A tradução automática e os seus limites

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A TRADUÇÃO AUTOMÁTICA OS SEUS IMITES Cristiane de Souza[l] Especialista em Tradução RESUMO Geralmente há pessoas de fora do mundo da tradução que tendem a desmerecer o trabalho do tradutor com o argumento de que hoje em dia existem os famosos softwares e websites do Sv. ipe to tipo tradutor automá o tradutor humano. tradução automática instantânea”, “tradut do nível que se espe or , podem substituir a chamada omo “tradução tá muito aquém ade, e é uma ingenuidade comparar esse tipo de serviço com os serviços de um tradutor humano.

Análise dos tradutores automáticos (TA) e livre acesso, disponíveis na Internet, buscando enfocar os problemas e os equívocos encontrados nas traduções realizadas por estes sistemas referentes ao caráter semântico, sintático e polissêmico, a partir de textos recortados e submetidos aos tradutores citados. O artigo fundamentar-se-á em reflexões sobre a tradução, os sistemas de tradução automática, a linguística textual e a inteligibilidade do texto. Palavras-chave: Tradução; Tradutor Automático; Linguística na tradução.

RESUME-N es una ingenuidad comparar ese tipo de servicio con los servicios de un traductor humano. Análisis de los traductores automáticos (TA) de libre acceso, disponibles en Internet, buscando enfocar los problemas y los equívocos encontrados en las traducciones realizadas por estos sistemas referentes al carácter semántico, sintáctico y polisémico, a partir de textos recortados y sometidos a los traductores citados. El artículo se fundamentará en reflexiones sobre la traducción, los sistemas de traducción automática, la lingüística textual y la inteligibilidad del texto.

Palabras-clave: Traducción; Traductor Automático; Lingüística en la traducción Introdução A tradução é uma atividade extremamente necessária, partindo da premissa de que vivemos uma tendência globalizada. Com a aceleração da disseminação de informações, a tradução rápida, eficiente e barata foi-se tornando cada vez mais necessária; contudo, o número de tradutores competentes não tem aumentado de acordo com o crescimento da demanda.

Então, observa-se o interesse pela tradução automática, que visa, acima de tudo, facilitar o trabalho dos tradutores, principalmente àqueles especializados numa determinada área. Atualmente, é quase inconcebível pensar em tradução sem auxílio de máquinas, em face do crescente volume de trabalho nesse campo. Apesar disso, algumas máquinas, que supostamente traduzem o texto por inteiro, são ainda multo precárias, a julgar pelos resultados obtidos na prática.

O que muita gente não sabe, no entanto, é que os programas de tradução automática – inseridos na área da lingüística computacional – não apresentam como meta nem confrontar-se com os usuários de comp , muito menos, substituir usuários de computadores nem, muito menos, substituir os tradutores. Daí a necessidade de, em primeiro lugar, descobrir que é a tradução automática, como surgiu, quais os seus objetivos, as dificuldades que enfrenta, os progressos feitos e os benefícios que traz cada vez mais para os tradutores profissionais.

Dado os primeiros passos, os sistemas automáticos de tradução podem ser compreendidos e analisados – e, por conseguinte, tornam-se passiveis de serem utilizados com proveito pelos usuários e melhorados cada vez mais. Tradução automática, popularmente apresentada como TA, é o processo automático de tradução de um idioma original para outro através do computador. A pesqulsa e o desenvolvmento a tradução automática devem muito às inovações feitas em duas diferentes áreas que confluem neste campo: a inteligência artificial e a linguística formal.

Nessa primeira, a tradução automática extrai uma série de técnicas computacionais ligadas à análise e à geração automática de textos em uma língua natural. Já a segunda, em especial as que abordam as teorias de Noam Chomsky, em que a competência linguística do falante de uma lingua pode ia ser descrita através de um número finito de regras ou princípios lingüísticos capazes de gerar um número infinito de frases na íngua alvo e eliminar um número infinito das frases consideradas agramaticais.

Esse jogo de diferenças supõe, na verdade, sínteses e referências que probem em qualquer dado momento, ou em qualquer sentido, que um simples elemento esteja presente nele próprio, e que se refira apenas a si mesmo. Quer na ordem do discurso oral ou escrito, nenhum elemento pode funcionar como um signo sem se referir a outro elemento, este também não simplesmente presente. (DERROA, 1987) Obs signo sem se referir a outro elemento, este também não simplesmente presente. DERRIDA, 1987) Observa-se então, que o texto não pode ser traduzido tendo omo referencial apenas a tradução de palavras isoladas, uma vez que este método pode ocasionar a perda do sentido proposto no texto de origem. Contexto Histórico Considerando os desenvolvimentos feitos nas décadas de 50 e 50, muitos dos quais foram moldando as técnicas de lingüistica computacional e inteligência artificial que conhecemos hoje (Mateus, 1 995), os resultados obtidos continuavam muito aquém das expectativas e a lingüística formal não era capaz de explicar uma série de problemas.

Em meio a muitas investigações no que se refere ao cérebro humano e o processo da linguagem, percebeu-se que para ue tal processo fosse efetuado com êxito, o cérebro, através de um sistema complexo apreendia, assimilava, decodificava e retransmitia as informações lingüísticas. Comparando com um computador, era como se o cérebro recebesse (input) e repassasse (output) ininterruptamente essas informações. Por meio desses estudos, após vários avanços, conseguiram obter um dispositivo de tradução automática, que é um dos ramos de estudo da Lingül”stica Computacional.

Neste contexto, a Lingüística Computacional destina-se ao estudo dos sistemas computacionals usados para a compreensão e geração de linguagem natural. É geralmente definida como a interseção entre Lingüística e Computação: duas áreas que embora aparentemente nada tenham em comum, trabalham, na prática, com a razão e a lógica. possível quando americanos e ingleses, ávidos por informações cientificas soviéticas, desenvolveram esta aplicação computacional.

A real autoria deste invento é atribuída ao inglês Booth e ao amencano Warren Weaver, que desenvolveram uma calculadora científica com dados suficientes para realizar uma tradução palavra por palavra, sem considerar questões sintáticas u de ordem lexical. Esta máquina permitia que o usuário da área tivesse acesso à tradução de uma lista de palavras-chave de determinado texto e, conseqüentemente, poderia ter uma idéia de seu conteúdo (Alfaro, 1998).

Com a criação de um computador em substituição à calculadora pela Universidade de Georgetown, em 1 954, foi possível obter uma melhor tradução, mas ainda lhe faltava objetividade. Notava-se um ceticismo impar relaclonado à possibilidade de TA. Ou seja, torna-se claro que enquanto a simples tradução palavra por palavra estaria longe de resultar em ma tradução ao menos inteligível, a formalização das regras a partir das descrições fornecidas pelas gramáticas também parecia longe de dar conta de todos os aspectos das línguas em questão.

Nos anos seguintes já foi possível acompanhar o avanço e expectativas com relação à habilidade de programas de tradução; fazia-se necessário um conhecimento de vocabulário e gramática da língua-fonte e da língua-meta aliado a regras de conversão de uma língua para a outra. Portanto, partia-se do pressuposto de que as descrições existentes das línguas eram boas descrições e ue uma simples formalização daquelas gramáticas e dicionarios poderia semir a esses fins (Vale, 1999).

A Linguística Formal de Noam Chomsky apresentou estudos sobre tradução automática, facilitando a compreensão do funcionamento do cérebro humano e o proce tradução automática, facilitando a compreensão do funcionamento do cérebro humano e o processo das informações lingüísticas. Assim como foi possível comprovar de que não se tratava apenas de um dispositivo de causa e efeito, mas que era necessário envolver uma série de princípios e parâmetros capazes de atuar na recepção e transmissão e mensagens sob um determinado código linguístico.

Desta maneira, foi possível elaborar dispositivos e adaptar a linguagem humana ao meio computacional, criando alguns sistemas de Tradução Automática mais eficientes. Na década de 80, com o desenvolvimento de novas tecnologias e o melhoramento dos sistemas Já apresentados, foi possível o acesso gratuito, assim como vários fatores que revitalizaram o interesse pela tradução por máquina: a explosão da informatização, o desenvolvimento e estabelecimento de teorias no âmbito da lingüistica formal (principalmente a gramática erativa) e de teorias com ênfase na investigação semântica.

Diversos recursos computacionais deixaram de representar obstáculos à implementação de determinados procedimentos básicos. Avançava a inteligência artificial, na qual incluía a lingüística computacional dedicada ao processamento informatizado de línguas naturais com base em gramáticas formais de análise e de geração de textos. Apresentava-se uma mudança de expectativa para uma visão mais pragmática, em que se descartava a possibilidade de obtenção de um tradutor automático perfeito.

Portanto, a idéia disseminada em meados dos anos 50 de ue o computador viesse a traduzir de forma satisfatóna foi completamente descartada nos anos 80. Neste período, desenvolver aplicativos computacionais que suplementassem a tradução e programas de TA que antecipassem a intervenção humana computacionais que suplementassem a tradução e programas de TA que antecipassem a intervenção humana eram os principais objetivos. Atualmente, o grau de aceitação de programas é medido pela quantidade de pré e pós-revisão requerida.

Um programa em que o índice de revisão posterior é menor que 20% (uma correção a cada 5 palavras) é considerável aceitável. Além disso, muitas vezes, o sistema vai sendo melhorado com o uso, ao mesmo tempo em que o tradutor humano adquire prática na otimização do sistema, aprende a reconhecer os erros típicos da TA e pode chegar a dobrar sua produção em alguns meses (Slocum, J. apud Alfaro, 1998). Note-se que com a proliferação da Internet, nos anos 90, estes programas são utilizados de forma exaustiva, pois estão disponíveis na rede.

Portanto, atualmente, os programas de TA desempenham um papel singular na obtenção e disseminação de informação em nível mundial como ressaltam Alfaro & Dias (1998:569). Ferramentas de auxílio à tradução Há inúmeras ferramentas de auxílio à escrita e à tradução, muitas destas são habitualmente utilizadas por profissionais da área de letras ou usuários de computadores, como os dicionários e glossários on-line e os corretores ortográficos e gramaticais.

Vejamos como exemplo um profissional de tradução que atualmente teria dificuldades para desenvolver seu trabalho sem a ajuda de um computador e de corretores ortográficos. Da mesma forma, dependendo da área de especialização e da natureza do trabalho (no caso da tradução técnica), os rofissionais da tradução que fazem uso eficiente de bancos de dados temáticos ou de ferramentas de tradução automática se destacarão diante dos pro ainda realizam uma alta profissionais que ainda realizam uma alta porcentagem de seu trabalho sem o auxilio dessas ferramentas.

Como citado anteriormente, quanto maior a automação, maior a velocidade de processamento, porém mais imperfeito o resultado final tende a ser. Como contraponto, há uma ampla gama de ferramentas que nao visam desempenhar todo o processo tradutório, mas sim oferecer ao tradutor humano vantagens e agilidade computacionais. ? o caso dos bancos de dados e dos sistemas de tradução humana assistida por computador. As grandes vantagens dessas aplicações são a facilidade e velocidade das consultas e sua possibilidade de atualização (Slocum 1985, Nirenburg 1987).

Os sistemas de tradução que antecipam a interação humana em maior ou menor grau são, atualmente, os que possivelmente obtêm os melhores resultados, pois possibilitam a resolução de problemas complexos, como a ambiguidade referencial, além de facilitar a implementação de melhorias no sistema utilizado. Logicamente, é impossível chegar a uma solução ideal, tendo m vista as aplicações práticas e a relação custo-benefício antenormente apresentados, existe uma enorme variedade de sistemas, em que cada sistema procura alcançar a concordância mais eficiente num processo de tradução.

Poss[veis limites da tradução automática Atualmente, a tradução automática se encaixa na área da lingüística computacional, na qual se define como uma subárea da inteligência artificial e que todos os conceitos relacionados a essa área constituem alguns dos pressupostos mínimos necessários para a ampliação de pesquisas e o desenvolvimento de sistemas de tradução.

Se fosse poss[vel, através inteligência artificial, inteligência artificial, dotar um computador da capacidade de decodificar um texto em uma linguagem natural, de produzir textos em outra linguagem natural e, simultaneamente, de fazer uso de dicionános e gramáticas abrangentes, ele poderia tornar- se capaz de “traduzir” textos (Santos, 1995). ? óbvio que essa condição, a principio ideal, está distante de ser alcançada, embora muito se aproveite dos sistemas existentes. Entre as dificuldades de prática atual nota-se a dificuldade de implementar em um sistema computacional alguns aspectos iscursivos e textuais mais abrangentes, como referências, expressões, ambigüidade, coloquialismo, etc.

Ocorre que, em um grande número de casos, a inserção de uma quantidade de dados (processos, consultas a gramáticas ou a outras fontes de informações, recursos complexos) suficiente para que o sistema desempenhe análises em níveis mais complexos devidamente esquematizados pela gramática formal, torna o sistema inviável sob os aspectos de custos para o desenvolvimento dessa aplicação, esforço computacional, tempo de execução, margem de erros, etc. Santos 1995). Ou seja, um sistema de qualidade é aquele que produz uma radução que permite uma revisão sem muitos problemas e que desde o seu desenvolvimento elou adaptação ao uso até a interação humana e a revisão posterior, possa oferecer uma boa relação entre custo/tempo de desenvolvimento elou adaptação da aplicação, custo e esforço computacional, tempo de processamento, resultados segundo os objetivos específicos, entre outros.

Todos os fatores citados restringem consideravelmente as pretensões de sistemas de tradução por máquina que visam atingir resultados práticos viáveis. De acordo com Nirenburg (1 987), os termos precisos para não de ráticos viáveis. De acordo com Nirenburg (1987), os termos precisos para não desvirtuar o sentido mais próximo do texto original pode ser realizado por humanos com certo grau de facilidade, mas é algo que um computador não é capaz de realizar com tanta exatidão.

Além disso, a tradução só ocorre pela presença de dois fatores que são chamados de equivalência textual e correspondência formal. Ou seja, “uma boa tradução deve atender tanto ao conteúdo, quanto à forma do original, pois a equivalência textual é uma questão de conteúdo, e a correspondência formal, como o nome está dizendo, é uma uestão de forma” (CAMPOS, 1986, p. 49). Além disso, deve- se levar em conta não somente a análise semântica e sintática, mas também o fator da interlinguística.

O desenvolvimento da interlíngua está relacionado com o campo da inteligência artificial, de onde a tradução automática a empresta, então são feitas inferências através das quais é acrescentado um conhecimento global que torna a representação mais completa. Entretanto, na tradução ainda se enfrenta o problema da impossibilidade de equivalência, pois é comum encontrar em dois idiomas duas palavras que apresentem o mesmo ampo semântico, mas que não possuem o mesmo sentido de equivalência.

Classificadas como falsos cognatos, tais palavras podem causar problemas nas traduções de línguas de origem latina. Dessa maneira, o mais comum não é tratar de traduzir unidades de código separadas, mas mensagens completas e contextualizadas. Como há diferenças na transposição e na interpretação de frases durante a tradução, deve-se considerar que é imprescindível prevalecer a ideia principal, pois “a ciência da linguagem não pode interpretar uma espécie lingüística sem traduzir seus signos para outros do mesm

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