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A Bblia, como qualquer outro livro da antiguidade, contem algumas passagens que são de difícil interpretação. E mesmo com tanto progresso exegético e hermenêutico, ainda assim, em alguns casos específicos, a busca pelo real significado do texto é uma tarefa árdua. Todavia, a complexidade da tarefa não nos impede de tentarmos transpor estes abismos, seja ele cultural, histórico, religioso, teológico, filosófico ou linguístico, uma vez que a teologia exegética tem desenvolvido, em contato com outros ramos do saber, algumas ferramentas fundamentais, que certamente nos ajudará a transpor os abismos.

Dos muitos textos bíblicos que tiram o sono dos teólogos, existe um que simboliza to Assim está registrad Porque melhor é sof Deus assim o quer, d él pedro. 3. 17-20. 8 p a vontade de rque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram través da água.

Destes três versículos, há um que chama atenção de qualquer leitor atencioso. No verso 19, o autor, está afirmando categoricament Sv. ‘ipe to View next page categoricamente que Jesus pregou aos espíritos em prisão. Mas que raio de espíritos são esses? Quando e onde exatamente Jesus pregou a estes espíritos? Porventura, são estes espíritos, espíritos dos mortos santos? Ou pecadores? Ou são espíritos malignos? Como vemos, multas questões vem à tona, porque o texto não é claro em respondê-las. Mas este texto suscita uma outra outra ergunta, que pode ser considerada como a “pergunta que não quer calar”.

Jesus desceu ao inferno para pregar aos espíritos? Obviamente, esta pergunta ainda tem destroncamentos. Existem outros textos bíblicos que apóiam esta interpretação? Qual a razão de Jesus ter ido pregar aos espíritos no inferno? Este é o tipo de texto em que devemos tomar muito cuidado, justamente por causa da sua falta de clareza. uma das regras da hermenêutica biblica, desenvolvida por Agostinho (354-430 d. C. ), serve muito bem de alerta contra a tentação de apoiar uma doutrina em um versículo enigmático.

A nona regra de Agostinho, conforme resumo de Ramm, preza que “se um significado de um texto é obscuro, nada na passagem pode constituir-se matéria de fé ortodoxa” [1]. Esta regra é tao bem fundamentada que nunca foi descartada e ainda esta em voga. Norman Geisler, renomado teólogo da atualidade, afirma que é um grande erro “basear um ensino numa passagem obscura”[2]. A primeira proposta que deve ser descarta como herética, é a idéia equivocada de que Jesus foi ao inferno para dar uma segunda oportunidade aos 20F equivocada de que Jesus foi ao inferno para dar uma segunda portunidade aos incrédulos que morreram em iniqüidade.

Mas alguém crê nisso realmente? Sim. Este é o caso dos universalistas[3], mas principalmente dos mórmons, que acreditam baseado neste versiculo que as pessoas têm uma segunda chance de serem salvas após a morte, afinal, um Deus realmente amoroso deve ser capaz de oferecer uma outra oportunidade as pessoas no sentido delas poderem mudar de decisão. Primeiramente, esta idéia pressupõe que Deus não deu oportunidades as pessoas antes de elas morrerem, ou que simplesmente não houve tempo suficiente para o indivíduo omar uma decisão, e isto se trata evidentemente, de uma especulação sem nenhum fundamento.

Em segundo, a biblia não dá suporte a esta idéia. O texto de II Pe 3. 9 declara que Deus esta aguardando, mediante sua longamnidade, o arrependimento dos homens, e isto quer dizer que ninguém pode alegar falta de tempo. Um outro testemunho bíblico bastante incisivo, que refuta esta idéia de que nao houve oportunidades antes da morte, foi elaborado pelo apóstolo Paulo em Rm. 1. 20, que diz que a verdade de Deus esta claramente revelada através da obra de sua criação, portanto todos são indesculpáveis.

E para aumentar ainda mais a responsabilidade do homem em relação às imutáveis leis de Deus, Paulo enfatiza, mas também amplia a idéia de Rm 1. 20 em Rm 2. 15, declarando que Deus colocou sua lei moral na consciência de todos os homens, tanto judeus, que tinham 30F Deus colocou sua lei moral na consciência de todos os homens, tanto judeus, que tinham a lei escrita, quanto gentios, que não a tinham. Segue-se ainda o fato da bíblia, sem qualquer chance de interpretação dúbia, declarar “que aos homens está destinado morrer uma só vez e depois vem o juízo” (Hb 9. 7, ver também Lc. 16. 26). J. P. Moreland, filósofo e teólogo cristão, reforça o testemunho biblico acrescentando um argumento filosófico bastante interessante. Ele diz que “se as pessoas vissem o trono do julgamento de Deus após a morte, isto seria tão coercitivo que não mais teriam a possibilidade da livre escolha e qualquer decisão que tomassem não seria uma livre escolha real e genuína, mas totalmente forçada, uma vez que estariam fazendo uma escolha prudente só para evitar o juízo[4]”.

Ainda no aspecto ético-filosófico, Wayne Grudem nos lembra que Pedro não diz que Jesus pregou aos espíritos em geral, mas só aos que “noutro empo foram desobedientes enquanto se prepara a arca[5]”. E se Cristo ofereceu uma segunda oportunidade de salvação, porque só a esses pecadores da época de Noé e não a todos[6]? [1] – Citado por Henry Virkler em Hermenêutica Avançada, p. 45. [2] – Norman Geisler enumera em seu livro Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e contradições da Bíblia, os principais erros de categoria cometidos pelos críticos da Bíblia.

Abordamos a número 6 que diz: basear um ensino em uma passagem obscura. Lista completa, p. 18-32. [3] – Sistema teológico e filosófico AGE 4 OF ensino em uma passagem obscura. Lista completa, p. 18-32. [3] – Sistema teológico e filosófico que afirma (baseado mais na intuição humano do que na doutrina bíblica), que todos os homens serão salvos. Na pior das hipóteses o inferno que existe é apenas um periodo passageiro, uma espécie de purgatório. Mais detalhes em Enciclopédia de apologética (Norman Geisler). p. 47-852 [4] – Citado no livro de Lee Strobel, Em defesa da fé, p. 256. [5] – Isto fala de um publico bastante limitado (l Pe. 3. 20) – rebeldes da época de Noé. Portanto qualquer teoria que se baseie em Ped. 3. 19 deve levar em alta consideração este ontexto maior, que declara de maneira muito clara que Jesus pregou aos “espíritos em prisão” que se rebelaram enquanto se preparava a arca. Perceba que o texto não indicou o que vem a ser estes “espíritos em prisão”. [6] – Conforme argumentação de Wayne Grudem em Teologia Sistemática, p. 492. Pe 3. 9 – Jesus desceu ao inferno? (Parte 2) / Daniel Grubba Segunda teoria: Libertar os santos piedosos do AT Para o teólogo escocês e judeu, Myer Pearlman, a passagem de I Pe 3. 19 testifica que Jesus desceu ao inferno em algum momento entre sua morte e ressurreição. Mas Jesus desceu ao inferno para azer o que exatamente? Em primeiro lugar, Pearlman credita esta passagem como um cumprimento de profecias, ou seja, Jesus estava apenas cumprindo profecias do AT (Salmo 16. 10 e 49. 15). Em segundo, Pearlman, afirma que Jesus após sua morte, desceu ao coração do AT (Salmo 16. 0 e 49. 15). Em segundo, Pearlman, afirma que Jesus após sua morte, desceu ao coração da terra (Mt 12. 40; LC 23. 42,43) para libertar os santos do Antigo Testamento, levando- os consigo para o paraíso celestial. Ele mesmo explica dizendo que “essa descrição parece indicar que houve uma mudança esse mundo dos espíritos e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi traslado para as regiões celestiais[l]”. A implicação obvia de acordo com esta proposta de Pearlman é que “desde este acontecimento os espíritos dos justos sobem para o céu [2]”.

Bom, se os espíritos dos santos do AT subiram para o céu a partir deste momento especial, a conclusão lógica, é que antes de Cristo, os fieis iam para o inferno e que estavam presos por lá até Cristo chegar. Mas onde exatamente, encontramos na bíblia idéia de que os santos do AT foram para o inferno após a morte [3]? Vejamos algumas considerações: Em primeiro lugar, devemos lembrar que o contexto maior de Pedro, não especifica crentes no Antigo Testamento em geral, mas só os que foram desobedientes “nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca (l pe 3. 0). Em segundo lugar, o texto não diz que Cristo pregou aos que eram crentes ou fieis a Deus, mas os que “noutro tempo foram desobedientes” – a ênfase está na desobediência deles [4]. Em terceiro, o “seio de Abraão” (Lc. 16. 23), provavelmente não é uma descrição do inferno e sim do céu, uma vez que o lugar para onde Abraão foi é chamado por Jesus 6 OF escrição do inferno e sm do céu, uma vez que o lugar para onde Abraão foi é chamado por Jesus de reino dos céus (Mt. 8. 11).

Em quarto, a Bíblia registra em muitas passagens que a alma dos santos do AT após morrerem vão diretamente para o céu [5], porque seus pecados foram perdoados pela confiança no Messias que viria (Gn 5. 24; 2Sm 12. 23; SI 16. 11; 17. 15; 23. 6; Ec. 12. 7; Mt 22. 32-32; 16. 22; Rm 4. 1-8; Hb 11. 5). Ainda que esta posição seja melhor que a primeira (segunda chance para os penitentes), e a também a mais popular [6], estas considerações enumeradas acima, mostram muitos pontos racos, o que nos leva desconsiderá-la como uma interpretação válida. [1] – Myer Pearlman, Conhecendo as doutrina da Bíblia, p. 75. [2] – Idem, p. 375. [3] – De acordo com os partidários desta posição havia dois compartimentos no inferno, uma para os salvos e outro para os perdidos. Esta proposta esta baseada principalmente em cc. 16. 19-31 que fala sobre o local dos mortos (em hb. Sheol e gg. Hades, ambos vocábulos significam sepultura). A parábola do Rico e Lazaro fala que os dois morreram. O primeiro foi para o Inferno e o segundo para o Seio de Abraão. Myer Pearlman onclui a partir daí que havia duas divisões no Sheol, um lugar de sofrimento e outro lugar de descanso.

Até mesmo a morada dos santos mortos, não era o céu propriamente dito, mas estava situado nas regiões inferiores. [4] – Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 493. [5] – De uma maneira curiosa Myer Pearlman c [5] – De uma maneira curiosa Myer Pearlman confirma esta idéia, o que obviamente contradiz o que ele quer comprovar. Myer afirma que “havia pessoas verdadeiramente justificadas antes da obra expiatória de Cristo” – (Abraão – Rm. 4. 23; Moises – Lc. 9. 30-31; Enoque e Elias ambos arrebatados para o céu). Myer Pearlman, Conhecendo as doutrinas da Bíblia, p. 197. 6] – O pastor e apologista da doutrina pentecostal, Marco Feliciano, considerado como “o pregador do povo”, popularizou esta posição em sua pregação intitulada “A agonia da cruz”, pregado na Igreja Assembléia de Deus (dez/2004). De uma maneira bastante eloquente e poética, o pregador leva o público a meditar no momento em que Cristo desceu ao inferno e quebrou as cadeias dos santos do AT que estavam aprisionados. Pe 3. 19 – Jesus desceu ao Inferno? (Parte 3) / Daniel Grubba Terceira teoria: Proclamar vitória aos poderes das trevas Uma terceira posição, é a de que Jesus, entre sua morte e ressurreição foi a inferno.

Porém, a diferença é que esta suposta viagem metafísica não foi planejada com a intenção de oferecer segunda chance aos penitentes, tampouco libertar santos do AT, mas apenas para proclamar uma mensagem de vitória aos poderes do maligno. Esta teoria é tão popular quanto a anterior (libertar santos do AT). Para Norman Geisler e Ron Rhodes, os espiritos em prisão “eram seres não salvos, devem ter sido anjos ao invés de seres humanos [1]”. Ro 80F espíritos em prisão “eram seres não salvos, devem ter sido anjos o invés de seres humanos Robert H. Gundry (Ph. D. m Estudos do Novo Testamento pela Manchester University) diz que “a pregação de Cristo aos espíritos em prisão mui provavelmente significa que Cristo desceu seu espírito ao hades, a fim de proclamar Seu triunfo sobre os espíritos demoníacos que ali haviam sido acorrentados por Deus [2]”. Roger Stronstad, editor do Comentário Bíblico Pentecostal, afirma que Jesus em virtude de sua morte, foi até os anjos aprisionados e anunciou sua vitória sobre a morte e as conseqüências de seu triunfo, isto é de que julgamento já estava selado [3]. Esta posição está fundamentalmente baseada em uma análise léxico-sintática de pe 3. 9. Como já vimos este versículo diz que Cristo “foi e pregou aos espíritos em prisão” (NVI). E o que chama a atenção dos estudiosos desta sentença é o verbo pregar. A análise revela que Pedro usa propositalmente a expressão original grega kerussõ (khru,sow) que significa: “ser arauto”, ou em geral, “proclamar” [4]. Este termo é diferente de outra expressão grega euangelizó (euvaggeli,zw), que significa pregar ou evangelizar (no sentido de dar oportunidade de escolha), que uase sempre é usado acerca das “boas novas” relativas ao Filho de Deus, conforme são proclamadas no Evangelho [5].

Neste contexto a melhor tradução biblica em português de Pe 3. 19 é a KJA [6] que diz: “no qual igualmente foi e proclamou aos espíritos em prisão” Pe 3. 19 é a KJA [6] que diz: “no qual igualmente foi e proclamou aos espíritos em prisão”. Tomar as chaves da morte, inferno e Satanás. É muito comum ouvirmos em pregações, principalmente quando o tema é batalha espiritual, uma expressão que diz: “Satanás é tao pobre que nem a chave de sua casa (inferno) ele tem mais”. Esta expressão popular [7] está intimamente associada com a idéia da ida de Cristo ao inferno.

Muitos entendem que Jesus em sua rápida passagem pelo inferno proclamou a vitória da redenção, e de quebra tomou das mãos de Satanás as chaves do inferno e da morte. Devemos mais uma vez rejeitar esta posição alegórica, pois o texto de Pe 3. 19 não diz isto claramente. E os versículos que tratam das chaves da morte e do inferno, nenhum, absolutamente, associa estas chaves como pertencentes a Satanás. “Somente o Senhor possui as chaves da morte e do inferno. Ninguém mais! [8] Esta soberania está explicita em textos como Mt. 16. 9, que diz que a chaves do reino dos céus foi entregue por Jesus aos apóstolos. E também em Ap. 1. 18, texto em que o próprio Jesus declara que as chaves da morte e do hades (NVI) pertencem a ele. Em nenhum momento Jesus diz foi ao inferno (ou até mesmo a biblia), e precisou roubar as chaves das mãos de Satanás, uma vez que este ser angelical nunca as teve em suas mãos Proclamar vitória aos anjos caldos Segundo os expoentes desta teoria, a pregação aos espíritos, não é às “boas novas” propriamente dita, mas o ato de Jesus 0 DF 18

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