Análise de coliformes em leite humano

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Análise de Coliformes em Leite Humano Ordenhado Artigo Analysis of Coliforms in Human Milk Introdução O crescimento saudável é alcançado com uma alimentação adequada. Na fase inicial da vida, o leite materno é indiscutivelmente o alimento que reúne as características nutricionais ideais, com balanceamento adequado de nutrientes. Além disso, a amamentação permite desenvolver diversas vantagens imunológi da morbidade e da desta proteção é fun socioeconômico sujei associadas ao estado or17 antes na diminuição A efetividade des de baixo nível s inadequadas prematuridade de seu receptor4.

A aus ncia de amamentação ou sua interrupção precoce (antes dos quatro meses) e a introdução de outros alimentos à dieta da criança durante esse período são frequentes. Estes fatos interferem negativamente na absorção de nutrientes, em sua biodisponibilidade, no aumento do risco de infecções, na diminuição da quantidade de leite materno ingerido e resultam em menor ganho ponderal, além de expor o neonato a proteínas estranhas que podem desencadear reações alérgicas5.

As proteínas com atividade antimicrobiana contidas no leite humano do lactente favorecem indiretamente o desenvolvimento a microbiota bífida2. Eletroencefalogramas realizados com recém-nascidos no momento da amamentação demonstraram alterações na atividade cerebral que foram cara caracterizadas por um aumento da amplitude cerebral na área cortical superior em ambos os hemisférios. Estas áreas estão relacionadas aos mecanismos de saciedade da fome, satisfação afetiva e modulação do CICIO do sono.

Bebês amamentados com leite materno mostram resultados significati- Lílian Paula Pereira de Araújol, Mariana Gouvêa da Silva2, Dayse Siqueira Santos3, Martha Eunice de gessa4, Mirian Pereira Rodarte5, Marco Antônio Moreira Furtad06, Miriam Aparecida de Oliveira Pint07 Resumo O aleitamento materno é uma estratégia natural, sábia, de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança. Existem situações especiais nas quais a criança não pode elou é incapaz de sugar o peito.

Quando a amamentação nao for possível, o leite materno deverá ser coletado para ser oferecido à criança. O presente trabalho avaliou a qualidade microbiológica, quanto à presença dos microrganismos coliformes, em leite humano ordenhado (LHO) oferecido aos recém-nascidos prematuros e de aixo peso internados em dois hospitais de Juiz de Fora. Foram analisadas 430 mostras de LHO no Laboratório de Análise de Alimentos e Águas da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Observou-se que 390 amostras de LHO (90,7%) estavam de acordo com o padrão de ausência de coliformes totais. Em 40 amostras foram identificadas a presença de coliformes totais. As contaminações por coliformes indicam inobservância dos procedimentos higiênico-sanitários recomendados pela Rede Nacional de Banco de Leite Humano, o que se traduz em um fator de risco para os neonatos de baixo eso elou doente PAGF70F17 Leite Humano, o que se traduz em um fator de risco para os neonatos de baixo peso elou doentes internados nos referidos hospitais.

Palavras-chaves: Lactação humana; Coliformes; Controle de qualidade Área Temática: Saúde Linha de Extensão: Saúde Humana Aluna de graduação. LJFJF. E-mail: lilianpaulajf@hotmail. com Aluna de graduação. UFJF. E-mail: mariana. gouv@hotmail. com Nutricionista Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. E-mail: daysemmm@oi. com. br 4 Farmacêutica e Bioquímica. UFJF. E- mail: marthaebessa@hotmail. com 5 Professora adjunta. UFJF. E- mail: mrianpereira. odarte@ufjf. edu. br 6 professor-associado. UFJF. E-mail: marcoantoniofurtado@yahoo. com. r7 Professora- associada. IJFJF. E-mail: miriamaop@yahoo. com. br 123 Interagir: pensando a extensão, Rio de Janeiro, n. 15, p. 29-34, jan. /dez. 2010 29 vamente melhores em testes de desenvolvimento do que aqueles que receberam leite artificia16. A alimentação saudável tem in[cio com o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e complementado até, pelo menos, o segundo ano de vida e está inserida no contexto da adoção de modos de vida saudáveis, sendo, portanto, componente importante a promoção da saúde e da qualidade de vida7.

Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Pan- americana da Saúde (OPAS), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam para os lactentes dar somente leite materno até os seis meses sem oferecer água ou chá e, a partir de então mentos complementares PAGF30F17 então, introduzir alimentos complementares (cereais, tubérculos, leguminosas, carnes, verduras, legumes e frutas) na proporção de três vezes ao dia para a criança amamentada e cinco vezes ao dia para a criança que já tiver desmamad08.

Um estudo realizado pela World Health Organization (WHO) concluiu que, quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida, elas tinham uma chance quase duas vezes maior de morrer por doença infecciosa se comparadas com crianças amamentadasg. O aleitamento materno tem um alto impacto social, principalmente em países subdesenvolvidos, em que o uso do leite materno como nutrição do recém-nascido representa uma economia significativa, visto que nada é gasto com substituto do leite e há economia nos gastos com medlcamentos.

Crianças não alimentadas com leite materno aumentam os custos do istema de saúde. Segundo Nascimento & Issler6, para cada mil crianças não alimentadas com leite materno, existe um número adicional de 2033 consultas pediátricas, 212 dias de internação e 606 prescrições médicas para o tratamento de diarréias, doenças respiratórias e otite média aguda, comparadas com as crianças em aleitamento exclusivo por três meses4,7,10.

Com os conhecimentos atuais sobre os benefícios do aleitamento materno, surgiram leis que, regulamentando a propaganda de substitutos do leite materno e garantindo o direito à licença- amamentação, tentam aumentar a prevalência de aleitamento ara assegurar que o desenvolvimento das crianças seja o melhor possívell 1. 0 A partir da década de 1980, foram propostas diversas estratégias e levadas a efeito várias 17 e levadas a efeito várias campanhas para aumentar a prevalência da amamentação no Brasil, sendo que os dados das pesquisas nacionais mostram que houve um incremento nos índices de aleitamento materno nas décadas de 1980 e 1990. No entanto, esse incremento não é uniforme e varia com o local e características da população. O conhecimento sobre as tendências locais do padrão de amamentação é fundamental, ois permite avaliar os serviços, embasar mudanças e ajustes nas prátlcas de promoção e incentivo ao aleitamento materno.

No levantamento feito sobre a situação do aleitamento materno no Brasil, realizado em 1996, a mediana da amamentação exclusiva foi de um mês, variando conforme o nível educacional das mães. Ao final do primeiro ano, apenas 40,8% das crianças continuavam sendo amamentadas12. Em 1990, o Brasil foi um dos países participantes de um encontro realizado em Florença, Itália, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em busca e mecanismos e ações que pudessem ser desenvolvidos para proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno.

Foi produzido e adotado pelos participantes do encontro “Aleitamento Materno na Década de 90: Uma Iniciativa Global”, um conjunto de metas chamado “Declaração de Innocenti”, que resgatava o direito da mulher de aprender e praticar a amamentação com sucesso. Também, no encontro, enfatizava- se a recomendação do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, se possível, com outros alime materno exclusivo até os seis meses de idade e, se possível, com outros alimentos, até os dois anos, o que vem sendo dotado pelo Ministério da Saúdel 3,14.

No encontro de Florença também foi idealizada uma estratégia denominada “Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC” visando a apoiar, proteger e promover o aleitamento materno. O objetivo básico consiste na mobilização de profissionais de saúde, funcionários de hospitais e maternidades para mudanças em rotinas e condutas visando à prevenção do desmame precoce 13,14.

A IHAC apresenta-se como uma forma de mobilização dos profissionais de saúde que trabalham em serviços obstétricos e pediátricos em favor da amamentação, inclusive para as rianças prematuras de baixo peso e para as que necessitam de internação em unidades de cuidados neonatais, já que experiências têm mostrado a dificuldade das mães em manter a amamentação, pois grande parte dos recém-nascidos que permanece internada por longo tempo possui sucção deficiente devido à imaturidade desse reflexo ao nascer.

Além disso, a separação prejudica a formação do vínculo mãe-filho, fator essencial ao sucesso da amamentaçã014. Nessas circunstâncias, a ordenha frequente da mama das nutrizes permite a utilização do leite da própria mãe para seu filhol 5. O leite humano rdenhado (LHO) pode ser um ótimo meio de cultura para o desenvolvimento de vários microrganismos, pois não dispõe de nenhuma barreira física que impeça a penetração de microrganismos c microrganismos, pois não dispõe de nenhuma barreira fisica que impeça a penetração de microrganismos contaminantes.

As possíveis causas de elevação da quantidade de microrganismos no leite humano podem estar relacionadas com as técnicas inadequadas de coleta, as condições de higiene da doadora e dos utensllios e a manutenção do alimento fora da cadeia de fri08. A qualidade microbiológica do LHO é, portanto, um assunto de nteresse para a saúde pública, pois as crianças que consomem este produto têm baixa resistência a infecções neonatais.

Os bancos de leite humano incentivam, protegem e promovem o aleitamento materno, visando à melhoria da qualidade de vida da população por várias ações como o atendimento a gestantes no período pré-natal, atendimento a nutrizes com dificuldade em amamentação, atendimento à criança com acompanhamento em puericultura, treinamento e capacitação de profissionais da área de saúde e mantêm parcerias com diversos segmentos.

O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Análises e Alimentos e Águas (LAAA) da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (IJFJF), que realiza serviços de análises laboratoriais e consultoria especializada a pessoas fisicas, empresas públicas e privadas e órgãos de fiscalização local e regional. Além dos serviços prestados à comunidade, o laboratório contribui para a formação acadêmica de discentes de diversos cursos da graduação e contribui para a proteção da saúde pública.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica de leite humano ordenhado e congelado antes da sua administração a ualidade microbiológica de leite humano ordenhado e congelado antes da sua administração aos neonatos pré-termo elou doentes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica dos hospitais Santa Casa de Misericórdia e Dr.

João Penido, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Metodologia Foram coletadas 430 amostras de leite do posto de coleta de leite humano, no período de abril de 2009 a dezembro de 2010, do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora e Hospital João Penido, Juiz de Fora, MG, sendo todas as amostras de leite humano cru congeladas.

De acordo com o regulamento écnico, para o funcionamento de bancos de leite human016, as funcionárias do posto de Coleta de leite humano ordenhado dos hospitais orientaram as doadoras de forma verbal quanto às práticas de higienização das mãos, antebraços, mamas e paramentação com touca e máscara, massagem, ordenha manual, rotulagem e armazenamento do leite ordenhado em frascos estéreis fornecidos pelos hospitais.

Destes frascos foram retiradas as amostras de aproximadamente seis mililitros, que posteriormente foram congeladas e remetidas devidamente acondicionadas ao Laboratório de Análises de Alimentos e Águas LAAA) da Faculdade de Farmácia da IJFJF, onde se procederam as análises microbiológicas.

As análises seguiram a metodologia desenvolvida por Novak & Almeida16 e recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária17, que consiste na inoculação de quatro alíquotas de um ml_ cada de LHO cru, pipetadas de forma independente, após agitação vigorosa do frasco que contém o leite, e inseridas em tubos com 10 ml_ de cald independente, após agitação vigorosa do frasco que contém o leite, e inseridas em tubos com 10 mc de caldo bile verde brilhante (BGBL), a 50 g/L (5% p/v), com tubos de Durhan nvertidos em seu interior.

Após a Inoculação e incubação a 360 ± 10 C, por 24-48 horas, a presença de gás no interior do tubo de Durhan caracteriza resultado positivo. Os resultados positivos, por sua vez, devem ser confirmados com auxílio de alça bacteriológica, utilizando-se tubos contendo BGBL na concentração de 40 g/L (4% p/v). Após a incubação desses tubos sob as mesmas condições do teste inicial, a presença de gás indicando a existência de microrganismos do grupo coliforme confirma que o produto é impróprio para o consum017,18,19. 1 Qualidade Microbiológica do Leite Humano Ordenhado Resultados e Discussão 9. 3% Ausência de coliformes totais dos desse estudo foram semelhantes aos do presente trabalho em que a ordenha do leite eu acondicionamento, 30,50C) e analisadas bacteriologicamente nos tempos zero, três, seis e nove horas após expressão manual. Os resultados obtidos no tempo zero mostraram que o numero mais provável de bactérias coliformes totais varou de zero a 15/mL, sendo que 9 amostras (27,3%) apresentaram coliformes totais.

Houve uma diminuição do conteúdo bacteriano após três horas da coleta das amostras que se mantiveram estocadas entre 20C e 60C. Nas antidas à temperatura ambiente, ocorreu uma elevação às seis e nove horas. Os resultados do presente trabalho podem ser comparados com os valores obtidos no tempo zero do estudo de Moulin et al. 24, visto que as amostras foram congeladas assim que o leite foi ordenhado.

Percebe-se que, no presente trabalho, as doadoras foram mals rigorosas quanto às condições higiênico- sanitárias durante a ordenha e coleta do leite humano. Trabalho com resultados muito destoantes dos encontrados neste estudo foi o de Novak et al. 25 em que das 30 amostras analisadas, 16 apresentavam coliformes totais, com contagens que variaram e lx104a IXI 06 UFC/mL. A presença de coliformes totais indica más condições higiênico-sanitárias.

O fato de que 53,3% das amostras apresentaram tais microrganismos sugere que houve falha nas boas práticas de manipulação do leite. Freitas et al. 26, em trabalho semelhante de análise microbiológlca de LHO cru, encontrou 22 (8%) das 275 amostras em desacordo para coliformes. Ávila et al. 27 relataram que 38% das amostras analisadas de leite humano ordenhado provenientes de coleta domiciliar apresentaram bactérias contaminantes do grupo coliforme, valor superior ao

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