Preconceito linguistico

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Preconceito Linguístico Orientador: Prof. Claudio Henrique Sales Andrade Universidade Nove de Julho – Uninove São Paulo – 2010 Mito 1 – “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente” Esse mito é muito p reconhecer a verdad Brasil, a escola tenta fosse, de fato, a língu PACE 1 or2g Sv. ipe to rque, ao nao guês falado no lica como se ela se 190 milhões de brasileiros, independentemente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de escolarização etc.

Com isso também se nega o caráter multilíngue o nosso país, onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes, entre línguas indígenas, línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos, línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas fronteiriças com os parses vizinhos, além de falares remanescentes das diversas línguas africanas trazidas pelas vltimas do sistema escravagista.

Sendo assim, se é verdade que no Brasil a língua falada pela grande maioria da população é o português brasileiro (que muitos já gostariam de chamar simplesmente de brasileiro), esse mesmo, apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, ão só por causa da grande extensão territorial do pais – que gera as diferenças regionais bastante conhecidas e também vítimas, rural ou das periferias das grandes cidades, miseráveis ou pobres, analfabetos ou semi-analfabetos.

Como a educação de qualidade ainda é privilégio de poucos em nosso país, uma quantidade gigantesca de brasileiros permanece à margem do domínio das formas prestigiadas de uso da língua. Assim, tal como existem milhões de brasileiros sem terra, sem escola, sem teto, sem trabalho, sem saúde, também existem milhões de brasileiros que oderíamos chamar de “sem línguas”. Muitas vezes os falantes das variedades estigmatizadas deixam de usufruir diversos serviços a que tem direito simplesmente por não compreenderem a linguagem empregada pelos órgãos públicos.

Exemplo: A ideia de que somos um país privilegiado, pois do ponto de vista linguístico tudo nos une e nada nos separa, parece-me, contudo ser apenas mais um dos grandes mitos arraigados em nossa cultura. Um mito, por sinal, de conseqüências danosas, pois, na medida em que não se reconhecem os problemas de comunicação, entre falantes de diferentes variedades da língua, ada se faz também para resolvê-los. Stella Maris Bortoni-Ricardo A mesma autora alerta para que não se confunda a ideia de “‘monolinguismo” com a de homogeneidade lingü(stica”.

Não se trata simplesmente, como deve ficar bem claro, de “aceitar” a variedade lingüística estigmatizada falada pelos alunos e ficar só nisso. A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os n[veis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa. Assim, quando se fala em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que se constitui de muitas varie PAGF ag fala em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. … ] A imagem de uma língua única, mais próxima da modalidade escrita da linguagem, subjacente às prescrições normativas da gramática escolar, dos manuais e mesmo dos programas de difusão da midia sobre “o que se deve e o que não se deve falar e escrever’, não se sustenta na análise empírica dos usos da língua. São, de fato, boas novas! Vamos torcer para que elas desçam das altas esferas governamentais e se propaguem pelas salas de aula de todo o país!

Melhor ainda seria que fossem ceitas e incorporadas pelos grandes meios de comunicação que, infelizmente, representam hoje, no Brasil, os maiores divulgadores e perpetuadores da mitologia do preconceito lingüístico. Exercício a) Explicação do mito. O que ele afirma? verdadeiro ou falso? Justifique a resposta apresentando argumentos. O mito se refere ao ensino da língua que procura impor uma linguagem igual para todos os brasileiros (mais de 190 milhões), ignorando o fato de existirem pessoas de idades e locais diferentes e também a existência de varias línguas e variantes do português espalhadas pelo nosso país.

O português brasileiro omo todas as línguas possui muitas variações e diversidade. por isso o aluno submetido a este tipo de ensino sofre com o abismo entre sua experiência prática e a teoria estéril e com preconceito lingüístico decorrente dessa visão de mundo. O mito apresentado é falso, apesar de ter uma grande difusão e aceitação em nossa sociedade. Podemos ver em nosso cotidiano pessoas corrigindo umas as outras, como se alguém foss sociedade.

Podemos ver em nosso cotidiano pessoas corrigindo umas as outras, como se alguém fosse mais correto que o outro. b) Quais os exemplos de ocorrência do mito que o autor utiliza ara ilustrar seu pensamento? – o caso da Darcy Ribeiro em seu último grande estudo sobre o povo brasileiro: “É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos lingü[stica e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente da Terra.

Falam uma mesma língua, sem dialetos (Folha de SP, 5-Fev-1995; grifo meu). – Como diz Maurizzlo Gnerre em seu livro “Linguagem, escrita e poder”, a Constituição afirma que todos os indivíduos são iguais perante a lei, mas essa mesma lei é redigida numa língua que só ma parcela pequena de brasileiros consegue entender. c) Segundo o autor em que esse mito é prejudicial à sociedade? – Este mito é prejudicial pois, restringe a sociedade a uma mono linguagem, tirando dela a oportunidade de conhecer as variações linguísticas. ) Opinião do grupo sobre o problema: O grupo concorda com o autor quando ele critica o modo de ensino da língua nas escolas por ela impor uma Mono linguagem Mito 2 “Brasileiro não sabe português. Só em Portugal se fala bem português” Este mito apresenta várias razões para essa afirmação ser absolutamente incorreta. Fala das aplicações de gerúndio, reposição e faz comparações de como o português é falado e escrito aqui no Brasil e como é falado e escrito em Portugal.

Em Portugal não existe: estou comendo – estou a comer, ela está telefonando — ela está a telefonar Pedro esteve trabalhando muito – Pedro esteve a trabalhar muito Essas são diferenças marcantes no português de Portugal. E diferença não é deficiência de inferioridade. Assim como brilhantemente escreveu Henrique Suguri em sua redação de vestibular. “O Brasil hoje não é europeu, africano, asiático, indigena. Nós somos a mistura exata de tudo isso, completamente iferentes das nossas origens, únicos. E apesar disso estamos indiscutivelmente atrelados aos princípios da nossa matriz.

Talvez o ano 2000 possa servir para abrirmos os olhos e em vez de comemorarmos os nossos cinco séculos coloniais enterramos o que sobrou deles. ” Está presente neste mito a ideia, sem nenhum fundamento, de que os portugueses falam da mesma maneira, como se lá não existisse variação. Como existe em toda e qualquer lingua viva. O português de Portugal apresenta dialetos regionais bem distintos uns dos outros, além de exibir variação social (pessoas de classes ociais diferentes falam de modo diferente, pessoas de graus de escolarização diferentes falam de modo diferente). Não é nada disso.

Assim como nós aqui estamos mudando e moldando a nossa língua para melhor adaptá-la às nossas necessidades de interação, os portugueses (como qualquer povo) também fazem isso, só que, mais uma vez, em direções diferentes das nossas No final percebo que o português é falado/escrito da forma que as pessoas estão acostumadas. E o preconceito linguist PAGF s OF ag que o português é falado/escrito da forma que as pessoas estão acostumadas. E o preconceito linguístico contra o português brasileiro chega às vezes a assumir formas grotescas, para não dizer escandalosas.

Afirmar que os portugueses falam melhor do que nós, “é imaginar uma sociedade portuguesa uniforme, indiferenciada, sem conflitos sociais. ” É muita ingenuidade. Esse mito de que brasileiro nao sabe português também afeta o ensino de línguas estrangeiras. muito comum verificar entre professores um grande desânimo diante das dificuldades de ensinar o idioma estrangeiro. Não tem sentido nenhum, portanto, continuar alimentando essa fantasia de que os portugueses são s verdadeiros “donos” da língua, enquanto nós a utilizamos (e- mail) apenas por empréstimo.

Então, não há por que continuar difundindo essa ideia mais do que absurda de que “brasileiro não sabe português”. O brasileiro sabe o seu português, o português do Brasil, que é a língua materna de quase todos os que nascem e vivem aqui, enquanto os portugueses sabem o português deles. Nenhum dos dois é mais certo ou mais errado, mais feio ou mais bonito: são apenas diferentes um do outro e atendem às necessidades linguísticas das comunidades que os usam, necessidades que também são… diferentes! ) Explicação do mito. O que ele afirma? ? verdadeiro ou falso? – O mito esclarece muito bem o assunto quando se trata de que “brasileiro não fala bem português”. É demonstrado que simplesmente o português do Brasil é diferente do português de Portugal. E que cada uma atende as necessidades lingüíst português do Brasil é diferente do português de Portugal. E que cada uma atende as necessidades linguísticas das comunidades que as usam. – Ele afirma claramente que esse mito é absolutamente incorreto. falso. pois o autor explica e esclarece muito bem, todas as variações que cada língua possui.

E exprime essa ideia de uma forma simples. Afirmando que “cada um tem seu modo de usar sua língua de origem”. – Em Portugal se diz uprar e dlibrar, enquanto no Brasil se diz operar e deliberar – Em Portugal não existe: estou comendo – estou a comer, ela está telefonando — ela está a telefonar Pedro esteve trabalhando muito – Pedro esteve a trabalhar muito É prejudicial, quando o brasileiro deseja aprender lingua estrangeira, existe um grande desânimo por parte dos professores diante das dificuldades dos brasilelros para entender e aprender essa outra língua.

Pois atribuem credibilidade esse ito de que o “brasileiro não sabe português”. Então como aprenderam outra língua? d) Opinião do g upo sobre o problema: – O grupo apóia a concordância que cada país tem variações lingüísticas e que não existe o melhor ou o errado. Cada país atribui suas riquezas nas linguagens conforme as exigências de suas comunidades.

Mito 3: – “Português é mu- PAGF 7 OF preconceituosa é prima-irmã da ideia que acabamos de derrubar, a de que “brasileiro não sabe português” Um dos pesos para acharmos que nossa língua é difícil é que as regras que aprendermos na escola em boa parte não orrespondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil e porque temos que decorar conceitos e regras que não significam nada pra nós. Espero que haja o dia em que nosso ensino de português se concentre no uso real, vivo e verdadeiro da l[ngua portuguesa do Brasil.

Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando que “não sabem português” ou que “português é muito difícil” é porque o uso da língua foi transformado numa “ciência esotérica”, numa “doutrina cabalística” que somente alguns “iluminados” (os sumos sacerdotes da gramática normativa) conseguem dominar ompletamente. No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve como mais um dos instrumentos de manutenção do status das classes sociais privilegiadas.

O mito de que “português é muito difícil” tem sua origem também na confusão, gerada no ambiente escolar, entre a língua propriamente dita e a codificação tradicional da língua, isto é, a gramática normativa. para muita gente, “saber português” é saber o que é uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo ou saber distinguir um complemento nominal de um adjunto adnominal. ? lamentável, para dizer o ínimo, que a imagem da língua tenha sido empobrecida desse jeito, reduzida a uma nomenclatura profusa e confusa e a exercicios mecânicos de análise sintática e morfológica, práticas que se revelam, ao fim e ao cabo PAGF 8 OF ag análise sintática e morfológica, práticas que se revelam, ao fim e ao cabo, inúteis e irrelevantes para de fato levar alguém a se valer dos muitos recursos que a língua oferece. – O mito aborda que essa afirmação de que o “português é muito difícil” sendo prima-irmà do mito que o “brasileiro não sabe português”.

Neste caso é no fundo uma ideia de que serve mais omo um instrumento de manutenção de status das classes – Que a confusão é gerada na escola, pois pra multa gente saber português é saber o que é uma oração subordinada objetiva direta reduzida do infinitivo. – Que é falso. Porque é lamentável que a imagem da língua tenha sido empobrecida desse jeito. A escola faz com que fiquemos presos a exercícios mecânicos de análise sintática e morfológica e percamos o valer dos muitos recursos que a língua oferece. – [… Um dos pesos para acharmos que nossa língua é dificil é que as regras que aprendermos na escola em boa parte não O que prejudica na sociedade é iniciado já na escola quando ele diz que a escola nos prende a exercicios mecânicos, ou quando ela impõe regras que não significam nada pra gente e com o tempo vamos deixando de lado o que realment regras que não significam nada pra gente e com o tempo vamos deixando de lado o que realmente a língua pode nos oferecer. Mostramos que apenas as classes privilegiadas usam estes argumentos como Instrumentos de status.

O grupo acha absurdamente irrelevante e desnecessária a imposição da escola quando impõe suas regras que não significam muito. erde as grandes riquezas que a língua portuguesa possui. Mito 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado” O preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe como vimos no Mito na 1, uma única lingua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários.

Qualquer manifestação linguística que escape desse triângulo escola- gramatica-dicionário é considerada, pela ótica do preconceito lingüístico,errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente”, e não é raro a gente ouvir que “isso não é português”. E muito preconceituoso pensarmos e dizermos que as pessoas que trocam L em R nos encontros consonantais (Cráudia, chicrete, praca, broco, pranta) são consideradas pessoas com “atraso mental”.

Ora, estudando cientificamente a questão, é fácil descobrir que não estamos diante de um traço de “atraso mental” dos falantes “ignorantes” do português, mas simplesmente de um fenômeno fonético que contribui para a formação da própria norma-padrao da língua portuguesa. Exemplos: NORMA- PADRAO ETIMOLOGIAORIGEM Branco Blank Germânico Brando Blandu Latim Cravo Clavu Latim Dobro Duplu Latim Escravo Sclavu Latim Fraco Flaccu Latim

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