Aprofundamento da internacionalização econômica
APROFUNDAMENTO DA INTERNACIONALIZAÇÃO ECONOMICA E GLOBALIZAÇÃO Desde a década de 60 até o estágio atual, o capitalismo adquiriu uma forma globalizada e se fez da evolução das novas tecnologias da informação e da comunicação, tanto nos processos produtivos quanto nas relações sociais. Essa nova padronização dos processos produtivos e das relações sociais, determinadas, emoldurada pela evolução das inovações tecnológicas, nos traz uma nova categoria do capitalismo, apontando para o que, de maneira geral, é chamado de capitalismo contemporâneo.
Swipe to r. t page Este se consagra por I 4 em parte, o modelo pro vigorou durante as d modelo de reproduç segmentos de consu 19 (tica que substitui, em massa que por um novo a o individuo e os ercado. Assim, o período imediato do pós-guerra é considerado como período de gestação do capitalismo contemporâneo, onde se inicia a arquitetura de uma economia globalizada com características distintas daquele que o precedeu. O capitalismo, ao longo do processo histórico, apresentou três estágios, que seriam o capitalismo comercial, industrial e financeiro.
O capitalismo comercial realizava-se na circulação de ercadorias. Entre os séculos XVI e XVIII, a divisão internacional do trabalho apresentava-se polarizada pelas potências comerciais européias, e a periferia preenchida pela Ásia, África e América, formando uma rede de fluxos mundial. O capitalismo industrial estruturava-se na produção de mercadorias. No sécul século XIX, a Inglaterra e a Europa Ocidental foram abarcadas pelo processo de industrialização e uma nova divisão internacional do trabalho foi gerada. O captalismo financeiro forma-se nos mercados de capitais.
No Século XX, a união entre o capital bancário e a indústria, articularmente após a 2a Guerra Mundial, levou ao surgimento de uma nova divisão internacional do trabalho. Arrighi defende o conceito de ciclos sistêmicos. Os quatro ciclos arrighianos são denominados a partir dos componentes centrais do sistema: Gênova, Holanda, Grã Bretanha e EUA. O ciclo genovês estende-se entre o Século XV e o início do Século XVII; o ciclo holandês, entre o fim do Século XVI e o Século XVIII; o ciclo britânico, entre o fim do Século XVIII e o início do Século XX; o ciclo americano, desde o final do Século XIX.
Neste trabalho, na visão arrighiana a análise nos leva ao enominado ciclo americano. O grande evento que possibilitou a consolidação do ciclo americano trata-se da Conferência de Bretton Woods. A transição do padrão ouro para o padrão dólar foi um evento relevante na formação efetiva da hegemonia dos EUA. O período de 1901-1950, de acordo com Hobsbawm, conhecido como “Era da Catástrofe” foi ajustado a partir da Conferência de Bretton Woods. Após a 2a Guerra Mundial, os EUA detinham 70% das resewas internacionais de ouro, o que legitimou as decisões tomadas em Bretton Woods.
A Conferência de Bretton Woods (1944) determinou que o dólar a partir de então se tornava a oeda-referência para as reservas financeiras dos países e nas trocas comerciais. A Conferência consolidou a hegemonia dos Estados Unidos, e esta se apr Estados Unidos, e esta se apresentava relacionada aos aspectos industrial, militar e financeiro. O periodo de 1949-1973 ficou conhecido como os “anos dourados” do capitalismo, um período de exceção da História do Capitalismo. O ciclo virtuoso dos anos dourados se estruturou a partir da sinergia entre os aumentos de produtividade, dos salários reais e da geração de empregos.
A associação de fatores técnico-produtivos (oligopolizaçáo dos ercados, ganhos de escala, investimentos frente à demanda, preços rígidos à baixa, rentabilidade e produtividade crescente nos setores líderes, vendas em ascensão) com fatores politicos (salários reais crescentes, definidos no âmbito das negociações coletivas entre capital e trabalho), fatores sociais (Estado transferindo renda para os excluídos do mercado de trabalho organizado e investido na área social) e institucionais (moeda- crédito internacional estável e abundante) gerou um ciclo virtuoso de crescimento durante mais de vinte anos, com maior intensidade ainda nos países que estavam fazendo o “cathing p”. De início, essa espantosa explosão da economia pareceu apenas uma versão gigantesca do que acontecia antes; por assim dizer, uma globalização da situação dos EUA pré-1945, tomando esse pais como um modelo de socialidade industrial capitalista. E de certa forma era mesmo.
A era do automóvel já havia se instalado na América do Norte, mas depois da guerra atingiu a Europa e mais tarde, mais modestamente, o mundo socialista e as classes médias latino-americanas, enquanto o combustível barato fazia do caminhão e do ônibus o gr classes médias latino-americanas, enquanto o combustível barato azia do caminhão e do ônibus o grande meio de transporte na maior parte do globo. Essa nova padronização no nível de acesso à automóveis, Hobsbawm (1995) afirma que “se pode medir o aumento da riqueza na sociedade ocidental pelo número de carros particulares — dos 750 mil da Itália em 1938 para os 15 milhões, no mesmo país, em 1975 —, podia-se reconhecer o desenvolvimento econômico de muitos países do Terceiro Mundo pelo aumento do número de caminhões”.
Muito desse grande boom mundial dos anos dourados foi assim um alcançar ou, no caso dos EUA, um continuar de velhas tendências. O modelo de produção em massa de Henry Ford espalhou-se para indústrias do outro lado dos oceanos, enquanto nos EUA o princípio fordista ampliava-se para novos tipos de produção, da construção de habitações à chamada junk food (o McDonald’s foi uma história de sucesso do pós- guerra)” (HOBSBAWN, 1995). Além dessa disseminação do modo de produção (típica dos anos dourados), os bens e serviços antes restritos a minorias eram agora produzidos para um mercado de massa, como no setor de viagens a praias ensolaradas.
Antes da guerra, segundo números de Hobsbawm (1995), “não mais de 150 il norte-americanos viajaram para a América Central ou o Caribe em um ano, mas entre 1950 e 1970 esse número cresceu de 300 mil para 7 milhões”. Os números para a Europa foram, sem surpresa, ainda mais espetaculares. O que nos leva a perceber por o que antes era um luxo, tomou-se na Era de Ouro o padrão do conforto desejado, pelo menos nos países ricos: a geladeira, a lavadora de roupas automática, o telef conforto desejado, pelo menos nos países ricos: a geladeira, a lavadora de roupas automática, o telefone. Em suma, era agora possível o cidadão médio desses países viver como só os muito icos tlnham vivido no tempo de seus pais a não ser, claro, pela mecanização que substituíra os criados pessoais.
A guerra, com suas demandas de alta tecnologia, preparou vários processos revolucionários para posterior uso civil, embora um pouco mais do lado britânico (depois assumido pêlos EUA) que entre os alemães com seu espírito científico: radar, motor ajato e várias idéias e técnicas que prepararam o terreno para a eletrônica e a tecnologia de informação do pós-guerra. Onde temos três destaques nesse surto tecnológico: prmeiro, ele transformou absolutamente a vida cotidiana no undo rico e mesmo, em menor medida, no mundo pobre. Segundo, quanto mais complexa a tecnologia envolvida, mais complexa a estrada que ia da descoberta ou invenção até a produção, e mais elaborado e dispendioso o processo de percorrê-la. A tão famosa “Pesquisa e Desenvolvimento” tornaram-se fundamentais para o crescimento econômico e, por esse motivo, reforçou-se a já enorme vantagem das “economias de mercado desenvolvidas” sobre as demais.
Além disso, o processo de inovação passou a ser tão continuo que os gastos com o desenvolvimento de novos produtos se tornaram uma parte cada vez maior e mais indispensável dos custos de rodução. No caso extremo das indústrias de armamentos, onde, reconhecidamente, o dinheiro não era problema, mal novas máquinas entravam em uso e já eram trocadas por equipamentos ainda mais avançados (e, claro, imensamente mais já eram trocadas por equipamentos ainda mais avançados (e, claro, imensamente mais caros), com considerável lucro das empresas envolvidas. Terceiro, as novas tecnologias eram, esmagadoramente, de capital intensivo. A grande característica da Era de Ouro era precisar cada vez mais de maciços investimentos e cada vez menos gente (como exigia uma produção fordista), a não ser como consumidores.
Entretanto, o ímpeto e rapidez do surto econômico eram tais que, durante uma geração, isso não foi óbvio. Pelo contrário, a economia cresceu tão depressa que mesmo nos países industrializados a classe operária industrial manteve ou mesmo aumentou seu número de empregados. O exército de reserva ou como utiliza Hobsbawn (1995) “os reservatórios de mão-de-obra preenchidos durante a depressão pré-guerra e a desmobilização do pós-guerra se esvaziaram, novos contingentes de mão-de- obra foram atraídos da zona rural e da imigração estrangeira, e mulheres casadas. ” Revelando o novo padrão do mercado de rabalho, como a extrema desqualificação da mão-de-obra..
Mas pesar disso, o ideal a que aspirava a Era de Ouro, embora só se realizasse aos poucos, era a produção, ou mesmo o serviço, porém sem seres humanos. Os seres humanos só eram essenciais para tal economia num aspecto: como compradores de bens e serviços. Que por nota, já se vê indícios de defasagem nessa novo nível do modo de vida. Naturalmente, outros países tentaram sistematicamente imitar os EUA, um processo que acelerou o desenvolvimento econômico, uma vez que sempre é mais fácil adaptar-se a uma tecnologia existente do que inventar uma nova. Isso poderia vir depois, como demonstr adaptar-se a uma tecnologia existente do que inventar uma nova.
Isso poderia vir depois, como demonstraria o exemplo japonês. Contudo, havia mais no Grande Salto do que apenas isso. Havia uma substanclal reestruturação e reforma do capitalismo e um avanço bastante espetacular na globalização e internacionalização da economia. A Era de Ouro continuou ancorada nas economias dos países- núcleo do capitalismo. Segundo Hobsbawn ( 1995), “em 1957, só os Sete Grandes do capitalismo (Canadá, EUA, Japão, França, Alemanha Federal, Itália Grã-Bretanha) possuíam três quartos de odos os carros de passageiros do globo, e uma proporção quase igualmente alta de seus telefones. Apesar disso, a nova revolução industrial não estava restrita a nenhuma região”.
A reestruturação do capitalismo e o avanço na internacionalização da economia foram fundamentais. Não é tão seguro que a revolução tecnológica explique a Era de Ouro, embora fosse expressiva. O impacto da tecnologia gerada pela alta pesquisa na indústria civil provavelmente só se tomou substancial nas Décadas de Crise, depois de 1973, quando se deu a grande inovação na tecnologia de informação e na engenharia genética, além de ários outros saltos no desconhecido. Por diversos motivos, os políticos, autoridades e mesmo muitos dos homens de negócios do Ocidente do pós-guerra se achavam convencidos de que um retorno ao laissez-faire e ao livre mercado original estava fora de questão.
Alguns objetivos políticos (pleno emprego, contenção do consumo, modernização de economias atrasadas) tinham absoluta prioridade e justificavam a presença mais forte do governo. Como afirma Hobsbawm (1 absoluta prioridade e justificavam a presença mais forte do governo. Como afirma Hobsbawm (1995) “A Era de Ouro do capitalismo teria sido impossível sem esse consenso de que economia de empresa privada (“livre empresa”era o nome preferido) precisava ser salva de si mesma para sobreviver”. Porém, apesar desse consenso, começou a surgir sobretudo a partir dos anos 60, uma economia gradativamente transacional, ou seja, um sistema de atividades econômicas para as quais os territórios e fronteiras de Estados não constituem o esquema operatório básico, mas apenas fatores complicadores. Três aspectos dessa transnacionalização foram particularmente óbvios: as empresas transnacionais (muitas vezes conhecidas como”multinacionais”), a nova divisão internacional do trabalho e aumento de financiamento offshore (externo). Este último foi não só uma das que demonstraram mais vividamente a maneira como a economia capitalista escapava do controle nacional, ou de qualquer outro. ” (HOBSBAWM, 1995) Os depósitos em bancos não americanos tornaram-se um instrumento financeiro negociável. Esses dólares em livre flutuação, acumulando-se em grandes quantidades graças aos crescentes investimentos americanos no exterior e nos enormes gastos polítlcos e militares do governo dos EUA, se tornaram a fundação de um mercado global, sobre tudo empréstimos a curto prazo, que escapava a qualquer controle.
Os EUA foram o primeiro país a se ver à mercê dessas vastas e multiplicantes enxurradas de capital solto que varriam globo de moeda em moeda, em busca de lucros rápidos. Todos os governos acabaram sendo vitimas disso, pois perderam o controle das t rápidos. Todos os governos acabaram sendo vítimas disso, pois perderam o controle das taxas de câmbio e do volume de dinheiro em circulação no mundo. E, que como ainda afirma Hobsbawm (1995), em pnnc(pios dos anos 90, até mesmo a ação conjunta de grandes bancos centrais revelou-se impotente. A partir disso, uma nova divisão internacional do trabalho omeçou a formar-se sobre a antiga. A empresa alema Volkswagem instalou fábricas na Argentina, Brasil, Canadá, Equador, Egito, México, Nigéria, peru, África do Sul e Iugoslávia.
Então, após meados dos anos 60, novas industrias do Terceiro Mundo abasteciam não apenas os crescentes mercados locais, mas também o mercado mundial. Podiam fazer isso tanto exportando artigos inteiramente produzldos pela indústria local (como os têxteis, a maioria dos quais em 1970 tinha emigrado dos velhos países para os “em desenvolvimento”), quanto tornando-se parte de um processo transacional de manufatura. Típico da acumulação flexível, que segundo Antunes (1997) envolve rápidas mudanças dos padrões do desenvolvimento desiguala, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego no chamado “setor de serviços”, bem como conjunto industrias completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas.
Tudo isso produziu uma mudança paradoxal na estrutura politica da economia mundial. À medida que o globo se tornava sua unidade real, as economias nacionais dos grandes Estados “foram dando lugar a tais cetros de offshore, a maioria situada os pequenos ou minúsculos míni-Estados que se haviam convenientemente multiplicado quando os velhos impérios col PAGFgDF minúsculos mini-estados que se haviam convenientemente multiplicado quando os velhos impérios coloniais se despedaçaram. ” (HOBSBAWM, 1995). Inconvenientes, esses velhos impérios coloniais, porque a única independência conseguida por separação era o rompimento do Estado-nação a que tais territórios se achavam antes ligados.
Economicamente, a separação iria quase com certeza torná-los mais dependentes das entidades transnacionais que gradativamente determinam essas questões. No final dos anos 60, as medidas de gretton Woods perdiam valor gradativamente. A expansão da liquidez internacional estaria limitada pela perda de confiança dos agentes econômicos na conversibllidade do dólar em ouro, dada a crescente desproporção entre as reservas em dólar dos países e os estoques americanos em ouro. As duas décadas após Bretton Woods foram marcadas pelo destacado desenvolvimento industrial e a formação de uma sociedade de consumo em massa nos países europeus e no Japão.
Em agosto de 1971, o presidente dos EUA Richard Nixon finaliza a conversibilidade do dólar em ouro. Assim sendo, o dólar desaparece do cenário econômico como agente do sistema monetáno internaclonal. E esta medida de Nixon demonstrou o poder do dólar, pois este se manteve como moeda-referência internacional. Mas a concorrência com a produção japonesa e alemã apresentou entraves na economia dos EUA, pois o déficit da balança comercial dos EUA revelaria um desgaste da economia americana e também um impulsionador da perda de credibilidade da moeda americana como referência de valor das reservas de diversos países. Assim, o desmantelamento do modelo fordista mina a con PAGF