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Curso de Serviço Social Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Serviço Social II Desenvolvimentismo e Desenvolvimento de Comunidade na América Latina: – Países do continente americano que obtiveram sua independência em finais do séc. XVIII (Estados Unidos) e os princípios do séc.

XIX (países da América de tradição ibérica) procuravam reforçar as bases de sua unidade geográfica, buscavam unir esforços para suas mútuas defesas; – Nesta época é possível distinguir duas propostas alternativas: 1 – Bolivarismo: ideal da Espanha) de criar povos de cultura esp hc¿-,•. dos esforços; 2 – Mo as vinte nações hispâ o view ricanos (eis colônia olver todos os o séc. XIX. apesar ônico de incorporar e (América do Norte) mediante a pol tica do pan-americanismo. Este nada mais significava que uma estratégia dos EUA para ganhar hegemonia no continente.

No período de 1889 a 1933 0 pan-americanismo não implicou de imediato no predomínio norte-americano sobre o continente; 1 – O pan-americanismo postenor a Guerra e a OSA: – A experiência do periodo da Segunda Guerra e a força acumulada pelos EUA depois do triunfo dos aliados permtiram ao mesmo organizar sua hegemonia a nível mundial; – Durante a Segunda Guerra se engendra e com o TIAR (Tratado Inter-Americano de Assistência Recíproca) e a OEA (Organização dos Estados Americanos), se consolida uma segunda fase do pan-americanismo-moroísta.

Instaura-se uma situação de recuperada e inserida na categoria de Secretaria Geral da OEA, sediada em Washington; – Dentro da UPA, no bojo do que seria o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, sob a direção da Divisão de Assuntos Sociais, organiza-se a Seção de Serviço Social, através do qual a OEA desenvolveu influência direta na formação e prática dos assistente sociais latino-americanos, mobilizando ideológica, olitica e economicamente a proposta norte-americana de Desenvolvimento de Comunidade (DC) como técnica e campo de intervenção profissional; – A OEA, através da Divisão de Habitação e Planejamento criou o Centro Inter-Americano de Habitação (CINVA) que desde sua fundação em 1 g52, passou a influir decislvamente na formação dos assistentes sociais, não só no campo da habitação, mas no do desenvolvimento de comunidade, do planejamento e da prática profissional integrada em equipes multidisciplinares; – Este estimulo ao planejamento, ao DC, à renovação das equipes écnicas e quadros profissionais não foi uma proposta singular ou dirigida fundamentalmente para orientar a prática dos assistentes sociais.

Ao contrário, trata-se de uma estratégia ampla com a qual os países desenvolvidos, em especial os EUA procuraram criar condlçbes (políticas, administrativas e culturais) para integrar e dinamizar o desenvolvimento capitalista e o mercado latino- americano sob a sua hegemonia financeira; – Profissões aptas, na época, a se adequarem às novas demandas: 1 – as de maior prestígio como a medicina, a advocacia, e a arquitetura; 2 – aquelas que tendiam a se alocar nos escalões édios e inferiores da administração pública como a pedagogia e o Serviço Social. Em meados dos anos 50 estes foram os profissionais que receberam formação especializada à nfr.

Jel PAGF70F11 meados dos anos 50 estes foram os profissionais que receberam formação especializada à nível de pós-graduação (planejamento, administração em DC); – Com o boom universitário multiplicam-se os centros docentes e o corpo discente e profissões como a sociologia, antropologia e psicologia tambêm passam a ser influenciadas; – O assistente social é o profissional convocado, desde cedo, para cupar-se do “social” no interior das equipes multidisciplinares que se formavam nos diversos centros de especialização. Foi a profissão que mais precocemente ficou exposta às influências das teorias funcionalistas e das colocações desenvolvimentistas; 2 – O desenvolvimento de comunidade como proposta: antecedentes na Inglaterra e nos Estados Unidos: – DC surgiu e se desenvolveu inicialmente e de modo amplo nas colônias inglesas da África e Ásia. Foram os ingleses os que mais usaram e difundiram este procedimento, divulgando inclusive sua denominação; – Dentre as formas de intervenção e programas que os ingleses esenvolveram em suas colônias destacam-se, inicialmente, as que inseriam no campo educacional.

O objetivo era acelerar o desenvolvimento do capitalismo e assegurar a subordinação das forças que lutavam pela autonomia das colônias; – Após a conquista da independência, O DC continuou sendo funcional as eis-colônias controlando as pressões reivindicativas das minorias rurais e urbanas; – Paralelamente ao DC no período de descolonização da África e da Asia, nos EUA aplicaram-se políticas similares, como uma ênfase técnica maior e com vinculação do Serviço Social enquanto método voltada à organização de comunidade; O surgimento dessa nova modalidade de intervenção no Serviço Social norte-americano se deve a múltipals influências e det PAGF30F11 modalidade de intervenção no Serviço Social norte-americano se deve a múltipals influências e determinações, destacando-se: C] Fluxo migratório europeu onde intelectuais com rica experiência cultural contribuem para o desenvolvimento das ciências sociais, bem como do próprio Serviço Social; O fundamento deste processo no entanto refere-se ao aprofundamento do capitalismo monopolista trazendo em seu bojo as desigualdades sociais, em função das quais minorias acionais, populações urbanas e rurais reivindicam condições de vida e trabalh, democracia, lutando contra a discriminação; Respondendo a esta demanda surgem, nos anos 20 nos EUA. s Conselhos de Planejamento de Comunidade ou Conselhos Locais para o Bem-Estar Comunitário destinados a promover a coordenação dos serviços assistenciais, evitar sua dispersão, planejar e dinamizar a integração de sewiços prestados por instituições distintas. Estes Conselhos inicialmente eram geridos por um pessoal que deveria enfrentar uma maior complexidade técnica e administrativa na função de planejar a prestação e serviços variados bem como os trabalhos das diversas instituições. Tornou-se necessário assim, que os técnicos ou profissionais substituíssem os funcionários políticos ou dirigentes na busca de recursos, definição de programas, objetivos, etc. ? assim que paulatinamente os assistentes sociais passam a ter maior ingerência nos Conselhos e na função que se denominava “organização de comunidade”; gonflglio destaca dois componentes comuns as experiências acumuladas pela Inglaterra e EUA no tocande ao DC e OC até a criação da ONU e OEA e o modelo que estes organismos implementaram na América Latina na década de 50: – Ideológico: estas formas de intervenção baseavam-se na concep PAGFd0F11 América Latina na década de 50: concepção dos problemas sociais como passíveis de serem tratados a nivel de cada comunidade. Exclui-se da análise a questão da luta de classes e delega ao mercado e a acumulação capitalista o poder de organizar estas demandas; 2 – Teórico-metodológico: Em ambos os casos, recorreu-se a uma gama variada de técnicas como dinâmica de grupo. Técnicas da psicologia social, técnicas de trabalho com lideranças, de educação e alfabetização de adultos e outros procedimentos que onfluem no chamado método de grupo do Serviço Social. – A concepção funcionalista do desenvolvimento de comunidade: – Data dos anos 20 os primeiros elementos do debate sobre o Serviço Social e sua participação na problemática da comunidade; – Diferentes autores confluem na compreensão de que a organização de comunidade era um processo do Serviço Social ou um campo de prática semelhante ao de casos ou de grupo; – A organização de comunidade é entendida como: “Processo a envolver cidadãos e técnicas que objetivam conseguir que a comunidade, em seu conjunto, fosse uma ntidade criadora, no interior da qual a existência humana se torne mais factível; Visa direcionar os processos sociais e despertar potencialidades latentes na população; Gira em torno da mobilização de recursos para enfrentar as necessidades de criação de serviços sociais (… ) coordenação de esforços na execução de obras sociais e de elaboração de programas de bem-estar social (1939 – Robert Lane “O Campo da Organização de Comunidade – Congresso Americano de Serviço Social); – Arte ou processo de suscitar e manter um ajuste mais efetivo entre as necessidades e os recursos do bem-estar socia manter um ajuste mais efetivo entre as necessidades e os recursos do bem-estar social(… , elevação dos padrões de eficiência, promoção e trabalho em equipe, promoção e apoio às relações intergrupais arregimentação do apoio e participação públicos, criação, desenvolvimento e modificação dos programas de bem-estar social (Arthur Dunham,1940); – Arlein Johson (Organização de Comunidade em Serviço Social — 1945) “OAssistente Social de comunidade torna- se profissional… quando ajuda as pessoas da comunidade a descobrirem seus problemas comuns… e ajuda a fazer algo para superar esses problemas”; A concepção sobre organização de comunidade revela uma perspectiva funcionalista no trato da questão social. A identificação de necessidades e a alocação de recursos reduzem a questão social a problemas técnicos; – O Assistente Social concentra sua atenção sobre elementos factuais e disposições, ou seja, adequação entre as necessidades da população e a disponibilidade de recursos.

Seu esforço dirigir- se-ia para organizar a população como o objetivo de proceder realizações materiais, ex: construção de escolas, postos médicos, creches, etc; – Trabalhou-se na perspectlva de se estar jogando com um dos bjetivos históricos do Serviço Social – contribuir na geração do bem-estar coletivo e na superação do atraso; – A questão do método passou a ser uma questão central em torno da qual gravtavam 3 questões principais: 1 —a maneira de introduzir inovações e melhorias; 2 – o estudo das necessidades, motivações ou estímulos para impulsionar a população a agi (como iniciar o processo); 3 – a evolução do processo uma vez estabelecido o projeto inicial. – A metodologia do DC implicava num complexo e sofisticado esquema de execução; – Os mét inicial. Os métodos anteriores do Serviço Social (caso e grupo) forma ubalternizados em função das potencialidades atribuídas ao exercício do DC que além de enfocar os problemas individuais ou grupais, vinculava-se ao projeto geral de desenvolvimento; DC buscava induzir mudanças sociais na perspectiva do desenvolvimento porém sem afetar a desigual estrutura econômica; – DC enquanto método de intervenção ignorava as peculiaridades do meio onde seria aplicado, não levava em consideração as particularidades nacionais; 4 – Doutrina e ideologia do desenvolvimento de comunidade: DC baseia-se nos seguintes pressupostos: a) a participação popular é fator-chave para a aceleração do esenvolvimento; b) existem sistemas e métodos capazes de motivar a população a atitudes favoráveis ao progresso econômico e social; c) o DC é um dos métodos mais fecundos para enfrentar o subdesenvolvimento; d) estes fatores são conjugáveis positivamente na medida em que se estabeleça uma associação entre comunidade e governo; e) o governo busca a superação do subdesenvolvimento. A comunidade deve ser convencida de que os instrumentos para o seu desenvolvimento residem nela e que as razões de seu atraso também se explica a partir dela mesma; – Nessa interação de entraves e potencialidades, a comunidade eve descobrir e libertar aquelas energias que a direclonem ao progresso econômico-social; A comunidade cabe se compromissar, enquanto ao governo exercendo seu poder em benefício de todas as classes sociais cabe colocar a disposição da comunidade, recursos financeiros, apoio técnico; financeiros, apoio técnico; – A comunidade, de acordo com esses pressupostos ideológicos, deve contribuir com a associação com o governo aceitando diversas condições.

Estas implicam no reconhecimento da ordem social construída pela classe capitalista; – A comunidade deve acatar as formulações desenvolvimentista estabelecer laço de gratidão e lealdade com o governo, articulando-se em torno da reprodução da ideologia dominante que, mascara as relações de exploração e as contradições fundamentais da sociedade capitalista; – Das proposições do desenvolvimento comunitário inferia-se a necessidade de preparação de profissionais e técnicos aptos e identificados com a ideologia dominante; – ONU exerce um importante papel na capacitação destes profissionais animando programas de aperfeiçoamento profissional; – Forma-se os “especialistas em desenvolvimento” e os Assistentes Sociais inserem-se como especialistas em esenvolvimento comunitário, alentando uma significativa expansão de consequências modernizadoras das diversas instâncias do Serviço Social. 5 – Desenvolvimentismo e expansão profissional: – Ao assistentes sociais são integrados ao desenvolvimentismo porque apresentavam aptidões coincidentes com os programas uma vez que sua formação profissional previa conhecimentos sobre trabalho em grupo e, em muitos casos, sobre adminstração de serviços comunitário.

Contavam com uma diversificada experiência de contato com populações e comunidades; – Com sua incorporação ao desenvolvimentismo o Serviço Social assou por um processo de mudanças que incidiram sobre o conjunto da profissão. Socialmente revalorizou-se, sendo-lhe atribuídas novas responsabilidades, o que lhe conferiu uma posição melhor no interior das administra responsabilidades, o que lhe conferiu uma posição melhor no interior das administrações públicas; – Revitaliza-se as diversas colocações de reforma social feitas por setores da população empenhados na humanização do capitalismo. A profissão começa a encontrar, refletidas no Estado, antigas aspirações suas; – Os Assistentes Sociais demonstram identidade e omprometimento com o programa desenvolvimentista.

Passam a ter acesso a bolsas de estudo, especializações, à cargos hierárquicos, participação em pesquisas multidisciplinares, ampliação e diversificação do mercado de trabalho; – Centros de ensino superior tiveram que responder às exigências adequando os seus programas de estudo, seus metodos pedagógicos e os seus sistema de prática para se adequarem ao conjunto de mudanças requeridas pela reorientação profissional; – No âmbito do Serviço Social essa opção desenvolvimentista traz à tona um traço da profissão presente ao largo de sua existência: ausência de um objeto específico para a ação e de uma base de conhecimento sustentadora de sua prática, colocando-o vulnerável em face das mudanças políticas e dependente das modificações na orientação dos Estados; – para os Assistentes Socials a adesão ao DC implicava numa posição diversa daquela que norteava a prática anterior: 1 – termos táticos era necessário assumir elementos que renovavam o seu trabalho; 2 – em termos das estratégias de ação era necessário visualizar a profissão inserida nos esforços coletivos orientados para o bem-estar geral e o desenvolvimento.

Já não e tratava maia de um trabalho de cunho assistencialista mas de inscrever esforços particulares e coletivos num projeto orientado à superação dos problemas de fundamento estrutural, tal qual visualizados PAGF40F11 orientado à superação dos problemas de fundamento estrutural, tal qual visualizados pelo desenvolvimentismo; – O Assistente Social operava como agente catalizador nas comunidades, definindo-se como um generalizador. 6 – A difusão e o intercâmbio internacionais no Serviço Social A história do Serviço Social está marcada pela combinação da dimensão local ou nacional com dinâmicos intercâmbios nternacionais. Este espírito e esta tendência se viram revigorados quando o DC começou a se impor na profissão. 7 – A projeção do neo-pan-americanismo e a reorientação do Serviço Social: Os Seminários Regionais promovidos pela OEA e os Congressos Pan-americanos foram instâncias que impulsionaram o reordenamento do Serviço Social na direção do DC; 7. — Os seminários regionais de OEA: – Maio de 1950 em Quito; Novembro de 1950 em São Salvador; Maio de 1951 em Porto Alegre; Temas trabalhados nos 3 eventos: cooperativas, Educação Operária, Serviço Social e Habitação e Planejamento; Idéia central dos seminários: DC; – Participaram do encontro: advogados, engenheiros, arquitetos, sociólogos e Assistentes Sociais que possuíam uma instância específica para debater o seu papel e contribuição – Subcomissão de Organização de Comunidade; – Conclui-se nestes seminários que o Serviço Social deveria cumprir uma importante função no desenvolvimento de programas vinculados ao cooperativismo, educação operária e habitação e planejamento, inserindo-os na ótica da organização e desenvolvimento de comunidade’ – Estes seminários não só ova orientação geral ? 11