Carnaval
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO PRODUÇÃO MULTIMÍDIA AYNÁ MUNIZ EVANGELISTA RODRIGO ELOU ZAKIME THOMAZ FERNANDEZ E SILVA VIVIAN DE SOUZA KE or26 CARNAVAL to view nut*ge Santos 2010 SUMÁRIO 1. Introdução . … 4 2. A palavra 5 3. Festejos de Ísis … 6 4. Cortejos de Baco 7 5. Festa dos .. 9 6. Carnaval de 11 7. Bailes da corte & Festa de Largo . 17 10. Escolas de Samba.. . 18 Comentário Geral 20 Bibliografia……… 21 Livros „ 21 Sites 21 1. Introdução Sem origem exata e como uma miscelânea de várias culturas, o Carnaval é uma das mais antigas festas populares existentes.
Além de marcar o início da Quaresma para os cristãos, o Carnaval se caracteriza pela folia, com blocos espalhados pelas ruas, trios elétricos no Nordeste, desfiles de Escolas de Samba principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Ao certo, a festividade começa na sexta feira e termina com na quarta-feira de cinzas, mas há quem passe muito mais tempo “pulando” o Carnaval. Apesar de através dos tempos o Carnaval ser considerada uma festa pagã, é a Igreja Católica que decide qual a data em que será realizado, utilizando uma metodologia inventada pela própria Igreja.
Para definir os dias exatos, primeiro a Igreja define a data em que se dará o domingo de Páscoa, que comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Para definir a Páscoa, a regra é simples: é o prime PAGF Cristo. Para definir a Páscoa, a regra é simples: é o primeiro domingo após a lua cheia que seguir ao equinócio de primavera (que marca o início da mesma) no hemisfério norte, que geralmente ocorre em 21 de março. Porém a Igreja Católica se utiliza de projeções sobre a lua feitas na Idade Média e que não coincidem com o ciclo lunar.
Ou seja, a Páscoa depende da chamada “lua cheia eclesiástica”. Decidida a Páscoa, contam-se retroativamente sete domingos e eis a data do carnaval. Como curiosidade, em especial para o site Pagina 3 Pedagogia & Comunicação e divulgado no UOL, a jornalista Manuela Martinez relata que durante muitos séculos, os fiéis e os próprios representantes da Igreja católica encontraram muitas dificuldades para entender e explicar a fixação do calendário da Páscoa e do próprio carnaval porque havia uma discrepância muito grande entre as datas.
Segundo Manuela, somente com a entrada em vigor do atual calendário, o gregoriano, criado pelo papa Gregório 3 (1502-1585), no século 15, é que o domingo de Páscoa passou a cair obrigatoriamente entre 22 de março e 25 de abril. A partir destas duas referências, os responsáveis pela organização do carnaval podem programar a festa com muita antecedência. 2. A palavra Há vários estudos que procuram explicar a origem da palavra carnaval e qual seu significado. José Carlos Sebe, em Carnaval, Carnavais, relata como os dicionários simplificaram o sentido da celebração.
Ao abrir o dicionário, encontramos: 1 – período anual de festas profanas, originadas na Antiguidade e recuperadas pelo ristianismo, e que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta Feira de Cinzas, às vésperas da Quares começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta- Feira de Cinzas, às vésperas da Quaresma; constituía-se de festejos populares provenientes de ritos e costumes pagãos e se caracterizava pela liberdade de expressão e movimento; 2- período de três dias anteriores à Quarta-Feira de Cinzas, dedicado a festejos, bailes, desfiles e folguedos populares (o que, no passado, equivalia ao entrudo).
Sebe continua: “Como, na interpretação comum, o carnaval stá determinantemente ligado ao triunfo do cristianismo, a explicação vulgarmente mais aceita é a da carnevale. Segundo o estudioso italiano Petrochi, a palavra carnaval viria do baixo latim carnelevamen, que sgnifica ‘adeus à carne’, numa alusão à terça feira gorda, o último dia do calendário cristão em que é permitido comer carne”.
O autor ainda lembra que palavras parecidas em outros dialetos possuem o mesmo significado, como carnelevare (dialeto pisano), karniliveri (dialeto siciliano), e karnolevare (dialeto napolitano); e ainda da variação de significado, indicada pelo timólogo Stappers, de que carnelevamen significaria “o prazer da carne”. Outros estudos Indicam que a palavra carnaval teria surgido da combinação de duas palavras, “carrus navalis”.
Segundo o dicionário Houaiss, “parecem sem fundamento histórico hipóteses que derivam a palavra da locução em latim carrus navalis ‘carro naval’ (por associação à carreta em forma de barco us. em festas pop. romanas)”. Sebe revela que dois autores, Kõrting e gér Essers, optaram por essa explicação, o que sugere influência da festa dionisíaca, onde um carro carregaria um menso tonel servindo vinho ao povo, na Roma antiga. 3. Festejos de [sis Uma d Uma das origens do carnaval pode ser encontrada no Egito antigo, nas festas para a deusa Ísis, protetora da natureza.
Cerimônias para render graças à vida eram realizadas em homenagem à Ísis, sempre no período de plantio, esperando boas colheitas, e abrindo um novo ciclo anual. Segundo a tradição, os mortais deveriam dançar, brincar, festejar para que as sementes pudessem crescer e dar bons frutos. De acordo com a lenda, contada por José Carlos Sebe, Ísis ficaria mais sedutora nesse período. Osíris, o deus irmão-marido de Ísis, teria o direito de gozar de todos os prazeres e, depois de saciado, a deusa o sacrificaria para que se pudesse cessar a turbulência dos dias de prazer.
Com a morte do deus, volta-se a rotina anual, iniciada pela fase de germinação das sementes. A lenda de Isis e Osíris reserva um espaço de tempo breve e intenso de euforia, associado à fertilização da mulher e da terra, e outro longo, de resignação, ligado à gestação. Logo, o carnaval teria sua origem nesse primeiro momento. Os festejos de Ísis, popularizado entre os cultos agrários iniciais, spalham-se por todo o Mediterrâneo na Antiguidade.
Outros cultos viriam a surgir, tais como: na Pérsia, Hidia e Armênia, a festa da deusa da fecundidade Anaitis e do grande deus Mitra, o “Sol Invicto”, venerado em 25 de dezembro e nos domingos em Roma; na Fenícia, a festa da deusa da fecundidade Artarte e de seu divino amante Adónis, em Creta, a festa da Grande Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade, representada por uma pomba; na Babilônia, a sacaea, festa em homenagem ao deus supremo Marduk (ou Merodach), PAGF s OF representada por uma pomba; na Babilônia, a sacaea, festa m homenagem ao deus supremo Marduk (ou Merodach), realizada nos onze primeiros dias do mês conhecido como nisan, que colncldia com o advento da primavera e era marcada pela igualdade de classes e pela eleição de um escravo rei, que era sacrificado no final da celebração. 4. Cortejos de Baco (Dionísio) Os festejos se espalharam e cada região fez suas adaptações aos seus próprios deuses.
E quando se fala da parte européia do Mediterrâneo, deve-se falar nos cortejos ao deus Dionísio, ou Baco para os Romanos, filho de Zeus e de Sêmele, pnncesa tebana filha de Cadmo e Harmonia. Segundo os preceitos itológicos, dois deuses se confrontavam na organização do mundo: Apolo, o harmonizador da sociedade, e Dionísio, o desarticulador; surgindo a ordem “apolínea” e a “dionisíaca”. De acordo com a mitologia grega, o pequeno deus passou toda sua infância fora do Olimpo, pois, ao nascer, para fugir à implacável perseguição de Hera, outra esposa de Zeus, foi levado por Hermes para ser criado por Ino. Hera, enfurecida com o gesto, puniu o casal, enlouquecendo tanto Ino quanto seu esposo, Átamas. Zeus, temendo nova investida contra o filho, achou por bem enviá-lo à Nisa para ser educado pelas Ninfas e Sátiros.
Foi durante esse período que Dionísio descobriu a arte de fabricar o vinho assim como os efeitos inebriantes produzidos pela bebida. Dionísio teve que realizar longa e árdua peregrinação até conseguir ser reconhecido como deus e adquirir o direito de participar da assembléia olímpica. Hera, mais uma vez interveio e fez com que fosse acometido por insanidade. Louco, vagueava pelo mundo ensinando aos que fosse acometido por insanidade. Louco, vagueava pelo mundo ensinando aos homens o cultivo da uva e a fabricação do vinho. Foi somente apos ser purificado por Réia, sua avó, que deus pode retornar a Grécia para instaurar ali seu culto.
Seu séquito, composto por diversas figuras míticas dentre elas Sileno, as Bacantes e os Sátiros, o acompanhavam carregando troncos de videira, coroas de hera, taças cheias de vinho, cachos de uva e o tirso enlaçado com folhagens. As Bacantes ou Mênades eram as jovens que tomadas por loucura mística, pareciam tomadas pelo deus; Sileno vivia embriagado e era dotado de grande sabedoria e do dom da vidência; os Sátiros simbolizavam as forças incontroláveis da natureza vegetal e animal. Eles teriam sido os responsáveis por espalhar a fama de Dlonísio como o deus do inho e da embriaguez, o ser ágil e fluído, representante do verde da natureza, do sangue dos humanos e do sémen. Conhecido como “força verde”, Dionísio era responsável pela origem da vida, da alegria e, neste sentido, o perturbador da ordem estabelecida.
Em sua jornada para ser reconhecido como deus castigava a todos que se recusassem a cultuá-lo. Assim sucedeu em Trácia, onde o rei Licurgo tentou impedi-los de por ali passar e acabou enlouquecido, em Tebas, com o rei Penteu, que foi descoberto pelas bacantes e, bêbadas e transtornadas, o dilaceraram durante uma bacanal na qual o rei compareceu isfarçado. Ainda em Tebas, é dito que o deus vestiu-se de mulher para influenciar as tebanas, seduzindo-as para um ritual báquico, entre elas Agave, a mãe de Penteu. Na ilha de Naxos, Dion[sio conheceu e se apaixonou por Ariadne que lá havia sido abandonada por Teseu. Fez d PAGF 7 de Naxos, Dionísio conheceu e se apaixonou por Ariadne que lá havia sido abandonada por Teseu.
Fez da jovem sua esposa e com ela teve Enopião, Toante, Estáfilo e Pepareto; de seu romance com Afrodite nasceu priapo, dotado de um falo descomunal. Por fim, alcançou o tao sonhado lugar junto aos imortais no Olimpo. Em sua homenagem eram realizadas quatro grandes festas: as Léneias, as Dion[sias Urbanas, as Dionísias Rurais e as Anestérias, todas elas de caráter orgíaco que contavam com a participação de um elevado número de mulheres. Como explicação da festa carnavalesca, permanece o sentido dionisíaco, da transformação da rotina em momentos de prazeres, da saída do convencional para um espaço fantástico, onde o extraordinário seria elemento transformativo e, se delicioso, condenável.
Nesse momento, era permitido aos homens desfrutar das delícias propostas por Baco. Ou como um ditado consagrado em latim, smel in anno licet insanire, que significa “uma vez por ano é licito endoidecer. Outras celebrações romanas também foram importantes, como as Lupercais e as Saturnais, que também seriam festividades conhecidas como cultos agrários e também podem ser consideradas matrizes do Carnaval. As lupercais eram festejos celebrados em honra a Pã, ou Fauno para os romanos, e aconteciam no dia 15 de fevereiro. As Saturnais ocorriam no último mês do calendário romano, em dezembro, durante 7 dias, aproximadamente entre 17 e 23 de dezembro. ? importante alientar que, assim como os festejos a Baco, nesse período era permitido o relaxamento do rigor moral, havia uma desarticulação momentânea do sistema, e seria possível viver alegremente, podendo se expressar instintos que desarticulação momentânea do sistema, e seria possível viver alegremente, podendo se expressar instintos que eram regulados durante o tempo ordinário do ano. Como em todas as festas até aqui citadas, essa desarticulação do sistema também seria uma desarticulação “política”. Durante o período de festas, era escolhido um rei, que deveria simbolizar o deus personificado. A ele, todos os prazeres eram permitidos. A figura do rei seria o eixo do carnaval, essencial na realização dos sonhos proibidos, apenas possíveis nas celebrações.
Seu ápice viria na sua morte pois, se um homem morresse depois de gozar de todas as delícias pretendidas, seu sucessor reinaria em paz por um outro CICIO. Surge aí a figura do Rei Momo, ou o rei da festa. 5. Festa dos Bobos Com a supremacia do cristianismo a partir do século IV, várias tradições pagás foram combatidas. No entanto, houve muitos que não se converteram ao cristianismo, o que dificultou a repressão completa. A Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos, muitos dos quais, cristianizados para evitar maiores transtornos. O carnaval acabou sendo permitido, o que serviu como ‘Válvula de escape” diante das exigências impostas aos medievos no período da Quaresma.
Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da páscoa. Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de carnaval. Na ocasião, o povo aproveitava para se esbaldar em comidas, festas, bebidas e exo, como na antiguidade. Na Idade Média, manifestações carnavalescas eram cômicas e tinham c Na Idade Média, manifestações carnavalescas eram cômicas e tinham caráter popular. Sendo assim, opunham-se à cultura oficial no medievo, de caráter sério e religioso. Surge então a “Festa dos Loucos” e a “Festa dos Bobos”, ou a “Festa do Asno”, que eram promovidas pela igreja e possuíam um grande caráter cômico.
Também existiam o Riso Pascal, os Mistérios e Soties. Em verdade quase todas as festas religiosas possuíam um aspecto cômico popular. Na Festa dos Loucos, tudo passava a er permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservava o anonimato, os cristãos não-convertidos se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos. A festa dos bobos e do asno era responsável por introduzir o humor no ambiente eclesiástico. Nessas ocasiões eram feitas danças litúrgicas, que muitas vezes se assemelhavam às danças pagas, além de festas nas paróquias.
E é neste ambiente que surge a festa dos bobos, semelhante a uma festa de estudantes, caracterizada pela presença dos cônegos. No século XIII estas festas foram proibidas pela Igreja com o intuito de eliminar a expressão corporal associada ao diabo. Mas como tudo o que se relaclona a questões religiosas, o assunto apresentará também seus defensores, os quais retomarão as idéias aristotélicas sobre o riso e defenderão a inocência dessas festas. Aristóteles, na sua Poética, considera que o cômico consiste no prazer de rirmos daquilo que é desagradável ou que tem defeitos. Riso como arma para punição dos costumes sociais. Posteriormente não mais proibido pela igreja, os quais se tornaram adeptos da pratica.