A manutenção da sustentabilidade

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A MANUTENÇAO DA SUSTENTABILIDADE GOING GREEN Marcos André Duque RESUMO Em meio à crise internacional que assolou no último ano todos os segmentos de produtos e serviços mundo afora, tornou- se imprescindível incrementar não somente os processos produtivos, mas também criar novas formas de tornar o produto ou serviço mais atrativo. A diferenciação do produto é receita fundamental para a sobrevivência à competição agressiva imposta pela globaliz e soluções outrora dl este cenário, soma-s consciente de seu pa na arte de saber cad 2 p aos mercados ição.

Aliado a mais criterioso e o, especializar-se precisa, dando importância não somente ao produto final, mas também a como o mesmo é produzido e por quem. Esta característica do novo mercado consumidor traz maior proximidade entre cliente e cadeia produtiva de bens ou serviços abrindo, sucessivamente, novas possibilidades de negócios, através da demonstração de como a empresa realiza seus negócios e de seu comprometimento com o meio-ambiente e a sustentabilidade, tornando-se uma oportunidade de diferenciação comercial e de captação de clientes.

Neste diferencial é que este artigo tem sua base e compromisso, buscando demonstrar a sustentabilidade a preservação do meio-ambiente como um alavancador de negócios, onde o conceito básico é preservar para preservar-se. 1 -Definição de Sustentabilidade No meio corporativo, sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado ? sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

Propõe- se a ser um meio de configurar a civilização e a atividade humana, de tal forma que, sociedade, membros e economias, possam preencher suas necessidades e expressar seus maiores potenciais no presente, sem omitir-se da preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, planejando e agindo e forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida destes. Pode-se dizer que a forma mais simples de significar sustentabilidade seja prover o melhor para as pessoas e para o ambiente, tanto agora como para um futuro indefinido.

Esta definição é claramente ilustrada no Relatório de Brundtland, de 1987, onde a definição de sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista quatro requisitos básicos: ser ecologicamente correto, economicamente viável, ocialmente justo e culturalmente aceito, uma vez que o conceito abrange vários níveis de organização, que vão desde a vizinhança local até o planeta como um todo.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela indústria (em peso) é que se torna produto útil e que o restante é resíduo, torna-se urgente uma gestão sustentável que nos leve a um consumo sustentável. É urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O desenvolvimento sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre s objetos económicos, financeiros, ambientais e sociais. Surgimento da Sustentabilidade O termo que deu origem ao conceito de sustentabilidade foi o de “desenvolvimento 32 da Sustentabilidade O termo que deu origem ao conceito de sustentabilidade foi o de “desenvolvimento sustentavel,” que surgiu de uma adaptação do programa da ONU criado na conferência Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, denominado Agenda 21, que documentou e estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações nào-governamentais e todos os setores da ociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócioambientais.

A Agenda 21 se constituiu num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento e tornando- se um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação umana impacta o meio 2 ambiente, como o planejamento de sistemas de produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício através da harmonização de uma Gestão de Processos e uma Gestão Sustentável. A Gestão Sustentável é uma capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou pais, por vias que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro, de modo a gerar valor a seus acionistas. A Gestão de processos deve ser vista sempre como um processo evolutivo de trabalho e gestão e não somente como um projeto com início, meio e fim. Se não for conduzida com esta visão, a tendência de se tornar um mo projeto com início, melo e fim.

Se não for conduzida com esta visão, a tendência de se tornar um modismo dentro da empresa ou do país e logo ser esquecida ao sinal de um primeiro tropeço é grande. Muitos esforços e investimentos têm sido gastos sem o retorno espectável. 3-Arquitetura sustentável A arquitetura sustentável, também denominada como bioarquitetura ou arquitetura ecológica, surgiu na década de 1970 e concentra-se na criação de uma harmonia entre a obra final, o seu processo e construção e o meio ambiente. Consiste na aplicação de conhecimentos e técnicas de Engenharia do Ambiente, Engenharia Civil, e Engenharia de Materiais no campo da arquitetura. ? um conceito que pretende evitar, em cada um dos passos de uma construção, agressões desnecessárias para o ambiente, otimizando processos, reduzindo resíduos e diminuindo os consumos energéticos do empreendimento. Tem ainda como objetivo, que a construção atinja um nível de conforto térmico e qualidade do ar adequados, reduzindo assim a necessidade de utilização de sistemas de ventilação ou aquecimento. O projeto de um empreendimento sustentável deve prever a redução no consumo de insumos e uma gestão inteligente destes recursos, através de tecnologias que vão da reutilização da água ao emprego de sistemas e equipamentos de alta performance e eficiência energética.

Em uma construção sustentável busca-se a utilização de materiais ecológicos, produzidos com menor impacto ao meio-ambiente, tais como tijolos de solocimento, tintas sem componentes voláteis tóxicos, materiais reciclados, madeira certificada ou de curto ciclo de renovação, entre outros, priorizando-se sempre ou materiais e ecursos da região, a fim d 4 32 recursos da região, a fim de reduzem o percurso de transporte e conseqüente emissão de gás carbônico pela queima de combustível durante o transporte dos mesmos, além de priorizar o desenvolvimento do comércio e indústria regional. 4- Conceituação de “Green Building” Empreendimentos imobiliários com certificação “Green Building” são aqueles nos quais foram aplicadas medidas construtivas e procedimentais que buscam o aumento de sua eficiência no uso de recursos, com foco na redução dos 3 impactos sócio-amblentais. Isto é feito por meio de um processo ue abrange o ciclo de vida completo dos empreendimentos, englobando localização, projeto, construção, operação e manutenção, remoção de resíduos e renovação da edificação ao final de sua vida útil.

Estes empreendimentos, destinados ao uso residencial, comercial ou industrial, têm como característica prezar pelo aumento de eficiência operacional, através da otimização do uso da energia, redução do consumo de água potável e da geração de esgotos e pela correta aplicação e utilização de materiais, reduzindo o impacto ambiental gerado pela operação do empreendimento, conseqüente da redução das missões de poluentes e incremento da utilização e preservação de áreas verdes. Tais preceitos trazem significativo incremento da produtividade exercida em ambientes comerciais e industriais, através da melhoria da qualidade do ambiente interno com consequente incremento da satisfação dos usuários, redução dos problemas de saúde pela manutenção da qualidade de elementos imprescindíveis como ar e água. Estudos demonstram que as possibilidades de melhoria da eficiência da opera imprescindiVeis como ar e água.

Estudos demonstram que as possibilidades de melhoria da eficiência da operação predial odem alcançar números expressivos, tais como: Cl Cl Cl Cl Redução do consumo energético de até 30%; Redução de 35% da geração de emissão de carbono; Redução de 30% no consumo de água; Incremento de 50 a 90% do reaproveitamento elou reciclagem de resíduos. Associação da marca ao conceito de sustentabilidade 5-“Green Building Council Brasil” Órgão representante do “World Green guilding Council” no Brasil, o “Green guilding Council Brasil – GCB” tem a função de adaptar os requisitos brasileiros para o processo de conquista da mais reconhecida e respeitada ertificação sustentável do mundo, o LEED@ (Leadership in Energy and Environmental Design@) do programa “Green Building” americano, adaptado à realidade brasileira.

Criado em março de 2007, o GCB, cuja missão é desenvolver e incentivar a industria de construção sustentável no país, já conta com ativa participação de mais de 180 membros e 78 profissionais da mais alta capacidade técnica, entre eles, professores, acadêmicos, projetistas, arquitetos, engenheiros, biólogos, médicos, consultores, associações de classe, empresas dos diversos ramos da construção civil, além de vários outros colaboradores com s mais diversas experiências profissionais e com diferentes graduações. 4 O processo de certificação LEED@ acompanha todo o cronograma do empreendimento, desde a fase inicial da escolha do local e o desenho do projeto até a entrega da obra. Deve-se considerar um prazo médio de 4 a 6 meses após a conclusão da obra para obter a certificação LEED@. 6-A certificação LEED@ O sistema de pontuação 6 OF32 para obter a certificação LEED@. 6-A certificação LEED@ O sistema de pontuação utilizado para a certificação LEED@ foi criado com o objetivo de transformar o setor de construção em um setor sustentável.

Ele fornece padrões que definem o que é um “Green Building’ e é aprimorado constantemente através de um processo de discussão aberto à participação. Essa abordagem torna o LEED@ o padrão adotado por agências e governos. Para receber a certificação LEED@ de prédio verde, uma construção deve atingir um minimo de vinte e seis dos sessenta e nove critérios, que levam em consideração todo o ciclo de vida do empreendimento, desde a sua concepção, construção, e operação, até o descarte de res[duos após a vida útil do empreendimento. Caso atinja esta pontuação mínima, o prédio stará de acordo com as preocupações de sustentabilidade e recebe a cert’ficação LEED básica.

A partir de trinta e três pontos, o certificado passa a ser prata; trinta e nove para a certificação ouro e cinquenta e dois para a de platina, que é a certificação máxima. O Brasil já possui cento e vinte e três empreendimentos com certificação LEED@. Durante o processo de certificação avalia-se, por exemplo, a matéria-prima utilizada na construção e outros equipamentos e produtos que promovem redução no consumo de recursos naturais e o aumento da qualidade de vida dos ocupantes. Agregam pontos ao critério matéria-prima utilizados: Se o material é reciclado, C] Se os seus componentes são recursos naturais rapidamente renováveis, C] A proximidade entre o local da matéria-prima e a obra.

A utilização de madeira certificada de região próxima ao empreendimento e de argamassas e carpetes produzidos a partir de material argamassas e carpetes produzidos a partir de material reciclável são valorizadas. Equipamentos como persianas motorizadas que promovem redução do consumo de energia e uso racional do ar condicionado, melhorando a qualidade do ar também são pontuados. A utilização de torneiras com regulação de vazão, descargas “dual-flux” ou bacias a vácuo, que ajudam na economia do consumo de água, são observadas. Assim como a preferência por tintas e vernizes sem Composto Orgânicos Voláteis COV’s , que melhoram a qualidade do ar interno do empreendimento. 5 Deve-se levar em consideração que um empreendimento Green tem valorização de até 20% em sua revenda – estimados pelo Prof.

Claudio Alencar, do grupo de “Real Estate” da Poli-USP, e que a economia global obtida na operação de um prédio verde é de até 30%, calculado com base nas reduções do consumo de nergia, água e do custo operacional do edifício (manutenção e reformas). Tecnicamente, também pode-se esperar uma redução no FRA – fundo de reposição de ativos. 7-Tipos de Certificação LEED@ 7. 1 -LEED (New Construction): LEED@ para novas construções ou grandes reformas. Elaborado para guiar projetos que se distinguem frente sua alta performance (energia, água, qualidade ambiental interna, produtividade, etc. ). Pode ser usado para prédios comerciais, residenciais, governamentais, instalações recreativas, laboratórios e plantas industriais. 7. -LEED CSD (Core & Shell): nesta modalidade certifica-se toda a envoltória do mpreendimento, suas áreas comuns e Internamente o sistema de arcondicionado e elevadores. O LEED é utilizado por construtores e incorporadores que arcondicionado e elevadores. O LEED é utilizado por construtores e incorporadores que estão desenvolvendo o projeto para posterior comercialização de suas salas, garantindo ao futuro usuário que suas instalações oferecem todas as condições para a alta performance do empreendimento. O LEED foi desenvolvido para ser complementado pelo LEED CIO (Commercial Interior), ocorre que o construtor e incorporador destes empreendimentos que serão futuramente omercializados, não podem se comprometer em relação ao modo que o futuro usuário ocupará as salas comercializadas. 7. -LEED CIO (Commercial Interior): Este LEED@ foi desenvolvido para garantir a alta performance dos interiores, em termos de ambiente saudável, locais de trabalho produtivos, baixo custo de manutenção e operação e redução do impacto ambiental. O LEED CIO oferece aos usuários, arquitetos de interiores e designers, a possibilidade de criar ambientes sustentáveis, independentemente de não poderem atuar na operação de todo o prédio. 7. 4-LEED (Neighbourhood): o Sistema e certificação LEED ND@ para Bairro e Desenvolvimento de Comunidades integra os princípios do crescimento inteligente, urbanismo e construção sustentável para a concepção de bairros.

A certificação LEED requisita que o desenvolvimento da localização e concepção do empreendimento cumpra elevados níveis de responsabilidade ambiental e social. 7. 5-LEED School@: o Sistema de certificação LEED o caráter único da concepção e construção de escolas. Baseado no Sistema de Certificação LEED NC@, aborda questões como a sala de aula, acústica, planejamento central, prevenção contra mofo e valiação ambiental do local. Ao planejamento central, prevenção contra mofo e avaliação ambiental do local. Ao abordar a singularidade dos espaços escolares e as questões de saúde infantil, LEED School@ fornece uma única e abrangente ferramenta para as escolas que pretendem construir de forma sustentável, com resultados mensuravels. 6 7. -LEED (Existing Building): O Sistema de Certificação LEED para edifícios existentes, ajuda os proprietários e operadores a medir suas operações, fazer melhorias na manutenção em uma escala consistente, com o objetivo de aximizar a eficiência operacional e minimizar os Impactos ambientais. O LEED aborda em todo o edifício questões de limpeza e manutenção (incluindo uso químico), programas de reciclagem, programas de manutenção exterior e atualização de sistemas, podendo ser aplicado tanto para edifícios existentes que procuram a certificação LEED pela primeira vez, quanto para projetos previamente certificados no âmbito de outros Sistemas de certificaçao LEED@, como LEED NC@, LEED school@, LEED CSO e LEED (em caso de renovaç¿o). -A manutenção da Sustentabilidade Adotando-se os critérios de ertificação LEED@ EB para prédios existentes, a O (Operação e Manutenção) do empreendimento pode lançar mao de modelos de alta performance operacional para guiar suas estratégias de manutenção do site, observando-se a proficiência dos recursos disponíveis, tanto humanos quanto materiais, para obter um diferencial de produtividade e, consequentemente, de mercado. Agregado ao aumento da satisfação do associado, que colaborará naturalmente para a continuidade do modelo implantado, pelo simples fato de sentir-se engajado ao programa e pelo fato de tornar-s 0 DF 32

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