Sobre madame bovarri

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Origem do Realismo O Realismo começou na França em 1857, com a publicação do romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Abandonando o idealismo romântico, os escritores realistas propõem uma representação mais objetiva e fiel da Vida social. Negam-se a encarar a literatura apenas como uma forma de entretenimento e fazem dela um instrumento de denuncia dos vícios e da corrupção da sociedade burguesa. Denunciam as péssimas condições de vida do povo, a exploração dos operários, a influência da religião e das práticas supersticiosas que ela apóia, e a view nent page hipocrisia do relacion burguês.

A angústia d o tema de On Strike ( sobre tela, famoso q Herkomer, um dos m amento realista. caracteristicas do Realismo • Engajamento social – compromisso com a sociedade. • Retrato da sociedade e das suas relações sem idealização. Exclui-se da obra tudo o que vier da sorte, do acaso, do milagre. Tudo é regido por les naturais. • Cientificismo — uso de teorias científicas e filosóficas, como o determinismo, o evolucionismo, a psicologia, o positivismo. • Linguagem simples e direta. • Tempo da narrativa – preferencialmente o presente, o que faz com que a literatura sirva de denúncia dos spectos sociais e políticos. ?? Espaço urbano. • Personagens caricaturados das pessoas do dia- a-dia, retratando-se ou o aspecto psicológic psicológico ou o biológico desses. • Preferência pela individualidade dos personagens. • Romance documental. • Observação direta e interpretação critica da realidade. • Objetividade. • Análise psicológicas dos personagens. • Materialismo. • Critica às instituições burguesas, à monarquia, a religiosidade, às crendices populares. Comparação com o Romantismo ROMANTISMO REALISMO Subjetividade Objetividade Imaginação Realidade circundante

Sentimento, emoção Inteligência , razão Verdade individual Verdade universal Fantasia Fatos observáveis Mulher idealizada, anjo de pureza e perfeição Mulher mostrada com seus defeitos e qualidades Linguagem culta, em estilo metafórico e poético Linguagem culta e direta Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico Narrativa de ação e de aventuraO Realismo em Portugal Na segunda metade do século XIX Portugal passava a conhecer um período de estabilidade política, de progresso material e de intercâmbio com o resto da Europa.

Coimbra, importante centro cultural e universitário da época, ligara-se em 1864 à comunidade uropéia por meio da estrada de Ferro. Apesar dessas novidades no cenário olítico- cultural, a literatura portue encontrava lado, Antônio Feliciano Castilho, conhecido poeta romântico e professor universitário que criticava as novas idéias literárias, e do outro, Teófilo Braga e Antero de Quental, jovens estudantes e escritores que defendiam a liberdade de pensamento e a independência dos novos escritores.

Os principais representantes do Realismo português na Literatura são Antero de Quental na poesia e Eça de Queirós na prosa. O Realismo é uma reação contra o Romantismo: O Romantismo era a apoteose do entimento; – o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houve de mau na nossa sociedade. (Eça de Queirós)Na pintura realista, as obras retratavam cenas do cotidiano das camadas mais pobres da sociedade. O sentimento de tristeza expressa-se claramente através das cores fortes. m dos principais pintores foi o francês Gustave Coubert que destacou-se com as seguintes telas : Os Quebradores de Pedras e Enterro em Ornans. Na arquitetura, arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, riadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

Em 1889 Gustavo Eiffel levanta, em paris a Torre Eiffel, hoie logotipo da 3 da “Cidade LuX’. Na escultura, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção pol[tica em suas obras. Sua caracter[stica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano. Obras destacadas: Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador. Realismo no Brasil Seguindo de perto as tendências do Realismo na França e em Portugal, os escritores brasileiros fizeram da literatura uma forma de análise da realidade brasileira.

Na década de 1 881, diferentemente do que acontecia na Europa, o Brasil não vivia o processo do desenvolvimento industrial. Éramos ainda um país essencialmente agrário, além de monarquista e escravocrata. Apesar dos crescentes movimentos liberais,só nos últimos anos dessa década ocorreriam o fim da escravidão e a proclamação da república. No Brasil, o marco inicial do Realismo é a ublicação, em 1881, de dois romances: O mulato de Alu(sio Azevedo, e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Principais Autores e Obras Machado de Assis: A Cartomante, O Alienista, Memórias Póstumas de Brás Cubas Raul Pompéia: O Ateneu Aluísio Azevedo: O cortiço, O Mulato, Casa de pensão nglês de Souza: O missionário Adolfo Caminha: A normalista, Bom-CriouIo Honoré de Balzac: Comédia Humana Gustave Flaubert: Madame Bovary Eça de Queiroz: O Crime do padre Amaro, Primo Basílio Antero de Quental: Odes Modernas, Sonetos Guerra Junqueiro: Os SimplesAnálise de uma obra Realista

CAPÍTULO 31 -A Borboleta PretaNo dia seguinte, como eu estivesse 4 SimplesAnálise de uma obra Realista CAPITULO 31 -A Borboleta PretaNo dia seguinte, como eu estivesse a preparar-me para descer, entrou no meu quarto uma borboleta, tao negra como a outra, e multo maior do que ela. Lembrou-me o caso da véspera, e ri-me; entrei logo a pensar na filha de Dona Eusébia, no susto que tivera e na dignidade que, apesar dele, soube conservar. A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa.

Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça; e, porque eu sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de m velho retrato de meu pai. Era negra como a noite; e o gesto brando com que, uma vez posta, começou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, uma espécie de ironia mefistofélica, que me aborreceu muito. Dei de ombros, sai do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela Não caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça.

Apiedei-me; tomei-a na palma da mao e fui depô-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um pouco aborrecido, incomodado. Também por que diabo não era ela azul? disse eu comigo. E esta reflexão, – uma das mais profundas que se tem feito desde a invenção das borboletas, – me consolou do malefício, e me reconcil esmo. Deixei-me S simpatia, confesso. Imaginei que ela saíra do mato, almoçada e feliz. A manhã era linda. Veio por ali fora, modesta e negra, espairecendo as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é sempre azul, para todas as asas.

Passa pela minha janela, entra e dá comigo. Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu infinitas voltas m torno do meu corpo, e viu que me movia, que tinha olhos, braços, pernas, um ar divino, uma estatura colossal. Então disse consigo: “Este é provavelmente o inventor das borboletas. ” A idéia subjugou-a, aterrou-a; mas o medo, que é também sugestivo, insinuou-lhe que o melhor modo de agradar ao seu criador era beijá-lo na testa, e ela beijou-me na testa.

Quando enxotada por mim, foi pousar na vidraça, viu dali o retrato de meu pai, e não é impossível que descobrisse meia verdade, a saber, que estava ali o pai do inventor das borboletas, e voou a pedir-lhe misericórdia. Pois um golpe de toalha rematou a aventura. Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes, contra uma toalha de rosto, dois palmos de linho cru. Vejam como é bom ser superior às borboletas!

Porque, é justo dizê-lo, se ela fosse azul, ou cor de laranja, não tena mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para recreio dos olhos. Não era. Esta última idéia restituiu-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um piparote e o cadáver caiu no jardim. Era tempo; aí vi caiu no jardim. Era tempo; aí vinham já as providas formigas… Não, volto à primeira Idéia; creio que para ela era melhor ter nascido azul. Análise No capitulo “A Borboleta Preta”, Machado de Assis desloca o foco de interesse do romance.

Não trata diretamente da vida social ou descrição das paisagens, mas da forma como seus personagens vêem as circunstancias em que vivem. O escritor concentra sua narrativa na visão de mundo de seus personagens, expondo suas contradições. Fica claro o medo à superstição. Depois de ser espantada duas vezes, a borboleta “foi parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite. ” Percebe-se que a cor preta influência a vida da personagem (pelo ato de simbolizar luto, morte, escuridão) o que leva o narrador a matar o inseto.

Mais tarde, arrepende-se, pois reconhece que ela existe, ainda que expresse sua preferência pela cor azul. Chega a afirmar que esta reflexão é uma das mais profundas que se tem feito desde a invenção das borboletas. Eis então a chave para compreender a obra: as reflexões da personagem e os momentos que ela vive. Com o transcorrer da história, o narrador preocupa-se em detalhar as características físicas e psicológicas, porém sem fugir do seu mundo real. Há valorização da forma c agem clara, de fácil

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