Estágio em orientação educacional
1. INTRODUÇAO “Onde crianças brincam, toda utopia é possível”. Fernando Brant Ao brincarmos com uma criança estamos cooperando para que aprenda a lidar com suas pulsões, buscando satisfazer seus desejos e vencendo as frustrações. Estamos ensinando-a a agir estrategicamente diante das forças que operam em sua volta e iremos despertar nela o prazer pela vida e ao enfrentamento dos p desafios com segura Brincar com a criança Ao partilharmos uma bri criança e, se o OF31 strar amor por ela. zando a atividade da relacionamento acontecer sem autoritarismo, esta será uma excelente oportunidade ara elevar o seu autoconceito. A brincadeira é primordial e desenvolve a arte de amar. A criança não pode ser considerada como um adulto em miniatura, nem deve crescer só atendendo às solicitações dos adultos pois, assim, não desenvolverá autonomia nem senso de responsabilidade.
Se for respe tada em seus interesses e subsidiada em suas buscas, certamente manterá vivo o prazer de aprender e fará da construção de seu conhecimento uma deliciosa aventura. A aprendizagem e o desenvolvimento podem ser estimulados através dos -lal Studia administrar situações cotidianas com eficacia. Que contribuições trarão os jogos pedagógicos no processo de aquisição do conhecimento, em sala de aula, nas séries iniciais?
Os jogos trabalham várias áreas da vida da criança, principalmente o desenvolvimento intelectual, o afetivo e a motricidade. Vários são os motivos pela escolha do tema, mas principalmente porque os jogos pedagógicos nas séries iniciais representam um recurso valioso na aprendizagem da criança e oferecem muitas oportunidades para que ela vivencie experiências diversas colaborando com seu desenvolvimento social, o exercitar do raciocínio lógico, a elaboração de suas emoções e o despertar da ua criatividade.
Também, porque cada vez mais se utiliza o lúdico para colocar em prática o que as pessoas querem aprender sobre si mesmas e sobre suas relaçoes, POIS e uma atividade que estimula o pensamento estratégico e coloca em cena os sentimentos agregados aos comportamentos que se tem na atuação cotidiana. Nos tempos da grande velocidade das inovações tecnológicas e do mesmo intenso renascimento cultural, o Indivíduo é a unidade básica de mudança. É ele quem administra a tecnologia num mundo de complexidades em que as relações são fundamentais para os bons resultados.
O desenvolvimento leno da pessoa para a vida passa por sua capacidade de lidar com seus sentimentos e elaborar suas 31 de equipe. Usar de um jogo para elaborar uma experiência lúdica que desenvolva a maturidade integral do ser, significa educar para promover competência numa vida de realizações. 2. OBJETIVOS 2. 1 . OBJETIVO GERAL “Toda criança é um ser plaus[vel de aprendizagem” Piaget •DAnalisar as contribuições dos jogos pedagógicos no processo de aquisição do conhecimento em sala de aula das séries iniciais. . 2. OBJETIVOS ESPECIFICOS •DAnalisar as categorias socialização, cognição, afeição, otivação, criatividade e psicomotricidade que as crianças desenvolvem com prática dos jogos pedagógicos. •ÜEnfatizar a relação entre o jogo e a aprendizagem na construção do saber da criança. •[1Elucidar o papel pedagógico e educativo que os jogos desempenham na vida da criança. 3. REFERENCIAL TEORICO Se uma criança inibe-se para brincar, a mesma coisa irá lhe acontecer com o aprendizado da ciencia.
Pichon Riviére Desde a Grécia Antiga, um dos maiores pensadores, Platão (427-348), afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos. Platão dava ao es Orte tão difundido na época, valor educativo, moral, colégios jesuítas foram os primeiros a recolocá-los em prática. Em 1632, Comenius, em sua obra “Didáctica Magna”, definiu a recomendação à prática de jogos. E no século XVIII, Rosseau e Pestalozzi, reafirmavam a importância dos jogos na educação como instrumento formativo.
Na visão deles, os jogos não somente exercitam o corpo, os sentidos e as aptidões, mas também, preparavam para a vida em comum e para as relações sociais (Rizzi e Haydt, 1998). Mas foi principalmente no movimento da Escola Nova que se ivulgou a idéia de aplicar os jogos à educação. O movimento deu ênfase aos métodos de ensinoaprendizagem, liberdade à criança e ao interesse do educando, valorizou a psicologia experimental e os métodos de trabalho em grupo incentivando a prática de trabalhos manuais nas escolas e, principalmente, colocou a criança no centro do processo educacional.
Estudos e pesquisas sobre o jogo na educação mostram a discussão da natureza do jogo, suas manifestações e funções, bem como a valorização do jogo na educação, brinquedos e brincadeiras como formas privilegiadas de desenvolvimento e propriações do conhecimento pela criança e, portanto, Instrumentos indispensáveis da prática pedagógica. Alguns dos grandes educadores do passado já reconheciam o valor pedagógico do jogo, e tentavam aproveitá-lo como agente educativo. Enfatizavam que o jogo é para a criança a coi tante da vida e que o jogo 4 31 mentais à realidade que a cerca, apreendendo-a e assimilando.
Brincando e jogando, a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses. Assim, pode-se dizer que, através do brinquedo e do jogo a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade. É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos, e isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. O jogo em SI possui componentes do cotidiano e o envolvimento desperta o interesse do aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo e, a confecção dos próprios jogos é ainda muito mais emocionante do que apenas jogar. (Lopes, 1999, p. 23) É notório que a criança sempre brincou, não se levando em consideração a época ou a civilização a que pertence; se a criança ao brincar aprende, então a atividade lúdica é o instrumento para tornar mais prazeirosa e ficiente a aprendizagem. A criança apresenta uma tendência lúdica, por isso os jogos (por possuirem um valor essencialmente educacional) são utilizados como recursos pedagógicos. Pelos elementos prazer e esforço que o jogo tem e por ser uma atividade liberadora da espontaneidade, estimula o pensamento e aciona as esferas motora, cognitiva e afetiva.
O brinquedo (em qualquer significado) é, todavia, tao antigo quanto o homem e de admirável universalidade e permanência. O jogo é também a fonte principal da cultura. Mesm e gratuito o logo é s 1 situações peculiares do dia-a-dia. Não somente jogar, mas também fazer parte do processo de preparação dos jogos, cria na criança sentimentos de interação e estímulo, pois quando elas mesmas confeccionam os jogos, sentem uma motivação especial quando jogam aquilo feito por elas próprias. Pois, “o jogo para a criança é o exercício, é a preparação para a vida adulta.
A criança aprende brincando, é o exercício que a faz desenvolver suas potencialidades” (Lopes, 1999, p. 35). A criança que aprende brincando desenvolve suas potencialidades, habilidades manuais, a socialidade, e prepara-se para o amanhã. A prática de brincar é aprendizado da inteligência, onde acontecem as ind•spensáveis expenênclas que fortalecerão os hábitos futuros. Portanto, a atividade lúdica é uma important[ssima fonte de experiências intelectuais e reflexivas produzindo à criança conhecimento, desenvolvimento e capacitação.
Os jogos norteiam inclusive, os objetivos de trabalhar a ansiedade, os limites, a autonomia, a criatividade, a coordenação motora, a concentração, o raciocínio lógico, etc. É um instrumento que o educador tem nas mãos para desenvolver a inteligência de seus alunos e, cabe a ele, educador, conhecer os bjetivos propostos de cada jogo escolhendo os mais apropriados para a realidade educativa a que se propõe, planejando a sua aplicação de modo que o exercício do mesmo produza efeito positivo de desenvolvimento intelectual, social e moral. spectos afetivos e cognitivos da aprendizagem, o mediador deve desenvolver com criança uma relação de respeito mútuo, de afeto e de confiança que favoreça o desenvolvimento de sua autonomia. Um clima sócio- afetivo tranquilo e encorajador, livre de tensões e imposições, é fundamental para que este aluno possa interagir de forma confiante com o meio, saciando ua curiosidade, descobrindo, inventando e construindo, enfim, seu conhecimento. ” (Kishimoto, 1999, p. 95). O jogo promove uma relação de afeição entre a criança e o professor.
Há uma mistura de amizade, estima, sensibilidade e simpatia, os laços de aprendizagem e trabalho intelectual são fortalecidos. Para o professor o jogo é um instrumento pedagógico, e ele deve estar atento as dificuldades da criança e criar um ambiente sem rígidas cobranças e exigências, mantendo um relacionamento de compreensão e respeito, proporcionando a socialização e autonomia da criança de modo que ela possa entir-se segura e espontânea para exercitar sua busca em aprender cada vez mais e melhor.
O educador precisa observar o aspecto emocional da cnança, POIS nesse período da idade do aluno man’festa um intenso sentimento de competição. O fato de perder é quase Inaceitável para algumas crianças, originando choro e até agressão. A criança precisa de orientação e auxilio do professor, para aprender a perder segundo Miranda: “As observações dispensadas aos professores e aos alunos em situações de aula confirmam o objetivo socializador pretendido pelos docentes para a introdução do jogo em suas práticas de aula.
Todavia, qualquer jogo que tenha entre seus princípios os relacionamentos entre indivíduos e grupos traz em seu bojo o fator “socialização”. Winnicott (1971 apud. Miranda, 2001, p. 55), por exemplo, é um dos tantos autores a asseverar que o ato de brincar propicia a organização que conduz ao desenvolvimento dos contatos sociais. Fator tão importante na vida da criança, como seu desenvolvimento fisico e mental, é a sua integração social. A socialização primária é a pnmelra que a cnança atravessa durante a infância e começa pela aprendizagem cognitiva.
Para a criança, a inguagem, fator mais importante de socialização, aparece como inerente à natureza das coisas. A participação em jogos coopera para a formação de atitudes sociais como: respeito mútuo, solidariedade, interação, colaboração, cumprimento de regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. Através do jogo e da brincadeira a criança reproduz e recria o meio em sua volta. O ato de brincar promove a socialização da criança, pois o jogo é um instrumento que desenvolve o contato social.
A prática dos jogos em sala de aula das séries iniciais do ensino fundamental, além de a linguagem infantil, ser um instrumento no ap 8 1 em sala de aula e o mundo exterior das crianças envolvidas. As aulas ludicas podem preencher vazios familiares sócio afetivas, como também, despertar o sentimento de solidariedade. Os Jogos promovem estímulos e motivação, a esse respeito Miranda (2001) esclarece: “À categoria motivação portanto, agreguei as seguintes ações observadas nas aulas: estimulo, interesse, alegria, ânimo e entusiasmo. (p. 67) A principal característica do jogo é a capacidade de envolver o jogador de forma intensa, originando entusiasmo. É a partir desse aspecto de envolvimento mocional que torna o jogo uma atividade de motivação gerando prazer, vibração e euforia. Os jogos promovem, também, um grande estimulo (devido a sua ação dinâmica) e encorajamento levando a criança a participar da aula, desenvolvendo sua curiosidade dessa forma são seduzida a aprender e aprimorar seus conhecimentos. ? brincando e jogando que a criança ordena o mundo em seu ambiente, assimilando experiências e informações e Igualmente incorporando atividades e valores. E quanto à criatividade que o jogo produz, Miranda (op. cit. ) também destaca que: “Os jogos observados em aula sugeriram amplas ossibilidades de exercício do potencial criativo dos envolvidos diretamente com ele, já que o jogo é um campo fértil para a semente da imaginação”. (p. 2) A utilização dos jogos em sala de aula permite a criança fluir sua imaginação e desenvolver seu lado criativo de inventar, recriar e mostrar coisas prática de jogar estimula a faculdade criadora que também envolve prazer e imaginação. A criatividade desenvolvida no jogo auxilia a criança nas suas autodescobertas e abre espaço para a atuação dos fenômenos necessanos ? aprendizagem: cognição, afeição, socialização e motivação. ? no ato de brincar que a criança pode ser criativa e utilizar sua personalidade integralmente.
Há na criança dois extremos de uma mesma relação: a sua criatividade que apresenta as potencialidades de um ser único, e sua criação que será a realização dessas potencialidades. A criança ao brincar e experimentar o mundo dentro do seu contexto sócio-cultural, constrói o seu fazer, repercutindo no futuro, o que sena a própna essência da vida. Os jogos pedagógicos representam um importante agente educador, pois contêm objetivos educacionais, métodos e sign•ficados, endo um instrumento prático para ser aplicado no trabalho direto dos educadores, em sala de aula nas séries iniciais no ensino fundamental.
O jogo espelha e aprimora o processo da criança, ajudando na tarefa de consolidação do eu. E através dele pode ser comparada a importância dos intercâmbios afetivos das crianças entre elas ou com adultos significativos (os pais e professores). O jogo embasa o processo de ensino-aprendizagem favorecendo a construção da reflexão, da autonomia e ainda da criatividade. Propicia a socialidade, afetividade, cognição e motivação. 0 DF 31