Poesia simbolista
Referências Bibliográficas………………………………. 06 segunda fase romântica. Mas o mergulho simbolista no universo metafísico foi mais profundo que a imersão no movimento anterior. Os simbolistas buscavam integrar a poesia na vida cósmica, usando uma linguagem indireta e figurada. Cabe ainda ressaltar que a diferença entre o Simbolismo e o Parnasianismo não está primeiramente na forma Swipe to view next page forma, já que ambos empregam certos formalismos (uso do soneto, da métrica tradicional, das rimas ricas e raras e de vocabulário rico), mas no conteúdo e na visão de mundo do artista.
Apesar de seguir alguns efeitos estéticos do Parnaso, esse movimento desrespeitou a gramática tradicional com o intuito de não limitar a arte ao objeto, trabalhando conteúdos místicos e sentimentais, usando para tanto a sinestesia (mistura de sensações: tato, visão, olfato… ). Essa corrente literária deu atenção exclusiva à matéria submersa do “eu”, explorando-a por meio de uma linguagem pessimista e musical, na qual a carga emotiva das palavras é ressaltada; a poesia aproxima-se da música usando aliterações.
Material e Método: Algumas Poesias Simbolistas: Cárcere das Almas Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço, olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tu se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo Espaço da Pureza. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, Que chaveiro do Céu possui as chaves Para abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz e Sousa Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-me na torre a sonhar… Viu uma lua no céu, Viu outra no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar… Queria subir ao céu, Queria descer ao mar… E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar… Queria dar a lua do céu, Queria a lua do mar… As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par… Sua alma subiu ao céu. Seu corpo desceu ao mar… Alphonsus Guimaraens Justificativa: Resolvi fazer o trabalho sobre Poesia Simbolista, porque nunca tinha visto nada sobre esse tipo de poesia.
Lendo algumas poesias para poder realizar este trabalho, me interessei e resolvi me aprofundar neste tema. A poesia simbolista tem Linguagem sugestiva e abstrata, que prefere sugerir a nomear; Interesse pela exploração das zonas esconhecidas da mente humana (emoção e espírito) e pela loucura; entre outras características tais como, Subjetivismo e teorias que voltam-se ao mundo interior; antimaterialismo, anti-racionalismo em oposição ao positivismo; Misticismo, religiosidade, valorização do espiritual para se chegar à paz interior.
Ao longo do trabalho, mostrarei outras características desse tipo de poesia. Desenvolvimento: A Poesia Simbolista O simbolismo dividiu com aquele estilo o espaço cultu entre o final do século XIX e o início do século XX. O O simbolismo dividiu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do século XIX e o início do século XX.
O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por inúmeras tendências literárias e filosóficas , representando , no geral , a superação das teses centrais divulgadas pela geração de 70 . Aliás, muitos autores realistas já não endossam mais aquelas idéias radicais , como se pode ver pelo modo como Antero de Quental e Eça de Queirós , por exemplo, revêem suas posições intelectuais. Surgem movimentos renovadores de cunho antimaterialista e antipositivista.
A filosofia do espírito ressurge e idéias nacionalistas começam a ganhar terreno na literatura. Cumpre destacar que a agitação contra a monarquia tornava-se cada vez mais intensa, vindo a culminar , em 1910 , com a instauração da república. O movimento nacionalista vinha, pois, fomentar a exaltação de valores nacionais e, se por vezes pecou por um sentimentalismo excessivo, constituiu um fator importante na restauração psicológica de uma sociedade em crise.
Sobre essa renovação espiritual, assim se manifesta o crítico Antonio Soares Amora: “O movimento de reabilitação do spírito foi mais longo; sem cogitar de p60r em dúvida as verdades e as possibilidades cognoscentes das ciências positivas, no que respeita a matéria, impôs a convicção de que as verdades sobre o mundo exterior,afirmadas por todas as manifestações da espiritualidade do homem , não são menos verdades que as apura a inteligência com métodos científicos .
Deste modo , reabilitaram-se as verdades do idealismo , as verdades morais e sentimentos , as verdades da imaginação , as verdades do subconsciente , enfim , as verdades da alma , que nos dão a realidade objetiva om uma natureza e com uma significação muito diferente de tudo o que nos oferece o racionalismo científico e materialista. ” A esse ressurgir da filosofia do espírito e do nacionalismo, junta-se a reação ao Realismo com a proposta de uma literatura mais cvoltada para as forças interiores do homem , para sua dimensão psicológica e transcendental , beirando o místico e o irracional .
Essa tendência literária recebeu influência direta do Simbolismo francês, que em 1 886 já lançara suas bases. Contudo, vemos que, em Portugal, esse período de 1 890 a 1 91 5, ainda que receba o nome eral de Simbolismo, está longe de esgotar-se apenas nessa direção. Para melhor o compreendermos, temos que ter presente a de intermediários para as novas posições Para melhor o compreendermos, temos que ter presente a de intermediários para as novas posições que serão assumidas a partir da década de 20, inaugurando o Modernismo.
No Brasil, esse início se seu com a publicação, no mesmo ano (1 893), dos livros Missal e Broqueis, de autoria de Cruz e Souza, nosso melhor poeta simbolista. Nos dois países ( Portugal / Brasil) , considera-se geralmente que o início dos respectivos movimentos modernistas representou surgimento de novas alternativas literárias : 191 5 , em Portugal e 1922 , no Brasil .
A crítica literária brasileira por vezes opta pela escolha do ano de 1902 para demarcar o fim da era parnasiano-simbolista, porque foi então que se deu a publicação do livro Os sertões , de Euclides da Cunha , representativo de um nova preocupação social que , ausente nos estilos anteriores , passaria a dominar a literatura nacional . A Poesia Contrariamente aos preceitos realistas, a poesia do Simbolismo valorizou o subjetivismo e o inconsciente, tornando-se um meio de sondagem do mundo interior do “eu” lírico.
Essa introspecção gerou caminhos diversos nos muitos poetas simbolistas, levando tanto a um intimismo saudosista, à expressão dos desencontros da vida como à angústia diante do destino e da morte. Na linguagem, os simbolistas abandonaram o vocabulário filosófico dos realistas e utilizaram-se abundantemente das metáforas inusitadas, dos termos “sugestivos”, das analogias, das sinestesias. Ao tom incisivo do Realismo opuseram a musicalidade, mais adequada à expressão dos vários matizes da vida psicológica.
Essas características subjetivas, que, or vezes, deságuam num sentimentalismo de mau gosto, marcaram também a prosa da época. Dentre os numerosos poetas de tendências simbolistas , deve marcaram também a prosa da época. Dentre os numerosos poetas de tendências simbolistas , devem ser mencionados Camilo Pessanha , Eugênio de Castro ( cuja obra O aristos assinala , em 1890 , o início do Simbolismo português ) , Antônio Nobre Florbela Espanca e Teixeira de Pascoaes . Características Subjetivismo Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral.
A visão objetiva da ealidade não desperta mais interesse, e sim está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do “eu”, buscam o inconsciente, o sonho. Musicalidade A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista, segundo o ensinamento de um dos mestres do simbolismo francês, Paul Verlaine, que em seu poema “Art Poétique”, afirma: “De la musique avant toute chose… ” A música antes de mais nada… Para conseguir aproximação da poesia com a música, os simbolistas lançaram mão de alguns recursos, como por exemplo a aliteração, que consiste na repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal, e a assonância, caracterizada pela repetição de fonemas vocálicos. Transcendentalismo Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir lavras sem nomear objetivamente os elementos da Dentre os numerosos poetas de tendências simbolistas , devem ser mencionados Camilo Pessanha , Eugénio de Castro Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir através das palavras sem nomear objetivamente os elementos da ealidade. ?nfase no imaginário e na fantasia. Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da intuição e não da razão ou da lógica. Preferem o vago, o indefinido ou impreciso. O fato de preferirem as palavras névoa, neblina, e palavras névoa, neblina, e palavras do genêro, transmite a idéia de uma Obsessão pelo branco (outra característica do simbolismo) como podemos observar no poema de Cruz e Sousa: “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!… Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas… Incensos dos turíbulos das aras… ” [… ]
Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente uma obsessão pelo branco, sendo relatado com grande constância no simbolismo. Literatura do Simbolismo Os temas são místicos, espirituais, ocultos. Abusa-se da sinestesia, sensação produzida pela interpenetração de órgãos sensoriais: “cheiro doce” ou “grito vermelho”, das aliterações (repetição de letras ou sílabas numa mesma oração: “Na messe que estremece”) e das assonâncias, repetição fônica das vogais: repetição da vogal “e” no mesmo exemplo de aliteração, tornando os textos poéticos simbolistas profundamente musicais.
O Simbolismo em Portugal liga-se às atividades das revistas Os Insubmissos e Boêmia Nova, fundadas por estudantes de Coimbra, entre eles Eugênio de Castro, que ao publicar um volume de versos intitulado Oaristos, instaurou essa nova estética em Portugal. Contudo, o consolidador estará, a esse tempo, residindo verdadeiramente no Oriente – trata-se do poeta Camilo Pessanha, venerado pelos jovens poetas que irão constituir a chamada Geração Orpheu.
O movimento simbolista durou aproximadamente até 1 91 5, altura em que se iniciou o Modernismo. Escritores simbolistas Pode-se dizer que o precursor do movimento, na Fra a francês Charles Baudelaire com “As Flores do Mal”, ainda em 1857. palavras nevoa, neblina, e palavras do genéro, transmite a idêia de uma Obsessão pelo branco (outra caracteristica do . Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas… O Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!.. Pode-se dizer que o precursor do movimento, na França, foi o poeta francês Charles Baudelaire com “As Flores do Mal”, Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o nome decadentismo, substituído por Simbolismo em manifesto com o nome decadentismo, substituído por Simbolismo em manifesto publicado em 1886.
Espalhando-se pela Europa, é na França, porém, que tem seus expoentes, como Paul Verlaine, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallarmé. Portugal Os nomes de maior destaque no Simbolismo português são: Camilo Pessanha, António Nobre, Eugénio de Castro e Cesário Verde Brasil No Brasil, dois grandes poetas destacaram-se dentro do movimento simbolista: Cruz e Sousa, e Alphonsus de Guimaraens.
No primeiro, a angústia de sua condição, reflete-se no comentário de Manuel Bandeira: “Não há (na literatura brasileira) gritos mais dilacerantes, suspiros mais profundos do que os seus”. São também escritores que merecem atenção: Raul de Leoni, Emiliano Perneta, Da Costa e Silva, Dário Veloso, Arthur de Salles, Ernâni Rosas, Petion de Villar, Marcelo Gama, Maranhão Sobrinho, Saturnino de Meireles, Pedro Kikerry, Alceu Wamosy, Eduardo Guimarães, Gilka Machado e Onestaldo de Penafort.
Conclusão: No decorrer da realização deste trabalho, as intenções de alcançar sua perfeição foram as melhores possíveis. Através dele pudemos entender e compreender diversas fases e acontecimentos de nossa literatura. Ao concluir a realização este trabalho, foi imensa, a minha satisfação pelo conhecimento adquirido, tendo certeza, que tais acontecimentos, é de suma importância para a continuidade de nossa história.