Mito nº1 – preconceito linguistico

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Mito no 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente” O primeiro mito apontado por Marcos Bagno é introduzido pelo título: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, o que o autor classifica como “o maior e mais sério dos mitos” e como “(pre) conceito irreal”.

Bagno argumenta que este mito é prejudicial à educação porque retira a variabilidade linguística do que é ensinado nas escolas e passa a idéia da existência de uma única língua comum a todos os rasileiros, não se levando em consideração os múltiplos fatores inerentes a cada gru Ainda, segundo o aut linguística no Brasil t social, geradora de u não-padrão (present ora ilidade e diversidade ar,ua ausas a Injustiça re a norma padrão e ros)_ Assim, se este mito for tido como verdade, haveria, como os sem-terra, os sem- língua, a grande maioria dos brasileiros que não tem acesso ? “norma culta da língua, aquela norma literária, culta, empregada pelos escritores e jornalistas, pelas instituições oficiais, pelos ?rgãos do poder. As próprias mensagens enviadas pelo governo são dirigidas ? massa em norma culta, o que dificulta sua compreensão pouco habilitada ao reconhecimento das Swipe to víew next page formas de prestígio da língua, excluindo-os, inclusive do acesso das “benesses” públicas. E isto fica evidenciado, também, na própria Constituição que, apesar de igualar todos perante a lei, não os iguá-la quanto à sua legibilidade, constituindo essa mais uma pista da necessidade não de a Constituição ser escrita em íngua não-padrão, mas a de que todos os brasileiros tenham o mesmo acesso à norma culta que têm as classes privilegiadas economicamente. Apesar de a grande parcela dos brasileiros falar o português, não se pode dizer que haja uma “homogeneidade linguística”, pois há uma imensa diversidade linguística presente na Íngua.

A escola e as instituições voltadas à educação precisam desmistificar o conceito de “unidade”, para “melhor planejarem suas politicas de ação junto à população amplamente marginalizada”, que raz para a sala de aula uma bagagem linguística que difere da que, naquele ambiente, será ensinada. É como se o aluno fosse aprender a língua estrangeira de sua própria língua. Marcos Bagno finaliza o primeiro mito citando o PCN (Parâmetro Curriculares Nacionais) de 1998, onde se lê, entre outra coisa, o seguinte: “A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa”.

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