Resenha dos seminários de metodologia científica
Resenha dos seminários de metodologia científica O interesse dos seres humanos pelos fenômenos naturais e pela vida em sociedade é tão antigo quanto a nossa própria cultura. O movimento dos corpos celestes, a reprodução dos seres vivos, a transformação de materiais, a purificação de metais, a saúde dos seres humanos, a sucessão das estações do ano são exemplos de temas que já eram estudados por filósofos e naturalistas do Egito, da Grécia e China antigos. org Os filósofos da Gréci nti produziram muitas o s que no mundo e também e sua produção.
Sen lo IV a. C. , am plicar o que ocorre conhecimento ue está em nossas mentes, ou em textos de todos os tipos (escritos, desenhos, gráficos, símbolos), como é possivel saber que esse conhecimento corresponde à realidade que ele tenta representar ou explicar? Preocupado com essas questões, Platão (427-347 a. C. ), filósofo grego, estabeleceu uma distinção entre a “doxa” (opinião) e a “episteme” (ciência). Ele dizia que uma pessoa comum, não educada para a ciência, ficava limitada em seus conhecimentos por suas percepções sensoriais e suas paixões. ois aquilo que os sentidos percebem muitas vezes não corresponde à realidade, pode ser somente uma ilusão riada pela forma de olhar. Já o filósofo é aquele que poderia atingir o verdadeiro conhecimento, que seria a ciência, pois conhecimento perfeito e, por isso, imutável. Uma vez atingida ? verdade, ela valeria para todo o sempre. Platão preocupa-se em utilizar a razão para descobrir, em um mundo de aparências e em constante mudança, aquilo que pertence ao mundo perfeito e imutável das ideias.
Essa distinção entre ciência e “senso comum”, estabelecida pelo filósofo há 25 séculos, permanece até os dias de hoje. E muitos cientistas e professores de ciências naturais ou humanas acreditam nessa divisão perfeita do mundo m pessoas que sabem ciência e aquelas que não sabem. “O que é senso comum? Esta expressão não foi inventada pelas pessoas de senso comum. Creio que elas nunca se preocuparam em se definir. um negro, em sua pátria de orgem, não se definiria como pessoa ‘de cor’. Evidentemente. Esta expressão foi criada para os negros pelos brancos.
Da mesma forma a expressão ‘senso comum’ foi criada por pessoas que se julgam acima do senso comum, como uma forma de se diferenciarem das pessoas que, segundo seu critério, são intelectualmente inferiores. Quando um cientista se refere ao senso comum, ele stá, obviamente, pensando nas pessoas que não passaram por um treinamento cientifico”. Podemos dizer que qualquer pessoa, seja ela cientista ou não, age em alguns casos de acordo com seu senso comum e, em outros, de acordo com um conhecimento mais elaborado. Para quem é professor, essa ideia é muito importante.
Nossos alunos sempre têm algum conhecimento prévio que se aproxima do conhecimento cientifico, ou seja, que não é apenas senso comum. Na TV, nossos alunos assistem, com grande frequência, a documentári PAGFarl(Fq que não é apenas senso comum. Na TV, nossos alunos assistem, om grande frequência, a documentários e reportagens envolvendo questões científicas, pesquisas, descobertas, polêmicas. Quando cnanças e jovens assistem documentários em vídeo ou mesmo reportagens de W, podem adquirir informações, aprender fatos e viver processos de construção de conceitos científicos.
Voltando à Grécia Antiga, Aristóteles (384-322 a. C. ), outro filósofo grego, escreveu uma imensa obra, na qual os estudos da natureza ocuparam grande parte. Em seus escritos encontram- se sistemas de classificação de vegetais, discussões sobre a organlzação do universo e sobre o movimento dos corpos. celestes. No modelo de universo proposto por Aristóteles, a Terra ocupa o centro (modelo Geocêntrico de universo) e todos os outros corpos celestes giram ao seu redor.
Pensando em formas de garantir que a ciência (episteme) não permaneça apenas como opinião (doxa), Aristóteles desenvolveu a lógica, que no seu entender significava as regras do pensamento correto, ou a ciência da demonstração. Quando um filósofo afirma algo, tem que demonstrar que sua afirmação é verdadeira. Para isso, deve utilizar à lógica, “ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-las corretamente na procura e demonstração da verdade”. Os trabalhos desenvolvidos pelos filósofos da Grécia Antiga tiveram uma influência muito grande em toda cultura ocidental.
A visão aristotélica de universo e sua lógica tornaram-se sinônimo de verdade durante séculos. Até que, no período que engloba os séculos XVI, até o XVIII, surge a ciência moderna, te PAGF3rl(Fq durante séculos. Até que, no período que engloba os séculos XVI, até o XVIII, surge a ciência moderna, tendo como principais fundadores Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727). Entre as inúmeras mudanças no conhecimento da revolução científica desse período, a relacionada com o movimento dos orpos celestes e a posição da Terra em relação a esses corpos, tornou-se um s[mbolo.
Galileu, inspirado pela obra de Copérnico (1473-1543) As Revoluções dos Orbes Celestes, convenceu-se de que a Terra não poderia ocupar o centro do universo e que essa posição deveria ser ocupada pelo Sol (modelo Heliocêntrico de universo). Utilizando, pela primeira vez, uma luneta para observar o céu, Galileu descobre as quatro maiores luas do planeta Júpiter. Ele observa os movimentos dessas luas e nota que elas se moviam ao redor do planeta, como a Lua se move em volta da Terra. Ideia que se contrapunha frontalmente ao modelo de uma Terra em epouso e único centro do universo.
Em 1638, Galileu já se preocupava com o modo de se fazer ciência e propõe um método científico de produção de conhecimento. Com ele, e depois, definitivamente, com Newton, fica estabelecido que o conhecimento para ser ciência precisa ser produzido e apresentado de acordo com os métodos empregados por esses cientistas pioneiros. preclso salientar, no entanto, que Galileu e Newton são apenas os representantes de um grande número de pensadores que, naquela mesma época, também estavam preocupados com as questões relacionadas ao conhecimento científico e sua rodução.
Como exemplo, podemos citar Descartes relacionadas ao conhecimento científico e sua produção. Como exemplo, podemos citar Descartes (1595-1550) e a sua obra Discurso do método e Francis Bacon (1561-1626), cujo lema era “saber é poder’, que propunha um conhecimento científico que proporcionasse o domínio do ser humano sobre a natureza. No contexto histórico dessas discussões- Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII acontecia uma grande mudança social e política, uma revolução, que tinha como principal causa o desenvolvimento de uma nova classe social, a burguesia.
Os burgueses se opunham os interesses da aristocracia, e desejavam governarem-se independentes do poder dos reis e de seus herdeiros. Os reis absolutistas caem, na Inglaterra, em 1588; e em 1789, na França, com a revolução francesa. O século XVIII fica conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo propaga uma visão de mundo na qual os seres humanos não dependem mais do desígnio da divina providência, mas devem traçar seus próprios destinos, tendo o conhecimento científico como ferramenta.
Durante o século XIX, a ciência passa por um enorme desenvolvimento. A Física, a Biologia, a Geologia e a Astronomia assaram a apresentar descobertas e teorias cada vez mais surpreendentes. O uso do microscópio e do telescópio possibilitou novas e revolucionárias descobertas, como os seres vivos microscópicos e suas relações com a saúde humana, e os novos corpos celestes como as nebulosas e os planetas Urano e Netuno, invisíveis a olho nu. Ainda neste século, surgiram as ciências humanas, dentre elas, a Geografia, a História, a Sociologia, e a Psicologia.
Ao m humanas, dentre elas, a Geografia, a História, a Sociologia, e a Psicologia. Ao mesmo tempo, iniciou-se um grande debate em torno da natureza do conhecimento cientiTico produzido or essas ciências. A ideia de que somente o conhecimento produzido nos moldes dos trabalhos de Newton era ciência ou ainda que para ser cientifico era necessário passar pela Matemática começa a ser questionada. É nesse contexto, durante o século XIX, que se desenvolve o pensamento positivista. Seu principal representante é o filósofo Augusto Comte (1798-1857).
O positivismo radicaliza o papel da razão no estabelecimento de relações necessárias e permanentes. Daí a ideia de “determinismo”, ou seja, à ciência cabe estabelecer as leis gerais, aquelas que determinam o que necessariamente sempre irá ocorrer. oncepção de ciência está fortemente influenciada pela Física. Se um gás que se encontra em um recipiente de volume constante (de vidro, por exemplo) e tem sua temperatura elevada, então, sua pressão irá, necessariamente, se elevar também.
Essa é uma lei geral. Comte considera que qualquer cientista,seja ele físico, blólogo ou sociólogo, deve ter como meta estabelecer “lels gerais” como as leis das transformações gasosas, por exemplo. final do século XIX, James Clerk Maxwell (1831-1879), afirma que a luz é uma onda eletromagnética e, nos últimos anos desse século, John Joseph Thomson (1856-1940) descobre o elétron, artícula negativa. Ele propõe, então, que deveriam existir também partículas positivas, já que a matéria em si é neutra.
No período de 1909 a 191 1, Ernest Rutherford (1871-1937), re PAGFsrl(Fq já que a matéria em si é neutra. No período de 1909 a 191 1, Ernest Rutherford (1871-1937), realiza experimentos que lhe permitem concluir que o átomo tem sua massa concentrada em um núcleo muito pequeno em torno do qual movem-se os elétrons. Nessa época, muitas explicações e modelos utilizados pela Física apresentam problemas. Um deles, por exemplo, estava relacionado com o modelo de átomo recém proposto por Rutherford.
Acontece que os estudos sobre eletromagnetismo de Maxwell mostravam que o elétron, como qualquer partícula com carga elétrica, quando reallza um movimento acelerado, perde energia, que é emitida na forma de uma onda eletromagnética. Os elétrons de um átomo, por sua vez, movem-se em torno do núcleo, em trajetórias circulares e, portanto, estão em movimento acelerado. Então, de acordo com o eletromagnetismo, eles deveriam emitir sua energia e não conseguiriam permanecer movendo-se ao redor do nucleo, pois iriam cair em direção a ele, atraídos pela carga positiva.
Como resolver essa contradição? Em 1905, o cientista alemão Albert Einstein (1879-1955), publicou um trabalho sobre o Efeito Fotoelétrico, propondo que a luz seria composta por um conjunto de “corpúsculos de luz” chamado fótons. Essa ideia contrapunha-se à de Maxwell que mostrara em seus trabalhos ser a luz uma onda eletromagnética. Surge a pergunta: mas, então, a luz é uma onda ou um conjunto de partículas? Surge a ideia de que qualquer tipo de energia, em particular a luz, não pode ter sua intensidade aumentada ou diminuída continuamente.
Há uma quantidade mínima de energia abaixo da qual ela não m aumentada ou diminuída continuamente. Há uma quantidade inima de energia abaixo da qual ela não mais existe. Essa quantidade mínima recebeu o nome latino de quantum. O quantum de energia da luz é o fóton. A energia quantizada explica a estabilidade do átomo, com os elétrons em órbita ao redor do núcleo. Mas não resolve o problema da luz que, dependendo do experimento, parece ser uma onda em alguns casos, mas parece ser composta de fótons em outros.
Durante todo o século XX, a ciência e a tecnologia, passaram a ter um desenvolvimento acelerado, como nunca houve na história. Grande parte desse desenvolvimento ocorreu a partir da 2a Grande Guerra, que terminou, em agosto de 1945, com a xplosão de duas bombas atômicas em território japonês. Essa guerra foi vencida por aqueles que ganharam a corrida cientifica, chegando a controlar a energia dos núcleos atômicos. A partir daí, praticamente todos os países mais desenvolvidos e aqueles em busca de desenvolvimento, passaram a investir parte de seus orçamentos em construção de conhecimentos científicos.
Com o enorme desenvolvimento das pesquisas científicas durante o século XX, houve muitas descobertas e muitas questões foram resolvidas. De todo esse processo, podemos ter uma certeza: toda boa teoria cientifica é aceita por resolver uitos problemas já existentes. Porém, toda nova teoria, além de responder a velhas perguntas, sempre propõe um novo conjunto de problemas, fazendo com que o conhecimento não pare de evoluir, de se transformar permanentemente. CONCLUSÃO Vivemos o início do terceiro milênio, a era informação. ? necessár PAGF8rl(Fq permanentemente. Vivemos o início do terceiro milênio, a era informação. É necessário refletirmos que, a informação não leva ao conhecimento. O conhecimento distingue-se da simples informação por ter conexão com a intencionalidade e por envolver o estabelecimento de v[nculos entre informações soladas. Refletindo dessa forma, muito do que chamamos de conhecimento, é apenas informação, de forma desconectada. A informação e o conhecimento são declarações verdadeiras, sendo que último é a informação com um propósito definido.
A teoria do conhecimento baseia-se numa suposição fundamental de que somos seres racionais conscientes. Assim, examinarmos assunto tao antigo e ao mesmo tempo tao atual, desperta nossa consciência de membros da comunidade acadêmica, para a necessidade de estimular a sociedade, mesmo com a quantidade de novas ferramentas existentes em tecnologia da informação, cada dia aprender novas formas de obter o conhecimento, seja nas atividades coletivas, ou no auto-aprendizado individual.
Toda essa informação disponlVel precisa ser uma ferramenta mediadora entre o indivíduo, a sociedade, a educação e o mundo, servindo de meio pelo qual o homem se aproprie de saberes e reconstrua o próprio conhecimento. O ato mais expressivo a favor da ciência é buscar a qualidade de ensino, ensinar as pessoas a pensar e consequentemente desenvolver o pensamento crítico que lhes permitirá independência para prosseguir na superação continua do conhecimento pelo PAGFgrl(Fq