O renascimento: contexto

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Andressa de Mendonça Álvares Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Artes Visuais Arquitetura e Urbanismo – 20 Período História da Arquitetura Prof. Camilo Amaral O Renascimento: Contexto O Renascimento (pp. 67 — 93). Segundo Capítulo. p BRANDÃO, carlos An vista através da arqui 1. AARCHÉ ‘Três características do homem moderno d. UFMG, 1999. daráo a encontrar a arché do quattrocento: a utilização do repertório antropomórfico clássico, como capitéis coríntios e arquivoltas concêntricas; uma ênfase acentuada na centralização espacial, e a intensa utilização de relações geométricas construindo ambiente e articulando os seus elementos. [… ] As duas primeiras características traduzem um dos objetivos centrais do renascimento: enfatizar o homem e o mundo humano.

A terceira enaltece a linguagem básica com a qual o arquiteto constrói o edifico: a utilização de relações geométrico-mateméticas e a racionalidade da composição. O espaço se torna menos espiritualizado e mais intelectualizado. Um ideal de ordem geométrico, com valores antropocêntricos, concretizado no espaço e no tratamento plástico da matéria, parece sugerir um novo conceito de beleza e uma nova arché para o edifício enascentista, expressão de uma nova situação do homem diante mundo, de Deus e de SI mesmo”. p. 67) “A arquitetura do Renascimento permanece imitando a natureza, ainda é m[mesis architecturale, e nela o arquiteto tenta tornar legíveis as leis que regem o cosmos. [… ] A arché, a excelência da arquitetura, provém, portanto, da capacidade do edifício reenviar-nos ao mundo, à lei original da natureza, ao cosmos ordenado. [… ] O homem renascentista imagina o seu universo em termos de número e constrói o edifico com base numa lógica geométrica.

Sua arquitetura, para tornar visível a ordem cósmica, eve ser encarada como uma matemática, cujas leis acabam por definir um espaço homogêneo”. (p. 68) “O estudo da perspectiva, maneira geométrica de o homem reproduzir e construir o espaço, e o estudo das proporções, relacionado desde a Antiguidade com o corpo humano, tornam- se para o novo artista as chaves de toda a sua composição. [… ] A beleza da arquitetura do Renascimento coincide com uma razão matemática, que substitui a racionalidade metafísico-religiosa da escolástica. [… Uma espécie de harmonia e de acordo entre todas as partes que formam um todo construido segundo um úmero fixo, uma certa relação, uma certa ordem através de instrumentos matemáticos de composição, como a perspectiva, a simetria e a utilização de proporções fixas fundamentais e módulos que se repetem”. (p. 70) “A mímesis renascentista não nos remete a uma beleza natural diretamente, mas passando pela mediação dos ant renascentista não nos remete a uma beleza natural diretamente, mas passando pela mediação dos antigos, o que nos faz pensar numa segunda fonte de autoridade centrada na História.

A antiguidade, a arte clássica, aparece como a arte que, melhor ue qualquer outra, manifesta as leis fundamentais, as formas essenciais da natureza. Não se trata apenas da expressão da racionalidade e da natureza, mas também da crença num ideal ordenador, que constrói a própria natureza, que a submete a um rigoroso canon e afirma a racionalidade humana, a história humana e a cultura frente à natureza imediata”. (p. 1) “Quando falamos do classicismo da arquitetura renascentista, falamos, do antropocentrismo e do humanismo nela presentes, e pretendemos mostrar que tais traços se encontram intimamente ligados às leis matemáticas que construíram, simultaneamente, m edif[cio e uma visão do universo. Conclui-se, que arché do quattrocento é retirada da natureza geometrizada e da história, a arquitetura daí resultante expressa um novo indivíduo e uma nova relação com o mundo”. (p. 2) “O antropocentrismo renascentista procura submeter a natureza não conciliar-se com ela – e converter o homem em centro e pólo dominador e organizador do universo. [… ] A ordem cósmica renascentista é, quantitativa, estática, e abriga leis as quais o homem deve desvendar e dominar”. (p. 74) 2. A ARQUITETURA E SIGNIFICADO: O ESPAÇO RENASCENTISTA 2. 1. A CIDADE 3 (p. 4) “A cidade renascentista é ideal na medida em que concretiza um ideal estético-formal geométrico, pré-definido no projeto.

O ideal renascentista concentra-se na forma geométrica e deve, sempre que possível, projetar as cidades a partir do círculo, do quadrado ou de um polígono regular. [… ] Em torno do seu ponto central desenvolve-se uma rede na qual se expressa o desejo de uma geometrização geral, cujas leis unificam o ambiente, e cujas unidades básicas se repetem por todo o espaço visando torná-lo homogêneo”. (p. 77) “Além do geometrismo, o plano dessas cidades enfatiza um onto central, com o mercado nele ou próximo dele.

Em função da atividade econômica em torno da qual as cidades se desenvolveram, esse centro designa a sede do novo poder civil que começa a se impor ao da Igreja e a dominar o espaço urbano. Ele expressa a crescente força da burguesia comercial no seio da sociedade, fazendo frente, Inclusive, ao clero. [… ] A arquitetura e o urbanismo renascentista parecem, pois, mais desenhados que construídos, e isso denuncia a consciência de uma dimensão intelectual no trabalho do arquiteto que, o distinguirá do artesão.

Assim, a destacada presença da arquitetura civil, centralização, omogeneidade, ideal de forma pura, geometrismo e perspectivismo central da composição são os traços que marcam mais fortemente o espaço urbano renascentista”. (p. 78) composição são os traços que marcam mais fortemente o espaço urbano renascentista”. (p. 78) 2. 2. O EDIFÍCIO “A arquitetura se voltará para edifícios que refletem a nova ordem advinda da expansão comercial e não apenas para igrejas e templos.

Através do tamanho, da composição formal geométrica e da utilização das ordens clássicas, o edifício define e expressa a posição e o poder da família que o habita, o novo e mais amplo contexto burguês característico da cidade renascentista. [… ] O ideal formal da igreja renascentista concretiza a imagem de um universo matematicamente organizado, de um novo conceito de ordem menos subordinado às categorias metafisicas e religiosas”. (p. 9) “A homogeneização espacial, advinda da atuação de uma mesma lei geométrica por todo o edifício, é uma das mais importantes características da arquitetura renascentista na medida em que se opõe completamente à gótica e à grega, e concretiza uma nova concepção matemática do universo. [… O círculo era a forma geométrica que melhor expressava a perfeição, ele e as formas dele derivadas deveriam gerar a organização espacial ideal das igrejas do Renascimento, enfatizando-se sempre o centro a partir do qual o espaço se desenhava. A cúpula, imensa calota esférica vista desde o exterior a coroar a igreja, torna-se o mais significativo instrumento pelo qual a presença de Deus se mostra ao mundo”. (p. 81) “Não só através da cúpula o círculo se faz presente S presença de Deus se mostra ao mundo”. (p. 81) “Não só através da cúpula o círculo se faz presente nas igrejas, as também, nos arcos plenos que substituem os arcos ogivais do gótico e se tornam uma das maiores características da arquitetura renascentista.

A planta em cruz grega, onde todos os braços são iguais, também enfatiza a centralidade que se procurava dar ao espaço. [… ] É uma das maneiras de exprimir a racionalidade do universo, exprime a crença na razão do homem moderno”. (p. 83) “A centralidade e a cúpula renascentistas, promovem o antropocentrismo e a confiança do homem em si mesmo e na sua capacidade de ordenar e dominar a natureza. Ela representa a divinização renascentista do homem. [… ] A cúpula, o círculo e planta em cruz grega, desempenham o papel fundamental de enfatizar a centralidade ambiental da igreja renascentista”. p. 85) “A perspectiva é o novo canal que liga a obra do artista ? natureza, mas o sentido desta ligação é diferente na pintura e na arquitetura. Sendo o naturalismo uma das principais características da pintura do período, ela ser,’e na tela para imitar a natureza o mais perfeitamente possível. Na arquitetura, porém, ela trabalha em sentido inverso e procura fazer com que o ediffcio construa, o mais fielmente possível, o ideal estético formal que o arquiteto estabeleceu no seu projeto”. (p. 88)

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