Idade media
comum no dia-a-dia? A atualidade pede do artista uma nova programação na utilização do dado, bastando tomar como suporte o que já está posto. Como nos fala Bourriaud (2009), não compete ao artista contemporâneo raciocinar dentro da ótica modernista, buscando a superação da Idade media Premium gy jasiva MaF 08, 2012 S pages Universidade Federal do Amapá Docente: Marco da Costa Bravo Disciplina: Arte e Tecnologia Bourriaud Nicolas, Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo/Nicolas Bourriaud; tradução Denise Bottmann. – São Paulo: Martins, 2009. – (Coleção todas as artes)
No livro Pós-produção – como a arte reprograma o mundo contemporâneo, Nicholas Bourriaud (2009, p. 13) cita G. Deleuze, afirmando que “as coisas e os pensamentos crescem ou aumentam pelo meio, e é aí que a gente tem de se instalar, é Swipe to page sempre este o ponto existente e remeter de um processo está pensamento de Dele mais: no que fazer de ors to view nstrur sobre o já ponto principal reflete sobre o ta artística não é e fazer com isso? produção artística existente, mas ele deve lidar com esse acervo de forma a revisitá-lo e reordená-lo para um novo momento.
A partir dessa reflexão, o conceito de memória toma corpo como produto. O estudo de verificação e apropriação da memória na produção artística em geral, é de interesse desta pesquisa, mas o recorte aqui discutido possui duas vertentes em um mesmo campo. Em primeiro lugar, está o processo de assoreamento que obstrui o aspecto material e manipulável das obras. Ele se reporta ao sistema sensorial e ocupa-se com a transmissão de sensações (tempos passados, aí presentes). Nesse aspecto, a preocupação da pesquisa é com a poética.
No sistema interpretativo do aterial, o elemento (suporte) detém a ação artistlca e contém a ciência construída pelos seus muitos usos passados, colocando-se capaz de transcender às mais diferentes modalidades assumidas sem se deixar limitar pelo estado presente. Retornando a gourriaud (2009), na discussão sobre o “uso”, é referida a seguinte citação de Ludwing Wittgenstein: “não procure o significado, procure o uso”. É desse uso, e também do desuso e reuso que a pesquisa em questão se utiliza para celebrar a memória.
O caminho do reuso oferece uma reflexão sobre os acontecmentos posteriores ao uso e ao desuso, formatando a odo o momento, e simultaneamente, conceitos e obstruções. Esse movimento faz parte do processo, naturalmente. Na preocupação de Bourriaud (2009), está o sufixo “pós” que nao tem intenção de negar ou naturalmente. Na preocupação de Bourriaud (2009), está o sufixo “pós” que não tem intenção de negar ou superar posturas artísticas, mas slgniflca atitude: “Trata-se de tomar todos os códigos da cultura, todas as formas concretas da vida cotidiana, todas as obras do patrimônio mundial, e colocá-los em funcionamento” (p. 4). A verificação seleciona, nessa citação, a referência feita a todas as formas concretas da vida cotidiana” com a intenção de oferecer a esse cotidiano a oportunidade de se reinventar. A produção investigada se utiliza do descarte diário para formatar uma pós- produção de maneira peculiar. Esta pesquisa problematiza a idéia e a prática de reciclagem, com a intenção de conferir uma nova reflexão sobre o quanto desse exercício poderia estar inserido no conceito de pós- produção.
Considerando o que diz Bourriaud (2009), observa-se uma determinada fatia da discussão sobre pós-produção que diz respeito à reutilização e seu processo: Essa reciclagem de sons, imagens ou formas implica uma navegação pelos meandros da história cultural – navegação que acaba se tornando o próprio tema da prática artistica. pois não é a arte, segundo Marcel Duchamp, „um jogo entre todos os homens de todas épocas? ” A pós-produção é a forma contemporânea desse jogo. (BOIJRRIAUD, 2009, p. 5) No tocante ao reuso, merecem ser consideradas, não só as possibilidades materiais do desuso, como também o seu valor subjetivo, esse último contemplando a “naveg PAGF3rl(FS possibilidades materiais do desuso, como também o seu alor subjetivo, esse último contemplando a “navegação pelos meandos da história cultural”. Bourriaud (2009) também diz que Duchamp considerou como “obra do espírito” a exposição de objetos manufaturados, quando há o deslocamento do processo criativo da ação artística para a idéia, ou seja, para o conceito do artista sobre o objeto da sua consideração.
Segundo Duchamp (BOURRIAUD, 2009, p. 22), na hora em que a escolha do artista recai sobre o objeto da sua cobiça e que ele lhe atribui um novo conceito, imediatamente, esta criada uma nova obra. A ação de eslocamento de um objeto do seu uso habitual, assim como o ato de repaginar um tema, tem o mérito de uma força criativa legítlma. Assim, no entender desta pesquisa, credita-se ao ato de “reciclar” que seja matéria, forma, som, imagem, ou outro enfoque para um mesmo cenário, um campo de pós-produção.
Quando Marcel Duchamp expõe um objeto manufaturado (um portas-garrafas, um urinol, uma pá de neve… ) como obra do esp[rito, ele desloca a problemática do processo criativo, colocando a ênfase não em alguma habilidade manual, e sim no olhar do artista sobre o objeto. … ] Desse modo, Duchamp completa a definição do termo: criar é inserir um objeto num novo enredo, considerá-lo como um personagem numa narrativa. (BOURRIAUD, 2009, p. 2) A presente investigação coloca como assunto a ser problematizado, o processo de reuso do a PAGF investigação coloca como assunto a ser problematizado, o processo de reuso do acervo material e imaterial contido no desuso acumulado no cotidiano. A pesquisa entende que esse movimento pode ser considerado como pós-produção e justifica essa preocupação quando leva em consideração a teoria de Marcel Duchamp e também a ótica descortinada por Bourriaud (2009), que tendem a atribuir a qualidade de pós-produção ao ato de reutilizar o dado, esteja ele sob qualquer que seja o formato.
Bourriaud (2009) reforça essa tendência quando considera o novo realismo dos anos 60. Para ele, “ao recuperar objetos já usados, os novos realistas são os primeiros paisagistas do consumo, os autores das primeiras naturezas-mortas da sociedade industrial (BOURRIAUD, 2009, p. 24). Na observação feita por Bourriaud (2009) sobre o reuso do que já oi descartado e que já faz parte do acervo da memória passada atualizado no descarte, está à empatia com a ação de compor um novo cenário com materiais (cartazes, sons, imagens e objetos) usados, descartados ou despojados de suas funções originais.
A reciclagem, portanto, estaria aceita e exercida por Duchamp e seria então classificada, hoje, como pós-produção. Essa reflexão se estende ao “reciclado” como corpo/suporte tanto na idéia como na maténa, não dando ênfase nem a um estado nem a outro, mas considerando ambos, juntos ou isolados, um campo de pós-produção.