A terapia sistêmica e a clínica da família
UNIVERSIDADE IGUAÇU CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM TERAPIA FAMILIAR JORGE ALVES DE ABREU Swipe to page A TERAPIA SISTÊMICA A CLÍNICA DA FAMíLIA ter acreditado em meu ministério, e ao Pastor Bernadino Rodrigues, e a todos os Pastores e amigos, pelo incentivo e paciência ao indicar-me o percurso. De igual forma, agradeço a todos os demais por haverem contribuído de forma sgnlficativa para a nossa formação. As ciências exatas são uma forma monológica de conhecimento: o intelecto contempla uma coisa e pronuncia-se sobre ela.
Há um único sujeito: aquele que pratica o ato de cognição (de ontemplação) e fala (pronuncia-se). Diante dele, há a coisa muda. Qualquer objeto do conhecimento (Incluindo o homem) pode ser percebido e conhecido a título de coisa. Mas o sujeito como tal não pode ser percebido e estudado a título de coisa porque, como sujeito, nao pode, permanecendo sujeito, ficar mudo; conseqüentemente, o conhecimento ue se tem dele só pode ser dialógico. PAGF9r)F6d Brasil. Ousamos ainda tentar delinear qual perspectiva futura se mostra mais viável para esse campo de conhecimento na próxima década.
São poucas as certezas de que a família é o melhor lugar ara o ser humano se desenvolver como sujeito autônomo e responsável. A abordagem sistêmica possibilita a ampliação da compreensão acerca dos sistemas humanos e desperta a sociedade para as complexidades das interações interpessoais, exigindo assim a construção de uma prática terapêutica no atendimento à terapia a família que possibilite mudanças efetivas nas relações abusivas e que ao mesmo tempo evitem o congestionamento do fluxo de atendimento.
Este trabalho é fruto de reflexões teóricas a respeito dos princípios gerais que regem os sistemas humanos e dos processos sócio-históncos ue mantém o ciclo da intra-familiar. É também uma proposta de intervenção que possa ser desenvolvida em Programas de Atendimento às Famílias Vitimadas pela violência, sócio educativa e econômica de forma a possibilitar transformações efetivas. Ainda é realizada uma reflexão acerca dos avanços e das limitações de tal proposta terapêutica.
Apresentaremos o que acontece no processo terapêutico na clinica de Terapia Familiar Sistêmica. Será apresentado o papel do terapeuta e da familla, que juntos estabelecem um contrato e formam o sistema terapêutico, com vistas a reorganizarem os aspectos ue bloqueiam o desenvolvimento do grupo familiar. A Terapia Familiar pode ser conduzida de diferentes formas; uma vez que cada família é uma, suas demandas e seus processos de mudança são diferentes.
Sendo assim, o terapeuta deverá deixar a cargo da família a exposição de seus problemas imediatos e de seus objetivos de mudança, permanecendo como um dos age PAGF3r)F6d exposição de seus problemas imediatos e de seus objetivos de mudança, permanecendo como um dos agentes. Ele se torna um preparador de contextos de mudança, que reorganiza com a famllia os aspectos que para ela se tornarão bloqueadores do eu desenvolvimento.
Objetivos como a abertura de canais de comunicação na família, a resolução conjunta de problemas e a promoção de autonomia individual são específicos da Terapia Familiar e fazem parte do contrato terapêutico que é feito entre a fam[lia e o terapeuta. Há necessidade dos indiv[duos da família reconhecer seus próprios recursos e utilizarem-se deles, resolvendo suas diferenças e seus conflitos a partir de uma auto- percepção e da percepção do outro; também do grupo familiar perceber que a mudança de relação entre eles depende de uma ostura de implicação de cada um na busca de mudança.
O processo de mudança é co participativo para todo o sistema. A ciência tradicional relaciona o sintoma ao problema da pessoa, ou seja, pensa no indivíduo portador do sintoma como “doente” Na visão contemporânea da ciência, o observador, agente de saúde, faz parte do sistema. Portanto, o que ele distingue como saúde ou doença orienta suas percepções e ações, ao mesmo tempo em que as modifica a partir das distinções dos consultores na construção da realidade (COELHO, 2005). ortanto, podemos izer que a avaliação relacional é obtida a partir das narrativas construídas pela família e pelo terapeuta sobre o problema e, a partir disso, construir novas narrativas. Novas propostas, relações diferentes, novos significados que vão surgindo e partir dessas conversações fazem com que a família perceba possibilidades, movimentando-se num processo evolutivo, e promovendo assim mudanças interaciona PAGFar)F6d possibilidades, movimentando-se num processo evolutivo, e promovendo assim mudanças interacionais.
PALAVRAS CHAVE: família; terapia familiar; teoria sistémica; escolas de terapia familiar. ABSTRAC This paper aims to outline a brief history theoretical, conceptual, empirical and technological study of family systems perspective and point in the resulting proposed interventions to the family clinica We present the different schools of family therapy, ranging from those strongly influenced by cybernetics to those who have assimilated the contributions of Constructivism and Social Constructlonism. Then teceremos comments on the survey of family and interests of researchers in our country.
Finally, we point out our views on the future direction offamily therapy in Brazil. We dare to even try to outline What perspective appears more viable future for this field of knowledge in the next decade. There are few certainties t is the best place for families affected by violence, socio-economic transformations in order to enable effective. It is still held to reflect on the advances and limitations of this therapeutic proposal. We Will present What happens in the therapeutic process in Systemic Family Therapy Clinic.
The article discusses the role of the therapist and the family, which together establish a contract and form the therapeutic system, in order to reorganize issues that block he development of the family group. The Family Therapy can be conducted in different ways, since each family is one, their demands and processes of change are different. Thus, the therapist Will leave it to the family to expose their immediate problems and your goals change, remaining as one of the agents. He becomes a trainer of changing contexts, which rearranges the family aspect to it to become blocking its development.
Objectives such as opening channels of communication in the family, the joint problem solving and the promotion of individual autonomy of family therapy are specific and are part of the herapeutic contract that is made between family and therapist. There is need for individuals to recognize their own family resources and use of them, solve their diferences and conflicts from a perception of self and other, also from family group to realize that change the relationship between them depends on an attitude of implication of each one in search of change.
The process of change is coparticipative for the entire system. Traditional science relates the symptom to the problem of the person, or think ofthe individual with the symptom as “sick. ” In the contemporary view of science, the observer, a health worker, s part of the system. So what he distinguishes as health PAGF5r)F6d science, the observer, a health worker, is part of the system. So What he distinguishes as health or disease guides their perceptions and actions, while the changes from the distinctions of consultants in the construction of reality (Coelho, 2005).
Therefore we can say that the relational evaluation is obtained from the narratives constructed by the family and therapist about the problem and, from there, building new narratives. New proposals, different relationships, new meanings that emerge from these talks and make the family realize the possibilities, oving in an evolutionary process, and thus promoting interactional changes. KEYWORDS: family, family therapy, systems theory, schools of family therapy. SUMÁRIO Conceitos Sociais na Terapia Familiar 40 5 TRANSFORMAÇÕES NO CONTEXTO SOCIOCOMUNITÁRIO E A TERAPIA FAMILIAR 42 5. Metodológia para Terapia Famílias no Contexto Comunitário 45 6 DESAFIOS FUTUROS DA TERAPIA FAMILIAR EM NOSSA REALIDADE 47 CONCLUSA048 BIBLIOGRAFIA50 INTRODUÇÃO Em nossa prática na terapia de famllia fundamentada na Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), sentimos constante necessldade de um maior aprofundamento teórico, nas questões elativas especificamente à área de terapia de família e a novos recursos que venham enriquecer nossa atuação, dado o escasso material encontrado sobre o assunto. ? cada vez maior a procura por terapia de família pelos mais diferentes motivos. As famílias chegam a nós por indicação das escolas, de outros profissionais de saude, de profissionais de justiça, de associações comunitárias ou mesmo, por iniciativa própria. Acreditamos que este fato esteja ocorrendo pela diversidade dos arranjos familiares nos dias de hoje. por um lado, as famíllas não se conformam mais em seguir um padrão pré-estabelecido.
Por outro, não sabem como estabelecer um modelo próprio e integrado, que permita respeitar tanto suas diferenças individuais quanto sua unidade enquanto grupo familiar. PAGF8r)F6d biologia, em suas idéias atuais sobre o funcionamento dos seres vivos. Precisamos também refletir sobre as questões de gênero, culturais, políticas e sociais. Precisamos compreender, a partir de suas orgens e complexidade, esta famllia contextualizada no momento presente.
O que percebemos, é a transferência da utilização de suas habilidades como terapeutas individuais e facilitadores de grupo para o trabalho com famílias. Eé necessário ressaltar a grande diferença existente entre a facilitação de um grupo que se inicia junto com a participação do facilitador e a “chegada” do facilitador em um grupo que além de já possuir uma história anterior bastante específica, continuará tecendo sua históna posterior.
Desta maneira o interesse neste aprofundamento deve-se ? escassez de material sobre o referido tema e à necessidade de atualizar a teoria em si, no que se refere ao atendimento às famílias. Torna-se primordial conquistar maior liberdade de atuação e utilização de novos recursos, desde que coerentes com os rincipios fundamentais da ACP e com as necessidades do mundo atual, no qual tanto as famílias quanto os terapeutas encontram inseridos.
Nosso objetivo é o de ampliar a atuação do terapeuta de família, mantendo consistência teórica, optaremos por trabalhar alguns conceitos que nos serão úteis na prática clínica, nao incluindo nesta análise a busca de divergências e incongruências. Com este propósito, incluímos e consideramos tanto as diversas versões dos diferentes membros da fam[lia, como lançamos mão de recursos que emergem dos diferentes campos da ciência, do estilo, do momento, da necessidade e da ossibilidade tanto do terapeuta quanto da família. Utilizamos como no PAGFgr)F6d necessidade e da possibilidade tanto do terapeuta quanto da familia.
Utilizamos como norteadores o paradigma sistêmico de segunda ordem, através do qual articulamos as diferenças, adotando primordialmente a leitura do estimulo, isto é, da atuação do terapeuta, como um fator que contribui, mas não determina as ações e escolhas da família como paciente, assim como o conceito de tendência atualizante da Abordagem Centrada na Pessoa. A implicação mutua destes dois norteadores possibilita undamentalmente a integração entre a Teoria Sistêmica de Família e a Teoria da Abordagem Centrada na Pessoa.
A grande mudança que a proposta sistêmica de segunda ordem traz, refere-se ao conceito que define a impossibilidade de interações instrutivas, isto é, interações que sirvam como recursos técnicos de estímulo-resposta utilizados pelo terapeuta estratégico de primeira ordem, para atingir os objetivos por ele determinados. Somente a partir deste momento, a TSF e ACP se aproximam. Esta mudança se torna possivel através da contribuição dos biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela, quando estes esenvolvem o concelto de AUTOPOIESEI.
Em relação a isso Maturana escreve: . O que eu digo é uma perturbação que desencadeia em cada um de vocês uma mudança estrutural determinada em vocês mesmos, e não no que eu digo e, portanto, não determinada por mim, que somente sou a contingência histórica na qual vocês se encontram pensando o que estão pensando. ” (MATURANA. 1999, p. 64) 1 Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto “próprio”, poiesis “criação”) é um termo cunhado na década de 1970 pelos biólogo e filósofos chilenos franci mberto Maturama para PAGF