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FUNDAMENTOS PARA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO RESUMO Este artigo tem por objetivo inicialmente dar um panorama geral sobre a história e o conceito de Psicopedagogia, apontando qual o papel do profissional dessa área e explicando que forma as teorias da aprendizagem podem auxiliar no trabalho preventivo e Swip to view next page terapêutico do psico atualmente os princi a mostrar quais são 4 e comentar sobrea n essid profissional para o b conclui que a atuaçã aç do Psicopedagogo e atualização trabalho.

O trabalho portante no cenário da educação e como a sua atuação é distinta quanto a método de ntervenção. Palavras chave: Psicopedagogia. Psicopedagogo. Formação. Teorias de Aprendizagem. INTRODUÇÃO No início deste ano, comecei a trabalhar em uma escola, e percebi o pouco que sabia a respeito das dificuldades de aprendizagem de alguns alunos.

Pensando nisso, decidi estudar Psicopedagogia, o curso que me deixaria mais preparada para entender e ajudar nossos alunos. Ao iniciar o estudo da psicopedagogia nos deparamos com uma série de questões Por fim, pretende investigar se o trabalho do psicopedagogo traz algum diferencial no tratamento das dificuldades de prendizagem, se é essencial no contexto de sua atuação e se apresenta alguma contribuição ao processo ensino- aprendizagem. DESENVOLVIMENTO 1.

Breve histórico da Psicopedagogia O nascimento da Psicopedagogia teve origem na França no final do século XIX e nessa época estava mais vinculada aos estudos e trabalhos da área médica, que buscava resolver os problemas de aprendizagem, mais focada nas crianças com algum tipo de deficiência mental. Em uma tentativa de evitar o fracasso escolar destas crianças, alguns pesquisadores passaram a estudar mais profundamente as dificuldades de aprendizagem, ue inicialmente atribuíam a problemas de origem orgânica, e a buscar formas de superá-las.

Assim, em uma primeira tentativa de ajudar estas crianças, foram criadas nas escolas públicas as chamadas “classes especiais”, onde elas recebiam um atendimento diferenciado. As classes especiais, apesar de serem uma forma de descriminação e contribuírem para a disseminação de rótulos (crianças anormais) foram um passo importante passo para o avanço das pesquisas sobre as dificuldades de aprendizagem e possibilitaram o crescimento dos estudos dentro desta área.

Alguns dos pioneiros nesta área de conhecimento, ue tiveram idéias inovadoras e partiram para a prática, cada um a sua maneira, obtendo grandes conquistas, merecem ser citados: Itard (trabalho de estimulação e reeducação); Séguin (deficientes mentais); Bourneville (criação das classes especiais) e Pestalozzi (educação com afeto).

Já no início do século XX, as expressivas mudanças políticas e econômicas no cenário mundial, viabilizam 20F 14 XX, as expressivas mudanças politicas e econômicas no cenário mundial, viabilizam o acesso de novas classes sociais aos bancos escolares, multiplicando rapidamente o número e alunos em sala de aula e, consequentemente, expondo definitivamente a seriedade dos problemas de aprendizagem. Esse incremento assinala a necessidade de aprofundar as pesquisas nesta área e médicos, psicólogos e educadores se unem para procurar soluções efetivas para sanar as dificuldades de aprendizagem das crianças.

Surge então, em 1946, o primeiro centro de atendimento psicopedagógico, criado pelo francês Maico com o objetivo de ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem através da união dos conhecimentos das áreas de psicologia, psicanálise e pedagogia. Essa união possibilitou o avanço definitivo da psicopedagogia. Desde então, a prática da psicopedagogia vem crescendo significativamente, ganhando espaço principalmente nos países preocupados com a questão da educação.

Nesse aspecto, a Argentina segue como um exemplo a ser seguido quanto à prática da psicopedagogia. Na luta para combater o fracasso escolar, nossos vizinhos tem a psicopedagogia em nível de graduação e desenvolvem trabalhos clínicos e preventivos aliando as áreas de educação e saúde. Já no Brasil, a psicopedagogia de forma organizada teve início nos anos 0 e um de seus maiores divulgadores em território nacional foi o argentino Jorge Visca. 2. Conceito de Psicopedagogia Diversos estudiosos contribuíram com sua opinião a respeito do que é a psicopedagogia.

Como a própria autora Tânia M. Grassi, diz no seu livro, Psicopedagogia: um olhar, uma escuta, a psicopedagogia recebe variadas definições. Segundo ela: A psicopedagogia é uma área interdisciplinar, reunindo, portanto, conhecim 30F 14 definições. Segundo ela: conhecimentos de várias ciências e ramos de conhecimento. Busca compreender, de forma integradora, o processo de ensino aprendizagem, que ocorre em dois espaços: o extraescolar e o intraescolar. ara tanto, analisa todos os elementos que fazem parte desse processo e os fatores que podem condicionar as dificuldades de aprendizagem e de ensinagem. (GRASSI, 2001 , p. 124) Já para Kiguel (1990, apud GRASSI, 2009, p. 128) “o objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos – bem como a influência do meio (família, escola e sociedade) no seu desenvolvimento. ” Outra contribuição vem de Golbert (1985, p. 3): O objeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento, enquanto educável. (… ) O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. A definição com que mais me identifico é a de Weiss (1991, p. ), que diz que “a psicopedagogia busca a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade a construção da própria aprendizagem de alunos e educadores’ Weiss inclui o educador no processo de aprendizagem, nao apenas como um ensinante, mas, também como um aprendente. O processo de aprendizagem transforma-se em via de dois sentidos, onde ambos os sujeitos dão e recebem conhecimento, compartilhando o ato de ensinar/aprender. Considero AGE 4 4 sujeitos dão e recebem conhecimento, compartilhando o ato de ensinar/aprender.

Considero isso uma das características mais importantes e gratificantes do trabalho do psicopedagogo. Todas as diferentes definições contribuem para a ompreensão do que vem a ser a prática da psicopedagogia e deixam claro que “o objeto de estudo da psicopedagogia é o processo de ensino e aprendizagem e suas dificuldades, vistas não de forma isolada, mas como inerentes a um sujeito que vive em contexto relacional, histórico, social, econômico, político e cultural, que acaba por determinar seu sucesso ou fracasso. (GRASSI, 2009, pai 38) 3. O Papel do Psicopedagogo O psicopedagogo é um profissional formado, que possui conhecimentos multidisciplinares que o auxiliam a identificar e compreender as dificuldades do sujeito, objeto o seu estudo, para assim, realizar um diagnóstico. Deve ter profundo domínio teórico dos fundamentos da psicopedagogia e buscar constantemente novas atualizações. Deve ser um bom observador e permanecer atento as reações do sujeito em busca de informação.

Saber escutar, ser criativo, ter facilidade de se relacionar, ter equilíbrio e compreender as dificuldades do sujeito também são essenciais para a formação do bom profissional. O papel do psicopedagogo deve ser inicialmente de pesquisa, quase investigativo, procurando identificar quais os fatores que interferem no processo de aprendizagem do sujeito, empre atento as diferentes reações, observando o surgimento de possíveis resistências, hesitações, inseguranças, angústias, bloqueios, etc.

Identificado o(s) problema(s) de aprendizagem (diagnóstico), o profissional busca ajudá-lo a vencer essas dificuldades, através do desenvolvimento de técnicas, e 4 profissional busca ajudá-lo a vencer essas dificuldades, através do desenvolvimento de técnicas, estratégias e utilização de recursos (intervenção). Se o psicopedagogo considerar necessário poderá encaminhar o sujeito para outros profissionais, tais como: psicologo, neurologista, fonoaudiólogos, etc.

Os psicopedagogos são profissionais bem preparados para atender o sujeito com problemas de aprendizagem, e que atuam na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das suas dificuldades. Segundo Abaurre apud Grassi (2009, p. 132), “o psicopedagogo assume um papel de mediador, trabalhando diretamente com o aluno que tem ‘problemas’ de aprendizagem para identificar os fatores que interferem nesse processo e para ajudá-lo a vencer essas dificuldades”. O psicopedagogo pode desenvolver seu trabalho tanto na área Clínica quanto Institucional.

Em qualquer uma delas é fundamental que o profissional entenda o sujeito: como ele prende, sua história, seu histórico escolar, sua realidade, enfim, tudo o que possa ajudá-lo a compreender o sujeito e dessa forma, encontrar a melhor forma de oportunizar sua Importante salientar que muito do sucesso do trabalho do psicopedagogo depende do relacionamento estabelecido entre ele e o sujeito. Confiança e empatia são fundamentais para estabelecer um vínculo afetivo que sustente uma relação positiva para o bom desenvolvimento do trabalho. Seu trabalho consiste em observar, compreender e ensinar a aprender.

Ou seja, o papel do psicopedagogo é ser um educador. 4. Campo de Atuação do Psicopedagogo Até alguns anos atrás, o campo de atuação do psicopedagogo estava restrito a prática clínica, nos atendimentos individuais em consultórios. Atualmente as possibilidades de atuação 6 4 atendimentos Individuais em consultórios. Atualmente as possibilidades de atuação vêm se ampliando cada vez mais, tornando possível que o psicopedagogo possa ingressar em diversas áreas. Os principais campos de atuação na Psicopedagogia são na área Clínica (consultório) e Institucional (escolas, empresas e hospitais).

Independente da escolha de campo para atuação, segundo Weiss (1991, p. 32),”o objetivo básico do diagnostico sicopedagógico é identificar os desvios e os obstáculos no Modelo de Aprendizagem do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social”. 4. 1 Psicopedagogia Clinica Seu atendimento caracteriza-se pela investigação minuciosa dos processos de aprendizagem do sujeito, seguida do levantamento de hipóteses e culminando na intervenção psicopedagógica procurando sanar suas dificuldades.

O profissional busca compreender integralmente o sujeito, como ele aprende, que dificuldades e que habilidades apresenta, qual sua modalidade de aprendizagem, e analisa fatores emocionais, ociais, econômicos, culturais, familiares, escolares, cognitivos, orgânicos, pedagógicos, enfim, todos os fatores que podem ser determinantes para as dificuldades de aprendizagem. (GRASSI, 2009, p. 43) A psicopedagogia clínica trabalha uma linha mais terapêutica, mas nada impede que também seja preventiva, visto que o tratamento das dificuldades iniciais pode inibir o surgimento de outras.

Também no campo clínico é possível atuar em espaços educativos e hospitalares, trabalhando com a avaliação e intervenção ou prestando assessoria pedagógica. 4. 2 Psicopedagogia Institucional Aqui o trabalho do psico eda o o adquire um caráter mais preventivo e seu objeto d Aqui o trabalho do psicopedagogo adquire um caráter mais preventivo e seu objeto de estudo é a própria instituição. Com a “intenção de prevenir ou tratar as dificuldades de aprendizagem, com o intuito de melhorar as relações entre seus componentes e possibilitar a aprendizagem” (GRASSI, 2009, p. 47), a instituição contrata um psicopedagogo que realiza uma analise detalhada do processo de ensino e aprendizagem da instituição, faz um diagnóstico e caso haja interesse, realiza uma intervenção. 4. 2. 1. Instituição Escolar – o psicopedagogo inicia com a análise do processo educativo e suas metodologias, trabalha orientando os profissionais da educação, identificando obstáculos no processo de ensino, norteando a busca por soluções para os problemas existentes, contribuindo para a prevenção de novas dificuldades e colaborando na construção do processo educativo. 4. . 2. Instituições Empresariais (engloba hospitais, lojas e fábricas) – é um campo novo no Brasil. As empresas contratam o psicopedagogo procurando melhorar os relacionamentos dos funcionários entre si e com a empresa. ara isso, o profissional faz uma análise da empresa e propõe uma forma de intervenção. 4. 3 Outras áreas de atuação Recentemente foram se desenvolvendo novos campos de atuação para o psicopedagogo, como o Assessoramento Psicopedagógico, uma linha de trabalho sem vinculo empregaticio, onde o profissional presta serviços para empresas, escolas, hospitais, etc.

Outra opção é trabalhar como Pesquisador dentro da área, estudando “a aprendizagem e suas dificuldades, sobre instrumentos de avaliação, recursos materiais e jogos para intervenção, e outros temas pertinentes ? sicopedagogia. ” (GRASSI, 2009, p. 154). Ou ainda, ser Professor de curs 80F 14 à psicopedagogia. ” (GRASSI, 2009, p. 154). Ou ainda, ser Professor de cursos de especialização, ou procurar uma área ainda mais recente: o Terceiro Setor, trabalhando como psicopedagogo dentro de uma ONG. 5.

A importância das Teorias de Aprendizagem na atuação do Psicopedagogo Partindo do conceito de que a psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, através de um enfoque preventivo elou terapêutico, é possível afirmar que para que o psicopedagogo possa desenvolver seu trabalho e forma eficiente, com profissionalismo e alto grau de qualidade, é fundamental conhecer as teorias sobre o processo de aprendizagem para compreender como se constrói o conhecimento e também, para facilitar o desenvolvimento de práticas educativas.

As teorias de aprendizagem são tentativas de interpretar o desenvolvimento do conhecimento, de pré-existente para novo, e a entender os atos de ensinar e aprender. O processo de aprendizagem se divide basicamente em dois: “teóricos comportamentais (behavioristas) e os teóricos cognitivistas (interacionistas)”. De forma bem resumida, as Teorias Comportamentais creditam que “o resultado da aprendizagem é uma mudança de comportamentos observáveis, causada por fatores externos ou estímulos ambientais ou reforços (punição ou recompensa)”. (LAKOMY, 2008, p. 9) Seu principal referencial são os trabalhos desenvolvidos por Skinner. Engloba a Teoria Comportamental de Skinner e a Teoria Cognitiva Social. Já as Teorias Cognitivas “formam conjuntos de preposições que procuram explicar o processo de construção do conhecimento humano e desenvolvimento da inteligência e, consequentemente, geram informação que nos leva a conhecer como se processa interiormente a apre e, consequentemente, geram informação que nos leva a conhecer como se processa interiormente a aprendizagem” (LAKOMY, 2008, p. 19). Seus desenvolvedores são Vygotsky e Piaget.

Compreende o Construtivismo Psicogenético, Teoria Sociointeracionista, Construtivismo em sala de aula, Teoria da Instrução, Método de Aprendizagem por Descoberta, Teoria da Aprendizagem Significativa, Teoria da Afetividade, Teoria das nteligências Múltiplas O estudo aplicado das teorias acima mencionadas alicerça a formação e a futura atuação do psicopedagogo no desenvolvimento da sua prática. Em qualquer profissão, o embasamento teórico se faz necessário para que o profissional possa desenvolver seu trabalho, e com o psicopedagogo não é diferente.

O ser humano é o somatório de fatores biológicos, psicológicos e sociais, que desde pequeno está em constante transformação e o psicopedagogo precisa entender esse sujeito com toda a sua complexidade para realizar um bom trabalho. O conhecimento das teorias ajuda ao profissional a entender o sujeito que aprende e como ele aprende. Dentro da psicopedagogia preventiva, as teorias de aprendizagem, proporcionam ao psicopedagogo subsídios para dentificar como se desenvolve o processo de aprendizagem do sujeito e ajudam a compreender onde se situam suas dificuldades.

Já na psicopedagogia terapêutica, o conhecimento das teorias ajuda a fundamentar o trabalho do psicopedagogo de forma que ele compreenda o processo cognitivo do sujeito, e se mostra essencial em diversas etapas do trabalho desenvolvido pelo profissional, influenciando desde a análise do sujeito, passando pela elaboração do diagnostico, até a escolha correta do processo de intewenção psicopedagógica. Levando o conhecimento das teo 0 DF 14