Fundamentos fisiopatologia
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS GOIÂNIA 2011 ATIVIDADES PRATICAS SUPERVISIONADAS Resumo da matéria de fisiopatologia, realizado pelos alunos do curso de Farmácia Bioquímica. 201 1 SUMARIO . Introdução à pa 2. Reparação dos L Genética 19 Inflamação 20 4. 6. 7. g. ar 102 og,a Sistema Cardiovascular 22 Sistema Sanguíneo 38 Neoplasia 45 . Sistema Respiratóri049 Sistema Rena156 10. Sistema Digestório 63 11. Sistema Nervoso 77 12. Sistema Genital Feminino 79 1. Introdução à Patologia 1 . Histórico e conceitos gerais A anatomia patológica começou pela observação de atologistas, isto é, profissionais inteiramente devotados ao estudo das alterações morfológicas relacionadas às doenças. A maioria deles, como os médicos da época, era composta por generalistas, isto é, interessava-se por todas as doenças. À medida que os conhecimentos foram aumentando, os patologistas começaram a se especializar, a se interessar mais pelas doenças de algum órgão ou sistema. Esta especialização ocorreu principalmente na Alemanha e permitiu um grande avanço no conhecimento médico.
Com o desenvolvimento da anestesia e conseqüentemente a ampliação das possibilidades da terapêutica cirúrgica, a especialização foi cada vez mais se acentuando. portanto, até a Segunda Guerra Mundlal, ao lado dos “generalistas” já havia se diferenciado uma série de patologistas especializados. Em 1939, quase na mesma época, Iversen e Roholm, na Suécia, e Baron, nos Estados Unidos, publicaram os primeiros resultados de um novo método de obtenção de amostra de tecido: a biópsia percutânea por agulha para obter amostras do fígado.
O sucesso do método foi muito rápido e logo de início permitiu descrever a anatomia patológica evolutiva das epatites. O método foi se generalizando, adquirindo prestígio e exigindo uma adaptação dos patologistas, que aprenderam a tirar o máximo de informações de pequeninos fragmentos dos mais variados órgão, inclusive o cérebro e o coração. O uso dos cortes de congelação, que permitem diagnóstico rápido durante a cirurgia, foi outro caminho que levou o patologista ao campo operatório e, portanto, ao paciente e propiciou um acentuado progresso no diagnóstico macroscópico feito, pelo patologista, no ato cirúrgico.
Desde a década de 30, após os trabalhos de Papanicolau, vem endo feito o estudo ci sendo feito o estudo citológico de esfregaços vaginais com o objetivo de detecção precoce do câncer do colo uterino. O sucesso da técnica levou a sua utilização no estudo de esfregaços obtidos de vários outros tecidos com fins diagnósticos. O sucesso da citopatologia levou os escandinavos a utilizar agulhas ainda mais finas para aspiração de células dos mais variados tipos de material, desde a tireóide, mama ou próstata até, mais recentemente, massas tumorais profundas, tais como no pulmão e pâncreas.
Os resultados surpreendentemente onfiáveis da técnica de “punção por agulha fina” aumentaram as oportunidades de diagnóstico de lesões antes inacessíveis ou só acessíveis pela cirurgia. Esta técnica levou o patologista ao ambulatório, aproximou-o ainda mais do paciente. A aplicação de técnicas da enzimologia, microscopia eletrônica e imuno-histoquímica, tanto ao material obtido de cadáveres quanto a biópsias cirúrgicas e material citológico, obrigou a formação de vários outros especialistas e colocou os serviços de anatomia patológica na linha de ponta do progresso. ? necessário enfatizar que o conhecimento não é estático e cada ez mais evolui de forma mais acelerada. Novas técnicas surgem, outras são superadas. Os limites das disciplinas vão se tornando cada vez menos nítidos e a necessidade de cooperação dos mais variados especialistas passa a ser imprescindível. 1. 2 Etiologia É a causa das doenças. As causas podem ser agentes exógenos ou endógenos, conforme provenham de fora ou de dentro do organismo, agentes vivos (desde os vírus até os vermes) ou inanimados (por exemplo, raios diversos).
A causa da doença pode ser desconhecida (por exemplo, o câncer), exemplo, raios diversos). A causa da doença pode ser desconhecida (por exemplo, o câncer), mas, conhecendo-se fatores que favoreçam o seu aparecimento, esses fatores são deslgnados fatores causals. 1. 3 Patogenia A patogenia se refere a seqüências de eventos da resposta das células ou dos tecidos ao agente etiológico, desde o estimulo inicial até a expressão final da doença em si. O estudo da patogenia permanece sendo um dos principais ramos da patologia. . 4 Necropsia ou Autópsia Necropsia ou autópsia significa o exame post mortem sistemático dos órgãos ou de parte deles para se determinar a causa da orte e conhecer as lesões e doenças existentes no indivíduo. A necropsia é completa quando todos os órgãos são dissecados e examinados detalhadamente. 1. 5 Blopsia E um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecidos ou células para posterior estudo em laboratório. As biópsias podem ser feitas para diagnóstico elou tratamento.
São ablactavas ou excisionais quando se faz a extirpação ou exérese de toda a lesão. A biópsia é incisional quando se retira apenas parte da lesão para diagnóstico. O material colhido deve ser representativo e tratado de maneira adequada. Não é necessário ue o seu tamanho seja exagerado, com os recursos hoje disponíveis, fragmentos às vezes diminutos são suficientes para diagnosticar, desde que obtidos de locais apropriados, retirados com os devidos cuidados e processados convenientemente. . 6 Morfostase e Homeos depende da constância desse meio, não surpreende que muitos animais pluricelulares tenham desenvolvido inúmeros mecanismos reguladores dedicados a sua manutenção. A morfostase e a homeostase referem-se, respectivamente, ao equilíbrio da forma e da função. Portanto, pode se dizer que saúde é a manutenção da morfostase e homeostase. . 7 Transportes de substâncias através das membranas celulares 1 . 7. Difusão A membrana celular é, em sua essência, uma lâmina de material lipídico chamada de matriz lipídlca, com ilhotas dispersas de moléculas globulares de proteína, em toda sua extensão. Algumas dessas moléculas de proteína atravessam toda a espessura da membrana, formando assim, os “poros” da membrana. Portanto, dois meios distintos para que as moléculas atravessem por difusão a membrana são: por se dissolverem na matriz lipídica e difundindo-se através dos poros diminutos que atravessam toda a membrana. 7. 2 Exocitose As proteínas secretadas pelas células são transferidas da reticula endoplasmática para o aparelho de Golgi e, a parte do seu lado transt levadas para o exterior em grânulos secretores ou vesículas. Os grânulos e as vesículas são levados até a membrana da célula em seguida, sua membrana funde-se com a membrana celular e a área de fusão se rompe, despejando o conteúdo dos grânulos ou das vesículas no lado de fora da célula enquanto a membrana célula permanece intacta.
O processo de expulsão é conhecido como exocitose e requer Cau- e energia além, das roteínas acopladoras. 1 . 7. 3 Endocitose pelo qual bactérias, tecidos mortos ou outros fragmentos de materiais visíveis ao microscópio são engolfados por células, como por exemplo os leucócitos polimorfonucleares do sangue. Esse material entra em contato com a membrana celular, que em seguida se invagina. A invaginação desprende- se deixando o material engolfado em um vacúolo envolvido por membrana e a membrana celular intacta.
Pinocitose (“bebida da célula”) é praticamente o mesmo processo, sendo a única diferença que as substâncias ingeridas estão em solução e, ortanto, são invisíveis ao microscópio. 1 . 7. 4 Canais iônicos São formados por proteínas integrais e estão presentes em membranas plasmáticas das células. Formam poros responsáveis pelas trocas entre o meio extracelular e intracelular, os íons, a água e pequenas moléculas podem atravessar a bicamada lipídica das membranas celulares, graças a esses poros formados por proteínas transmembranares.
Estes canais são proteínas compostas por varias subunidades (a quantidade pode variar de acordo com o subtipo de canal) dispostas de tal maneira, que se forma um poro central, por onde passam os íons. Os canais iônicos apresentam uma relativa seletividade, sendo assim, existem canais específicos para determinados íons (sódio, potássio, cálcio, entre outros). A seletividade desses canais depende basicamente do diâmetro do poro e das cargas elétricas presentes no interior do canal, estas cargas são provenientes dos aminoácidos que compõe as subunidades protéicas do canal. . 7. 5 Transporte ativo O mecanismo do transporte ativo é considerado como sendo semelhante para a maior parte das substâncias, e depende do transporte por carreadores, pelo qual a substância entra na face xterna da membrana, onde se comb transporte por carreadores, pelo qual a substância entra na face externa da membrana, onde se combina com o carreador e passa para o interior celular. Em seguida o carreador se move para a face interna da membrana, para captar mais substancia.
Imediatamente, é notada a grande semelhança deste mecanismo com o da difusão facilitada, entretanto, a diferença é a energia cedida ao sistema no curso do transporte ativo, de modo que o transporte acontece contra um gradiente de concentração (ou contra um gradiente elétrico ou de pressão). 2. Reparação dos tecidos . 1 Regeneração e Cicatrização. A reparação ocorre em função de uma lesão celular, com objetivo de substituir o tecido lesado por um exatamente igual ao original, tendo mesma forma e desempenhando mesma função. A lesão no tecido se dá pela interrupção da homeostasia na célula.
Podendo ser advinda de vários tipos de agressões, como: hipóxia (respiração aeróbica perturbada e oxigenação inadequada, perda da capacidade do sangue de transportar oxigênio); agentes físicos (traumatismos mecânicos, exposições extremas de temperatura, irradiação, choque elétrico); agentes uímicos (concentrações hipertônicas, concentrações altas e mínimas de substâncias); agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias etc); reações imunológicas (anafilaxia, doenças auto- imunes); distúrbios genéticos (síndrome de Down, anemia falciforme, erros do metabolismo); fatores nutricionais (deficiências ou excessos vitamínicos ou alimentares). O estímulo nocivo desencadeará vários processos intracelulares como danos: à membrana (que afeta a mitocôndria, levando à diminuição da produção de ATP e morte celular), aos lisossomos (causando igestão enzimática dos componentes celulares) e à membrana p lisossomos (causando digestão enzimática dos componentes celulares) e à membrana plasmática em si (culminando na perda do conteúdo celular).
Denomina-se regeneração a capacidade de células Íntegras remanescentes reporem as células perdidas com intenso ritmo de divisões celulares (mitoses) quando algum tecido é lesado. Esse é o tipo mais favorável de reparação, pois a integridade anatômica e funcional do tecido é restabelecida. Porém, essa reposição não é feita em células de qualquer tecido. Sáo feitas, omente, em células lábeis ou estáveis. Na cicatrização, não há restituição da integridade anátomo- funcional do tecido. Isso ocorre porque há a substituição por tecldo fibroso, formado a partir do tecido de granulação (fibroplasia), quando as células do parênquima são perenes ou se as perdas são de grande extensão. A cicatrização pode ser por primeira ou por segunda intenção.
Na cicatrização de primeira intenção, as bordas são aproximadas por pontos e o processo ocorre sem contaminação bacteriana e com perda mínima de tecido. A Incisão causa a morte de um úmero limitado de células epiteliais, dos anexos dérmicos e células do tecido conjuntivo. Espaço incisional é estreito e imediatamente preenchido com sangue coagulado contendo fibrina e células sangüíneas. Assim, ocorre desidratação do coágulo superficial e formação de uma crosta que cobre a ferida e a isola do meio ambiente. A cicatrização de segunda intenção é quando há uma perda maior de células e tecidos como ocorre, por exemplo, no infarto, na ulceração inflamatória, na formação de abscesso e em feridas superficiais que criam grandes defeitos.
O denominador comum dessas situações pode ser considerado como um grande defeito tissular que deve ser preenchido. Isso o dessas situações pode ser considerado como um grande defeito tissular que deve ser preenchido. Isso ocorre porque a regeneração das células parenquimatosas não consegue reconstituir completamente a arquitetura tissular original e o tecido de granulação abundante cresce a partir da margem para completar a cicatrização. A reparação tecidual, geralmente, apresenta processo inflamatório. O reparo, para que seja adequado, precisa da eliminação do agente agressor e a limpeza completa dos res[duos o processo inflamatório.
Há, ainda, a ocorrência da drenagem do líquido do edema para os vasos sanguíneos e linfáticos, enquanto as coleções purulentas são drenadas por fístulas ou, então, pelos canals naturais do organismo. Os macrófagos são leucócitos cuja principal função é de fagocitose e são as principais células envolvidas na atividade de limpeza. Neste processo, eles agem fagocitando células mortas, a fibrina, os complexos antígeno- anticorpo precipitados e os microrganismos inviabilizados. Contudo, ocorre a resolução do processo inflamatório quando a defesa é 100%. Existe ainda outro tipo de cicatrização: os quelóides que são cicatrizes volumosas. Isso ocorre devido à formação excessiva de tecido cicatricial (fibroso). Consideram que os quelóides sejam uma tendência genética.
E pode-se afirmar que determinadas regiões do corpo são mais propensas de sua ocorrência como pescoço, colo, testa entre outras. 2. 2 Células lábeis, estáveis e permanentes Do ponto de vista replicativo, as células do corpo podem ser classificadas de acordo com a sua capacidade de regeneração. São divididas em três categorias: Lábeis, Estáveis e Permanentes (ou perenes). Células lábeis São as células dotadas de alta ca acidade mitótica. As células São as células dotadas de alta capacldade mitótica. As células lábeis continuam a sua proliferação durante toda a vida, substituindo as células que são destruídas fisiologicamente.
Seus principais representantes são as células dos epitélios: superfícies escamosas de pele, mucosas dos tratos digestivo, respiratório, urinário, genital; dos ductos excretórios das glândulas digestivas; células dos tecidos esplênico, linfóide e hematopoiéticos. Células estáveis As células Estáveis possuem baixa capacldade mitótica, mas uando estimuladas adequadamente, são capazes de se proliferar reconstituir o tecido de origem. São pertencentes a esta categoria as células parenquimatosas de praticamente todos os órgãos glandulares do corpo (fígado, rim, pâncreas), as células mesenquimatosas (fibroblastos, células musculares lisas, osteoblastos e condroblastos) astrócitos e células endoteliais.
Para haver restituição da estrutura normal – em órgãos com células lábeis e estáveis – há necessidade de ser mantida a estrutura de base ou estroma de apoio das células parenquimatosas para permitir uma substituição ordenada. Células permanentes ou perenes Estas células não realizam mitose na vida pós-natal, devido à sua perda de capacidade de replicação. Sáo representadas pelas células musculares e nervosas. As células musculares esqueléticas e cardíacas apresentam tentativas de regeneração, enquanto que os neurônios destruídos ficam perdidos para sempre. Neurônios dos nervos periféncos se, entretanto, só o axônio for lesado, a regeneração surge a partir do corpo celular ou a partir do segmento axônico proximal remanescente. No músculo esquelético, a re enera ao ainda é incerta pois, pode ocorrer a partir PAGF 102