Marcas da literatura angolana nos textos poéticos de bonga

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Artistas que Interpre 9 2. Análise Temática e e Textos Poéticos de B a 2. 1 . 1. Balumukenu 2. Caprandanda 2. 2. A T Marcas da literatura angolana nos textos poéticos de bonga Premium By tilomenapascoal I vapTa 21, 2012 59 pages ÍNDICE Páginas Dedicatória Agradecimentos Introdução Metodologia Capitulo 1 1. Conceito de Literatura Angolana de Tradição Oral: Fundamentação Teórica 1. 1 . A literatura de Tradição Oral 1. 2. Os Géneros da Literatura Angolana de Tradição Capítulo II 1. A Música 1. 1 . Conceitualização 1. 2. AIguns dos Principais Estilos Musicais Angolanos 1. . Semba em Angola Capitulo III 1. Vida e Obra de Barceló de Carvalho Bonga 1. 1 -Nascimento e Infância 1. 2. Um Homem do Atletismo 1. 3. Do Atletismo ao Profissionalismo Musical 1. 4. Obras Discográficas 1. 4. 1. Discos Colectivos 1. 4. 2. Participações Especiais 1. 4. 3. Singles 144. Swipe view next page onga 1. 4. 5. Prémios a s da Oralidade nos re a Sócio – Política . 1. 3. Tempos de 2. 2. 1. Xica 2. 2. 2. Olhos Molhados 2. 2. 3. Santo António Capítulo IV 1. Aplicação Didátcica do Estudo dos Textos Poéticos das Obras Musicais de Bonga 1. -Plano de Aulas (180 Minutos: 4 Sessões) 1. 2. Plano de Aula (45 Minutos: 1 Sessão) Capítulo V Conclusões Referências Bibliográficas Apêndice Certidão Narrativa Completa de Registo de Nascimento Depoimento de Moniz Pereira Carta do Ministro Francês da Cultura, Jack Lang Crítica do Jornal “Sete” e Resposta de bonga DEDICATÓRIA Aos meus pais (Tomás Pascoal e Maria Luís) que entre mercados e estradas tudo fizeram para conquistar o pão de cada dia para a filhos: Pépe, Fifi, Ana Maria, Manucho, Victor Neusa, Dilar Vissolela, K7, Tomás e Eu. À minha namorada que foi o meu suporte ao longo desta Caminhada, Jú. AGRADECIMENTOS Agradeço, em primeira instância, ao músico compositor eternamente angolano Bonga que, mesmo ? distância, aceitou e permitiu que este trabalho fosse a realidade que é hoje. Aos meus tutores a professora Luísa Coelho, uma mãe para mim, e ao professor Jorge Macedo, etnomusicólogo. Não mediram esforços para a concretização deste trabalho, muito, mas muito obrigado mesmo pelo empenho e pela dedicação.

Aos meus colegas dos Institutos Médio de Economia de Luanda (IMEL), curso de Jornalismo 2002, e aos do Superior de Ciências da Educação (ISCED – Luanda): Denilson, Estêvão, Fredy, Fuzi, Hélder, Paulo, Rúbem, Cáudia, Ritinha, Mírcia, Joana e Violeta. Ao Isaac, Tchindjenje, Luciano, Amadeu, Gustavo, Guidinha, Marinela, Katy, Gracieth e a outros pelo contributo que deram para o meu sucesso estudantil.

Aos meus amigos e companheiros infanto-juvenis: Nini, Suca Cadidi, Zando, Nando, Ivo, Soares, Nelson, Pipen, Maneco, Guex, Fernando, Edson, Vado, Martinho, Congo, Figo, Matché, Seven, Calonda, Caxuxu, Gildo, Mariano, Pedro, Bruno, Pompeu, Soneca, Jove, Victor, Afonso, Vânia Inácio, Lourença, Soraya, Ana Jandira, Celina, Kátia, Vânia, Siomara, Adessy, e outros, muito obrigado pela vossa presença sempre amiga nos momentos desta minha trajectória de Vida. ? Direcção a discoteca da Rádio Nacional de Angola (RNA), na pessoa da sua Directora a Senhora Lucinda Costa e ao senhor Simões Coimbra. À Direcção da Acção Cultural Nacional do Ministério da Cultura e ao senhor Simões Coimbra. À Direcção da Acção Cultural Nacional do Ministério da Cultura (MINCULT), nas pessoas dos senhores Dionísio Rocha e Roldão Ferreira. Aos professores Nzavoni Ntondo, Abreu e Isaac Paxe, Jomo Fortunato pela preciosa ajuda que deram para a concretização desta obra.

Agradecimentos às famílias Simba Miguel, Calonda; aos meus afilhados e às suas famílias, à grande amiga Elisa de Carvalho, às rmãs Lurdes Quintas e Eliene Barreto, ao tio Jacinto Contreiras, ao tio Guerra, aos Padres Belmiro Chissenguetl e João Francisco e à Congregação das Filhas da Caridade Canossiana pelo Incondicional apoio que sempre me deram durante esses anos de árduo trabalho sócio – religioso.

Agradeço também aos meus tios Joaquim, Filomeno, Baião, António Pascoal, António Hebo, Pedro Luís e à minha querida avó Filipa. Agradeço ainda aos meus pais e irmãos que com imensas dificuldades transformaram um menino num homem grande, capaz de ganhar o seu rumo e guiar o seu próprio destino. Mamã ué, Nga sa ki dila! Para terminar, agradeço ao Senhor meu Deus por tudo que fez, faz e fará para que eu possa crescer intelectualmente, social e, acima de tudo, na fé.

INTRODUÇÃO O presente trabalho, fruto de uma pesquisa para a obtenção do grau de licenciatura do curso de Língua Portuguesa, tem como objectivo primordial o estudo, ou melhor, a análise dos aspectos referentes à Literatura Angolana de Tradição Oral nos textos poéticos do autor angolano Barceló de Carvalho “Bonga” e à sua aplicação ao ensino da Língua Portuguesa e da Literatura Angolana. Porquê a escolha de Barceló de Carvalho “Bonga”? A scolha de Bonga e dos poemas d Literatura Angolana.

Porquê a escolha de Barceló de Carvalho “Bonga”? A escolha de Bonga e dos poemas das suas composições musicais para a elaboração do presente trabalho prende-se com o facto de o mesmo ser, em primeira instância um dos maiores, senão mesmo o maior expoente da música e cultura angolana na diáspora. por outro lado, por ter no seu repertório musical poemas com subsídios literários aprimorados para uma melhor compreensão do fenómeno da literatura angolana de tradição oral, por parte dos estudantes, músicos e não só.

Em suma, escolher a bio-bibliografia de Bonga para iniciar um projecto didáctico-pedagógico garante aos professores, estudantes, músicos e à sociedade em geral maior Interacção entre Literatura Angolana e Música Angolana. Torna-se importante fazer este estudo, na medida em que há, de certa forma, o desconhecimento quase total sobre a influência da literatura angolana de tradição oral e o seu enquadramento no music-hall nacional, caso particular de Bonga, sobre os estudantes, músicos e na sociedade.

Ao mesmo tempo, o presente trabalho tem a finalidade de apresentar aos estudantes de Língua Portuguesa, Literatura Angolana, as marcas da iteratura angolana de tradição oral e a sua apresentação nas letras das músicas de Bonga, para assim podermos dar uma maior valorização à mesma música e ao autor, considerado por muitos o embaixador da nossa música.

Para tratar deste assunto neste trabalho, dividimo-lo em Cinco (05) capítulos. O primeiro capitulo aborda os aspectos relativos à fundamentação teórica sobre a literatura angolana de tradição oral e aos seus géneros, de acordo com os trabalh 4 de acordo com os trabalhos do estudioso angolano António Fonseca. O segundo capitulo é dominado pela conceitualização a música.

São apresentados os principais estilos musicais angolanos e, uma abordagem sobre o surgimento e desenvolvimento do Semba em Angola, pelo facto de Bonga cantar maioritariamente neste estilo. No terceiro capítulo destacamos a vida e obra de “Bonga”. O estudo das temáticas das letras das suas músicas, isto com base na análise de seis poemas do seu vastíssimo repertório e do enquadramento dos mesmos nos géneros da literatura angolana de tradição oral.

O quarto capítulo é dedicado à vertente didáctico-pedagógica. Neste capítulo apresento três planos de aulas como sugestão ara a aprendizagem, por parte dos alunos, de alguns aspectos relacionados com a literatura angolana de tradição oral. O quinto e último capitulo apresenta-se como o resumo de todo o trabalho. Aqui são apresentadas conclusões referentes ao trabalho, as referências bibliográficas e os apêndices que contribuem para a eficácia deste trabalho.

METODOLOGIA Do ponto de vista metodológico este trabalho caracteriza-se essencialmente por seis etapas distintas, a saber: 10 a escolha do tema a ser abordado; 20 a escolha do autor e da obra para o suporte teórico, ou seja, a fundamentação teórica o trabalho; 30 a recolha do material; 40 a leitura e a selecção do material recolhido; 50 a análise dos textos literários do autor em estudo; 60 e último ponto, a redacção e correcção do trabalho final a ser apresentado. Quanto ao primeiro aspecto, a escolha do tema, prend s OF correcção do trabalho final a ser apresentado.

Quanto ao primeiro aspecto, a escolha do tema, prende-se ao facto de ter uma admiração pelo conteúdo musical e cultural das músicas de Bonga. No que diz respeito ao segundo aspecto, a escolha do autor e da obra para a fundamentação teórica do trabalho, estudo relativo aos Géneros da Literatura Angolana de Tradição Oral, apresentado por António Fonseca, na sua obra “Contributo ao Estudo da Literatura Oral Angolana”, é uma obra que dá subsídios suficientes para uma melhor compreensão do fenómeno da Literatura Angolana de Tradição Oral.

A recolha do material, que faz parte do terceiro ponto, de uma forma geral, está sedimentada na pesquisa em nove livros, por um lado, e por outro baseado em conversas com alguns músicos, professores e amantes da música de Bonga. A selecção do material, que é o quarto ponto, baseou-se numa apreciação de todos os elementos ssenciais para a concretização dos objectivos apresentados na introdução deste trabalho. Por este facto, do vastíssimo repertório musical e poético de Bonga apenas seleccionamos seis poemas para o presente trabalho. O quinto aspecto, a análise dos poemas.

Para análise dos textos poéticos foram tidos em conta aspectos de ordem cronológica e situação sócio-politica de Angola, já que Bonga é um músico essencialmente de intervenção social. Ainda para a análise dos mesmos textos tivemos em conta outros dois factores: a leitura interpretativa dos textos, do ponto de vista da mensagem do autor, e também do ponto de vista iterário, o seu enquadramento na literatura angolana de tradição oral. O sexto e último ponto refere-se 6 o seu enquadramento na literatura angolana de tradição oral. O sexto e último ponto refere-se à redacção e correcção do material a ser apresentado.

Neste ponto houve uma escrita e correcção sequencial, pois ela foi feita de acordo com cada capítulo escrito e apresentado à tutora e, por fim, a correcção geral. CAPÍTULO 1. CONCEITO DE LITERATURA ANGOLANA DE TRADIÇAO ORAL: FUNDAMENTAÇAO TEORICA 1. 1 . A LITERATURA DE TRADIÇAO ORAL. Antes mesmo de definir o conceito “Literatura de Tradição Oral”, mporta referir que, aparentemente, existe já um acordo entre os vários estudiosos da Literatura de Tradição Oral, sobre a inclusão da chamada Literatura Tradicional/Oral/Popular na área da Literatura.

O mesmo já não se pode dizer sobre as diversas denominações que os vários autores e estudiosos têm adoptado da mesma: “Literatura Oral”, “Literatura Popular’, “Literatura Tradicional”, “Literatura Tradicional de Transmissão Oral”, “Literatura de Transmissão Oral”, “Literatura Tradicional Oral”, “Literatura Popular Tradicional”, “Literatura Oral Tradicional”, Literatura Étnica”, “Etnoliteratura”, “Oratura”, “Oralitura”, Paraliteratura”, “Contraliteratura”, “Literatura Marginal/izada” e, já em desuso, o termo “Literatura Folclórica”.

A adopção deste termo, por minha parte, “Literatura de Tradição Oral”, nao sendo Já um conceito novo (Pinto-correia, Igg2:113) pretende, de uma forma geral, abarcar todo o domínio da literatura que é transmitida oralmente, da fala, dos gestos, das imagens, por via, tanto erudita como popular, tendo como tradicional, a palavra no seu sentido etimológico (traditio “acção de entregar ou dar a al tendo como tradicional, a palavra no seu sentido etimológico (traditio “acção de entregar ou dar a alguém ou alguma coisa; ntrega; transmissão).

A Literatura de Tradição Oral é nada mais, nada menos do que a “memória colectiva de uma sociedade que não se revestiu da forma escrita,” (Colloque 1985:11). por este facto, tem-se perpetuado e enriquecido oralmente ao longo das sucessivas gerações, sob a forma de contos, lendas, fábulas, provérbios, adivinhas e outras formas, também designados por folclorel .

Salienta-se que o carácter imediato da literatura oral consubstancia-se ainda no facto de esta destinar-se a um público-participante indiferenciado quanto às classes etárias e sociais, verificando-se excepções ão nos géneros, mas em obras e circunstâncias específicas, o que pode provocar ou justificar as alterações a um determinado texto, pela via da omissão de partes do mesmo.

Para António Fonseca, “A tradição oral mais do que um meio de preservação da sabedoria dos ancestrais, frequentemente confrontada com os progressos científicotécnicos e questionada pelas exigências do desenvolvimento e da vida moderna, constitui a expressão do reconhecimento da fala nao apenas como um meio de comunicação diária, mas de preservação da existência do próprio grupo em que ela se desenvolve2”. Conjunto das tradições, lendas ou crenças de populares de um país. “Contributo ao Estudo da Literatura Oral Angolana”, Inald, colecções de estudo e documentos, 9a edição, 1996. “A Literatura de Tradição Oral” é, por assim dizer, a mais antiga arte de retratar eventos reais ou fictícios com palavras, imagens e sons. As Histór antiga arte de retratar eventos reais ou fictícios com palavras, imagens e sons. As Histórias ou Estórias têm sido compartilhadas em todas as sociedades, culturas e localidades, como um meio de entretenimento, educação, como preservação da cultura e para ncutir conhecimentos e valores morais, religiosos e outros aos povos de determinada sociedade. 1. 2.

OS GÉNEROS DA LITERATURA ANGOLANA DE TRADIÇÃO ORAL “A Literatura Angolana de Tradição Oral consta de um rico tesouro de provérbios ou adágios, de contos ou apólogos, de enigmas e de cantigas, aos quais se podem juntar as tradições históricas e mitológicas, os ditos populares, ora satíricos ou alusivos, ora alegóricos ou figurados; em todos os quais se condensou a experiência dos séculos e ainda hoje se reflecte a vida moral, intelectual e imaginativa, doméstica e política das gerações assadas: a alma da raça inteira l” Héli Chatelain, “in Gramática elementar do Kimbundu. Ao caracterizar a Literatura Angolana de Tradição Oral importa sublinhar que vários são os autores que se deb uçaram e ainda se debruçam sobre esta temática, a saber: Saturnino de Sousa e Oliveira e Manuel Alves de Castro Francina, um brasileiro e um angolano, uma das primeiras recolhas; Héli Chatelan, suíço; óscar Ribas; José Redinha; José Osório de Oliveira; António Fonseca e outros…

Este último será a referência para o trabalho que se segue, devido ao seu profundo onhecimento e à forma exaustiva e clara com que aborda os aspectos referentes à Literatura Angolana de Tradição Oral. A caracterização da Literatura Angolana de Tradição Oral na base do critério misto, feita por António critério misto, feita por António Fonseca, na sua obra “Contributo ao Estudo da Literatura Oral Angolana”, integra duas categorias, nomeadamente: A categoria de Narrativas e a categoria das Fórmulas.

A – A categoria das Narrativas compreende os seguintes géneros ou classes: a) Contos do fantástico e do maravilhoso: integram os contos cujos protagonistas são os seres umanos à mistura com seres antropófagos (seres que comem carne humana), objectos que fazem ou proporcionam maravilhas, seres inanimados, homens metamorfoseados (homens que mudam de ser, de um para outro) poderes ocultos, espíritos, divindades, e personagens afins.

Esses contos contêm, no seu enredo, acontecimentos ou factos extraordinários que a razão humana não consegue explicar, remetendo-se as explicações para o plano de poderes humanos ocultos e para os poderes sobrenaturais. Além do entretenimento, o seu objectivo é infundir ou incutir aos membros de determinada sociedade o respeito elos princípios metafísicos (que estão para além da física, do mundo sobrenatural, espirituais) que ajudam as relações Homem – Natureza – Entidades Superiores; Mundo dos vivos – Mundo dos mortos.

Infundem medo quanto ao desrespeito das normas da vida em sociedade; por eles procura-se salvaguardar o status quo, ou seja, a manutenção das hierarquias e estruturas do poder, a todos os t[tulos e níveis dentro da sociedade. b) Fábulas: integram os contos cujos protagonistas são os animais, tendo como fito, além do entretenimento, a transmissão de axiomas, conceitos morais e normas de conduta que regem a vid 0 DF 69

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