Behaviorismo

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Teoria Behaviorista-estrutural MYLES, 2004) ou empirista (DILLER, 1969) teve como sustentáculo a psicologia behaviorista e a lingüística estrutural. Não existe um proponente específico e nem uma formulação teórica de aquisição, propriamente dita, mas princípios linguisticos e psicológicos que tentam explicar a aprendizagem e fornecer orientações sobre seu ensino. Tanto é assim que a maioria dos livros sobre aquisiçao (ELLIS, 1985; LARSEN-FREEMAN E LONG, 1991/ MCLAUGHLIN, 1987, dentre outros, apesar de não ignorar essa visão, não dedica um capítulo sobre uma teoria de aquisição behaviorista.

A visão behaviorista da aprendizagem de línguas, segundo após a segunda guer teorias de aprendiza Watson (1924) e Skin estruturalista repres 0 p por duas décadas Inspiração as psicólogos como s, ea lingüística or Bloomfield (1933). Na primeira parte deste capítulo, apresento uma breve descrição da psicologia behaviorista com as contribuições de Watson (1924) e Skinner (1957). Na segunda, apresento os princípios linguísticos que serviram de pilar para esta teoria, com ênfase na contribuição de Robert Lado (1964). 1.

A psicologia behaviorista teoria behaviorista-estrutural, ambém subjetivismo. Segundo Graham (2007), o behaviorismo é uma doutrina que entende a psicologia como ciência do comportamento e não da mente. Nessa perspectiva, o comportamento é explicado sem referência a eventos mentais, pois estes podem ser traduzidos em conceitos comportamentais. Graham esclarece que essa teoria tem suas raízes no associacionismo clássico dos empiricistas britânicos John Locke e David Hume que viam o comportamento inteligente como produto da aprendizagem associativa.

Humanos e animais aprenderiam ao fazer associações entre experiências e estímulos de um lado om idélas e pensamentos de outro. Watson (1924) e Skinner (1957) tiveram forte influência sobre as teorias de aprendizagem em geral e, especialmente, sobre a visão de aquisição de línguas maternas e estrangeiras. 1. 1 . John B. Watson Watson (1930) se intitula o fundador do behaviorismo. Sob a influência do positivismo, rejeita a consciência e o subjetivismo e considera que a matéria de interesse da psicologia é o comportamento humano, defendendo, conseqüentemente, a pesquisa experimental.

Watson considera ilógica qualquer tipo de introspecção e propõe, por analogia com a medicina, a uímica e a física, a abolição do vocabulário científico de termos tais como “sensação, percepção, imagem, desejo, propósito, e até pensamento e emoção conquanto definidos de forma subjetiva” (p. 6). O behaviorismo, na concepção de Watson, se limita a formular leis sobre os fenômenos observáveis – os comportamentos. Diz Watson (1930, p. 6): Nós podemos observar o comportamento – o que o organismo diz ou faz.

E vamos deixar claro de uma vez que falar é fazer – isto é, 20 comportamento – o que o organismo diz ou faz. E vamos deixar claro de uma vez que falar é fazer isto é, comportamento. Falar abertamente ou para nós mesmos (pensar) é um tipo de comportamento tao objetivo como o baseball. Os comportamentos são explicados em termos de estímulos e respostas. O estímulo é definido por ele como “qualquer objeto no ambiente geral ou qualquer mudanças no organismo devido a condições fisiológicas” (p. ), como a fome, por exemplo. A resposta é “qualquer coisa que o individuo faz” (p. 6). Watson (1930, p. 225) define língua, apesar de reconhecer suas complexidades, como um tipo simples de comportamento, um hábito manipulável, e considera a sua aprendizagem como ma questão de condicionamento: “depois que as respostas verbais condicionadas estão parcialmente estabelecidas, hábitos frasais e períodos começam a se formar” (p. 228).

Ele explica que a formação de hábitos é condicionada por reflexos de várias ordens: A palavra mãe é acionada (1 ) pela visão da mãe, (2) pela sua fotografia, (3) pelo som de sua voz, (4) pelo som de seus passos, (5) pela visão da palavra impressa, (6) pela visão da palavra escrita, (7) pela visão da palavra impressa francesa mere (8) pela visão da palavra escrita francesa mere (8)e por vários outros estímulos tais como os stímulos visuais de seu chapéu, suas roupas, seu sapato. (p. 32) Watson explica que alguns hábitos são formados em determinados períodos da vida e que adultos aprendendo uma língua estrangeira terão sotaque porque a laringe sofre uma mudança estrutural na adolescência. Watson reconhece que uma das principais criticas ao behaviorismo é o fato adolescência. Watson reconhece que uma das principais críticas ao behaviorismo é o fato da teoria não dar conta do significado, mas reage dizendo que a teoria behaviorista deve ser julgada dentro de suas próprias premissas e que ela não ontém proposições sobre o significado.

Para ele, o significado é objeto de estudo da filosofia e da psicologia introspectiva. (WATSON, 1930, p. 225) O principal pressuposto da teoria é que a aprendizagem em geral é sinônimo de formação de hábitos e seus princípios são: (1) a aprendizagem acontece através da repetição a estímulos, (2) os reforços positivos e negativos têm influência fundamental para a formação dos hábitos desejados, (3) a aprendizagem ocorre melhor se as atividades forem graduadas. 1. 2.

Burrhus Frederic Skinner O nome mais lembrado, quando se ala de ensino de línguas e behaviorismo, é o de Skinner e seu famoso e controvertido livro Verbal Behavior (Comportamento Verbal), publicado em 19571. Skinner (1992) define comportamento verbal como “um comportamento reforçado pela mediação de outra pessoa” (p. 14). Sua tese central diz que “[E]m todo comportamento verbal há três eventos importantes a serem considerados: um estimulo, uma resposta e um reforço” (p. 81). Assim, uma criança adquire comportamento verbal quando suas vocalizações começam a ser reforçadas ao produzirem consequências em uma dada comunidade verbal.

Skinner identifica 6 tipos de comportamento verbal: mand02 (ordens, regras de polidez), eco (repetições); textual (como a leitura, a transcrição ou cópia, o ditado); intra-verbal (ex. respostas em cadeia como, por exemplo, recitar o alfabeto; Neste trabal 4 20 intra-verbal (ex. respostas em cadeia como, por exemplo, recitar o alfabeto; Neste trabalho, estou usando a edição em inglês de 1992, com duas introduções, a primeira onde Jack Michael apresenta uma síntese do conteudo e a segunda onde E. A. Morgan faz uma análise crítica da obra. A tradução do texto em inglês cunhou a alavra mand para evocar demanda, comando, mando, etc. associações de palavras, tradução; tato (contato) e relação com a audiência3 (o ouvinte como condição necessária para que o comportamento ocorra). A primeira categoria, mando, especifica o comportamento do ouvinte (ex. Olhe! , Corra! , Pare! )- Kelly (1969, p. 305) dá como exemplo, também, as formas de polidez, como os agradecimentos após uma ação de gentileza, como abrir a porta para alguém. Dizer ‘obrigado’ é mandatório.

O comportamento ecóico é muito usado com crianças e em sala de aula (repeat fter me) ou quando o professor repete o que o aprendiz fala, reforçando seu comportamento. Skinner define tato como “um operador verbal no qual a resposta a uma dada forma é evocada (ou pelo menos fortalecida) por um objeto ou evento particular, ou por uma propriedade de um objeto ou evento” (p. 81-2). Tato é usado para evocar “fazer contato com” o mundo físico – “referir- se a, mencionar, anunciar, falar sobre, nomear, denotar, ou descrever seu estímulo” (p. 82).

No ensino de línguas, Kelly (1969, p. 304-5) dá como exemplo a reação lingüística ao estímulo não verbal que uma gravura (ex. esenho de uma casa), por exemplo, pode provocar (ex. That is a house. TC’est une Maison. THe whare tera’). A aprendizagem para Skinner é fruto de condicionamento house. TC’est une Malson. THe whare tera’). A aprendizagem para Skinner é fruto de condicionament04 operante, ou seja, um comportamento é premiado, reforçado, até que ele seja condicionado de tal forma que ao se retirar o reforços o comportamento continue a acontecer.

Como lembra Block (2003, p. 1 3), “o condicionamento exclui qualquer consideração sobre pensamentos, sentimentos, intenções, em geral, nos processos entais ligeiros, e se preocupa, exclusivamente, com causas comportamentos externas à mente e passíveis de observação”. 3 Apesar de Skinner incluir a audiência dentre as categorias de comportamento verbal, considero inadequado tratá-la como tal, pois, na realidade a audiência funciona como estímulo, ou como o próprio Skinner afirma “uma condição para o reforço de um grande grupo de respostas” (p. 73). 4 “O primeiro tipo de condicionamento, denominado Condicionamento Clássico, foi desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov. Pavlov fez uma experiência envolvendo um cão, uma campainha e um pedaço de carne. O fisiologista percebeu que quando o cão via o pedaço de carne, ele salivava, o que foi chamado de reflexo não-condicionado. Pavlov também começou a tocar a campainha (estímulo neutro) quando la mostrar o pedaço de carne. Rapidamente o cão passou a associar a carne com a campainha, salivando também toda vez que ela era tocada.

Essa reação a um estímulo neutro foi chamada de reflexo condicionado. O condicionamento operante foi desenvolvido pelo psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner, no qual estabelece que todo comportamento é influenciado por seus resultados, havendo u 6 OF20 stabelece que todo comportamento é influenciado por seus resultados, havendo um estímulo reforçador, podendo ser positivo quando fortalece o tipo de comportamento (recompensa), ou negativo quando tende a inibir certo comportamento (punição)” (Dantas, s/d). 5 Reforço é um estímulo que fortalece ou enfraquece determinado comportamento.

Na perspectiva behaviorista, a aprendizagem é um comportamento observável, adquirido de forma mecânica e automática através de estímulos e respostas. Os mecanismos centrais da formação de hábitos são o condicionamento e o reforço, definido por Politzer (1968, p. 14) omo “a satisfação que o individuo recebe como resultado de sua performance”. Outro conceito importante do behaviorismo é o conceito de transferência, ou seja, ao se aprender algo novo, estamos sujeitos a processos psicológicos de transferências positivas e negativas de aprendizagens anteriores. A primeira facilita a nova aprendizagem.

Assim estruturas semelhantes na primeira língua (ex. regras de formação do plural com “S” no português) facilitam a aprendizagem de estrutura semelhante na outra lingua (ex. plural com adição de “S” em inglês). A segunda causa problemas na aprendizagem, ou seja, causa interferência ex. a adição de “S” para a formação de plural em palavras cujo plural é formado com “ES”, como em potato/potatoes). Segundo Gass e Selinker (1994, p. 59), à língua materna atribula-se a principal causa por fracassos na aprendizagem, pois os hábitos já estabelecidos na língua nativa interferiam na criação de novos hábitos na segunda língua.

Eé nesse contexto que emergem os estudos em lingü(stica contras segunda língua. E é nesse contexto que emergem os estudos em lingü(stica contrastiva que tinha como objetivo descrever e comparar línguas para que fosse possível prever as dificuldades ue os aprendizes enfrentariam ao aprender determinado idioma. 2. O Estruturalismo Bloomfield é o grande inspirador da nova concepção de língua. Em seu livro Language (1 933), Bloomfield afirma que escrita não é língua, mas meramente uma forma de registrar a língua por meio de marcas visíveis” (p. 1) e acrescenta que as línguas sem registro escrito são tão ricas quanto às das culturas letradas. Os linguistas estruturalistas americanos revolucionaram o ensino de línguas e alguns princípios se tornaram a bandeira do movimento que colocava a ênfase no ensino da língua falada em contraponto o ensino da tradução. Diller (1971, p. 9) e Rivers (1975, p. 35) citam Moulton (1961 ) como o responsável por resumir um conjunto de 5 slogans a serem seguidos nessa visão do ensino de Ifnguas: A Ifngua é fala e não escrita.

A língua é um conjunto de hábitos. Ensine a língua e não sobre a língua. A língua é o que os falantes nativos falam e não o que alguém pensa que eles devem falar. As línguas são diferentes. Diller (1971, p. g) explica que conjuntos semelhantes a esse são postulados por outros autores e cita “Jerspersen (1904), com alguma reserva; Palmer (1917 e 1921); Bloomfield (1942); Haas 1943 e 1945); O’Connor e Twaddell (1 960); Anthony (1963); Bolinger et ali (1963); Lado (1964); Rivers (1964); Broks (1964) e H.

B. Allen (1965)”. Dentre os autores listados, escolho Lado (1964) para apresentar a contribuição da lingüística. 2. 1 . Robert La autores listados, escolho Lado (1964) para apresentar a contribuição da linguística. 2. 1. Robert cado Em 1964, Robert Lado publicou um livro intitulado Language teaching; a scientific approach onde propõe apresentar os avanços da lingü[stica sobre o ensino e aprendizagem de línguas e novas técnicas de ensino relacionadas à “teoria de aprendizagem e língua”.

Na introdução do livro, Lado critica o método de Gramática e Tradução por ter erroneamente equacionado as aulas de tradução com outras habilidades – compreensão, fala, leitura e escrita – que ele entende serem habilidades diferentes, pois demandam o uso da língua. Em seguida, critica também o Método Direto por ter assumido que aprender uma língua estrangeira é idêntico a aprender a língua materna. Ele entende que a psicologia da aprendizagem de uma segunda lingua é diferente da primeira e passa, então, a discorrer sobre a visão cientifica do ensino e aprendizagem de línguas.

Lado (1964, p. 7) afirma que [A] aprendizagem de língua é complexa. Ela oscila entre a simples aquisição de habilidades automáticas a uma compreensão de conceitos abstratos e significados estéticos, todos ocorrendo no mesmo período. E esta aprendizagem pode ser alcançada em um grau de facilidade inacreditável, envolvendo centenas de mudanças articulatórias, gramaticais e lexicais por minuto. No capítulo 2, Language and Linguistics, Lado apresenta uma visão da língua baseada nos estudos lingüísticos.

A seguir, apresento de forma sintética, suas principais asserções: A estrutura da língua tem duas subestruturas paralelas — expressão e conteúdo – e uma rede de associações entre as duas. Cad duas subestruturas paralelas – expressão e conteúdo – e uma rede de associações entre as duas. Cada língua tem um número limitado de estruturas padrão. O fonema é o menor segmento sonoro e pode transformar uma palavra em outra. Cada língua tem seu proprio sistema, estruturas, entonações, acentos, consoantes e vogais.

Existem variações nas línguas faladas por grandes populações. A lingüística contrastiva é de interesse especial do professor de língua, pois compara as estruturas das uas línguas e determina suas diferenças. Essas diferenças são a fonte das dificuldades na aprendizagem de uma segunda língua. No capítulo 3, Lado discorre sobre língua e cultura e ressalta que: A língua faz parte da cultura de um povo. Diferenças de significados culturais dentre as línguas apresentam problemas para a aprendizagem.

A cultura alvo não é aprendida como se aprende a nativa, pois o aprendiz está sujeito às influências de sua própria cultura. É, ainda, nesse cap[tulo que o autor define o objetivo de se aprender uma língua: Nós defendemos o objetivo de se aprender uma língua strangeira como a habilidade de usá-la, compreender seus significados e conotação em termos da lingua e da cultura alvo, e a habilidade de compreender a fala e a escrita dos nativos da cultura alvo tanto em termos de seus significados como também de suas grandes idéias e realizações.

Essa definição exclui a necessidade de aprender a agir como um nativo, mas inclui a de entender o que o nativo quis dizer quando ele diz e age de uma forma específica. Isso inclui a necessidade de conhecer que interpretação o nativo dará quando lhe é dito que alguém agiu de 0 DF 20

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