Avaliação das condiçoes de trabalho

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CONDIÇOES DE TRABALHO NAS MARCENARIAS E CARPINTARIAS NO MUNICIPIO DE SETE LAGOAS Existe uma multiplicidade de micro e pequenas empresas, em geral marcenarias,cuja matéria-prima básica é a madeira compensada conjugada com madeiras nativas. Seus equipamentos e suas instalações são quase sempre deficientes e ultrapassadas, o que gera muitas imprecisões nas medidas, e o trabalho ainda é bastante artesanal. Seu produto final destina-se predominantemente ao mercado doméstico A fabricação de móveis é caracterizada pela produção sob encomenda.

A produção é praticamente artesanal, com auxilio de algumas máquinas u e facilitar o processo doméstico no própri As máquinas utilizad -se ao consumo • • dades da região. page ades dentro das marcenarias estão descritas a seguir: – Serra circular: utilizada para serrar madeira, composta de uma lâmina circular dentada; – Desempenadeira: utilizada para desempenar madeira, dotada de um eixo contendo navalhas; – Serra de fita: máquina destinada a recortes externos, retos e curvos, composta de uma lâmina estreita, flexiVel, dentada e sem fim; – Tupia: utilizada para fazer rebaixos, molduras, anhuras, perfis, canais, entre outros.

As ferramentas de corte utilizadas na tupia são as facas, os discos dentados e as lâminas circulares dentadas; – Desengrossadeira: utilizada para dimensionar a espessura e a largura de pe -lal Studia peças de madeira, composta por um eixo contendo navalhas; – Lixadeira de fita: utilizada para acabamento de superffcies; e – Furadeira: utilizada para fazer furos e cavas, em peças de madeira, e encaixes de espigas ou cavilhas. Amostragem O trabalho foi realizado em 42 marcenarias, no municio de Sete Lagoas Caracterização do Ambiente de Trabalho

A caracterização do ambiente de trabalho foi realizada por intermédio de questionamentos realizados durante a inspeção e por meio de observações no local. As observações, em relação ao ambiente de trabalho, foram feitas com o objetivo de avaliar a higiene do local de trabalho e a presença de riscos à segurança e à saúde do trabalhador. Caracterização das Empresas As marcenarias envolvidas neste trabalho são microempresas, possuindo até 15 empregados.

As atividades das marcenarias estudadas resumem-se na fabricação de caibros,ripas, móveis e esquadrias e na reforma de móveis usados. As empresas possuíam, em média, 2,6 marceneiros e 1 ajudante de marceneiro. Em 76,5% das marcenarias, além dos funcionários, os próprios donos exerciam a atividade de marceneiro, e destas 41 ,2% utilizavam também a mão-de-obra familiar, esposa e filhos, nos serviços de marcenaria e escritório. Entre as marcenarias estudadas, apenas 41 ,2% possuíam funcionários exclusivos para serviços de escritório, devendo ser res as demais este trabalho 2 pelos filhos.

Para os serviços de limpeza,apenas 1 1 possuíam funcionários exclusivos; já nas demais marcenarias a limpeza ra realizada pelos próprios marceneiros e, ou, ajudantes de marceneiro. . Saúde Os principais problemas referentes à saúde, relatados pelos trabalhadores, foram os relacionados à alergia, em que 54,8% dos entrevistados reclamaram de alergia ao pó da madeira liberado durante o desdobro, causando irritação na pele e nos olhos, sendo as Uma fração dos marceneiros mencionou possuir alergia aos produtos químicos utilizados, como a cola para fórmica (9,52%) e o solvente thinner (7,1%), que provocavam dores de cabeça.

Outro problema relatado foi a dificuldade respiratória,geralmente urante a noite, que afeta 21,4% dos trabalhadores, que julgavam ser devido à inalação de poeira durante a jornada de trabalho. uma minoria (7,14%) afirmou possuir dores esporádicas na coluna e na articulação entre o ombro e o braço, provocadas, neste caso, pelo aparafusamento de dobradiças, geralmente das portas de guarda-roupas e armários em geral e pelo levantamento de peso. Pausas no Trabalho Os marceneiros não possuíam horário de pausas programadas.

Treinamento Nenhum marceneiro recebeu treinamento externo para exercer a atividade, uma vez que todos aprenderam a profissão dentro a própria marcenaria, iniciando o trabalho como ajudantes de A grande maioria das marcenarias (94,1 nunca ofereceu cursos sobre segurança no trabalho aos seus funcionários, por estes terem altos custos ou por 3 segurança no trabalho aos seus funcionários, por estes terem altos custos ou por não terem conhecimento de órgãos que ministrem cursos a respeito deste assunto. Todavia, demonstraram interesse em oferecê-los, caso os cursos fossem gratuitos.

Quanto ao interesse por parte dos marceneiros em relação aos cursos de reciclagem,66,7% afirmaram ter interesse em realizar ursos sobre segurança e higiene no trabalho, e 33,3% não demonstraram Interesse na realização de cursos e reciclagens. Higiene e Segurança no Trabalho A Portaria 3. 214, do Ministério do Trabalho, através da Norma Regulamentadora – NR 24 dos Manuais de SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO prescreve que as instalações sanitárias devem ser submetidas ao processo permanente de higienização, para que sejam mantidas limpas e desprovidas de quaisquer odores durante toda a jornada de trabalho.

No entanto, os sanitários eram mantidos limpos em apenas 23,5% das marcenarias avaliadas. Nas 76,5% restantes, os banheiros não eram limpos periodicamente, exalando odores desagradáveis e estando em péssimas condições de uso. Todos os sanitários possuíam lavatórios, porém não eram fornecidas toalhas para a secagem das mãos. Ainda assim, 73,8% dos funcionários consideraram as condições sanitárias adequadas, constatando a falta de noções sobre higiene por parte dos trabalhadores dessa área. Em relação ao fornecimento de água, todas as marcenarias avaliadas forneciam água filtrada aos funcionários.

Os resíduos da marcenaria, em sua grande maioria composta ela serragem da madeira, eram a 4 resíduos da marcenaria, em sua grande maioria composta pela serragem da madeira, eram acondicionados por 82,3% das marcenarias dentro dos próprios galpões de trabalho, trazendo sérios riscos de incêndios, principalmente quando se considera o fato de 40,4% dos marceneiros fazerem uso do fumo, inclusive durante o trabalho, colocando em risco a segurança dos trabalhadores e da própria vizinhança das marcenarias.

No que se refere à segurança no trabalho, apenas 5,8% das empresas não possu(am equipamentos de proteção individual, or não acharem necessário, e 94,2% possuíam um equipamento de proteção individual para cada funcionário. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) eram utilizados durante toda a jornada de trabalho por apenas 1 1 dos marceneiros; 30,9% utilizavam o protetor auricular e a máscara apenas quando estavam trabalhando em uma máquina; 54,8% utilizavam os equipamentos de proteção apenas quando se lembravam, e não consideravam necessário o seu uso; e 2,4% não utilizavam nenhum equipamento de segurança.

O protetor auricular foi considerado pela maioria dos marceneiros 92,8%) como o maior causador de incômodos, por apertar e esquentar a parte externa em torno do ouvido. Os mesmos marceneiros consideraram a máscara como o segundo EPI a causar mais incômodo, por atrapalhar na respiração. Para 7,2% dos marceneiros, o uso dos equipamentos de proteção individual não causava incômodo As partes do corpo geralmente atingidas durante um acidente dentro de uma marcenaria são as mãos e os dedos.

Entre os entrevistados, 78,6% j S acidente dentro de uma marcenaria são as mãos e os dedos. Entre os entrevistados, 78,6% já se acidentaram com cortes as mãos e nos dedos, dos quais apenas 9,0% tiveram cortes mais profundos, com afastamento médio de sete dias, e 7,1% relataram ter presenciado acidentes que provocaram mutilações de dedos e mãos de companheiros que foram afastados por incapacidade de voltar a trabalhar. A queda de móveis ou tábuas nos pés foi responsável por lesões, nesta parte do corpo, em 4,8% dos trabalhadores.

As atividades responsáveis pelos acidentes que envolvem cortes são as exercidas na desempenadeira, na tupia e na serra circular. Todos os acidentados afirmaram que a causa dos acidentes foi or descuido. A tupia foi considerada a máquina mais perigosa por 73,8% dos marceneiros, e 11,9% consideraram todas as máquinas perigosas. A maioria dos marceneiros entrevistados (97,6%) não considerou o trabalho de marceneiro perigoso, embora já tenha se acidentado durante o trabalho.

CONCLUSÕES Constatou-se, por intermédio dos resultados encontrados, que o trabalho na maioria das marcenarias do municipio de Sete Lagoas – MG é realizado sob condições adversas à segurança e à saúde dos trabalhadores. A falta de treinamento e, principalmente, de conscientização dos arceneiros e proprietários a respeito de segurança e saúde é o primeiro problema a ser sanado, para que se possa conciliar produtividade e bem-estar no trabalho, beneficiando as principais partes interessadas, ou seja empregado e empregador. As principais conclusões específicas foram: interessadas, ou seja empregado e empregador. ) a profissão de marceneiro, apesar de cansativa e de oferecer riscos à saúde e à segurança do trabalhador, foi considerada satisfatória pela maioria (80,9%); b) o trabalho causa aos marceneiros dores nas pernas (21 os braços (14,2%), braços e nas pernas (11,9%), nos pés (9,5%) e na coluna (21 por ser realizado na posição em pé durante a jornada de trabalho; c) os marceneiros necessitam de cursos de treinamento relacionados à área de segurança e higiene no trabalho; d) os proprietários das marcenarias necessitam ser conscientizados sobre a importância e os benefícios da segurança e higiene no trabalho para os seus funcionários; e) A Incidência de acidentes relatados, com afastamento médio de sete dias, foi baixa (9,0%); as mãos foram as partes mais fetadas por cortes leves (78,6%), não tendo sido relatado nenhum tipo de acidente grave que tivesse causado incapacidade permanente de trabalho. Durante as inspeçóes foram diagnosticados os riscos existentes ,comportamentos Inadequados dos trabalhadores. Foi solicitado ás empresas que fizessem as correções necessarias e os trabalhadores foram orientados quanto a necessidade e a importância do uso dos EPIS . Após esta avaliação foi oferecido aos empresários e empregados do setor madeireiro uma capacitação sobre “segurança e saúde no trabalho nas madeireiras,marcenarias, e carpintarias”

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