Ideologia

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O QUE TODO CIDADAO PRECISA SABER SOBRE DEOLOGIA Ciro Marcondes Filho l. INTRODUÇÃO para entender melhor o que significa ideologia, como ela aparece e como a praticamos diariamente, vou fazer uma exposição de forma il nossa exposição. Par fazer que, à medida personagens, entend idéias, valores, intenç 3 Swip view nent page ns acompanharão mas tentarei a história dos a esse conjunto de ça das pessoas, o qual leva o nome de IDEOLOGIA. Os tipos representados por nossos três personagens pertencem à nossa vida diária, podemos identificá-los claramente e, inclusive, às vezes, identificarmo-nos com eles.

Sáo alguns tipos sociais que fazem parte do nosso cotidiano, bem como da vida social mais ampla. Na próxima parte, farei uma pequena apresentação de como a palavra foi usada desde que surgiu até hoje, quais foram as modificações que sofreu e o que é hoje entendido por ideologia. Terminando a 2a parte, vou retornar aos nossos personagens e então mostrar como a ideologia atua nos casos do trabalhador João, da professora Teresa e do pintor Luís. Como a ideologia participa da vida cotidiana, como influencia e atua nas pessoas em todos os ramos de atividade. perário da indústria de construção e viva de uma forma ainda uito precária em uma casinha na periferia da cidade, João aspira a uma outra vida. Ele tem vários amigos em São Paulo e através deles passou a conhecer um pouco mais do modo de vida daqueles que ganham melhor e vivem com mais conforto. por isso, nosso jovem João não é um operário típico de obras. Ainda que precise trabalhar muito, levantar cedo, terminar o dia “morto de cansaço’, pegar ônibus cheio e em casa só ter vontade de dormir, João sonha com uma outra vida. ?s vezes imagina-se numa bela casa, tendo tempo de sobra para descansar, passear, ver televisão ou ir ? praia. Além disso, João tem também outro desejo: ele gostaria de se casar com Maria. Maria é namorada de João. João conseguiu, a duras penas, comprar um anel para dar de presente a Maria no seu aniversário. Os sonhos de João incluem Maria. Com ela ele pretende ter uma vida, uma residência, um lar decente, João imagina uma casa grande, bonita, cheia de móveis como os que viu na loja perto de onde trabalha.

A casa deverá ser para João a prova de que ele “conseguiu vencer. Lá estarão, além dos móveis, enfeites e peças de decoração, que confirmarão que João não foi mais um dos nordestinos que veio e nada conseguiu aqui. Mais ainda, João imagina, daqui a alguns anos, quando estiver um pouco melhor na vida, ter um negócio próprio. Talvez uma firma de material de construção. Fundamentalmente, João quer ter coisas. Ele sabe que usando coisas, podendo mostrá-las aos outros, ele se sentirá melhor.

Um dia, quando voltar à sua terra, se ele puder ir com um carro, u se sentirá melhor. Um dia, quando voltar à sua terra, se ele puder ir com um carro, uma roupa boa. e objetos de qualidade, ele poderá demonstrar aos demais que “subiu na vida”. Para isso é preciso dinheiro. João acredita — não só ele, como também s demais colegas — que o dinheiro fará de fato que ele possa realizar esses sonhos. O importante é poder mostrar essas coisas aos outros, mostrar que pôde comprar tudo isso.

O que João não entende muito bem é que, para subir na vida, para passar para uma camada social melhor, para ganhar mais dinheiro, não basta apenas trabalhar. É preciso outras coisas, outros mecanismos agem para isso e a sociedade não facilita muito às pessoas para que subam na vida. Ele sabe de alguns exemplos de pessoas que se fizeram por SI mesmas, e esses exemplos marcam muito claramente a imaginação de João, que cha que também um dia poderá, como os outros que se fizeram por si mesmos, tornar-se uma pessoa muito rica, muito poderosa.

Ele não sabe exatamente como isso se dá. Alguns, ele sabe, chegaram a isso por meio da sorte, por meio de uma loteria ou, então, porque souberam aliar-se a pessoas ricas. Os caminhos para chegar a uma posição alta são desconhecidos, mas João sonha com isso. Enquanto trabalha na construção, enquanto pensa no seu futuro, em Maria, na sua casa, na sua vida, João imagina que isto seja uma coisa bastante possível a todos e que basta um pouco de investimento, um pouco de trabalho.

Pelo fato de trabalhar bastante e de viver conforme a ordem na sociedade, João acredita ser esta a unica maneira de melhorar na vida e acredita também que quem regula sociedade, João acredita ser esta a única maneira de melhorar na vida e acredita também que quem regula tudo isso é a própria sociedade em que vive. Ele pretende progredir dentro das regras, da ordem, dos critérios que já estão definidos pela sociedade e dedica muito respeito às pessoas que já estão numa posição melhor. Não apenas um respeito, mas uma veneração.

A descrição deste primeiro personagem apresenta de forma astante sintética, simplificada, certo tipo ideológico. 20 PERSONAGEM — A PROFESSORA TERESA O segundo tipo ideológico é uma professora chamada Teresa, que dá aulas noturnas de História para 0 20 grau e de manhã estuda na universidade. Ela tem uma vida bastante agitada, uma pessoa que, como João, espera melhorar um pouco de vida e o faz através do estudo. No local onde estuda, ela desenvolve uma pesquisa dentro do tema “História e Sociedade”.

Teresa está preocupada com um recente problema social brasileiro — a questão de se os sindicatos são capazes de conduzir a luta dos trabalhadores. Esta questão surgiu na cabeça de Teresa logo que ela começou a participar mais ativamente das lutas sindicais. Por ter amigos operários, ela pôde vivenciar mais de perto os movimentos de reivindicação (por aumento de salários, melhores condições e menor jornada de trabalho, mais benefícios sociais, mais ajuda hospitalar) e sentir que alguma coisa estava dificultando as conquistas dos trabalhadores.

Segundo ela, os operários agiam corretamente, mas o sindicato, seu órgão de representação e defesa, estaria atrasando essas realizações. Esse estudo que Teresa faz na universidade ga defesa, estaria atrasando essas realizações. Esse estudo que Teresa faz na universidade lhe interessa pessoalmente. Ela gosta desse assunto e procura conhecer o tema um pouco mais profundamente. Ela imagina que a pesquisa poderá ser feita diretamente com os trabalhadores. Ela Iria ao seu local de trabalho e conversaria com eles para saber como é a sua relação com o sindicato.

O final da pesquisa, a professora pretende que seja uma confirmação de alguma coisa que ela já imagina: o problema dos trabalhadores é o próprio sindicato. 30 PERSONAGEM — O PINTOR LUÍS Por fim, temos um rapaz chamado Luís, que tem o dom de saber pintar. Luís é adolescente, vive num bairro de classe média urbana e desde pequeno tem demonstrado muito jeito para a pintura. Na escola, desenhava muito bem. Depois, iniciou um tipo de pintura em aquarela, evoluindo mais tarde e frequentando durante um certo tempo uma escola de pintura. ? muito idealista, no sentido de acreditar que a pintura pode comunicar muito às pessoas, que ela pode, enquanto imagem, não somente reproduzir o mundo, mas também passar uma mensagem além da pura cópia da natureza ou dos objetos. Ou seja, a pintura, egundo ele, seria capaz de fazer com que as pessoas sentissem emoções diferentes das que sentem simplesmente vendo os fatos e a natureza. Luís participou há algum tempo de uma exposição para principiantes em uma cidade do interior e nesse encontro fo muito feliz.

A comissão julgadora gostou muito de seus trabalhos e lhe deu o primeiro lugar. Depois de haver ganho essa distinção, Luís conheceu um homem, chamado sr. Henri s OF lugar. Depos de haver ganho essa distinção, Luís conheceu um homem, chamado sr. Henrique — um intermediário na comercialização de quadros —, que se interessou muito pelos eus trabalhos. Ele tinha muitos contatos e poderia vender as telas de Luis para uma séne de compradores: bancos, firmas etc. Luís gostou da idéia e entregou-lhes suas obras para serem vendidas. O sr.

Henrique, por ser negociante, via a pintura de uma perspectiva diferente da de Luís. Ele conseguiu que Luis encarasse seus quadros como algo que poderia ser comprado e vendido, como um objeto que se coloca no mercado. Isso entusiasmou bastante o jovem, mas ao mesmo tempo fez que ele começasse a sentir o tipo de transformação que acontecia com seu “produto” A partir do momento em que seus quadros assaram a ser vendidos, procurados e expostos nos lugares públicos, Luís começou a perceber algo estranho — os quadros “soltavam-se” dele.

Aquilo que ele havia criado, feito com bastante amor, aquelas obras, onde ele havia investido grande emoção e das quais gostava muito, de repente começaram a circular por outros locais, ambientes, regiões e passaram a viver sem Luís: “Parecia que os quadros viviam. ” Aí ele sentiu algo estranho — o que ele tinha criado já não era mais dele, era do mundo. II. O CONCEITO DE IDEOLOGIA DESENVOLVIMENTO HISTORICO A palavra ideologia foi usada pela primeira vez no sentido olítico mais amplo por Karl Marx há ouco mais de 100 anos.

Marx, pensador e militant ao, lutava pela causa 6 g3 pela causa operária. Nos seus escritos, identificou claramente a sociedade como sendo dividida em dois grandes blocos opositores: um chamado burguesia, e o outro, proletariado. O que interessa aqui é que Marx dizia que a luta existente entre a classe dos trabalhadores e a classe dos proprietários era uma luta que não ocorria somente na prática, ou seja, não ocorria somente pelo confronto e agressão física, mas também como uma divisão em relação às idéias que essas classes possuíam.

Isto é, se a sociedade era dividida em proletários, de um lado, e burgueses, de outro, havia também na consciência dessas classes uma divisão da mesma natureza. Assim, havia um pensamento proletário, que era diferente de um pensamento burguês. O pensamento proletário era um conjunto de Idéias, valores, normas, aspirações dos trabalhadores e da classe social mais baixa, que naquela época vivia miseravelmente, nada possuía, trabalhava mais de 14 horas por dia e havia iniciado a implantação das indústrias na Europa.

Em resumo: não tinha nenhum tipo de vantagem, regalia ou direito. ?s idéias dos trabalhadores contrapunham-se as idéias dos burgueses (dos proprietários e dos patrões, em última análise). Ideologia, portanto, era para Marx esse conjunto de idéias que cada classe possua. A definição de Marx e de seu companheiro Engels, entretanto, não era muito clara; eles nunca se preocuparam profundamente com o problema das idéias. Eles estavam, na época, mais interessados na questão da prática política e em como a classe proletária poderia chegar ao poder.

Tanto não se preocupavam que, em outros trabalhos, em ou que, em outros trabalhos, em outros escritos, chamaram e ideologia uma certa “forma falsa” com que a classe dos proprietários tentava justificar suas atitudes e suas políticas antioperárias. Neste sentido, então, a palavra ideologia significava uma explicação errada, uma explicação intencionalmente falsa dos fatos que aconteciam na luta entre as classes. O termo fez parte dessas lutas políticas do século XIX e continuou a ser usado, mas sem uma definição multo precisa.

Pode-se dizer que há cem anos o problema principal da luta política não era o problema das idéias, pois, na consciência das pessoas e classes, as formas e ver o mundo estavam muito mais separadas do que hoje. Os patrões, os proprietários de terra, os grandes possuidores de dinheiro viviam em sociedade como num mundo separado do mundo dos trabalhadores. Existia nessa época, até mesmo uma “convivência” de duas culturas, pode-se dizer; ainda nao havia uma “integração”, uma mistura de idéias como apareceu mais tarde.

Marx e Engels, embora tenham sido grandes pensadores do Movimento Operário, estavam voltados especialmente para o problema político e para o problema econômico das diferenças de classes. O problema ideológico era um problema que existia ara eles em um plano mais discreto. As idéias de Marx e Engels repercutiram de uma forma muito forte, a ponto de o Movimento Operário no final do século XIX ter-se difundido bastante e exigido transformações muito radicais na sociedade.

A transformação mais significativa, que ocorreu depois da morte de Marx e Engels, na sociedade. A transformação mais significativa, que ocorreu depois da morte de Marx e Engels, foi a Revolução Russa, ocorrida em 1917 e liderada por Lênin. Lênin era um seguidor das idéias de Marx e Engels e foi o primeiro a pôr em prática a proposta de uma revolução na ociedade e da deposição dos burgueses como classe do poder social e da dominação.

Para Lênin, a questão das idéias já começava a ser um pouco mais preocupante do que para seus antecessores. Lênin sabia claramente que, tanto os trabalhadores, quanto os patrões, possuíam idéias próprias, específicas, e para ele o conceito de ideologia era um conceito muito claro: havia duas ideologias na sociedade, a ideologia proletária e a ideologia burguesa. Ou seja, aquela idéia de que ideologia é uma coisa falsa, usada para enganar, para explicar os fatos de forma errada, já não era aceita por Lênin.

A palavra deologia, assim, foi adquirindo cada vez maior importância. sso não foi por acaso. Nessa época, em 1920, iniciava-se também a diluição, o desaparecimento daquilo que foi chamado anteriormente de ideologia ou de cultura proletária. MUDANÇA NA VIDA DOS TRABALHADORES Mudança no conceito – Ocorreu que os trabalhadores passaram a ganhar mais, a participar mais da vida burguesa, ou seja, passaram a ter mais direitos, a poder comprar mais e deixaram de morar em locais tão miseráveis, tão insalubres e pobres.

Iniciou-se, no começo do século XX, uma chamada “integração” do operário na vida cultural da sociedade. As idéias dos burgueses, dos patrões, começaram também a fazer parte das idéias dos trabalhadores e, para isso, cont burgueses, dos patrões, começaram também a fazer parte das idéias dos trabalhadores e, para isso, contribuiu muito o aparecimento dos grandes meios de comunicação, como o rádio, o cinema e, em alguns casos, o jornal.

Acabou aquela estória de que o operário formava um grupo separado da sociedade. Ocorreu nesse momento um outro fenômeno: a partir de então, os problemas politicos e econômicos, que tinham sido tão importantes nas lutas dos trabalhadores para conseguir melhores antagens, estavam sofrendo a concorrência dos problemas de natureza ideológica. Ou seja, a partir de então, a luta que antes era prática visível (de pessoas se confrontando na porta de fábrica, de piquetes etc. passou a realizar-se também “na cabeça das pessoas”. Já não era mais tão fácil dizer que os trabalhadores tinham uma “consciência puramente proletária”. As coisas se tornaram um pouco mais confusas, porque muitos trabalhadores estavam convencidos de que o mundo burguês poderia trazer- lhes algum beneficio. Logo depois da Revolução Russa – nos anos 20 ocorria, rincipalmente na Europa, um desenvolvimento rápido do capitalismo.

Esse período foi marcado por uma discussão multo séria sobre a questão das idéias, da ideologia. George Lukács, pensador húngaro, foi o primeiro a ousar declarar que o Movimento Operário alemão não conseguiu ter êxito, não conseguiu impor-se, porque a cabeça do trabalhador vivia uma relação muito ambigua, uma relação dupla: possuía ao mesmo tempo uma série de idéias que reforçavam o ideal de solidariedade, união dos trabalhadores na luta pelo poder e pela revolução, mas também outr 0 DF 93

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