O papel da informação no processo de capacitação tecnológica das micro e pequenas empresas

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O papel da informação no processo de capacitação tecnológica das micro e pequenas empresas Resumo A necessidade de disponibilizar informações para o setor produtivo tem levado a reflexões e esforços no sentido de atender de forma ampla a esta demanda em uma sociedade do conhecimento. O artigo foca a relevâ processo de capacita das empresas de peq relevância econômic la 2 de informações no S. wp to view next page ica no segmento nte em face da atual empresa. Conclui com a indicação de algumas medidas que devem ser perseguidas para ampliar a oferta de informação para as mpresas de pequeno porte.

INTRODUÇÃO Com o processo de globalização de mercados e a velocidade dos avanços tecnológicos, a busca por informação se tornou alvo comum de toda a sociedade. Naturalmente, emerge o conceito de uma sociedade da informação, onde ter informação ou ao menos ter garantido o acesso a ela passa a ser um diferencial de uma nova era. Os esforços que estão sendo feitos no sentido de organizar e analisar dados, de forma a que sejam disponibilizados como informação, com valor agregado, para subsidiar processos de preocupação em obter qualidade de informação, e não uantidade.

Este momento de muita informação precisa ser superado rapidamente, para não se perder tempo. O importante é ter a informação certa, ou melhor dizendo, adequada à determinada necessidade, no tempo correto e a um custo compatível. Surgem aí novos dilemas, que entendemos se caracterizam como desafios: Informação adequada a uma necessidade O foco de se ouvir a demanda, para se prestarem serviços de informação, exige ajustes nas estruturas formais das unidades e sistemas de informação hoje existentes, que envolvem desde aspectos de decodificação de linguagem até formatação de rodutos e serviços de informação.

A máxima de se atender às necessidades do cliente, como pregam os especialistas em qualidade, aplica-se aqui como uma luva. Informação no tempo correto Em uma sociedade em que se antecipar às expectativas do futuro passou a ser um diferencial para o sucesso, o retorno de uma demanda informacional tem de ser na velocidade e nos meios compatíveis com os novos tempos.

Neste caso, é fundamental a incorporação, nas unidades prestadoras de serviços de informação, se possível em tempo real, dos avanços das tecnologias de comunicação e da área de informática. Custo da informação Aqui talvez o maior obstáculo, no caso brasileiro. Os poucos usuários que sempre tiveram acesso à informação organizada e tratada geralmente por estruturas vinculadas a entidades de âmbito governamental criaram a cultura do acesso e do uso gratuito da informação. A informação era um bem, tratado como insumo, não valorado.

A carência de recursos públicos ara as atividades de informação, somada ao crescente núm usuários e demandantes 22 atividades de informação, somada ao crescente número de novos usuários e demandantes de produtos e serdiços de informação, em levado as unidades que prestam este serviço a buscar formas de remuneração pelos seus serviços, o que vem sofrendo resistências dos usuários. A falta de cultura e a inexistência de uma economia da informação têm levado a resistências e ao surgimento de dificuldades da aplicação de regras básicas de oferta-demanda pela aquisição de bens e serviços de valor.

Mas todos estes aspectos precisam ser resolvidos, mesmo surgindo alguns traumas, pois a inserção de uma nação na sociedade da informação leva a que se apliquem práticas antes pregadas no discurso para a educação e a saúde, de niversalização e de democratização do acesso. E é neste ponto que fazemos a inserção do nosso tema. Como viabilizar o acesso das pequenas empresas à informação, dentro de uma estratégia de capacitação tecnológica das empresas deste segmento?

INFORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA Segundo palavras do Papa João Paulo I, “a riqueza das nações funda-se multo mais sobre a propriedade do conhecimento, da técnica e do saber, do que sobre a propriedade dos recursos naturais”. Esta máxima da relevância da tecnologia, em especial como fator lavancador da competitividade e elemento diferenciador que garanta a sobrevivência de empresas e organizações, tem levado a sociedade a desenvolver grandes esforços de capacitação tecnológica.

Entendendo tecnologia como o conjunto de conhecimentos necessários para se conceber, produzir e distribuir produtos e serviços de forma competitiva, o processo de capacitação tecnológica precisa ser compreendido como algo dinâmico e inserido nas estratégias empresariais, que envolv precisa ser compreendido como algo dinâmico e inserido nas estratégias empresariais, que envolvem especificamente a ecisão de adaptar ou adquirir tecnologia (via desenvolvimento elou compra) para atender à determinada necessidade de uma clientela.

No processo de capacitação tecnológica, é fundamental que se adote uma abordagem sistêmica, baseada na identificação das necessidades do ambiente empresarial de atender às expectativas dos consumidores e clientes de forma rápida e diversificada, como estratégia para manter a competitividade das empresas. Produtos e serviços competitivos significam empresa competitiva A estratégia de uma empresa está diretamente ligada aos bjetivos de sua missão e ao seu negócio.

A empresa avalia oportunidades e ameaças no seu ambiente de atuação, definindo seus desafios e caminhos a seguir, a partir de seus pontos fortes e fracos. Ao explicitar sua estratégia, a empresa deverá levar em consideração: as sinalizações de mercado (considerando os aspectos de produtividade, qualidade, preço, diversidade de produtos e serviços, concorrente, flexibilidade, tempo apropriado e marketing); as políticas públicas que afetam o seu dia-a-dia; LI os antecedentes de atuação da empresa nas áreas produtiva e tecnológica;

CJ a estratégia adotada por outras empresas (benchmarking); as externalidades. Começa a surgir o papel relevante do acesso à informação, pois o acesso às informações anteriormente explicitadas passam a ter papel estratégico na definição dos nortes das empresas. Quando enfocamos a gestão da atividade produtiva propriamente dita, que envolve as ações de produção e de desenvolvimento tecnológico, tornam-se mais explícitas a relevância e a necessidade de se ter i 4 22 desenvolvimento tecnológico, tornam-se mais explicitas a relevância e a necessidade de se ter informação.

Focando a ação tecnológica, quando a interface de capacitação se torna mais forte e onde se tem a tarefa de escolher o produto/processo mais adequado, as etapas de projetar, testar e planejar a produção, bem como seus mecanismos de controle, envolvem um nível de especialização e especificidade de busca de informação, que passa a conformar nichos de conhecimento.

Assim sendo, algumas funções se tornam básicas e comuns nas demandas empresariais: – execução de estudos e sondagens de novas tecnologias (disponíveis ou em desenvolvimento); – avaliação das tecnologias relevantes à linha de negócio da mpresa; – aquisição de tecnologias a serem utilizadas, entendida de forma ampla (desenvolvimento próprio, ou em parceria e compra de terceiros); – assimilação dessas tecnologias ao processo produtivo da empresa, incorporando-se como parte de sua competência básica; – coordenação e gestão da rotina tecnológica da empresa (zelando pelos aspectos de integridade da tecnologia – formação da competência essencial, planejamento do uso futuro desta competência e acompanhamento dos avanços/desdobramentos futuros da tecnologia em questão -, definição clara do uso e mprego da tecnologia e os desempenhos econômico, técnico e comercial). A formulação da estratégia tecnológica (ofensiva, defensiva, imitativa, dependente, tradicional ou oportunista) Incluirá um confronto e análise entre oportunidades/desafios diante da empresa e de suas reais e atuais possibilidades no campo da tecnologia Assim, é necessário ressaltar a importância do estabelecimento de mecanismos de contato com o mundo externo à empresa, sej importância do estabelecimento de mecanismos de contato com o mundo externo à empresa, sejam eles em nlVel empresarial, omo associações representativas de setores produtivos, ou nos âmbitos nacional e internacional.

A existência destes canais de contato é fundamental para o sucesso tecnológico e comercial dos negócios. E aí surge a relevância das fontes de informação, que, no caso das empresas de pequeno porte, caracterizam-se como um grande gargalo. Peter Drucker identifica sete fontes básicas de oportunidades e desafios, que devem ser monitoradas sempre pela empresa: 1) as necessidades de mercado não atendidas; 2) as necessidades dos processos desenvolvidos; 3) as mudanças na estrutura do setor produtivo elou do ercado; 4) as mudanças demográficas; 5) as mudanças em percepção, disposição e significado por parte da clientela; 6) os conhecimentos inovadores; 7) o inesperado.

São estas fontes que permitirão atuar na identificação de oportunidades para desenvolver as inovações e caracterizar o diferencial de sucesso empresarial. O potencial tecnológico da empresa, obtido muitas vezes pela prática de técnicas de auditoria tecnológica, deve ser explicitado por meio de fatores como: sensibilização da empresa para a tecnologia; sintonia e harmonização entre a estratégia tecnológica e a da apacitação tecnológica em relação aos concorrentes; integração entre P&D e as demais áreas da empresa; adequação da estrutura de PD&E (pesquisa, desenvolvimento e engenharia); n adequação das técnicas de gestão de tecnologia.

O potencial tecnológico da or aniza ão permitirá aos recursos humanos das empresas c , guintes respostas, que recursos humanos das empresas conseguir as seguintes respostas, que sintetizam a capacidade instalada elou a competência disponível: 1. quais tecnologias são mais promissoras e como incorporá-las aos produtos, processos e serviços da empresa; . quais os nlVeis de competência (conhecimento) necessários; 3. quais são as fontes desta tecnologia (interna e externa) e como obtê-las; 4. quanto investir em tecnologia, em especial em PD&E; 5. qual o objetivo dentro do processo de inovação(liderar ou seguir); 6. qual a política e a organização para fazer o PD&E.

Neste ponto, têm-se as respostas básicas de quem e como viabilizar um processo de inovação, capacitação e desenvolvimento tecnológico. As formas de gestão desta etapa são centradas na utilização de sistemas especializados de informação. E não podem ser e forma diferente, diante das velocidades que se tornam necessárias para as respostas, bem como pela diversidade e multiplicidade de fontes de informação existentes. Pois é neste momento que as empresas precisam perceber os mecanismos pelos quais a tecnologia é processada, de maneira que ela seja incorporada em sua cadeia produtiva, agregando valor. A informação, aqui utilizada e analisada, é aquela informação de componente econômico, social e técnico.

A etapa de identificação das tecnologias é uma fase das quais se tem mais estudos a respeito, e Sahal, na Teoria Geral da Evolução os Artefatos, apresenta cinco princípios como forma de analisar a incorporação de tecnologia nas inovações, de forma global, a saber: marcos tecnológicos (desenvolvimentos passados influenciando os novos avanços); experiência acumulada (seja por empresas ou pessoas); D simbiose criativa (duas ou avanços); simbiose criativa (duas ou mais tecnologias podendo se fundir de maneira a colaborar no processo de superar os limites ao desenvolvimento de solução de problemas); especialização pela escala; insularidade tecnológica (obstáculos à transferência de tecnologia entre empresas). A informação de mercado (informação econômica e social) é a que precisa ser a mais trabalhada, pois ela é relevante para o sucesso das empresas, por ser a responsável pelo êxito de produtos e serviços no mercado.

A estratégia do uso de gestão de sistemas de informação é uma resposta à busca de se minimizar o grau de incerteza e risco no ambiente empresarial. E muito se tem evoluído nesta área, a partir dos avanços em tecnologia de informação. Após a fase de identificação (o quê? , por quê? , com quem? e como? ), iniciamos o momento da geração da inovação e do esenvolvimento tecnológico propriamente dito, que passa pelas etapas de concepção do novo bem ou serviço e pelos desenvolvimentos que se fazem necessários. É a fase conhecida como Nesta etapa, tem-se evoluído bastante quanto à oferta de informações, em especial a originada nos fornecedores e provenientes da participação de empresas em missões técnicas e feiras.

Tais etapas têm evoluído bastante, em especial pelo uso intensivo e crescente das ferramentas de tecnologia da informação, assim permitindo otimizar a busca de soluções (usando, por exemplo, técnicas de simulação, CAD etc. e significando redução de tempo de execução. O MUNDO DA PEQUENA EMPRESA O mundo atual vem assistindo ao desenvolvimento de movimentos e situações em ue o ambiente no qual atuam as empresas apresenta-se desenvolvimento de movimentos e situações em que o ambiente no qual atuam as empresas apresenta-se de forma cada vez mais dinâmico e turbulento, em especial no que tange aos aspectos de mercado, de tecnologias, meio ambiente, transformações políticas, econômicas, culturais e sociais.

Este é o novo contexto de competição das empresas, que tentam, em primeiro lugar, buscar a sobrevivência. E sobrevivência das empresas significa cada vez mais aprender a aprender, através de atividades de captação, assimilação e utilização do aprendizado, de forma permanente. Virou uma obsessão! Precisamos ter uma empresa inteligente, ágil e flexível, atuando como um organismo vivo e pró-ativo. É neste panorama que surge a oportunidade para a pequena empresa, pois, apesar de ser mais frágil, a empresa de pequeno porte conta com a vantagem de ter a capacidade de reagir mais rapidamente neste novo contexto de mudanças constantes, onde o fazer é sinônimo de aprender. Caracterização da pequena empresa no Brasil

No Brasil, a classificação do porte das empresas segue a caracterização pelo número de colaboradores permanentes, com alguns ainda incorporando o fator nível de faturamento. As empresas de pequeno porte no Brasil são responsáveis por: cerca de 4 milhões de empresas constituídas; LI 60% da oferta total de empregos formais; n 42% dos salários pagos; 21% da participação no PIB; 96,3% do número de estabelecimentos. Diferentemente do papel desenvolvido pelas empresas de pequeno porte no modelo anterior de substituição de importações, no modelo em que se busca competitividade, as equenas empresas passam a ser elos importantes das cadeias produtivas que buscam a competitividade empresarial bras importantes das cadeias produtivas que buscam a competitividade empresarial brasileira.

Competitividade é o desafio, na década de 90, para as empresas de pequeno porte. Podemos mesmo afirmar que a competitividade das pequenas empresas brasileiras é essencial ao desenvolvimento do pais. E as empresas de pequeno porte passam a ter presença marcante em diferentes cadeias produtivas, na forma de fornecedores terceirizados e quarteirizados de grandes empreendimentos produtores de bens intermediários e finais, lém de atuar como fornecedores de pequenos lotes em nichos de mercado ou em mercados especializados. A pequena empresa passa a ser vista como um parceiro eficiente e eficaz no processo produtivo, a partir de suas características básicas.

De forma a termos uma visão da especificidade da pequena empresa quanto à capacitação tecnológica, apresentamos, a seguir, um quadro-síntese adaptado de Rothwell_ O quadro em foco ressalta que as principais fontes de competitividade das empresas de pequeno porte são a sua capacidade de desenvolver produtos e serviços, sua forma ágil e lexível, bem como a qualidade disponibilizada para a clientela, considerando os aspectos de custo/benefício. Daí se destacar a relevância da inovação e capacitação tecnológica para a sobrevivência das empresas de pequeno porte. Além disso, pode-se afirmar que a geração de novas oportunidades de trabalho será extremamente sensível ? tecnologia, que reformula os padrões de alocação de recursos de capital e trabalho para a produção de bens e serviços. A PEQUENA EMPRESA E A TECNOLOGIA A vocação natural da pequena em resa é aplicar tecnologias existentes de forma origi rodutos e serviços. 0 DF 22

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