos movimentos faciais não isíveis a olho nu. Não é uma medida prática. * Activação cognitiva – implicit association tests (IAT) ‘k Escala de Likert Pressuposto da escala de Likert (comum a Thurstone) – a atitude é um constructo unidimensional, sendo a componente avaliativa que o caracteriza. A construção desta escala pressupõe 6 passos: 1 . Obter frases que remetam para crenças, reacções afectivas ou comportamentos relacionados com o objecto e que manifestam um comportamento favorável ou desfavorável. . Pré-teste. Apresentar a uma amostra uma série de afirmações para que se posicionem numa escala de 5 pontos. Nota – quando a escala nao tem 5 pontos não é uma escala de Likert mas sim, uma escala tipo Likert ou uma rating scale). 3. Cotação das respostas 4. Seleccionar as afirmações a integrar na escala final. Critérios: sensibilidade, fiabilidade ou consistência interna e validade. 5. Aplicação final da escala aos sujeitos. 5. Calcular o valor final individual das atitudes (soma das cotações atribuídas a cada resposta).

Escala de Thurstone Atitudes são o efeito ou a avaliação psicológica efectuada acerca de um objecto. A sua constru de um objecto. A sua construção também implica 6 passos: . Obtenção de um conjunto de aproximadamente 100 frases que traduzem opnibes sobre determinado objecto de atitude. 2. Avaliação de cada frase por uma amostra representativa da população (juízes). Cada juiz vai avaliar cada uma das frases de acordo com o grau de favorabilidade da atitude que ela expressa, numa escala de 1 a 3. Calcula-se a média da pontuação dos juízes 4. Seleccionam-se 20/30 frases.

Critérios: ambiguidade, irrelevância, sensibilidade e fiabilidade. 5. Aplica-se a escala a uma amostra de sujeitos 6. Calcula-se o valor da atitude. Funções das atitudes 1. Identificar as principais funções das atitudes 2. Explicar a dinâmica motivacional das atitudes 3. Explicar fenomenos de negação de contradição 4. Explicar fenómenos de apreensão tendenciosa de informação 5. Explicar fenómenos de centração de grupo * Motivacionais * Cognitivas * Sociais * Orientação da acção Funções motivacionais Moldamos as nossas atitudes para retirarmos benefícios, para nos integrarmos. ? desconfortável quando entramos em conflito connosco próprios, quando nos desorganizamos. As nossas atitudes funcionam como uma apresentação genérica, situam-nos em relação ao mundo. Perspectiva Funcionalista representa a tentativa de punições; exemplo: dizer que se gosta de animais a alguém defensor dos animais, quando na verdade não gosto deles, à espera de ganhar algo com isso. Uso atitudes para retirar benefícios sociais. unções expressivas: Transmissão de valores pessoais e protecção de realidades, nomeadamente internas, desagradáveis. Transmite valores acerca da forma como vemos o mundo.

Funções de economia ou conhecimento: Organização e significação do meio envolvente. As atitudes permitem um entendimento imediato da realidade, uma apreensão imediata. Não lemos a realidade integralmente, interpretamos sinais da mesma, damos-lhe um sentido. Com pouca informação, conseguimos ajustar comportamentos. Muitas vezes, essa amostra que interpretamos leva-nos a conclusões enviesadas, somos frequentemente injustos com os outros com base nesta estratégia. Mas, na grande maioria das vezes, funciona bem e serve como uma economia de recursos para outros conhecimentos.

Funções cognitivas Processamento de informação: processamos activamente informação, e trocamos informação com o extenor. A maneira como pensamos a realidade muda-nos. A forma como epresentamos a informação leva-nos a uma interpretação cognitiva do mundo. Teorias da consistência: construímos um mundo com base nas nossas interpretações (feitas com base nas nossas funções motivacionais) mas, o mundo é diferente da nossa representação. Pressuposto: Os individuos tendem para um estado de equilíbrio cognitivo.

A alteração desse equilíbrio cognitivo leva a processos de restabelecimento, ajustamo-nos para restabelecer esse equilibrio. Acabo por não ter uma verdadeira visão do mundo, apenas uma pequena representação dele. As atitudes acabam por influenciar a nossa percepção da realidade. Princípio do Equilbrio PAGF Ig atitudes acabam por influenciar a nossa percepção da realidade. Principio do Equilibrio (Heider, 1958-1970): organizamos atitudes face a objectos. Quando organizamos essas diferentes atitudes e elas entram em desequilíbrio tendemos ajustarmo-nos para o eliminar. Segundo Heider, evitamos situações de desequilíbrio.

Elas geram tensão. Procuramos equilibrar atitudes diferentes mudando de atitude face à situação/pessoa. Exemplo: tenho uma atitude desfavorável em relação às cábulas mas, alguém que gosto muito fez cábulas. Surge então um desequilíbrio. Assim, surgem tríades – sujeito, objecto, outro – que podem ser equilibradas (gosto de música e de uma pessoa que também aprecia música) ou desequilibradas, que geram tensão (ex: cábulas). Ambiente subjectivo descrito em tríades compostas pelo sentimento positivo (+) ou negativo (-) entre o indivíduo (P) e outras duas entidades (pessoa – O – ou objecto — X). x o atitudes dissonantes, tentamos equilibrarmo-nos. Somos muito influenciados pelos outros mas, temos uma atitude muito negativa face à influência do outro. No entanto, por outro lado, acabamos por procurar activamente essa influência – o que gera issonância. Temos necessidade de tornar consonantes as nossas atitudes, quando elas não são mudamos algo para que se torne consonante. Festinger considera que a necessidade de reduzir esta dissonância é um motivador de comportamento, precisamos de ter uma certa congruência cognitiva.

Exemplo: sou contra o “choradinho” aos professores para subir as notas mas, tive g no exame e preciso de 9,5 para passar senão não posso aceitar uma excelente oferta de trabalho. Então, acabo por fazer o “choradinho”. A partir daqui, a noção da pessoa acerca da avaliação e da regra vai mudar. As regras limitam-nos, os rincípios estruturam-nos. Muitas vezes conseguimos esta congruência fugindo da regra e refugiando-nos nos princípios. O princípio da redução da dissonância foi proposto por Festinger (1957) para explicar a necessidade consonância entre diferentes cognições sobre um objecto.

Pressuposto básico: tendência para a redução (eliminação) da dissonância. Cognlção: atitudes, crenças e comportamentos conscientes Dissonância: cognições desajustadas entre si Segundo Festinger, a congruência cognitiva é, muitas vezes, obtida através dos princípios. Refugiamo-nos neles para eliminar sta dissonância. A dissonância pode ser reduzida: * Pela diminuição da importância atribuída aos elementos dissonantes * Pelo aumento da importância atribuída aos elementos consonantes Teoria da Exposlção Selectiva (Lazarsfeld et al. 1948): temos uma atenção selectiva e só ouvimos o que nos interessa. Damos mais atenção e atri 1948): temos uma atenção selectiva e só ouvimos o que nos interessa. Damos mais atenção e atribu(mos mais interesse a alguém que confirme e apoie algo que defendemos — procura activa de informação confirmatória. Temos maior facilidade em memorizar elementos onfirmatorios. Se o discurso do outro for dissonante com a minha atitude, retenho menos informação, privo-me de o ouvir, desvalorizo-o e privo-me de conhecimento.

Filtramos a informação, se somos contra determinado objecto tenho dificuldade em lembrar-me de bons argumentos a favor desse objecto – tendenciosos no sentido do imobilismo cognitivo. Funções sociais Identificação grupal – juntamo-nos aos que são semelhantes, que estão próximo de nós em termos de atitudes Diferenciação intergrupal – diferenciamos o nosso grupo de outro. Muitas vezes ao olharmos para um grupo que não o nosso, endemos a generalizar, a agrupar todos os seus elementos sem os diferenciar. Especialmente se sou contra esse grupo. Funções de orientação para a acção As atitudes orientam o comportamento? Lapierre, 1934) As atitudes não orientam o comportamento nem são boas preditoras do mesmo. Exemplo: “É proibida a entrada de chineses e cães”. Em 250 estabelecimentos apenas 1 rejeição. Em 128, 92% afirmaram que não aceitariam chineses como clientes. Comportamento Intenção Atitude Norma Subjectiva Modelo de Acção Reflectida? (Fishbein ; Ajzen) – há um elo, ainda que indirecto entre atitude e comportamento. Mas, o comportamento, mais do que da atitude depende da intenção. A norma subjectiva (deseiab influencia a expressão da persuasiva na mudança das atitudes 2.

Distinguir processamento heurístico de processamento sistemático 3. Identificar algumas heurísticas 4. Identificar as condições necessárias ao processamento 5. Compreender o poder persuasivo das emoções 6. Conhecer o Modelo de Probabilidade de Elaboração (ELM) “Quem diz o quê a quem e com que efeito? ‘ Lazarsfeld Modelo de Comunicação Persuasiva (Grupo de Yale, C. Hovland) – a persuasão do discurso é muito importante. 4 factores mportantes para que o discurso mude uma atitude: 1. Fonte — a fonte do discurso determina o impacto, o seu poder persuasivo. . Mensagem 3. canal 4. Audiência Processamento da informação e mudança de atitudes (HSM e ELM) Uma boa parte da mudança de atitudes é feita sem que haja percepção cognitiva, ou seja, não elaboramos a informação com muita frequência, não a processamos com muita precisão, não lhe dedicamos muito tempo. As pessoas processam a informação persuasiva de duas formas dependendo da situação: Superficial: confiam na informação acessível ou saliente para azer inferências simples sobre o objecto de atitude; analisam a mensagem superficialmente.

Discursos mais longos estão mais estruturados e possuem argumentos mais válidos – partimos desta premissa e acabamos por não analisar muito o conteúdo do discurso, processamos a informação de forma superficial. Via periférica de persuasão ou heurística de persuasão: regras simples que permitem decidir sem considerar a informação em profundidade (Chaken, 1980, 1987; patty & cacioppo, 1981, 1986). Temos capacidade para desactivar o processamento de informação de elementos carmo-nos apenas no

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