Fisioterapia num hospital pediátrico

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FISIOTERAPIA NUM HOSPITAL PEDIÁTRICO LÍRIA TIGUSA MORIYAMA 1 MARIA LUCILA DE LIMA GONÇA ves GUIMARAES 1 RESUMO Os autores apresentam as atividades da Fisioterapia no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, enfatizando algumas características do profissional em questão. Na história da Fisioterapia as areas de ortopedia-traumatologia e neurologia eram até há bem pouco tempo as mais desenvolvidas e exploradas.

Nos últimos anos, porém, tem-se observado crescente interesse áreas, como cardiolo pneumologia e outra universitárias ainda i ntre a fisioterapia, d org to view ia em outras bstetrícia, cirurgia, instituições special à relação e neurologia de outro, por serem estas, ainda, os campos mais desenvolvidos de aplicação daquela. Deste modo, o fisioterapeuta que atuar em outras áreas encontrará grandes dificuldades de aprendizado e atuação, pois a classe médica ainda tende a conhecer somente a reabilitação tradicional.

O trabalho do fisioterapeuta no campo da ped’atria exige dele um conhecimento que lhe permite atender a criança em suas necessidades, desde as mais básicas (estimulação global do desenvolvimento da criança), até as mais specificas (por exemplo, reeducação respiratória). Encontrará, assim, oportunidade de atuar em diversas situações com a utilização de técnicas e tratamentos variados.

A gama de atuação do fi Swlpe to vlew next page fisioterapeuta irá relacionar-se com o trabalho desenvolvido no hospital (de acordo com a variedade de afecções), mas também será determinada pelas facilidades de trabalho oferecidas e por sua aptidão profissional. Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 1 Fisioterapeuta Aceito para publicação em 16 de novembro de 1979

Para atuar em pediatria o fisioterapeuta deve não somente ter conhecimento de aspectos relacionados com o desenvolvimento e crescimento normais da criança, mas também apresentar algumas características que facilltam seu trabalho, a saber: 1 criatividade para conseguir atingir seus objetivos de tratamento, uma vez que a criança se caracteriza por intensa necessidade lúdica e geralmente não se satisfaz com simples exercícios físicos ou manipulações de caráter puramente técnico; 2, paciência, persistência e boa vontade, pois a criança doente ou hospitalizada apresenta acentuada instabilidade emocional, nsegurança e temores próprios da situação em que se encontra; 3. tranqüilidade e segurança, que devem ser transmitidas ? criança, mesmo de pouca idade, para que esta desenvolva confiança no terapeuta e 4, carinho em qualquer circunstância, pois essa é uma necessidade fundamental da criança, que se faz ainda mais importante na ausência da mãe ou familiares. Além dessas características do terapeuta salientem-se alguns aspectos encontrados no atendimento em pediatria e que dizem respeito ? própria criança.

O recém-nascido e o lactente podem apresentar- se passivos ao tratamento fisioterápico, mas é essencial ecém-nascido e o lactente podem apresentar-se passivos ao tratamento fisioterápico, mas é essencial lembrar a importância do contato fisico com essas crianças e do relacionamento com elas através de atitudes seguras e cannhosas. Uma forma deste contato é fazer o atendimento fisioterápico com a criança no colo, desde que as condições clinicas o permitam. A mãe e os familiares são o grande segredo do sucesso do tratamento nesta idade, pois muitas vezes dependerá essencialmente deles a continuidade do tratamento. É importante ser persistente, pois toda criança necessita de um período de adaptação ao ratamento, durante o qual é comum essas crianças reagirem ou mesmo chorarem.

A criança na faixa etária de 2 a 5 anos é ativa, irriquieta e necessita de uma variedade muito grande de atividade: é incapaz de concentrar-se por muito tempo e requer muita paciência e tolerância por parte do terapeuta. Nessa idade existe grande dificuldade na aceitação do profissional pela criança, que o vê como um estranho: nessa situação, a presença da mãe é muito importante. Já a criança na idade escolar apresenta-se bem mais fácil de ser trabalhada, o que faz com que um plano de tratamento possa ser desenvolvido com participação ativa do pequeno paciente. A criança coopera e interessa-se pelo tratamento, na medida em que lhe são apresentados, de modo simples, os objetivos e os meios de atingi-los.

Nessa idade a criança já consegue desenvolver boa relação com o terapeuta, presta atenção às ordens e é capaz de repetir sozinha os exercícios ensinados: neste passo, é muito importante a utilização de jogo PAGF3rl(F8 sozinha os exercícios ensinados: neste passo, é muito importante a utilização de jogos e atividades ffsicas como parte da terapia. Diante dessas diferentes fases do desenvolvimento da criança, eve-se, acima de tudo, ter respeito pelas diferentes situações encontradas, mas principalmente respeito por cada criança. Não encontramos somente dificuldades características de cada uma dessas fases, mas também dificuldades individuais, próprias de cada criança e de cada família, bem como dificulda- des no estabelecimento dos objetivos de tratamento e na aplicação de técnicas que não são e nem podem ser as mesmas utilizadas para o adulto.

A experiência no InstitutO da Criança No Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo não existe um serviço e fisioterapia estruturado como tal: a instituição conta com duas fisioterapeutas lotadas na Divisão de Atendimento às Crianças Internadas e que atuam também em ambulatório. O tratamento fisioterápico é requisitado mediante pedido de consulta, sempre feito pelo médico, do grupo interessado. Dos casos atendidos pelas fisioterapeutas do Instituto da Criança, cerca de 90% são crianças que necessitam de fisioterapia respiratória. O restante do atendmento constltui-se de casos de seqüelas neurológicas, afecções reumatológicas, tétano neonatal, retardo de desenvolvimento neuropsicomotor e outros uadros.

Nestes, são utilizadas técnicas de movimentação passiva e ativa, estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor, hidroterapia (movimentação na água), posicionamento no leito e deambulação, dependend PAGF neuropsicomotor, hidroterapia (movimentação na água), posicionamento no leito e deambulação, dependendo do plano de tratamento realizado após a avaliação inicial da criança. Infelizmente, não se conta com nenhum recurso especifico (fontes de calor, bolas, colchões, espelhos, pesos, coxins) que poderia auxiliar no tratamento de crianças internadas ou atendidas em ambulatório. A fisioterapia respiratória, área mais trabalhada no Instituto da Criança, tem como objetivo terapêutico principal a melhoria da função pulmonar, enquanto que, em termos profiláticos, busca-se o desenvolvimento, tão normal quanto possível, do aparelho respiratório da criança.

Para isto são utilizadas diferentes técnicas como drenagem postural, percussão, compressão e vibração torácicas, tosse cinética, exercícios respiratórios e posturais e relaxamento. Em crianças internadas, o atendimento fisioterápico é feito duas a três vezes por dia, de acordo com a necessidade e as condições clínicas da riança. A mãe, ou outro familiar, quando presente, desempenha papel de grande importância no atendimento da criança, porque dá ao paciente maior segurança, facilitando a aceitação do tratamento, como também pode auxiliar o terapeuta, seguindo suas instruções, como mudanças de decúbito ou outros cuidados respiratórios.

A indlcação da fisioterapa pode ser feita em presença de processos pulmonares obstrutivos ou restritivos, em particular: processos catarrais, pneumopatias cronicas, mucoviscidose, atelectasias, bronquiectasias, diminuição de expansibilidade torácica pós-drenagem de derrame pleural e utras condições. Exis diminuição de expansibilidade torácica pós-drenagem de derrame pleural e outras condições. Existem contra-indicações para a aplicação de algumas técnicas de fisioterapia respiratória que devem ser do conhecimento do responsável pelo tratamento da criança: a percussão torácica, por exemplo, não deve ser feita em presença de pneumotórax, pneumatoceles, derrames pleurais não drenados.

De todo modo, as condições gerais da criança devem ser avaliadas para que se possam utilizar as técnicas mais adequadas. O ideal é que a realização da fisioterapia sempre companhe a evolução clínica da criança: para isso deve haver per- manente interação do terapeuta com o médico assistente, assim como com outros profissionais que possam dar continuidade ao seu tratamento. No atendimento ambulatorial do Instituto da Criança, a fisioterapia respiratória é realizada em crianças da Unidade de Pneumologia e de Imunologia. Da Unidade de Imunologia participa uma fisioterapeuta, a quem são encaminhados os casos mais graves de asma brônquica.

São atendidas também, independente da gravidade, crianças menores de cinco anos, idade mínima para encaminhamento a centros de inástica respiratória. Em termos de um atendimento global da criança asmática a fisioterapeuta visa: — orientar a mãe quanto à importância da realização de algumas técnicas de limpeza brônquica; — conscientizar a criança, sempre que possível, da importância da reeducação respiratória e do controle de suas crises e — orientar a realização de exercícios respiratórios e posturais com o objetivo de evitar ao máximo o aparecimento de deformida respiratórios e posturais com o objetivo de evitar ao máximo o aparecimento de deformidades torácicas e de postura, diante a precocidade com que tais deformidades se instalam nesses casos.

Uma avaliação Inicial da cnança deverá ser feita para que se possa traçar um plano de tratamento adequado. Assim, há crianças cujo estado exige limpeza brônquica antes dos exercícios respiratórios, em virtude da grande quantidade de secreção pulmonar. Em outras situações, as crianças devem aprender inicialmente técnicas de relaxamento para que reduzam sua ansiedade e tensão muscular, e então começar treino de controle respiratório. Frequentemente surgem dificuldades, principalmente com crianças menores que não onseguem atender e executar exercícios sozinhas. A utilização de brinquedos, muita dinâmica e criatividade durante a sessão são fatores responsáveis pelo sucesso do tratamento nesses casos.

O atendimento fisioterápico no ambulatório da Unidade de Pneumologia é feito após consulta do paciente pela equioe médica e também após discussão dos casos em reuniões multiprofissionais de que participam médicos, nutricionista, enfermeira, assistente social e fisioterapeuta. Dentro da unidade de Pneumologia, merecem consideração especial as crianças com mucowscidose, cuja boa evolução depende de ermanente fisioterapia respiratória. Sendo assim, é fundamental a conscientização e colaboração da criança e da família para que seja desenvolvido um intenso programa terapêutico e profilático. Aqui, a orientação adotada inclui hidratação, umidificação, limpeza brônquica e reeducação respiratória. Concl inclui hidratação, umidificação, limpeza brônquica e reeducação respiratória.

Concluindo, o fisioterapeuta no hospital pediátrico aparece como um profissional que, com suas técnicas específicas, pode dar à equipe que atende a criança importante contribuição ara promover sua recuperação mais rápida. Portanto, o campo de atuação do fisioterapeuta deve ser bem conhecido pela equipe médica responsável pelo tratamento da criança de modo que sua participação seja efetiva para evolução satisfatória de cada caso. SUMMARY Psysiotherapy in a Pediatric Hospital The authors present the physiotherapic activities in the Child Institute of the “Hospital das Clinicas”, university of São Paulo College of Medicine, emphasizing some characteristics of the professionals involved. BIBLIOGRAFIA . Educando Nossos Filhos. São Paulo, Ed. l. DORIA, C.

S — Sedes Sapientiae, 1968. 2. KRUSEN, F. H. — Physical Medicine and Rehabilitation. 2nd. Ed. Philadelphia, Saunders, 1971. 3. LINDEMANN, K. — Tratado de Rehabilitación Médica. 2. a Ed. Barcelona, Labor, 1973. 4. MALASPINA, M. , CASTELLO, D. & ISAIA, F. — La fisiochinesiterapia respiratória in eta pediátrica. Min. Pediat. 37:67, 1979. 5. SCRUTTON, D. & GILBERTSON, M. Fisioterapia na prática pediátrica. sao pau10, Manole, 1977. 6. Fisioterapia em Pediatria. Barcelona. Salvat, 1978. Endereço para correspondência — Instituto da Criança Hospital das Clínicas Av. Dr. Enéias de Carvalho Aguiar s/n São Paulo — SP CEP = 05403 Brasil PAGF8rl(F8

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