Alcolismo

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ESTUDO CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES Cláudio Viveiros de Carvalho Consultor Legislativo da Área XVI Saúde e Sanitarismo ESTUDO JUNHO/2008 Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III – Térreo Brasília – DF SUMÁRIO O álcool . dependência do álco adolescência OF Swip page Abuso e Icool na ….. 6 Fatores relacionados com o uso de álcool na da escola — … 8 0 papel . 10 Uso de drogas entre adolescentes no Brasil . 0 “Como bebem os adolescentes brasileiros” 12 A situação em Feira de Santana, Bahia 13 Drogas nas escolas . danos — — …. 13 Redução de Swipe to next revençao 17 Atividades extra-curriculares como estratégia de …… 18 Abordagem terapêutica dos transtornos ligados ao uso de álcool por adolescente baseada em evidências. 19 Política Nacional sobre o Álcool . .19 Mapeamento das instituições de atenção às questões relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas no Brasil . 1 Referências • • • • • • • • • • • • • • 22 C 2008 Câmara dos Deputados. Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na integra, desde que citados o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução parcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados. Este trabalho é de inteira responsabilidade de seu autor, não representando necessariamente a opinião da Câmara dos Deputados. Existem registros de consumo de álcool por todas as civilizações ao longo da história; tra 33 civilizações ao longo da história; trata-se de um hábito que já prevalecia antes do ano 6. 000 a. C. Na atualidade, é a droga mais consumida no mundo; a OMS estima que dois bilhões de pessoas consumam bebidas alcoólicas (Laranjeira et al, 2007). Em special nos parses pobres, a prevalência do uso de álcool vem aumentando, impulsionada pelo crescimento da economia, que propicia maior acesso da população à substância (Ministério da Saúde, 2004).

Também no Brasil, é o psicotrópico utilizado com maior frequência, tanto por adultos quanto por adolescentes. Segundo o Escritório das Nações Unidas para o Controle de Drogas e Prevenção ao Crime (UNODC), o consumo per capita de álcool no Brasil supera o de leite (Abramovay & Castro, 2005). O ÁLCOOL De acordo com o Decreto na 6. 117, de 22 de maio de 2007, que aprovou a Política Nacional sobre o Álcool, é considerada bebida alcoólica aquela que contiver 0. grau Gay-Lussac ou mais de concentração, incluindo-se aí bebidas destiladas, fermentadas e outras preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados, além de preparações farmacêuticas que contenham teor alcoólico igual ou acima de 0. 5 grau Gay Lussac”. Trata-se de composto orgânico obtido pela substituição de um átomo de hidrogênio por um grupo hidroxila. O etanol – decorrente da fermentação ou destilação da glicose de cereais, raízes ou frutas — atua de forma sistêmica, sobre vários órgãos. No Sistema Nervoso Central (SNC), age como depressor cerebral de ação hipnótica.

Interage com neurotransmissores inibitórios, especialmente o ácido gama-aminobutírico (Gaba), abrindo os canais de cloro, com conseqüente estímulo à hiperpolarização neuronal. Interfere também com o glutamato, neurotransmissor consequente estímulo à hiperpolarização neuronal. Interfere também com o glutamato, neurotransmissor excitatório relacionado com memória e cognição, bloqueando os receptores N-metiI-D-aspartato (NMDA). Interfere no metabolismo proteico e na função da bomba Na/K. nibindo a condução elétrica neuronal. ABUSO E DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL A intoxjcaçao aguda pelo álcool pode variar de leve embriaguez a quadros de coma, depressão respiratória, podendo levar a óbito. O comportamente e o afeto alteram-se de forma variável, podendo levar a alterações importantes do humor. Há perturbação das funções mentais e psicomotoras, com lentidão de pensamento, prejuízo da concentração, incoordenação motora e ataxia. O efeito do álcool é dose-dependente. A alcoolemia varia conforme a velocidade de ingestão, o consumo prévio de alimentos, a ulnerabilidade individual à substância, entre outros.

Quando a concentração do etanol no sangue supera 3 g/l, o paciente pode entrar em coma, com diminuição dos reflexos, da respiração e maior risco de morte (Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007). Dentre os efeitos nocivos sobre a saúde decorrentes do uso crônico do álcool, destacam- se: alterações hepáticas e dos sistemas digestivo, circulatório, imunológico e endócrino; deficiência de nutrientes; alterações psiquiátricas; disfunção sexual; neoplasias de fígado, estômago, aringe, esôfago, traquéia, cólon e próstata.

O abuso do álcool é considerado um problema de saúde pública, em face de suas consequências sobre o Individuo e a sociedade. Depois do tabaco, o álcool é a principal causa de mortes relacionadas a substâncias psicotrópicas no mundo, superando as drogas ilícitas (Minist 4 33 relacionadas a substâncias psicotrópicas no mundo, superando as drogas ilícitas (Ministério da Saúde, 2004). Em termos mundiais, responde por 3,2% dos óbitos e 4% dos anos perdidos de vida; considerando apenas a América Latina, por cerca de 16% dos nos de vida útil perdidos (Laranjeira et al, 2007).

Existem diversas propostas para classificação dos estágios do alcoolismo, ainda sem consenso na literatura (Morey et al, 1984; American Academy of Pediatrics, 1995; Pechansky et al, 2004; Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007). O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais americano (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM IV, 2008) define e estabelece os critérios para se classificarem os quadros como abuso ou dependência de substâncias, entre elas, o álcool.

O abuso é caracterizado por padrão mal-adaptativo do uso da substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, porém sem critérios que caracterizem dependência. É manifestado por pelo menos um dos seguintes aspectos, que devem perdurar pelo período de um ano: 1 . Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa. 2. Uso recorrente da substância em situações nas quais isto representa perigo físico. 3.

Problemas legais recorrentes relacionados à substância. 4 4. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos da substância. Embora o diagnóstico de abuso seja mais provável em indivíduos que apenas recentemente começaram o consumo da substância, alguns indivíduos p s OF33 em indivíduos que apenas recentemente começaram o consumo da substância, alguns indivíduos permanecem nesse estágio por longo período, sem desenvolverem evidências de dependência.

O quadro de dependência, por sua vez, é estabelecido quando o individuo mantém o uso da substância mesmo manifestando intomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que impliquem problemas significativos. Nesses casos, existe um padrão de auto-administração repetida, que geralmente resulta em tolerância, com sinais de abstinência e compulsividade pelo consumo da droga. Embora não especificamente relacionada como um critério, a “fissura” – forte impulso subjetivo para usar a substância – ocorre na maioria dos indivíduos com dependência de substância.

A Dependência é diagnosticada quando três ou mais dos sintomas relacionados adiante ocorrem, considerando o mesmo período de um ano. 1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: • • Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância, para adquirir a intoxicação ou efeito desejado. Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância. Síndrome de abstinência característica para a substância. Uso da mesma substância com o objetivo de aliviar ou evitar sintomas de abstinência. . Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos: 3. A substância ser freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido. . Desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância. 5. Gasto excessivo de tempo para obtenção da substância, sua utilização ou na recuperação de seus efeitos. 6. Abandono ou redução de atividad 6 da substância, sua utilização ou na recuperação de seus efeitos. . Abandono ou redução de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes em virtude do uso da substância. 7. Manutenção do uso da substância, apesar da consciência de se ter um problema fisico ou psicológico persistente ou recorrente ue tende a ser causado ou exacerbado por ela. 5 O DSM IV define “abstinência” como alteração comportamental maladaptativa, com elementos fisiológicos e cognitivos, decorrente da queda da concentração da substância no sangue e nos tecidos.

Ao apresentar sintomas desagradáveis de abstinência, o individuo tende a consumir novamente a substância, com o objetivo aliviá-los ou evitá-los. É um quadro comum entre os usuários crônicos de álcool. O especificador “dependência fisiológica” trata da presença ou ausência dos quadros de tolerância elou abstinência. Cabe ressaltar, todavia, ue tais sintomas não são necessários nem suficientes para caracterizar dependência química.

O indivíduo pode apresentálos, sem ser diagnosticado como dependente; em contrapartida, o dependente pode não manifestá-los. USO DE ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA O álcool é a substância psicotrópica mais utilizada por crianças e adolescentes, não apenas em nosso meio (American Academy of Pediatrics, 1995; Pechansky et al, 2004; Abramovay & Castro, 2005; Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007; Martins & Pillon, 2008). Apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8. 69, e 13 de julho de 1990) proibir o consumo de bebidas alcoólicas por individuos menores de 18 anos, seu uso por adolescentes brasileiros vem crescendo, e o inicio do hábito ocorre cada vez mais precocemente; a idade méd adolescentes brasileiros vem crescendo, e o início do hábito ocorre cada vez mais precocemente; a idade média para o início do hábito está, atualmente, por volta de 12 a 13 anos (De Micheli & Formigoni, 2002; Ministério da saúde, 2004; pechansky et al, 2004; Alves et al, 2005; Silva et al, 2006; Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007; Laranjeira et al, 2007).

Em estudo realizado com dados de 950 adolescentes de Porto Alegre, Pechansky e Barros (1995) encontraram que, aos 18 anos, praticamente 100% da amostra já havia experimentado bebidas alcoólicas. Dados nacionais e internacionais indicam que dependência química é o distúrbio de saúde mental com maior prevalência entre adolescentes, sendo o álcool a substância mais frequente. Nos Estados Unidos, cerca de 19% dos adolescentes abusam do álcool.

Em nosso meio, parece haver variação regional; a prevalência nacional de dependência do álcool entre os adolescentes está por volta de 5,2%, sendo ue os maiores coeficientes encontram-se nas regiões Norte (9,2%) e Nordeste (9,3%) (Abramovay & Castro, 2005; Pechansky et al, 2004). Segundo Laranjeira e colaboradores (2007), os adolescentes são o grupo populacional com maior risco em relação ao beber: “não existe um padrão de beber de baixo risco entre os adolescentes, pois as evidências mostram que nessa faixa da população mesmo o baixo consumo está relacionado com alto risco de acidentes” (pg. 4). Não apenas o risco de 6 acidentes é relevante entre os adolescentes que ingerem álcool, mas também as conseqüências clínicas do hábito nesta opulação assumem padrão de maior gravidade. A progressão do quadro de dependência ao álcool no adolescente ocorre de for gravidade. A progressão do quadro de dependência ao álcool no adolescente ocorre de forma distinta da do adulto.

Como o adolescente tem menor tempo de contato com a substância e menor massa corporal, sua reação a pequenas doses de álcool é mais intensa que em adultos (American Academy of Pediatncs, 1995). Além disso, quando predisposto, tende a desenvolver dependência mais rapidamente. Por outro lado, os indivíduos mais jovens parecem desenvolver mecanismos de tolerância om maior facilidade, protegendo-se dos efeitos agudos do álcool, porém favorecendo maior consumo da substância.

Dessa forma, a abordagem do adolescente deverá sempre levar em consideração suas características próprias, e não apenas seguir o modelo descrito para pacientes com maior idade. Cabe salientar, ainda, que questões de gênero influenciam a resposta ao álcool: mulheres tendem a apresentar maior suscetibilidade aos seus efeitos (Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007). As classificações do DSM IV dizem respeito à população geral, ignorando as especificidades do dolescente.

Por esse motivo, a Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics) descreve uma classificação especifica para essa população, composta de seis estágios: abstinência, uso experimental/recreacional, abuso inicial, abuso, dependência e recuperação (Pechansky et al, 2004). Segundo essa classificação, nem todo uso de álcool durante a adolescência será obrigatoriamente problemático. Com efeito, a maior parte dos indivíduos que experimentam o produto, ou mesmo que chegam a apresentar episódios eventuais de abuso, não desenvolve quadro de dependência.

Apesar disso, é importante ressaltar que o risco desenvolve quadro de dependência. Apesar disso, é importante ressaltar que o risco do uso precoce do álcool não se restringe à possibilidade de evolução para quadro de dependência química. Está associado, também, a maior desenvolvimento de complicações clinicas, como hepatite alcoólica, gastrite, síndrome disabsortiva, hipertensão arterial, acidentes vasculares, cardiopatias, neoplasias malignas diversas, pancreatite e polineurite alcoólica (Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007).

Anda, o uso ou abuso o álcool apresenta também estreita relação com situações de violência, como acidentes, suicídios ou homicídios, e é fator frequente antes do início do uso de drogas ilícitas (American Academy of Pediatrics, 1995; De Micheli & Formigoni, 2002, Ministério da Saúde, 2004; Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2007; Martins & Pillon, 2008). Pechansky e colaboradores (2004) relacionam alguns dos impactos do uso de álcool na adolescência: 1. O uso de álcool por menores de idade está mais associado à morte do que todas as substâncias psicoativas ilícitas em conjunto. . Estar alcolizado aumenta a chance de violência sexual, tanto para o agressor quanto para a vitima. 3. O consumo de álccol está associado a prejuízos acadêmicos. a. A percepção do adolescente acerca dos problemas decorrentes do consumo de álcool não acompanha a hierarquia dos prejuízos considerados mais graves. 5. O uso de álcool na adolescência aumenta o risco de dependência química na idade adulta. 6. O uso do álcool por adolescentes está associado a vários prejuízos neuropsicológicos, como prejuízo de memória e de aprendizado, alterações comportamentais e emocio 0 DF 33

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