Conhecimento cientifico

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O Conhecimento Científico O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma de existência que se manifesta de algum modo” (Trujillo, 1974:14). | Constitui um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico. ? sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. I Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as firmações (hipótese pertencem ao âmbit falível, em wrtude de este motivo, é aproxi o desenvolvimento d teoria existente. or17 S”ipe to view nut*ge mprovadas não em conhecimento luto ou final e, por s proposições e ular o acervo de (Lakatos, Eva M. Marconi, Marina A. , “Metodologia Científica”, Editora Atlas S. A. , São Paulo SP. 1991, p. 17) “A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecmentos existentes, originános quer das crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia, quer das teorias filosóficas ou cientificas, são insuficientes e imponentes para explicar os roblemas e as dúvidas que surgem”. (p. 0)”Nesse sentido, iniciar uma investigação científica é reconhecer a crise de um conhecimento já existente e tentar modificá-lo, ampliá-lo ou substituí-lo, criando um novo que responda à pergunta exist existente”. (p. conhecimento científico, na sua pretensão de construir uma resposta segura para responder às dúvidas existentes, propõe-se atingir dois ideais: o ideal da racionalidade e o ideal da objetividade”. (p. 30) “O ideal da racionalidade está em atingir uma sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias. … A ciência, no momento em que sistematiza as diferentes teorias, procura uni-las estabelecendo relações entre um e outro enunciado, entre uma e outra lei, entre uma e outra teoria, entre um e outro campo da ciência, de forma tal que se possa, através dessa visão global, perceber as possíveis inconsistências e corrigi-las”. (p. 31) “Essa verlflcação da coerência lóglca entre os enunciados, ou entre teorias e leis, é um dos mecanismos que fornece um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria pela comunidade científica: os padrões da verdade sintática.

Os enunciados ientíficos devem ser isentos de ambigüidade e de contradição lógica. É uma das condições necessárias, embora não suficiente”. (p. 31) “O ideal da objetividade, por sua vez, pretende que as teorias científicas, como modelos teóricos representativos da realidade, sejam construções conceituais que representam com fidelidade o mundo real, que contenham imagens dessa realidade que sejam “verdadeiras”, evidentes, impessoais, passíveis de serem submetidas a testes experimentais e aceitas pela comunidade científica como provadas em sua veracidade.

Esse é o mecanismo utilizado para avaliar a verdade semântica”. (p. 32) A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade semântica, como um dos meca PAGF70F17 o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade semântica, como um dos mecanismo utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teoria. Esse fator, por si só, porém, não garante a objetividade do conhecmento cientifico. Apesar de a ciência trabalhar com dados, provas factuais, ela não fica isenta de erros na interpretação dessas provas. or mais que se esforce, o cientista, o investigador, estará sendo sempre influenciado por uma ideologia, por uma visão de mundo, pela sua formação, elos elementos culturais e pela época em que vive. (p. 32)” Ao contrário do senso comum, portanto, o conhecimento cientifico não aceita a opinião ou o sentimento de convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma afirmação. Requer a posslbilldade de testes experimentais e da avaliação de seus resultados poder ser feita de forma intersubjetiva”. (p. 2) “Ao contrário do que costuma acontecer no senso comum, a linguagem do conhecimento científico utiliza enunciados e conceitos com significados bem espec[ficos e determinados. A significação dos conceitos é definida à luz das teorias que servem e marcos teóricos da investigação, proporcionando-lhes, desta forma, um sentido unívoco, consensual e universal. A definição dos conceitos, elaborada à luz das teorias, transforma-os em construtos, isto é, em conceitos que têm uma significação unívoca convencionalmente construída e dessa forma universalmente aceita pela comunidade científica”. p. 33) “‘Os conhecimentos de hoje se sustentam, em grande parte, no aperfeiçoamento, na correção, expansão ou substituição dos conhecimentos do passado”. (p. 36) “O que distingue o conhecimento cien expansão ou substituição dos conhecimentos do passado”. (p. 6) “O que distingue o conhecimento cientifico dos outros, principalmente do senso comum, não é o assunto, o tema ou o problema. O que distingue é a forma especial que adota para investigar os problemas. Ambos podem ter o mesmo objeto de conhecimento.

A atitude, a postura cientifica consiste em não dogmatizar os resultados das pesquisas, mas tratá-los como eternas hipóteses que necessitam de constante investigação e revisão crítica intersubjetiva é que torna um conhecimento objetivo e científico. Ter espírito científico é estar exercendo esta constante crítica e criatividade em busca permanente da verdade, ropondo novas e audaciosas hipóteses e teorias e expondo-as ? critica intersubjetiva. O oposto ao espírito cientlfico é o dogmático, que impede a crítica por se julgar auto-suficiente e clarividente na sua compreensão da realidade.

O conhecimento científico é, pois, o que é construído através de procedimentos que denotem atitude científica e que, por proporcionar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, controlada e objetiva e ser exposto à crítica intersubjetiva, oferece maior segurança e confiabilidade nos seus resultados e maior consciência dos limites de validade de suas teorias”. p. 37) Exemplo de conhecimento cientfico: “Os planetas giram em torno do Sol em órbitas elipticas, com o Sol ocupando um de seus focos. “‘A verdade é o objetivo da ciência, ainda que não possamos saber que a atingimos se, por acaso, isso ocorrer. ” (Popkin, Richard, “Ceticismo”, Editora da Universidade Federal Fluminense, Niterói R]. 1996, p. 55)”Embora isso possa parecer um 17 Editora da Universidade Federal Fluminense, Niterói RJ. 1996, p. 55)”Embora isso possa parecer um paradoxo, toda a ciência exata é donimada pela idéia da aproximação. ” Bertrand Russel”A ciência tem provas sem certeza. Os teólogos êm certeza sem qualquer prova. Ashley Montagu’iA ciência está aberta à cntica, que é o oposto da religião. A ciência implora para que você prove que ela está errada – que é todo o conceito – onde a religião o condena se você tentar provar que ela está errada. Ela te diz aceite com fé e cale a boca. ” Jason Stock I A Ciência e a Religião. Qual é a relação entre ciência e relgião? Até que ponto seus objetivos e métodos divergem? Elas podem ser conciliadas? Site: http://www. inf. ufsc. br/—cancian/ciencia/ciencia conhecimento cientifico. html 1 1 hS4 SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO – TEXTO 02

SENSO COMUM No seu dia-a-dia, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, não passam por baixo de escadas, porque acreditam que dá azar; se quebrarem um espelho, sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele “embatuma”, sabem também que a determinados pratos, feitos em banho-maria, devem-se acrescentar umas gotas de vinagre ou de limão para que a vasilha de alumínio não fique escura. Como aprenderam estas informações?

Elas foram sendo passadas de geração a geração. Elas não só foram ssimiladas mas também transformadas, contribuindo assim para a compreensão da realidade. Assim, se o conhecimento é produto de uma prática que se faz social e historicamente, todas as explicaçoes para a v as explicações para a Vida, para as regras de comportamento social, para o trabalho, para os fenômenos da natureza, etc. , passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e experienciamos. Todos estes elementos são assimilados ou transformados de forma espontânea. or isso, raramente há questionamentos sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma eterminada compreensão de mundo e não mais questionamos; tornamo-nos “conformistas de algum conformismo”. São inúmeros os exemplos presentes na vida social, construídos pelo “ouvi dizer”, que formam uma visão de mundo fragmentada e assistemática. Mesmo assm, é uma forma usada pelo homem para tentar resolver seus problemas da vida cotidiana. Isso tudo é denominado de senso comum ou conhecimento espontâneo.

Portanto, podemos dizer que o senso comum é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem uestionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui uma postura crítica. “Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto.

E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com critica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando-se um método, uma crítica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos. “(LARA. p 55, 1983). porém, é importante destacar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento, pois o homem precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia-a-dia.

Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos, e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são melhor educados. O senso comum é ainda subjetivo ao permitir a expressão de sentimentos, opiniões e de valores pessoais uando observamos as coisas à nossa volta. Por exemplo: a) se uma determinada pessoa não nos agrada, mesmo que ela tenha um grande valor profissional, torna-se difícil reconhecer este valor.

Neste caso, a antipatia por esta determinada pessoa nos impede de reconhecer a sua capacidade;b) os hindus consideram a vaca um animal sagrado, enquanto nós, ocidentais, concebemos este animal apenas como um fornecedor de carne, leite, etc. Por essa razão os consideramos ignorantes e ridículos, pois tendemos a julgar os povos, que possuem uma cultura diferente da nossa, a partir do nosso entendimento valorativo. Levando-se em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso comum como sendo uma visão de mundo precária e fragmentada.

Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção do conhecimento, ele deve ser superado por um conhecimento que o incorpore, que se estenda a uma concepção critica e coerente4 e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como as ciências sociais. CONHECIMENTO CIE possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como as ciências sociais. CONHECIMENTO CIENTÍFICO os Gregos, na antigüidade, buscavam através do uso da razão, a superação o mito ou do saber comum.

O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer vinculo entre ciência e pensamento sistematizado (filosofia, sociologia… ), que perdurou até o início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de produzir a sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e cientifico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Fisica de Newton, a Astronomia de Galileu, etc.

Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições e até mesmo o planeta Terra. O homem passou, então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir.

Portanto, podia formular hipóteses e expermentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para o controle da produção do conhecimento. Portanto, podemos afirmar que o conheciment controle da produção do conhecimento. Portanto, podemos afirmar que o conhecimento cientifico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos.

Ele transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura. Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão.

Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la cientifica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver ma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida , por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar dados e então testar suas hipóteses, que poderão se transformar em leis e, posteriormente, ser incorporadas às teorias que possam explicar e prever os fenómenos. orém, é fundamental registrar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas. Neste caso, estaríamos refletindo sobre cientificismo e não ciência, mas tê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o igor e a coerência e aceitando, que, o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada. O CONHEC PAGF40F17 prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada.

O CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA AUGUSTE COMTE Para Comte, o conhecimento científico é, baseado na observação dos fatos e nas relações entre fatos que são estabelecidas pelo raciocínio. Estas relações excluem tentativas de descobrir a origem, ou uma causa subjacente aos fenômenos, e são, na verdade, a descrição das leis que os regem. Comte afirma: “Nossas pesquisas positivas devem ssencialmente reduzir-se, em todos os gêneros, à apreciação sistemática daquilo que é, renunciando a descobrir sua primeira origem e seu destino final”.

O conhecimento cientifico positivo, que estabelece as leis que regem os fenômenos de forma a refletir o modo como tais leis operam na natureza, tem, para Comte, ainda, duas características: é um conhecimento sempre certo, não se admitindo conjecturas, e é um conhecimento que sempre tem algum grau de precisão. Assim, Comte reforça a noção de que o conhecimento científico é um conhecimento que não admite dúvidas e indeterminações e desvincula-o de odo conhecimento especulativo. Se, conforme a explicação precedente, as diversas ciências devem necessariamente apresentar uma precisão muito desigual, não resulta daí, de modo algum, sua certeza. Cada uma pode oferecer resultados tão certos como qualquer outra, desde que saiba encerrar suas conclusões no grau de precisão que os fenômenos correspondentes comportam, condição nem sempre fácil de cumprir. Numa ciência qualquer, tudo o que é simplesmente conjectural é apenas mais ou menos provável, não está ar seu domínio essencial; tudo o que é positivo. isto é, fundado em fatos bem constatados, é certo –

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