Estado e sociedade

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RESENHA ESTADO E SOCIEDADE A consolidação da república oligarquia Nas décadas de 1889 e 1930 aumentou a crescente tentativa de organização de diversos setores da população em aparelhos particulares de hegemonia, procurando compor projetos que representassem seus interesses de classe na disputa pela direção política do país. Embora fracos em suas articulações, operários, artistas, militares, setores da classe média urbana, da ainda pouco significativa burguesia industrial e da classe proprietária rural, buscavam, ao organizarem-se, imp de Estado.

OF5 As disputas pela parti Swipe to view nentp civil na montagem da da República Velha p çáo suas concepções tores da sociedade eríodo de transição as” foi marcada por conflitos que ganhavam maior extensão em circunstâncias de divergência oligárquica, justamente nos momentos de reorganização das alianças entre frações da classe dominante.

Embora, com a chamada “Revolução de 30”, erguesse à sociedade política setores da classe proprietária rural, dissidente em relação ao setor cafeeiro, anteriormente hegemônico, isso não significou a estabilização de qualquer setor na direção do governo nos anos ue se seguiram imediatamente, nem criou condições para os demais setores sociais, articulados ao setor vitorios t n ut page vitorioso de, individualmente, legitimar o novo regime e solucionar a crise econômica, social e política que estava delineada.

Segundo Sônia Regina de Mendonça, a crise só alcançaria solução com a instalação do Estado Novo, em 1937. Em termos políticos, tratava-se de uma crise de hegemonia que, segundo a autora, desdobrou-se em dois momentos: o primeiro, nos anos 1920 no qual a preponderância da burguesia cafeeira foi contestada, que evou ao episódio conhecido como “Revolução de 30” A segunda crise, iniciada em 1930, estendeu-se até 1 937, quando implantou-se o Estado Novo, a ditadura varguista.

Desta forma, o período de 1930-37, segundo Mendonça, pode ser definido como de crise politica aberta. A parcela da burguesia que chegara ao poder garantia a burocracia estatal que a possibilitava atuar com certa margem de autonomia diante de interesses em disputa. Desenvolvia-se, neste momento, modificações na própria estrutura e forma de atuação do Estado, a partir das quais seriam uperadas as formas tradicionais dos interesses de classe se expressarem, como também mudaria o próprio processo de reprodução das classes na estrutura de Estado no Brasil.

Para a autora, a instalação do Estado Novo em 1937 apontaria tais mudanças. AS BASES DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA DEPENDENTE: Da industrialização restringida à internacionalização. As mudanças que se iniciaram na década de 1930 são imprescindíveis internacionalização. imprescindíveis na análise do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, posto que, é neste período que ocorre a primeira ruptura o processo de acumulação de capital, além da redefinição do lugar do Estado na economia.

Ainda que, para a autora isso não signifique confundir dominação burguesa com tomada do aparelho de estado pela burguesia, nem omitir de qualquer fração das oligarquias agrárias as características burguesas. Mesmo não sendo hegemônico, o empresariado brasileiro, a partir de então, se torna relevante nas alianças que concretizariam o regime. Entre 1930 e 1937, o avanço de uma politica centralizadora se fez perceber, restando, segundo a autora, a aceitação dos setores iberais na construção do consenso minimamente necessário para a composição do Estado autoritário.

Em 1935, houve ainda, a tentativa de congregar, como frente democrática, em oposição ao governo, diversas representações de classe e correntes de pensamento, como comunistas, socialistas, tenentes e, inclusive liberal, numa proposta nacionalista, com a Aliança Nacional Libertadora. Mas esta fora frustrada por ação governamental com poucos meses de duração. Assim sendo, e devido ao temor à mobilização das classes subalternas, exemplificado pela tentativa de insurreição omunista derrotada no mesmo ano, deslocou-se a adesão dos setores liberais para o projeto va 3 setores liberais para o projeto varguista.

A aversão à mobilização popular que caracteriza a postura liberal, também ressoava dos discursos assumidamente antiliberais e conservadores, tanto das classes proprietárias, quanto de grande parte da população urbana e rural que optou também pelo apoio à reação. Temendo a mudança e um envolvimento com idéias que consideravam radicalmente opostas à manutenção da composição sócio-cultural brasileira, rraigada em um conservadorismo católico e cujas características voluntaristas davam à vontade o papel central em suas decisões (como Gramsci viu na sociedade italiana), aderiram ao projeto autoritário.

No entanto, para outros setores, que comungavam das chamadas tendências liberais, elou antifascistas, o temor não só provinha do avanço da esquerda, mas também receava-se a organização da direita ultra radical, de base catolica conservadora que incorporava, também, características fascistas: a Ação Integralista Brasileira.

Defendendo a implantação de um Estado totalitário, om forte influência do modelo fascista italiano e a implantação de uma sociedade fundada dos ditames da Rerum Novarum, encíclica papal que preconizava a defesa de um modelo católico de sociedade corporativa, a AIB apoiou, com a violência nas ruas e nos discursos, em guerra de movimento, a destruição da ANL e do Partido Comunista, seu principal f 4DF5 discursos, em guerra de movimento, a destruição da ANL e do Partido Comunista, seu principal foco de ataque na disputa por espaços hegemônicos na sociedade civil.

Para algumas parcelas da pequena e média burguesia rural e rbana, a radicalização do medo do comunismo e as promessas de ordenação social, levou-as à juntarem-se aos integralistas. Estes, desde 1 932, organizavam-se em núcleos espalhados por todo o Brasil. Porém, ainda em 1935, o número de núcleos organizados passou de 500 em janeiro para 1843, em dezembro do mesmo ano.

O ano seguinte à tentativa de golpe comunista, 1936, foi considerado, para a AIB o “ano verde”. Além dos acontecimentos internos, a ascensão dos fascismos europeus era propagandeada como exemplar, para a manutenção da ordem e como solução de roblemas de desenvolvimento. Se relacionarmos a ascensão do integralismo em relação à história mundial, podemos entendê-lo ao comparar as condições de seu surgimento no Brasil. ara a maioria dos intelectuais integralistas pertenciam a um setor da classe média urbana intelectualizada, para a qual as recentes mudanças no curso da política e da economia implantadas pela “Revolução de 30” não estariam garantindo a manutenção da ordem, nem a sua participação na sociedade política. A MODERNIZAÇÃO AUTORITÁRIA Do golpe militar à redemocratização 1 964/1984 S

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