Enfermagem e a arte do cuidar

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4 1 INTRODUÇÃO O cuidar é à base de todo o processo de enfermagem. Cuidar e tratar não representa o mesmo, embora se complementem entre si. Este artigo pretende promover um estímulo à reflexão para este assunto, algumas vezes descurado.

Enfermagem é a arte de cuidar e a ciência cuja essência e especificidade são o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico, desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe atividades de promoção, proteção, prevenção, reabilitação e recupe fundamenta o cuidad e ar 27 intersecção entre a fi • xistencial do home formal como respon cimento que ser construído na r, d grande questão lendo a lógica ativa ea ética, numa abordagem epistemol gica efetivamente comprometida com a emancipação humana e evolução das sociedades.

No Brasil, o enfermeiro é um profissional de n[vel superior da área da saúde, responsável inicialmente pela promoção, prevenção e na recuperação da saúde dos indivíduos, dentro de sua comunidade. O enfermeiro é um profissional preparado para atuar em todas as éreas da saúde: assistencial, administrativa e gerencial. Na área educacional, exercendo a função de professor mestre- preparando e acompanhando futuros profissionais de nível médio e de nível superior.

Dentro da enfermagem, encontramos o auxiliar de enfermagem (nível fundamental) e o técnico de enfermagem, (nível médio) ambos confundidos com o enfermeiro, entretanto com funções distintas, possu possuindo qualificações específicas. 2 RESGATE HISTORICO 2. 1 Enfermagem e a arte do cuidar Segundo o articulista, historicamente antes do período da emergência da medicina cientifica, o hospital era basicamente um local que se destinava ao abrigo de pobres e doentes que não tinham condições de tratamento domiciliar, procurando s instituições para receber o devido cuidado ou o último sacramento e morrer.

Mas a finalidade variava de instituição a instituição e de época para época. O atendimento era frequentemente prestado por religiosas e leigas, que buscavam sua própria salvação (MARTIN, 2003) 1. Segundo Martin (2003), os hospitais, até o século XVIII, esteve sob péssimas condições, devido à predominância de doenças infectocontagiosa e pela falta de contingente qualificado para cuidar dos doentes.

Os ricos eram tratados em suas própnas casas, enquanto que os de classe social mais humilde, além de ão terem esta alternativa, tornavam-se objeto de experiência que resultaria em maior conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada. É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia. Florence é personagem marcante na elevação do significado da atividade de Enfermagem.

Durante cerca de cinco décadas, Nightingale lutou pelo reconhecimento desta profissão, resultando em um trabalho de elevado prestigio para a atividade de Enfermagem (MARTIN, 2003). Diz ainda que, por volta do século XIX, devido o avanço tecnológico e social a institui ao hos italar elaborou estratégias que vis PAGF devido o avanço tecnológico e social a instituição hospitalar elaborou estratégias que visava o bem estar do cidadão, criou- se novos pensamentos e preocupações acerca do binômio, saúde-doença, ou seja, implemento de um ambiente de atenção em saúde com enfoque às resoluções de agravos e cura.

Reportando-nos a Martin (2003), ao passar do tempo, a visão do hospital mudou, contudo, o avanço da Medicina favoreceu a reorganização. Nessa nova concepção de pensar, o médico specialmente, se torna um profissional liberal e a enfermagem gradativamente se profissionaliza, instituindo distinções entre enfermeiras auxiliares e técnicas e as de curso universitário. Assim, como as mulheres foram adquirindo espaço no cuidado, os homens também foram inserindo-se na enfermagem, formando outra mentalidade e imagem das duas profissões. Os enfermeiros profissionalizaram-se na melhor e mais ampla acepção do termo. Hoje buscam aperfeiçoamento permanente frequentando cursos e especializações, mestrado e doutorado. O retraimento de outros tempos deu lugar a uma postura mais altiva e voluntariosa. A profissão ganhou espaços mais nobres e generosos, como reconhecimento por sua presença institucional e pela importância de seu trabalho na sociedade. para Senna (2000, p. 545)2, “o cuidado abrange muito mais que uma técnica ou momento de atenção, de zelo. ? uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. Esta consciência é necessária para interagir com a pessoa hosp talizada, não deve ser considerado apenas um número ou uma patologia a ser tratada, mas sim, um ser humano, que necessita de cudado. O acolhimento n uma patologia a ser tratada, mas sim, um ser humano, que ecessita de cuidado. O acolhimento na visão de Campos (1 994, p. 138)3 é “a relação humanizada, acolhedora, que os trabalhadores e os serviços, como um todo, têm que estabelecer com os diferentes tipos de usuários que a eles aportam”.

Podemos estar prestando assistência e não estar cuidando. Cuidar significa, além de tudo, estar preocupado com o paciente, mais que um momento de atenção. “Cuidar é um verbo que se refere à ação de assistir, ajudar ou facilitar ao outro indivíduo, com necessidades evidentes ou que podem ser antecipados, que levam a melhorar ou aperfeiçoar uma condição humana ou modo e vida” (CROSSETTI, 2000, p. 46) 4. O cuidado é imprescindível em todas as situações de enfermidades, incapacidade e no processo de morrer.

Não se limita apenas a uma tarefa a ser realizada e sim a um momento de se relacionar com o paciente, começando com tarefas técnicas, até seu conforto, mostrando a sua importância para a recuperação e elevação da autoestima. Perceber que “o cuidado, assim como a música, tem vários tons que fazem com que seja compreendido/ouvido/percebido de formas diferentes” (ESPIRITO SANTO, 2000, p. 24) 5 e torná-lo parte do cotidiano do fazer do enfermeiro poderá ser o início ara uma mudança de postura e, uma melhor qualidade da assistência.

O enfermeiro no ambiente hospitalar tem a função de informar e orientar o paciente e seus familiares a respeito de seu tratamento e procedimentos realizados, de uma maneira acolhedora, estabelecendo a relação de apoio e amor com o próximo. Os procedimentos realizados com os pacientes fazem parte das rotinas hospitalares no sentido d próximo. Os procedimentos realizados com os pacientes fazem parte das rotinas hospitalares no sentido de promover o restabelecimento físico e emocional.

Para ESPIRITO SANTO, a equipe de enfermagem, ainda que os procedmentos possam er simples e ao mesmo tempo tornam-se ameaçadores para o paciente. Sendo assim, 7 antes de cada procedimento, por mais simples que pareça, a equipe deve esclarecer de forma clara o que será realizado. 3 0 CUIDADO DE ENFERMAGEM 3. 1 Uma aproximação teórica O cuidado manifesta-se na preservação do potencial saudável dos cidadãos e depende de uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si.

Por ser um conceito de amplo espectro, pode incorporar diversos significados. Ora quer dizer solidarizarse, evocando relacionamentos compartilhados entre cldad¿os em comunidades, ora, dependendo das circunstâncias da doutrina adotada, transmite uma noção de obrigação, dever e compromisso social. O cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção e se concretiza no contexto da vida em sociedade. Cuidar implica colocar-se no lugar do outro, geralmente em situações diversas, quer na dimensão pessoal, quer na social. ? um modo de estar com o outro, no que se refere a questões especiais da vida dos cidadãos e de suas relações sociais, dentre estas o nascimento, a promoção e a recuperação da saúde e a própria morte. Compreender o valor do cuidado de enfermagem requer uma concepção ética que contemple a ida como um bem valioso em si, começando pela valorização da própria vida para respeitar a do outro em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolha da enfermagem como uma pr PAGF s OF do outro em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolha da enfermagem como uma profissão segundo Souza ML Sartor 6.

Cuidar em enfermagem consiste em envidar esforços transpessoais de um ser humano para outro, visando proteger, promover e preservar a humanidade, ajudando pessoas a encontrar significados na doença, sofrimento e dor, bem como, na existência. É ainda, ajudar outra pessoa a obter utoconhecimento, controle e autocura, quando então, um sentido de harmonia interna é restaurada, independentemente de circunstâncias externas 7.

Ao posicionar o cuidado de enfermagem no contexto de um agir solidário na vida e na morte, a Enfermagem respeita as razões morais de cada cidadão ao mesmo tempo em que convive com dores e alegrias advindas da relação interpessoal. Ao operar nesta dimensão, às vezes extremas, o cuidado orientado pela solidariedade busca a simetria e o equilíbrio nas suas múltiplas atividades enquanto função cuidadora. 3. 2 0 cuidado de enfermagem e o valor da vida

A ideia de ajudar os outros na solução de problemas ou de um indivíduo colocar-se no lugar do outro, na maioria das sociedades, ainda permanece válida como referência e conteúdo básico da noção de cuidado em Enfermagem no século XXI. Seu fundamento é o de integrar as pessoas em torno do bem comum e manter o elo social. Assim, cuidar e solidarizar-se significam comprometimento e engajamento político-cultural, prevenindo rupturas da e na sociedade.

Nesta linha de raciocínio, os temas que traduzem o comprometimento e o engajamento soclal se referem, basicamente, à preservação, conforme indicamos baixo: a) da espécie humana, envolvendo a compaixão e a basicamente, à preservação, conforme indicamos abaixo: a) da espécie humana, envolvendo a compaixão e a ternura; b) do social e da política, entendendo a diversidade de convívio democrático em ambientes politico-culturais diferentes; c) da cultura global, compreendendo a pluralidade cultural e interetnica e, d) da vida ecológica e cosmológica, participando da sustentabilidade e do cuidado para com as futuras gerações.

A noção subjacente do engajamento e do comprometimento considera a atividade do cuidado de enfermagem valiosa por si mesma. O cuidado é parte integrante do processo de sobrevivência da vida humana associada. Dessa noção advém o entendimento do valor intrínseco da vida, que ocupa um lugar central no conjunto dos valores da humanidade. O valor intrínseco da vida, bem como sua centralidade no conjunto de valores da humanidade, em termos de vida humana, animal e vegetal, pois quaisquer formas elou estados da vida transmitem a ideia de algo valioso.

O sentido do que seja valioso, em geral, encontra múltiplas interpretações éticas. Uma das formas de interpretar o sentido valioso da vida consiste categorizá-lo em instrumental, subjetivo e intrínseco 8. . 3 Vida humana como valor instrumental Diz respeito ao quanto à vida de cada um serve aos interesses das demais pessoas. Algo é instrumentalmente importante se seu valor depender de sua utilidade e de sua capacidade para ajudar as pessoas a obter o que desejam tal qual o dinheiro, os medicamentos, entre outros.

Caso contrário, são simplesmente bens disponíveis, instrumentais valiosos para a pessoa em particular. Cabe refletir sobre c quanto a qualidade e a riqueza de uma PAGF 7 pessoa em particular. Cabe refletir sobre o quanto a qualidade e a riqueza de uma vida saudável e empreendedora sugere o em-estar de outras, assim como o que representa o cuidado de enfermagem nesta perspectiva. 3. 4 Vida humana como valor subjetivo Refere-se a quanto à pessoa mede seu valor para ela mesma, ou seja, em termos de até que ponto ela quer esta vida e até que ponto estar vivo é bom para cada pessoa.

Nesse caso, necessita de autodeterminação e de um plano racional de vida, o que provavelmente, em termos genéricos, os animais, as plantas ou as futuras gerações não dispõem das faculdades físicas, morais e intelectuais – para fazê-lo. 3. 5 Vida humana como valor intrínseco Refere-se ao valor subjetivo que uma vida tem para a pessoa de uja vida se trata. Parte-se do pressuposto de que há um desejo dos homens em tratar uns aos outros não apenas como meios, mas como finalidades em si mesmas.

Isto porque o instrumental geralmente se associa à subjetividade da pessoa, uma vez que só vale para aquela pessoa que deseja esse bem. Assim também para a vida humana. Essas três categorias estão presentes na arte e nos fundamentos do cuidado em Enfermagem, articulando- as e valorizando-as, pois uma das premissas da vida humana associada, jamais posta em dúvida nas atitudes e nas ações humanas, consiste em viver e prosperar. “Pessoa” se identifica, o contexto deste trabalho, pela sua atividade e criatividade.

O cuidado de enfermagem promove e restaura o bem-estar físico, o psíquico e o social e amplia as possibilidades de viver e prosperar, bem como as capacidades para associar diferentes possibilidades de funcionamento factíveis PAGF 8 OF prosperar, bem como as capacidades para associar diferentes possibilidades de funcionamento factíveis para a pessoa. Nessa perspectiva, o cuidar em enfermagem insere-se no âmbito da intergeracionalidade, POIS se revelam na prática com um conjunto de ações, procedimentos, propósitos, eventos e valores ue transcendem ao tempo da ação.

Abraça, pois, diferentes gerações, imprimindo-lhes realização e bem-estar. O postulado do longo tempo reflete, por si só, uma releitura da justiça tipicamente temporal em duas direções: a) a continuidade da vida humana associada ao longo do tempo e; b) sentimento intuitivo de que os seres sob os cuidados da Enfermagem são cidadãos, sujeitos de direitos e deveres de uns para com os outros.

O cuidado em enfermagem, portanto, possui na sua amplitude o componente humanístico ao promover a continuidade da espécie humana saudavelmente humanizada desta geração e das eguintes. O cuidado de enfermagem consiste na essência da profissão e pertence a duas esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento de técnicas e 10 procedimentos, e uma subjetiva, que se baseia em sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro ser.

A forma, o jeito de cuidar, a sensibilidade, a intuição, o n fazer com”, a cooperação, a disponibilidade, a participação, o amor, a interação, a cientificidade, a autenticidade, o envolvimento, o vínculo compartilha do, a espontaneidade, o respeito, a presença, a empatia, o comprometimento, a compreensão, a onfiança mútua, o estabelecimento de limites, a valorização das potencialidades, a visão do outro como único, a percepção da existência do outro, o toque delic a visão do outro como único, a percepção da existência do outro, o toque delicado, o respeito ao silêncio, a receptividade, a observação, a comunicação, o calor humano e c sorriso, são os elementos essenciais que fazem a dlferença no cuidado 9. 3. Exposições finais Ao inserir o cuidado de enfermagem no âmbito político e ético, entendemos parte significativa na formação do enfermeiro o estudo das humanidades, em geral. Entendemos que uma ormação humanistica contrapõe-se à mera operacionalidade e dá sentido existencial ao cuidar. O cultivo das humanidades contribui para o hábito do pensamento critico, sem o qual o cuidado em enfermagem não pode sustentar-se como premissa de apoio a vida humana associada. por isso, pensar em modos ou modelos de cuidar em enfermagem requer a compreensão do sentido e do significado desse cuidado, sua dimensão pol[tico-social e sua implicação sobre a vida dos cidadãos.

Não é, portanto, uma questão unicamente instrumental e operacional para o trabalho, mas, antes, o reconhecimento de sua finalidade ara a vida humana. Também, em reconhecer que esse ou aquele modo de cudar não é neutro, mas apoiados no conjunto das ideias teórico-filosóficas que orientam as escolhas feitas por quem o executa. A valorização do cuidado, inscrita na valorização da vida em todas as suas formas, pode ainda dar maior visibilidade às injustiças sociais, assim como permitir mais facilmente compreender as experiências dos limites humanos do sofrimento e da morte e da própria sociabilidade humana. 4 CUIDAR EM ENFERMAGEM 4. 1 0 “cuidar” e o “tratar” De acordo com Antônio Carvalho e Marily Abreu autores do referido artigo existem do

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