A bahia sob a ótica de jorge amado

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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT PRO- REITORIA DE EDUCAÇAO A DISTANCIA – PROE-AD CURSO DE LETRAS ‘PORTUGUÊS A BAHIA SOB A OTICA DE JORGE AMADO 6 p NEOPOLIS / SE 2010 PRÓ- REITORIA DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA – PROEAD como pré – requisito para a obtenção de Licenciatura Plena em Letras/Português NEOPOLIS/SE RESUMO Este trabalho apresenta a Bahia sob a visão de Jorge Amado, autor modernista. Em suas obras ele apresenta a Bahia que fora o berço de sua juventude.

Alguns de seus romances foram inspirados em experiências vividas por ele ao longo do tempo. Jorge Amado denuncia a vida med[ocre e miserável dos enos desfavorecidos, em uma mistura de sonhos e realidade. Suas obras exploram os mais diferentes aspectos da vida baiana, com suas culturas e culinárias. Isso permite que o leitor, mesmo de muito longe, conheça a realidade existente por trás das belezas baianas. O escritor utiliza uma linguagem simples, como também emprega expressões regionais.

Jorge Amado é um admirador da cultura negra e enfatiza em suas obras o misticismo do candomblé, as festas religiosas da igreja católica, bem como o erotismo e a voluptuosidade da mulher baiana. Empenhamo-nos no estudo de algumas obras de Jorge Amado. Detemo-nos nas bras relacionando as características dos personagens com os costumes e cultura baiana. PALAVRAS CHAVE: Jorge Amado, Literatura brasileira, Bahia. INTRODUÇAO Jorge Amado ao lado de Pelé, uma das maiores referências do Brasil, no Exterior. 20F Jorge Amado elegeu a Bahia e sua estrutura cultural como tema para suas obras literárias.

Ele nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna-3ahia. Foi alfabetizado por sua mãe e, retornando a Ilhéus, frequentou uma escola, onde criou o jornalzinho, “A Luneta”, com apenas dez anos de idade. Cinco anos após, emprega-se como repórter policial no “Diário da Bahia”. Jorge Amado publica, pela Editora Schmidt, seu primeiro romance, “O Pais Carnaval”, em 1931, com 18 anos. Recebe elogios dos críticos e o livro torna-se um sucesso de público. Suas obras venderam mais de 20 milhões de exemplares no Brasil e no Exterior.

Foram transformadas em canções, poemas, peças teatrais ou adaptações para o cinema, rádio, televisão e histórias em quadrinhos. O recordista foi Capitães da Areia com quatro milhões de exemplares. Segundo a fundação Casa de Jorge Amado, existem registros oficiais de traduções de obras do escritor para quarenta e oito idiomas. Essas traduções foram publicadas em, no mínimo, cinqüenta e duas nações. Normas Estéticas da Obra de Jorge Amado Várias Características apresentam-se repetidamente em diversas produções do autor. EIS algumas referentes ao regionalismo baiano. Zona urbana de Salvador * Zonas rurais * Tipos marginalizados * Análise da sociedade * Desigualdade social * Religiosidade * Linguagem Coloquial Este trabalho, A Bahia sob á ótica de Jorge Amado, vai proceder a uma analise de algumas obras do autor. Viajaremos no mundo ficcional do escritor que tanto encantou gerações. Seus textos aproximam o leitor 30F undo ficcional do escritor que tanto encantou gerações. Seus textos aproximam o leitor de temas que dizem respeito ao povo baiano e suas culturas, exaltando as delicias de sua terra natal. Se pelo termo cultura entendemos uma herança de valores e objetos por um grupo humano relativamente coeso, poderíamos falar em uma cultura erudita brasileira, centralizada no sistema educacional (e principalmente nas universidades), e uma cultura popular, basicamente iletrada, que corresponde aos mores materiais e simbólicos do homem rústico, sertanejo ou interiorano, e do homem pobre suburbano ainda não de todo ssimilado pelas estruturas simbólicas da cidade moderna. ” (Bosi. 1992 p. 309).

Para Isso, vamos nos deter em algumas obras: * Ciclo do cacau: Cacau * Romances Proletários: mostram a vida em Salvador com retrato social: Suor e Capitães da Areia * Crônica de costumes e depoimentos líricos: Mar Morto * Romances de costumes provincianos, geralmente sentimentais e eróticos: Gabriela, cravo e canela Primeiro romance do “ciclo do cacau” (1933). O livro é uma espécie de romance reportagem. Narra em primeira pessoa a vida de um sujeito chamado José Cordeiro, que mora em Sergipe, São Cristovão.

Perde o pai quando ainda era criança, e o tio, um velho ambicioso e sócio de seu pai, apossa-se de tudo o que pertencia a sua família. Sem opção e pobre, vai morar em uma casinha na ladeira junto com os trabalhadores da fábrica. Aos quinze anos vai trabalhar na fábrica do tio. Aos vinte, agride o tio, por assediar sua noiva. É demitido e sem oportunidades de emprego decide Ir para o sul da Bahia tentar a sorte nas lavouras demitido e sem oportunidades de emprego decide ir para o sul da Bahia tentar a sorte nas lavouras de Cacau. Deixa para trás sua família.

Ao chegar, passa por muitas necessidades, mas consegue e estabelecer com a ajuda de um desconhecido. Conseguiu emprego na fazenda do coronel Manoel Misael, conhecido por Mane Fragelo, um coronel que se achava senhor de escravos. Tão severo e injusto com seus trabalhadores que chegava a ser desumano. Jorge Amado, um defensor das causas dos injustiçados denuncia nesta obra a realidade dura do cotidiano da classe mal-afortunada nas mãos dos coroneis do cacau. Na fazenda, conhece seus companheiros de lida e de cabana onde vivera por algum tempo.

Honório, Colodino e João grilo, trabalhadores que enfrentam de sol a sol a exploração na olheita do cacau por uns trocados que mal dava para as despesas da semana. E quando eram despedidos ainda saíam devendo mais do que haviam ganhado. Mas suas alegrias eram ao domingos quando iam à cidade, na rua da lama, para tirar os atrasos com as “operárias da vida”. Na personagem de Zilda, o autor patenteia os abusos sofridos pelos coroneis e seus filhos. Zilda, uma prostituta, ainda com seus treze anos que sonhava ter uma noite de amor com o coronelzinho Osório, o qual a desonrou, Ela acaba se matando pelo descaso do coronelzinho, ” Osório… Quem é você? -Zilda. Qual Zilda? ??Você me descabaçou na fazenda de seu pai. -Como você está feia… Está um couro, puxa… E foi dormi com Antonieta. No outro dia, Zilda bebeu O livro retrata uma sociedade patriarcal onde muitas das mulheres quando perdiam seus chefes de famílias, sem opçao, caiam na vida ju patriarcal onde muitas das mulheres quando perdiam seus chefes de famílias, sem opção, caiam na vida juntamente com suas filhas. A culinária está presente nos pratos apimentados, acarajés, pamonhas e tudo o que deixa o leitor com água na boca. Seus costumes nos bailes de São João, suas crenças no Senhor do Bonfim.

José Cordeiro rejeitou o amor de Maria, filha do coronel, que lhe ofereceu outro mundo. Ao Invés disso preferiu seguir para o Rio de Janeiro, ao encontro de Colodino que depois de ter pegado Osório e magnólia na cama cortou a cara de Osório e fugiu para Iá. Cordeiro virou operário tipógrafo, continuou sendo o sergipano juntou todas as cartas e lembranças que tinha de seus companheiros e escreveu um livro, Cacau. “Esse discurso me deu uma ideia de reunir algumas cartas de trabalhadores e rameiras para publicar um dia. Depois, já no Rio de Janeiro, relendo essas cartas, pensei em escrever um livro. Assim nasceu

Quando as pessoas têm oportunidades na vida, elas mudam seus destinos. Na obra Suor, lançado em 1934, Jorge Amado mais uma vez aplica sua experiência pessoal vivida aos dezesseis anos. Vivera por algum tempo num dos cômodos do antigo casarão do Pelourinho. Mais uma vez, realidade e literatura se misturam. Nesta obra, ele se volta para as ruas de salvador e relata o cotidiano miserável dos derrotados pelo capitalismo que habitam a casarão no 68 da ladeira do histórico Pelourinho. Pessoas que lutam dia-a-dia para sobreviver das infelicidades de suas vidas, tentando suavizar as consequências das injustiças ociais.

Estes habitantes formam um 6 OF tentando suavizar as consequências das Injustiças sociais. Estes habitantes formam um grupo de miseráveis que convivem com a fome, a imundície, a falta de asseio físico e moral. Cabaça, morador gratuito do 68, junto com os ratos e baratas dormia nas escadas fedorentas e sujas de mijo. Por não ter nenhum amigo adota um rato Pelado, com quem divide seu pão. — Boa noite, Pelado. Passou as mãos nas costas do rato, que era realmente pelado, de tao gordo, com uns bigodes grandes que pareciam de gato.

Cabaça cortou o acarajé em pedaços pequenos, que o rato omeu vorazmente. ” (pág. 191) Acabara morrendo devido a um arranhão que o rato fez em sua perna. Como em outras obras, há prostitutas que abraçaram essa profissão, por diversos motivos como Nair, a personagem do livro Suor. Ela foi despedida porque não aceitou ter um caso amoroso com seu chefe. Depois se prostitui para que suas irmãs tenham um destino diferente do seu. Anita tinha um noivo em uma aldeia da Polônia, mas preferiu vender a virgindade para um milionário argentino.

Ela conheceu vários paises se protituindo pelos prostíbulos da America Latina e termina em um dos ômodos do casarão fazendo programas que só lhe renderão um prato de comida no dia seguinte. Alguns que já foram famosos como Carlos França, um violinista viajado, conheceu entre outros países, Paris, Roma e Berlim. Ele já tocou até para o presidente do Brasil, mas seu destino fora cruel; acabara no casarão de no 68. Entretanto, a obra apresenta personagens humildes, sem distinção de raça, cor ou posição social. Todos sonham com um futuro melhor para os seus.

Dona Risoleta, chega a ficar paralitica de tan Todos sonham com um futuro melhor para os seus. Dona Risoleta, chega a ficar paralítica de tanto trabalhar para dar um futuro melhor à afilhada. A sexualidade está presente no dia-a-dia de trabalhadores, que se realizam ao chegarem em casa, e encontrarem suas amadas esposas. Numa mistura de suor saciam suas necessidades. Outros procuram as negrinhas sujas ou prostitutas, sem preocupação com doenças, “Eles não temiam as moléstias da rua. Ao contrário, o negro Henrique garantia:- Homem pra ser homem precisa beber cachaça, dormir na cadeia e ter gonorréia,”(pág. 97). Há também os héteros sexuais, que aguardam um companheiro em busca de prazer. Tanto no campo como na cidade, as adversidades e a pugna dos homens simples para superá-las desenham uma imagem áspera, mas calorosa da vida brasileira. O descaso da sociedade é bem visível e chocante. “Em face da sociedade burguesa, fundo comum da literatura ocidental nos últimos dois seculos, o romancista tende a engendrar a figura do “herói problemático”, em tensão com as estruturas “degradadas” vigentes, isto é, estruturas incapazes de atuar os valores que a mesma sociedade prega: liberdade, justiça, amor… (Bosi. 2006 p. 391 s) O autor expõe essas dificuldades, entre outras na igura da tuberculosa, que chega a ficar sem tratamento por falta de dinheiro para o médico e os remédios. Também no trabalhador que perde as duas mãos e é despedido. Uma das características do autor encontradas em todas as suas obras é a religião, tanto a católica como o candomblé; a macumba, Ogum e outros Orixá-lá. A vida do casarão é de sofrimentos 80F a macumba, Ogum e outros Onxá-lá. A vida do casarão é de sofrimentos, injustiças e desumanidade. As pessoas vivem no meio de sujeiras, ratos, baratas, pulgas e percevejos.

Os quartos são divididos por paredes de tábuas. Sofrimento eles não sentem mais. São felizes da maneira que podem e até chegam a se divertir todas as terças- feiras. Jorge Amado, de certa forma, deixa bem claro que a miséria une e torna-as mais solidárias entre si. Mar Morto conta a história de Guma, um menino abandonado pela mãe e entregue ao pai quando bebê. Ele cresce no cais da Bahia. Criado por seu tio, Francisco, desde cedo aprende as malicias da vida e como trabalhar com saveiro em alto mar. Guma acredita ser filho de lemanjá, e sabe que seu destino será o de todos, morrer no mar, nos braços de lemanjá.

A obra apresenta histórias de pescadores heróicos que, m seus barcos, enfrentam o mar, com destinos incertos. Deixam para trás mulheres e filhos que aclamam a lemanjá a volta deles, a cada tempestade. Entretanto, conformam-se quando eles não voltam, pois acreditam que foram acolhidos por lemanjá. Quando seus corpos nao são encontrados é porque eles foram escolhidos pela mãe d’água para viver com ela no mar. “Ela é a mãe – d’água, é a dona do mar, e por isso, todos os homens que vivem em cima das ondas a temem e a amam. Ela castiga. Ela nunca se mostra aos homens a não ser quando eles morrem no mar.

Os que morrem na tempestade são seus referidos. E aqueles que morrem salvando outros homens, esses vão com ela pelos mares a fora, igual a um navio, viajando por todos os portos, correndo por todos os mares. Destes mares a fora, Igual a um navio, viajando por todos os portos, correndo por todos os mares. Destes ninguém encontra os corpos, que eles vão com lemanjá” (pág. 23). O autor explana a religiosidade em toda obra, com veneração à lemanjá, a deusa do mar, suas crenças, mitos e festas típicas para homenageá-la. O catolicismo aparece nas festas da igreja. Em vários capítulos, o autor utiliza a linguagem coloquial.

Assim, o leitor vivencia, a cada diálogo, as expressões linguísticas do Recôncavo baiano. Alguns personagens destacam-se, entre eles, Rosa Palmeirão. Nela o autor se valia do protótipo da mulher baiana com seu gingado, sua sensualidade suas formas. Mas na personagem encontramos a prostitua, a guerreira baiana. “Ah! Não seria nada se ela não tivesse o corpo bem feito. Sua fama já viajou, corre o mundo, todo marinheiro conhece. Todos têm medo da navalha na saia, do punhal no peito, da mão fechada. Mas têm mais medo anda do corpo bem feito de Rosa Palmeirão. Ela engana muito”. (pág. 53).

A musicalidade está presente na obra, acondicionando o leitor a cada verso e cantoria. “Ele ficou nas ondas, Ele se foi a afogar. Eu vou por outras terras, Que meu amor já se foi Nas ondas verdes do mar’. (pag. 55) O livro evidencia o amor de Guma por Lívia. Ele desapareceu no mar encapelado, na noite em que ele arriscava levantar dinheiro para mudar a vida de sua família e tirá-la da mendicância e do desconforto. Guma fora com lemanjá para as terras de Aiocá. Lívia assumiu o barco de Guma já que ele morreu no mar e nunca fora encontrado seu corpo. Era uma maneira de ela estar ao lado dele. Pel 0 DF 16

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