Lixo hospitalar

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Medicina, Ribeirão Preto, 2008; 41 (3): 265-73 Simpósio: FUNDAMENTOS EM CLÍNICA CIRÚRGICA – 1a Parte Capítulo III ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TECNICAS DE ESTERILIZAÇAO ASEPSY AND ANTISEPSY – TECHNICS OF STERILIZATION Takachi Moriyal , Jose Luiz Pimenta Módena2 1 Docente, Disciplina de Cirurgia Vascular. 2Docente, Disciplina de Gastroenterologia. Departamento de Cirurgia to view e Anatomia. Faculda CORRESPONDÊNCIA: Faculdade de Medici 3900, 14049-900 – Ri Mortya T, Módena JLP. (Ribeirão Preto). 2008; pa 41 265-73. o preto – usp. ia e Anatomia da p. Av.

Bandeirantes, Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina RESUMO: Por ser o hospital um ambiente insalubre, as técnicas de assepsia, anti-sepsia e de esterilização são de extrema importância para reduzir os riscos de infecção. São apresentados os principais anti-sépticos e técnicas de esterilização. Palavras- chaves: Assepsia. Antissepsia. Esterilização/Técnicas. Infecção. 1- INTRODUÇÃO O hospital deve ser considerado insalubre por vocação, pois concentra hospedeiros mais suscetíveis e microorganismos mais resistentes.

Os micro-organismos ontaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves pessoal médicos e paramédicos que atuam no estabelecimento. O ato de lavar as mãos, antes e após examinar pacientes, ainda não é um hábito corrente em nossos dias, século XXI, apesar da sua importância já ter sido demonstrada em 1847/8 por Semmelweis em Viena. Na França, Saldmann demonstrou recentemente que 73% das pessoas saem do banheiro com as mãos contaminadas (90% por Escherichia coli) e que, após duas horas 77% exibem o mesmo germe na boca!

Cerca de das pessoas saem do banheiro sem lavar as mãos, quando sozinhas, entretanto, se houver utra pessoa no banheiro só 9 % saem sem lavar as mãos, demonstrando que muitos conhecem os bons hábitos higiênicos, mas, não os cumprem!!! 2- DEFINIÇÕES Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.

Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destrui-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes. Degermação: Vem do nglês degermation, ou deslnqumação, e significa a diminução do número de microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão. Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou sólidos. 265 Assepsia e antissepsia técnicas de esterilização Moriya T, Módena Medicina (Ribeirão preto) 2008; 41 (3): 265-73. ttp://www. fmrp. usp. br/revista Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes pat PAGF os germes patogênicos elou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruídos. Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes ffsicos e ou qu[micos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos.

Esterilizantes: são meios fisicos (calor, filtração, radiações, etc) capazes de matar os esporos e a forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópcas de vida. Esterllização: o conceito de esterilização é absoluto. O material é esterilizado ou é contaminado, não existe meio termo. Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida e são designados pelos sufixos “cida” ou “lise”, como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida, bacteriólise etc.

Na rotina, os termos antissépticos, desinfetantes e germicidas são empregados como sinônimos, fazendo que não haja diferenças absolutas entre desinfetantes e antissépticos. Entretanto, caracterizamos como antisséptico quando a empregamos em tecidos vivo e desinfetante quando a utilizamos em objetos inanimados. Sanitização, neologismo do inglês sanitization, em que emprega sanitizer, tipo particular de desinfetante que reduz o numero de bactérias contaminantes a níveis julgados seguros para as exigências de saúde pública. – ANTISSEPSIA A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação ANTISSEPSIA A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos: degermação e antissepsia. 3. 1- Degermação É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele. Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e ispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou flora residente. 66 3. 2- Antissepsia É a destruição de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade, hipoalergenico e passível de ser aplicado em tecido vivo. Os detergentes sintéticos não-iônicos praticamente são destituídos de ação germicida. Sabões e detergentes sintéticos aniônicos xercem ação bactericida contra microorganismos muito frágeis como o Pneumococo, porém, são inativos para Stafilococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram negativas.

Consequentemente, sabões e detergentes sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem ser classificados como degermantes, e não como antissépticos. 4- ANTISSÉPTICOS Um antisséptico adequado deve exercer a atividade gemicida sobre a flora cutâneo-mucosa em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas. Muitos testes in vitro foram propostos para avaliar a ação de antissepticos, mas a avaliação efinitiva desses germicidas só pode feita mediante testes in vivo.

Os agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos mediante testes in vivo. Os agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos vivos são os lodos, a cloro- hexidina, o álcool e o hexaclorofeno. 4. 1- Para a desinfecção das mãos temos • Soluções antissépticas com detergentes (degermantes) e se destinam à degermação da pele, removendo detritos e impurezas e realizando anti-sepsia parcial. Como exemplos citam: – Solução detergente de PVPI a 10% (1% de odo ativo) Solução detergente de clorhexidina a 4 com de álcool etílico. ?? Solução alcoólica para anti-sepsia das mãos: – Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 % (álcool etílico a 70%, com ou sem 2 % de glicerina) – Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina. 4. 2- Compostos de iodo O iodo é um halogênio pouco solúvel em água, porém facilmente solúvel em álcool e em soluções aquosas de iodeto de potássio. O iodo livre é mais Medicina (Ribeirao preto) 2008; 41 265-73. bactericida do que bacteriostático, e dá um poder residual ? solução.

O iodo é um agente bactericida com certa atividade sporicida. Esta, contudo, é influenciada por condições ambientais como a quantidade de material orgânico e o grau de desidratação. Além disso, o iodo é fungicida e, de certo modo, ativo contra o vírus. O composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1 A solução de iodo deve ser preparada semanalmente e condicionada em frasco âmbar com tampa fechada, para evitar deteriorização e evaporação e devidamente protegido da luz e calor.

Em resumo: os compostos iodados têm ação bactericida, b PAGF s OF devidamente protegido da luz e calor. Em resumo: os compostos odados têm ação bactericida, bacteriostático e residual. 4. 3- Iodóforos Shelanski & Shelanski, em 1953, descobriram que o iodo poderia ser dissolvido em polivinilpirrolidona (PVP), um polímero muito usado para detoxicar e prolongar a atividade farmacológica de medicamentos e também como expansor plasmático.

Além de conservar inalteradas as propriedades germicidas do iodo, apresenta as seguintes vantagens sobre as soluçóes alcoólicas e aquosas desse agente, pois não queima, não mancha tecidos, raramente provoca reações alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual. São chamados de iodóforos e liberam o iodo lentamente, permitindo uma estabilidade maior para a solução. Os compostos de iodo têm ação residual, entretanto sua atividade é diminuída em virtude da presença de substâncias alcalinas em matérias orgânicas.

A hipersensibilidade ao iodo contido no PVPI tem sido descrita na relação de 2: 5000. com os outros compostos do tipo álcool iodado, essa relação é maior. O iodóforo mais usado para a anti-sepsia das mãos é a solução degermante, de PVPI a 10% (1% de iodo ativo), em solução etérica, que é bactericida, uberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida. Essa solução tem a seu favor, o fato de não ser irritante, ser facilmente removível pela água e reagir com metais. Para as feridas abertas ou mucosas, (sondagem vesical), usamos o complexo dissolvido em solução aquosa.

Para a anti-sepsia da pele integra antes do ato cirurgico, usamos o complexo dissolvido em solução alcóolica. Em resumo: Os iodóforos têm ação bactericid complexo dissolvido em solução alcóolica. Em resumo: Os iodóforos têm ação bactericida, fungicida, virucida e ação residual. 4. – Cloro-hexedina ou clorhexedina A cloro-hexedina (l, 6 di 4-clorofenil-diguanidohexano) é um germicida do grupo das biguanidas, apresenta maior efetividade com um pH de 5 a 8, e age melhor contra bactérias Gram-positivas do que Gram- negativas e fungos.

Tem ação imediata e tem efeito residual. Apresenta baixo potencial de toxicidade e de fotossensibilidade ao contato, sendo pouco absorvida pela pele integra. Para casos de alergia ao iodo, pode-se fazer a degermação prévia com solução detergente de clorohexidina a As formulações para uso satisfatório são: solução de gluconato de clorhexedina a 0,5%, m álcool a 70% e solução detergente não ionica de clorhexedina a 4%, contendo 4% de álcool isopropilico ou álcool etílico para evitar a contaminação com Proteus e Pseudomonas.

Soluções aquosas de clorhexedina em concentrações inferiores a 4% de álcool, com ou sem cetrimida, são mais facilmente contamináveis sendo considerados inadequados para uso hospitalar. Em resumo: A ação da clorohexedina é germicida, melhor contra Gram-posltivo e tem ação residual. 4. 5- Álcool Os álcoois etllico e isopropílico, em concentrações de 70 a 92 % em peso (80 a em volume a 250C), exercem ação germicida quase mediata, porém sem nenhuma ação residual e ressecam a pele em repetidas aplicações, o que pode ser evitado adicionando se glicerina a 2%..

O álcool et[lico é bactericida, age coagulando a proteína das bactérias, fungicida e virucida para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de outros an PAGF 7 fungicida e virucida para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de outros antissépticos. A ação bactericida dos álcoois primários está relacionada como seu peso molecular, e pode ser aumentada através da lavagem das mãos com água e sabão. Em resumo: O álcool etílico é bactericida, fungicida e virucida seletivo, sem ação residual. 4. – Sabões e detergentes Sabões são sais que se formam pela reação de ácidos graxos, obtidos de gorduras vegetais e animais, com metais ou radicais básicos (sódio, potássio, amônia etc), são detergentes ou surfactantes aniânicos porque agem através de moléculas de carga negativa. 267 Assepsia e antissepsia técnicas de esterllização Moriya T, Módena Medicina (Ribeirao preto) 2008; 41 (3): 265-73. Existem vários tipos e apresentação de sabão: em barra, pó, líquido e escamas. Alguns sabões em barra são alcalinos (pH 9,5 a 10,5) em solução. Sua qualidade pode ser melhorada através da adição de produtos químicos.

O sabonete é um tipo de sabão em barra (composto de sais alcalinos de ácidos graxos) destinado à limpeza corporal, podendo conter outros agentes tensoativos, ser colorido e perfumado e apresentar formas e consistências adequadas ao uso. O sabão/sabonete antimicrobiano contém antissépticos em concentração suficiente para ser desodorante, sendo usado para lavar as mãos antes de procedimentos cirúrgicos. Os sabões têm ações detergentes, que remove a ujidade, detritos e impurezas da pele ou outras superfícies. Determinados sabões apresentam formação de espuma que extrai e facilita a eliminação de partículas.

A formação de espuma represe PAGF 8 OF formação de espuma que extrai e facilita a eliminação de partículas. A formação de espuma representa, além da ação citada, um componente psicológico de vital importância para a aceitação do produto. preconiza-se o uso de sabão liquido no hospital e unidades de saúde e, como segunda opção, o sabão em barra ou sabonete, em tamanho pequeno. O cuidado maior ue se deve ter no manuseio do sabão é evitar seu contato com a mucosa ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local.

Em resumo: Os sabões têm ação detergente ou degermante. 4. 7- Cloro e derivados clorados O cloro é o mais potente dos germicidas que existem. Tóxico para todo tipo de matéria viva, é utilizado para desinfetar objetos, água de abastecimento e, até certo ponto, tecidos. pode ser usado sob forma de gás ou derivado clorados que desprendem ácido hipocloroso, que no caso é o agente germicida que interage com a matéria orgânica e destrói tecidos normais. A ação bacteriana do cloro é anulada pela matéria orgânica e pH alcalino. Não é recomendado para desinfetar instrumentos por ser corrosivo.

Em medicina o derivado clorado mais usado é a solução de hipoclorito de sódio ou solução de Dakin, a 0,5 %. A solução a 5% é um potente germicida indicado para desinfetar instrumentos e utensllios, é muito Irrltante para os tecidos e não deve ser usado como antisséptico. Em resumo: O cloro é um potente germicida. 268 4. 8- Compostos de prata Sais de prata, solúveis ou coloidais, já foram utilizados na anti-sepsia das mucosas, exercendo sua ção através da precipitação do ion Ag. O nitrato de prata, em aplicação tópica, é bactericida para a maioria precipitação do ion Ag.

O nitrato de prata, em aplicação tópica, é bactericida para a maioria dos micróbios na concentração de 1/1000 e se na concentração de 1/10. 000 é bacteriostática. A instilação de duas gotas de uma solução a 1% de nitrato de prata no saco conjuntival dos recémnascidos evita a oftalmia neonatal. Em resumo: Os sais de prata são bacteriostáticos. 4. 9- Desinfetantes oxidantes Esses compostos se caracterizam pela produção de oxigênio nascente, que é germicida. A água oxigenada ou peróxido de hidrogênio é o protótipo dos peróxidos, entre os quais ainda se contam os peróxidos de sódio, zinco e benzila.

A água oxigenada se decompõe rapidamente, e libera oxigênio quando entra em contato com a catalase, enzima encontrada no sangue e maioria dos tecidos. Este efeito pode ser reduzido na presença de matéria orgânica. Útil na remoção de material infectado através da ação mecânica do oxigênio liberado, limpando a ferida muitas vezes melhor que solução fisiológica ou outros desinfetantes. Não deve ser aplicada em avidades fechadas ou abscessos de onde o oxigênio não possa liberar-se 3.

O permanganato de potássio é um potente oxidante que se decompõe quando em contato com matéria orgânica. Já teve grande uso no passado, mas hoje está ultrapassado como antisséptico 3. Em resumo: Os desinfetantes oxidantes têm ação germicida. 4. 10- Derivados fenólicos Os fenóis e derivados são conhecidos de longa data como venenos protoplasmáticos gerais, precipitando e desnaturando as proteínas. O fenol, em soluções diluídas, age como antisséptico e desinfetante, com espectro anti- bacteriano que varia com a espécie do micróbio, não

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