Análise comparativa: o sono e a perda da virgindade
Análise comparativa: O sono de Courbet e A perda da virgindade de Gauguin Devido a diversas semelhanças e oposições existentes entre os quadros A perda da virgindade de Paul Gauguin e O sono de Gustave Courbet, decidi realizar sua análise. Embora ambos retratem mulheres nuas, deitadas e vulneráveis, Gauguin ilustra uma jovem submissa, deflorada por um homem, enquanto Courbet pinta uma cena homoerótica entre duas mulheres.
Courbet demonst ora poética feminina, na al indolentes, sensuais voluptuosas complet em uma misteriosa a e O m apreço pela sempre sonolentas, , duas mulheres carícias, envoltas uas exalam prazer em suas expressões faciais e movimentos: as bochechas rosadas, os olhos fechados, a mão repousando sobre a perna- essas mulheres independem do homem para o prazer. Ao homem, cabe apenas assistir. m oposição a Courbet, a figura feminina representada por Gauguin deixa entrever a concepção do artista, que encara o papel “natural” da mulher como de reprodutora submissa.
A expressão resignada, o corpo estático e os pés cruzados da jovem não indicam o mesmo prazer das mulheres de O sono, o ato exual ocorreu somente para fins de reprodução. Como aponta Charles Harrison, em A pe SWipe to page perda da virgindade o ato da defloração feminina é representado pela flor murcha que a mulher segura, assim como também pela raposa dominadora, símbolo da perversão sexual. Há também o contraste no tratamento das duas obras. Courbet, ao procurar pintar o que seus olhos enxergam, tem em suas obras um apreço pela técnica.
Gauguin não se importa em aplanar seus volumes com massas de cores fortes se julgar necessário. Faz uso da cor sem artificialismo, buscando o resultado natural e “primitivo” que sentia emanar das tribos do Taiti, uma de suas maiores inspirações. Como acrescenta Argan, Gauguin faz mais uso da imaginação e da memória do que da visão na hora de realizar suas obras, e se orgulha em ser chamado de “bárbaro”. A escolha das cores é bem distinta entre as obras analisadas. Na de Gauguin, cores vivas colorem a paisagem, contrastando com o corpo nu esbranquiçado.
Contraste este também obtido por Courbet, mas com um uso maior de sombras e tons escuros ue realçam o branco luminoso dos tecidos da cama e dos corpos nus das mulheres. Ele também se dedica a pequenos detalhes, como as peças em vidro ao lado da cama, o vaso com flores ou os adereços femininos espalhados nos tecidos. Embora ausente de significação simbólica, esses elementos servem para balancear a composição. O tratamento do nu é diferente nos dois quadros. Courbet faz uso do erótico em seus nus tanto para chocar quan PAGFarl(F3 nu é diferente nos dois quadros.
Courbet faz uso do erótico m seus nus tanto para chocar quanto para o deleite de alguns compradores. Gauguin, por outro lado, representa em seus nus a sua própria visão sobre sexualidade, como já discutido. pode- se dizer que ambos os quadros tem em comum o fato de não idealizarem a figura feminina, tal como Ingres ou Rafael fariam. Por fim, através da analise comparativa dessas duas obras, pode-se perceber como dois artistas distintos podem representar o nu feminino de formas completamente diferentes. Em termos teóricos ou técnicos, a sexualidade das duas obras difere, mas ada uma cumpre sua respectiva proposta. pic] Ilustração 1: paul Gauguin, A perda da virgindade, 1891, óleo sobre tela, 90×141 cm. [PiC] Ilustração 2: Gustave Courbet, O sono, 1866, óleo sobre tela, 135 x 200 cm. BIBLIOGRAFIA ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Companhia das letras, 1992. BARNEY, Emily. Flesh: The question of decency in the works of Gustave Corubet and Bakthus. Acesso em 7 de novembro de 2011, 12:30. GOMBRICH, Ernest Hans. A história da arte. LTC, 1999. HARRISON, Charles. Arte moderna rática e debates. Cosac & Naify Edições. AIGF3ÜF3