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PROJETO ÁFRICA Professora Valéria Attayde Projeto “A África é Show de 301a” [PiC] “Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize. ” or2B Boaventura de Souza to view nut*ge Alunos Atendidos: 10 e 20 segmentos do Ensino Fundamental Duração: Anual Introdução: A escola tem o compromisso de reforçar os valores sociais e morais, mas muitas vezes acaba, mesmo que de forma quase imperceptlVel, perpetuando e reforçando alguns preconceitos. Um exemplo claro do que falamos pode ser visto na forma como sempre se referiu ao Continente Africano.

Suas principais considerações se relacionam com os problemas e sofrimentos desse povo, pouco se falando sobre sua cultura, sua historia. Os negros aparecem nos livros didáticos sempre relacionados à escravidão, sofrimento, submissão, miséria. Pobres coitados Dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivessaria e metalurgia e usavam sistemas matemáticos muito bem elaborados. Para se ter uma idéia, em 1879, o médico inglês R. W. Felkin aprendeu com os banyoro (tribo africana) as técnicas de cesariana, que já envolvia assepsia, anestesia e cauterização do corte, que era feito na vertical.

Isto prova que já tinham conhecimento da técnica muito tempo antes. Entre as grandes civilizações da humanidade, que serviram de base para o estudo da História e os grandes avanços tecnológicos, encontramos o Egito que todos sabemos está localizado na África, embora insistam em tratar toda aquela área ao norte do continente como África Branca, numa tentativa preconceituosa de excluir da cultura dominante, os demais países daquele continente. São essas as denúncias que a escola deve se propor a fazer, deixando claro a todos os seus alunos que toda a produção intelectual e tecnológica do mundo teve sua origem no

Continente Africano. É importante que a escola se empenhe com urgência em aprofundar seus conhecimentos sobre “O Berço da Intelectualidade”, através de uma reflexão verdadeiramente crítica sobre os valores que vem passando até os dias de hoje. Valores estes, que acaba fomentando a discriminação e a desvalorização de um povo. povo este, que não apenas dança e sorri apesar de todo o sofrimento, mas que tem uma cultura riquíssima em inúmeros elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento…

Justificativa: A publicação da Lei NO 10. 539 tornou obrigatório o ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio, em todo o país. Porém é de suma importância que essa História não se res PAGF 93 Ensino Fundamental e Médio, em todo o país. Porém é de suma importância que essa História não se resuma em escravidão, misérias, epidemias e guerras civis; Ou que em uma tentativa de resgatar a auto-estima dos afro-descendentes, se exalte apenas os aspectos artísticos de sua cultura.

Precisamos nos conscientizar que não estamos apenas contando a história de um continente, e sim a história da civilização humana. A história do nício da História, com todos os seus aspectos contributivos, não apenas ao povo brasileiro, mas aos conhecimentos do mundo. Baseado nestas considerações, elaboramos esse projeto no sentido de promover um conhecimento mais aprofundado sobre a importância da contribuição dos afncanos para o desenvolvimento não só do nosso país, mas de todos os outros.

O importante em nosso projeto é que não priorizaremos o lado exótico da cultura africana, como o batuque a ginga, a capoeira, o vatapá e a feijoada. Não que não trabalharemos com esses elementos. Afinal, são os de maior conhecimento dos nossos alunos. Porém, justamente por já estarmos tão familiarizados com eles, optamos por dar prioridade a outros aspectos do contexto histórico-cultural africano que são desconhecidos pela maioria da comunidade escolar. Queremos promover o verdadeiro resgate da herança africana, cuja história fora esquecida e ignorada ao longo do tempo.

Trabalharemos com uma Linha do Tempo (anexo 1) que otimizará o trabalho, ao destacar o início da civilização humana no continente africano e alguns dos legados dos povos africanos para a humanidade. Também mostraremos os principais impérios, reinos e estados (anexo 2) de onde vieram os negros ue foram escravizados no B que foram escravizados no Brasil e as tecnologias que trouxeram. Falaremos ainda sobre a participação dos africanos e de seus descendentes na formação histónco-cultural do Brasil. or fim, aproveitando a Copa do Mundo de Futebol, que esse ano será realizada na África do Sul, falaremos sobre os animais das savanas africanas e a biodiversidade existente neste país. Afinal, foi justamente essa copa do mundo a responsável pela escolha do título deste projeto! Em suma, pretendemos conscientizar nossas crianças sobre a importância do negro na formação da sociedade brasileira e de odas as outras sociedades em todo o mundo, anallsando sobre a sua contribuição nas áreas: social, econômica, cultural e política.

Objetivos: • Oportunizar o conhecimento básico em conceitos como história, economa, socledade e cultura africana, • Sensibilizar o estudante acerca da importância do continente africano no contexto mundial; • Contextualizar as diversas influências africanas em nossa sociedade, tais como, na linguagem, vestimenta, alimentação e manifestações artísticas; • Conscientizar o aluno da existêncla das práticas cotidianas do racismo; ?? Despertar o interesse da criança para a biodiversidade na África do Sul; 3 aos alunos do 10 e 20 segmentos; 3 Organização de diferentes murais em sala de aula, com auxílio de revistas, jornais e fotografias, com os seguintes temas: “Os Seres Humanos são de uma única espécier, “O que são práticas racistas? ‘, “Negros que fizeram história. , “Influências dos negros na cultura brasileira”; 4 Exibição de vídeos; 5 Palestras; 6 Gincanas e jogos estudantis; 7 Demonstrações coreográficas de Capoeira e danças; 8 Leitura e reescrita de contos africanos; 9 Confecção de linha do tempo destacando o início da civilização umana no continente africano e alguns dos legados dos povos africanos para a humanidade (anexo 1); 10 Elaboração de mural destacando os principais impérios, reinos e estados (anexo 2) de onde vieram os negros que foram escravizados no Brasil e as tecnologias que trouxeram; 11 Organização do Desfile Cívico do município com pelotões que destaquem os diversos temas abordados neste projeto; 12 Valorização da cultura negra e suas influências na nossa cultura nos diferentes aspectos lingüísticos, culinários, religiosos, 13 Exposições permanentes, no pátio da escola, com os trabalhos realizados na sala de aula; 4 Avaliação do proieto; PAGF s 3 as informações coletadas nos diferentes vídeos exibidos; 5.

Coletar expressões preconceituosas utilizadas no cotidiano, como por exemplo: “Pessoa zangada está com o coração negro”, “Comércio ilegal é chamado de mercado negro”, “Quando as coisas estão difíceis diz-se A coisa tá preta”, “Pessoa boa tem alma branca”, “Quem deve entra na Lista negra”, “Falar mal de alguém é Denegrir sua imagem” e “Magia negra é coisa do mal”, entre muitas outras; 6. Pesquisar algumas palavras de origem africana que fazem parte do nosso vocabulário, para atividade de leitura e escrita; . Organização de uma coletânia de lendas e histórias africanas que tratem de diversidade como: Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado e Lendas Africanas de Júlio Emílio Braz; 8.

Confecção do alfabeto baseado no texto ABC Africano de Rogério Andrade Barbosa; É imprescindível que todos os assuntos sejam abordados durante todo o ano nas diferentes disciplinas que fazem parte do currículo do aluno. Teremos que abordar alguns dos assuntos de forma simples e objetiva nas séries iniciais, delxando o aprofundamento das questões para as séries mais avançadas. No entanto, como á explicitado, são questões que devem ser trabalhadas já nas primeiras séries de escolaridade. Culminância: A culminância do projeto será realizada em 2 etapas, sendo a prmeira em julho, com atividades esportivas e exposições dos trabalhos realizados no primeiro semestre, aproveitando a Copa do Mundo de Futebol na África do Sul.

A segunda etapa do projeto terá sua culminância em novembro, na Semana da Consciência Negra, com a resenta ões de peças, músicas, poesias e exposições dos izados durant Consciência Negra, com apresentações de peças, músicas, poesias e exposições dos trabalhos realizados durante todo o ano etivo. Avaliação: Esta avaliação contínua e progressiva será feita através de: – Análise do projeto elaborado, para verificar se os objetivos foram alcançados; – Observação direta e indireta de todas as atividades desenvolvidas; Reflexão e conclusão; – Análise dos dados coletados. (Anexos) LINHA DO TEMPO Cerca de 20000 a. C. O objeto matemático mais antigo é o bastão de Ishango, osso com registros de dois sistemas de numeração.

Ele foi encontrado no Congo em 1950 e é 18 mil anos mais antigo do que a matemática grega 3000 a. C. O médico negro lmhotep é o verdadeiro pai da medicina: ele iveu 25 séculos antes de Hipócrates e já aplicava no Egito conhecimentos de fisiologia, anatomia e drogas curativas em seus pacientes 2000 a. C. PAGF 7 93 assepsia, anestesia e cauterização do corte, que era vertical Um Histórico das Lutas e Conquistas Recentes: A ciência dos séculos 18 e 19 considerava que os brancos possuíam maior capacidade intelectual. Depois vinham os índios e, por último, os negros. Alguns estudos afirmavam que os negros se situavam abaixo dos macacos. Qualquer que seja o grau dos talentos dos negros, ele não é a medida dos seus direitos”, Thomas Jefferson (1743-1826), político americano. 948 – Uma das mais significativas experiências de mobilização negra foi o jornal Quilombo, editado no Rio de Janeiro. A edição no 0, ano 1, trazia a seguinte afirmação: “Nos dias de hoje a pressão contra a educação do negro afroxou (sic) consideravelmente, mas convenhamos que ainda se acha muito longe do ideal” 1949 – 10 Congresso do Negro Brasileiro. Temas abordados: sobrevivências religiosas e folclóricas; formas de luta (capoeira de Angola, batuque, pernada); línguas (nagô, gegê, língua de Angola e do Congo, as línguas faladas nos anos de escravidão).

Década de 1950 – Iniciam-se os primeiros estudos sobre reconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos no Brasil. Décadas de 1960 e 1970 Os militares oficializaram a ideologia da democracia racial e a militância que ousou desafiar esse mito foi acusada de imitadora dos ativistas americanos, que lutavam pelos direitos civis. O mito da democracia racial persiste até hoje. Década de 1980 – Retomada dos estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos. Os resultados das pesquisas apresentam a depreciação de personagens negros, associada a uma valorização dos brancos. 1984 – Em São Paulo, a Comissão de Edu PAGF 8 3 egros, associada a uma valorização dos brancos. 984 – Em São Paulo, a Comissão de Educação do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e o Grupo de Trabalho para Assuntos Afro-Brasileiros promoveu dlscussões com professores de várias áreas sobre a necessidade de rever o currículo e introduzir conteúdos não discriminatórios. 1985 – A comemoração de 13 de maio foi questionada pela Comissão por meio de cartazes enviados às escolas do estado de São Paulo. O material também exaltava 20 de novembro como data a comemorar a consciência negra. 1986 – A Bahia inseriu a disciplina Introdução aos Estudos Africanos nos cursos de Ensino Fundamental e Médio de algumas escolas estaduais atendendo a antiga reivindicação do movimento negro. 1996 – Entre os critérios de avaliação dos livros didáticos comprados e distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) foram incluídos aqueles específicos sobre questões raciais. 998 – Inclusão da Pluralidade Cultural entre os temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais. 2003 – A publicação da Lei nolO. 63g tornou obrigatório o ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio. ?FRICA origem de todos nós… Infelizmente, a imagem que se tem da África e de seus descendentes não está relacionada com produção intelectual nem com tecnologia. Ela descamba ara moleques famintos e fam[lias miseráveis, povos guerra ou paisagens de acentuam o preconceito, do qual 45% da população brasileira acaba sendo vítima. Negros são parte da nossa identidade ? O pouco caso com a cultura africana se reflete na sala de aula.

O segundo maior continente do planeta aparece em livros didáticos somente quando o tema é escravidão, deixando capenga a noção de diversidade de nosso povo e minimizando importância dos afro-descendentes. por isso, em 2003, entrou em vigor a Lei no 10. 639, que tenta corrigir essa dívida, incluindo o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas. A cultura africana oferece elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento. Se a escola não inclui esses conteúdos no planejamento, cada professor pode colocar um pouco de África em seu plano de enslno PROJETO: ÁFRICA BRASIL: CONHENCENDO ONTEM, TRABALHANDO HOJE E CONSTRUINDO O AMANHA… “Uma boa árvore é aquela que se lembra da semente que a gerou” Provérbio Africano

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