Psicanálise e linguagem

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Psicanálise e Linguagem No livro A Interpretação dos Sonhos, Freud (1900) apresenta uma instância psíquica denominada Inconsciente, para o qual apontou algumas leis de funcionamento. Segundo ele, os desejos inconscientes aparecenam nos sonhos de forma disfarçada, passando por dois processos: a condensação e o deslocamento. A condensação seria o motivo pelo qual a interpretação de um sonho é sempre maior do que seu relato; e o deslocamento seria o motivo de alguns representantes psíquicos aparecerem sob a forma de outros, de menor valor para o processo de análise.

Assim, a linguagem dos sonhos seria um dos instrumentos Swipe to r. t page utilizado por Freud. A analistas de sua époc cr regra básica da psica lise.. – psicoterapêutico, qu fala. O termo foi cun s sonhos, Freud e os fazia uso de uma g cure, método toma através da reuer, quando tratava a paciente Bertha Pappenheim, também conhecida por Anna O, e que mais tarde veio a ser paciente de Freud.

Em 1893, Freud e Breur publicaram em conjunto um artigo sobre o método desenvolvido (método da associação livre, no qual o paciente era orientado a dizer tudo que lhe viesse à mente), e 01S anos depois Swipe page depois fizeram o livro que marcou o início da teoria psicanalítica, Estudos sobre a histeria (Studien uber Hysterie), considerado o marco inicial da psicanálise.

Lacan, ao fazer uma releitura da obra de Freud, concebe um inconsciente estruturado pela linguagem e propõe uma supremacia do significante sobre o significado. Saussure, o pai da linguística moderna, comentado anteriormente, diz que um signo linguístico é composto por um significado e um significante, ou seja, respectivamente, por um conceito e uma imagem acústica. Um significante pode ter vários significados diferentes, dependendo do contexto em que é utilizado.

E é exatamente por isso que Lacan vai inverter a fórmula sausseuriana, S (significante), valorizando a importância do significante; sobre o qual, segundo ele, deve se debruçar o psicanalista, que deve valorizar o deslizamento de um significante a outro, e nao buscar significados, para que assim, o inconsciente, que se estrutura através de uma cadeia de significantes, possa aparecer. Signo Linguístico Fórmula proposta por Lacan Lacan, ao conceber um inconsciente estruturado pela linguagem, ropõe duas leis de funcionamento para este: a metáfora e a metonímia.

A metáfora seria o equivalente a condensação freudiana, e a metonímia, ao deslocamento. A formação de uma metáfora consiste condensação freudiana, e a metonímia, ao deslocamento. A formação de uma metáfora consiste na superposição de um Slgnlficante por outro, tendo em vista algum tipo de ligação entre o que os dois termos designam, a metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, sem o conectivo. No exemplo: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais” (Carlos

Drummond de Andrade), a comparação entre tempo e cadeira ao sol é puramente subjetiva, cada pessoa pode entender de uma forma diferente; Drummond utilizou-se da metáfora para definir o significante tempo, pois lhe faltaram palavras para atribuir um significado a este significante. Desta forma, a metáfora seria uma maneira de expressar aquilo que não podemos definir de outra forma, que não consegue ser significado, pois o inconsciente não é composto de significados, mas de significantes. “Se a metáfora é aquilo que constitui o sintoma, a metonímia é que caracteriza o desejo.

Por quê? Porque o desejo é marcado pela falta, por aquilo que não se tem”. (QUINET, 2000 – p. 32) A metonímia é uma figura de linguagem que consiste na substituição de um termo por outro, com o qual possua algum tipo de ligação. No exemplo: “O que dói são as pessoas” (Rafael Costa), o autor se utiliza da metonímia para dizer sobre o que sente, mas acaba substituindo o sentimento gerado pela fala da para dizer sobre o que sente, mas acaba substituindo o sentimento gerado pela fala das pessoas, que não tem nome, pelo significante “pessoas”. ?? sobre essa ausência de significados, que bnncam os poetas, que preclsam de um poema inteiro, para dizer aquilo que não conseguem significar; brincam o tempo todo entre metáforas e metonímias, pois é esta a forma do inconsciente se expressar. “Ao se ficar satisfeito e contente com aquilo que se tem, certamente o desejo se manifestará em outro lugar, pois o desejo é propriamente a falta, é sempre desejo de outra coisa. Pois se é desejo de uma coisa, daqui a pouco já é de outra coisa e em seguida de outra, porque a caracteristica do desejo ? ser metonímico, deslizar na cadeia significante.

O desejo é a metonímia da falta: o envio da significação sempre a outro significante da metonímia corresponde à característica do desejo sempre faltoso. ” (QUINET, 2000 -A Descoberta do Inconsciente: do desejo ao sintoma. – p. 33 ) A aproximação da psicanálise com a linguística parece ficar cada vez mais clara na medida em que percebemos que a escuta psicanalítica perpassa todo um jogo de palavras, onde o inconsciente fala o tempo todo, e que cabe a nós buscar compreender aquilo que ele incessantemente nos diz.

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