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Disciplina: História da Educação Módulo: 2. 1 Docente Karen Fernanda Bortoloti Data de Postagem• 2012/1 Texto II – AULA 7 John Dewey – O pens O filósofo norte-ame de pensamento com instrumentos para a tl cnanças ar 6 Swipe to page m foco racia e a liberdade intelectual das Márcio Ferrari (Márcio Ferrari) Fotos: Bettmann/Corbis Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade?
De unir teoria e prática? De problema-ti-zar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem aber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norteamericano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados.
Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as cnanças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que ermite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas. Estimulo à cooperação Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos.
Ele insistia na necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro ponto-chave de sua teoria é a crença de que o onhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam de discussões coletivas. “O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento”, escreveu.
Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada. Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, astava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia-a-dia.
Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Dai a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e ? compreensão das coisas ais complexas. Em outras pa avras, o objetivo da escola deveria ser enslnar a cnança a viver no mundo. Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo”, ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação, na visão deweyana, é “uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade”. Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de esenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo.
A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que e para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas idéias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacldade de modificar o ambiente a seu redor. Liberdade intelectual para os alunos
A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. para Dewey, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar om o conhecimento sistematizado. ode-se afirmar que as teonas mals modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas idéias do educador. A defesa irrestrita do experimentalismo Em quase um século, Dewey presenciou muitas transformações. Viu o fim da Guerra Civil Americana, o desenvolvimento tecnológico, a Revolução Russa de 1917, a crise econômica de 1929. Em parte nasceu dessa efervescência mundial sua concepção mutável da realidade e dos valores, além da convicção de que só inteligência dá ao existência. Idealizar e racionalizar o universo em geral é uma confissão de incapacidade de dominar os cursos das coisas que especificamente nos dizem respeito”, escreveu. Essa perspectlva levou Dewey a rejeitar a idéia de leis morais fixas e imutáveis. Como boa parte dos intelectuais de seu tempo, o filósofo norteamericano sofreu forte influência tanto do evolucionismo das ciências naturais quanto do positivismo das ciências humanas. Defendia a utilização, diante dos problemas sociais, dos métodos e atitudes experimentais que foram bem- ucedidos nas ciências naturais.
Ele próprio procurou aplicar essa abordagem em relação à investigação filosófica e à didática. Biografia John Dewey nasceu em 1859 em gurlington, uma pequena cidade agrícola do estado norte-americano de Vermont. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa. Anda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas para despertar o senso de responsabilidade. Foi professor secundário por três anos antes de cursar a Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Estudou artes e filosofia e tornou- se professor da Universidade de Minnesota.
Escreveu sobre filosofia e educação, além de arte, religião, moral, teoria do conhecimento, psicologia e polltica. Seu interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia inco orado as descobertas da psicologia, nem descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais. Fiel à causa democrática, participou de vários movimentos sociais. Criou uma universidade-exnio para acolher estudantes erseguidos em países de regime totalitário. Morreu em 1 952, aos 93 anos.
Para pensar A escola-laboratório criada por Dewey em Chicago: a prática acima de tudo Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que, não havendo separação entre vida e educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. Como ele dizia, “as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo”. Então, qual é a diferença entre preparar para a vida e para passar de ano? Como educar alunos que têm realidades tão diferentes ntre si e que, provavelmente, terão também futuros tão distintos?
Quer saber mais? Conhecimento, Valor e Educação em John Dewey, Maria Isabel Pitombo, 176 págs. , Ed. Pioneira, tel. (l l) 3665-9900 (ediç-¿o esgotada) Dewey: Filosofia e Experiência Democrática, Maria Nazaré Amaral, 136 págs. , Ed. Perspectiva, tel. (11) 3885-8388, 25 reais John Dewey: a Utopia Democrática, Maria Isabel Pitombo, 176 págs. , Ed. Pioneira, tel. (11) 3665-9900 (edição esgotada) John Dewey: uma Filosofia para Educadores em Sala de Aula, Marcus Vinícius da Cunha, 92 págs. , Ed. Vozes 6-5552, 20 reais