Resumos de frei luis de sousa
ROMANTISMO Contextualização histórica e literária do Romantismo 1. O Romantismo O Termo Romantismo é de origem seiscentista (“romantic”) e deriva do substantivo francês “romaunt”, que designava os romances medievais de aventuras. No final do século WIII, Letourner e Rousseau, filósofo da revolução francesa, adoptaram este termo, fazendo a distinção entre “romantique” (romântico) e “romanesque” (romance). A palavra rapidamente se difundiu pelas restantes cultur romântico e clássico.
O Romantismo é um na cultura europeia n de grande inseguran o a oposição entre crs • rtistico que surgiu um contexto xaltação dos valores nacionais, devido as invasões francesas. A tentativa de hegemonia do poder napoleónico fez a Europa despertar para os valores nacionais e procurar a liberdade plena: política, religiosa, cultural e literária. Em Inglaterra, este movimento literário difundiu-se através de nomes como William Blake, William Wordsworth, Lord Byron ou o escocês Walter Scott. Em França, o Romantismo impôs- se no final da década de 1 820 com Victor Hugo, Chateaubriand e o importante contributo de Madame de Stael.
Na Alemanha, a publicação da peça dramática Sturm und Drang de Klinger a incontrolavel obra de Goethe lançaram as bases deste movimento estético-literário. O ideário romântico teve expressão nas várias demonstrações artisticas, onde imperavam temas dramático-sentimentais: na poes poesia, no teatro, no romance histórico, na pintura (Delacroix, Goya e Constable), na escultura e na música (Shubert, Mendelssohn, Wagner e Chopin). Na arte romântica, a paisagem já não era um cenário, mas um meio de expressão.
O Romantismo manifestou-se também na sociedade civil, dando eco aos ideais revolucionários burgueses que advogavam uma maior intervenção do povo no plano político. Ao exaltarem os valores populares e a cultura de raízes nacionais, os românticos colocaram a burguesia num estatuto previligiado. 2. O Romantismo em Portugal 2. 1. Síntese dos principais acontecimentos O contexto em que o Romantismo surgiu em Portugal fol marcado por uma sucessão de acontecimentos muito importantes, que explicam o facto de esta corrente estético- literária ter chegado ao nosso país com cerca de 30 anos de atraso.
Esses acontecimentos podem ser resumidos na seguinte linha cronológica: • Em 1807, na sequência das Invasões Francesas, a família real ortuguesa embarcou para o Brasil, deixando Portugal sob o domínio britânico. • Devido ao descontentamento geral que se fazia sentir na metrópole, em 1820, ocorreu no Porto uma Revolta militar e civil, que tinha como objectivo expulsar os oficiais britânicos de Portugal e proclamar uma Constituição. • No entanto, em 1821, D. Miguel, que liderava um movimento denominado Vila-Francada, restaurou o governo absolutista e aboliu a Constituição.
Em consequência, muitos liberais, como Garrett ou Herculano, foram obrigados a emigrar. • Com a morte de D. João VI (em 1826), D. Miguel fez-se aclamar Rei, segundo o antigo emigrar. Rei, segundo o antigo regime absolutista. • Entretanto, D. pedro, que se opunha a seu irmão D. Miguel e defendia a causa liberal, regressou ao Brasil e organizou nos Açores uma expedição militar que desembarcou na praia do Mindelo, avançando sobre o Porto. • Assim, em Maio de 1834, na convenção de Évora-Monte, os absolutistas renderam-se e D. Miguel partiu definitivamente para o exilio. ?? No entanto, em 1842, um golpe de estado encabeçado por Costa Cabral dissolveu o governo, anulou a Constituição e restaurou a Carta: Instituiu-se um regime ditador, o Cabralismo. ??A resposta não tardou e, em 1851 , um golpe de estado, liderado pelo Marechal Duque de Saldanha, deu origem a um movimento que se insurgia contra a política cabralista: a Regeneração. Saldanha foi responsável por um percurso de progresso económico, sustentado pela doutrina económica de Fontes Pereira de Melo – o Fontismo – que apostava sobretudo na construção de caminhos-de- -ferro. 2. 2.
Os românticos portugueses Os primeiros românticos portugueses, Almeida Garrett e Alexandre Herculano, foram exilados políticos que conviveram de perto com as novas tendências europeias. Aliás, aquele que é considerado o poema introdutor do Romantismo em Portugal, o poema Camoes de Almeida Garrett, reflecte essa situação de exílio, já que foi publicado em Paris, em 1825. No entanto, só após o regresso dos exilados a Portugal se verifica verdadeiramente o exercício de uma corrente estética diferente. Por isso, alguns estudiosos c verdadeiramente o exercício de uma corrente estética diferente.
Por isso, alguns estudiosos consideram que o Romantismo só se instituiu em Portugal em 1836, com a publicação de A voz do profeta de Alexandre Herculano. O Romantismo português atingiu a fase áurea entre 1840 e 1850, com a publicação de obras como um Auto de Gil Vicente, O Alfageme de Santarém e Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett ou Eurico, O presbítero de Alexandre Herculano. A partir do Romantismo, assistiu-se a um considerável desenvolvimento cultural do povo português: a cultura estendeu- se a outras classes sociais, deixando de ser apanágio da aristocracia.
Este novo público emergente apreciava uma linguagem mals simples, clara e acessível e revelava interesse pela paisagem, pelo pitoresco e pelo sentimento. Principais características do Romantismo Características estético-literárias • Culto da natureza – os românticos criam um novo modelo de natureza – o locus horrendus, natureza em tumulto, de Imagens tenebrosas, sombrias e nocturnas. • Subjectividade – o mundo pessoal, as emoções espontâneas e os sentimentos do EU definem o espaço central da criação. • Sentimentalismo – dá-se lugar à poesia do eu, do amor e da paixão; super valorização do EU. ?? nsia de liberdade – vence o desejo de quebrar todas as correntes que prendem a liberdade do EU. • O mal du siàcle – o pessimismo, a melancolia, o desespero, cansaço, a volúpia do sofrimento, a angústia de existir, a insaciabilidade e irreverência humanas e a busca da solidão são tópicos recorrentes. • Evasão – preconi irreverência humanas e a busca da solidão são tópicos recorrentes. • Evasão – preconiza-se a idealização da realidade circundante e a fuga para novos mundos imagnários; valonza-se o sonho e o devaneio. • Valorização do exótico — o exótico é visto como o “distante no espaço”. ?? Interesse pela Idade Média e as suas tradições — as atenções voltam-se para este época, para a cultura folclórica, para s tradições, lendas e canções medievais denegridas pelo racionalismo iluminista, a Idade Média é vista como “o distante no tempo”. • Nacionalismo – tudo quanto é popular e nacional é exaltado pelos românticos; culto de uma ideologia patriótica. • Idealização da mulher – anjo ou demónio, a flgura da mulher é sempre idealizada; recorrência do tema do amor insatisfeito e contraditório. 2. Características formais • Libertação estilistica. • Versificação mais variada e popularizante. ?? Justaposlção do sublime e do grotesco num estilo que bane as erífrases e que não vê a fronteira entre o poético e o prosaico na selecção vocabular. • Abandono da mitologia e dos processos eruditos da retórica greco-romana. • Fusão de géneros que haviam sido contrastados pelo Classicismo (é recorrente a fusão da tragédia e da comédia no drama burguês). • Pontuação expressiva: o uso de exclamações e reticência espelha o estado emocional do sujeito poético. • Estilo declamatório. • Recurso a figuras de estilo que transmitem o manancial de emoções do sujeito poético, com destaque para a hipérbole.