Impacto sociais
EDU. TEC – Revista Científica Digital da Faetec – Ano I – v. 01 – 2008 – ISSN: 0000-0000 Alguns impactos sociais do desenvolvimento científico e tecnológico — no. 01 Some social impacts of scientific and technological development Waldlmlr Pirró e Longo Resumo: Desde a pré-história, os seres humanos têm procurado entender o Universo e transformar o meio ambiente em que vivem valendo- se das disponibilidades materiais e da compreensão e uso dos fenômenos naturais que ocorrem na Terra.
O macro impactos sociais causados po humana resultantes dessas atividades qu pertinentes ao campo oral a e analisa alguns s na ambiência onsideradas como do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico, bem como das conseqüentes inovações.
São abordadas a priorização política dessas atividades pelos governos nacionais, a imprevisibilidade do futuro das sociedades ainda que a curto prazo, o descompasso entre a nova realidade social resultante do avanço científico e tecnológico e a capacidade de adaptação dos cidadãos e de reorganização dos grupos ou entidades sociais para o trato dessa nova realidade, o aumento da expectativa de vida e a diminuição das horas de rabalho, a produção e interested in understand the universe and to transform the environment where they live using available materials and knowledge and the use ofthe natural phenomena that occur in earth.
The present work identifies and analyzes some macro social impacts caused by recent transformations in the human environment as result of these activities that, modernly, are considered as pertinent to the field of the scientific knowledge and the technological development and innovations. Priority is given in the analysis ofthe political importance of these activities for national governments, he probability to perform in societies future in short-term; the gap between the new social reality of the scientific and technological advance.
The article looks, as well, to the capacity of adaptation of citizens and the reorganization of entities and social groups for working in this new reality. The analysls go, as well, to study the increase in life expectancy , the diminishing work time, the production and competition played in large scale. Military, political and economic power is, also, discussed as well as the education impact and work relationship. Keywords: Macrosocial Impacts; Scientific Knowledge; Technological Development; Innovations; Social Groupsp; Concentration of Power.
DataGramaZero – Revista de Ciência da Informaçao – v. 8 n. 1 fev/07 ARTIGO 03 EDU. TEC – Revista Científica Di ital da Faetec – Ano I – v. 01 PAGF – nC. 01 própria natureza e não na vontade humana ou sobre-humana. Em cada civilização, o estudo do universo seguia um camlnho próprio, explicando os mesmos fenômenos de maneira diferente. Ao mesmo tempo, acrescente-se, outros homens dedicaram-se a criar e produzir utensílios e obras que aumentassem as suas habilidades e o seu conforto. Assim, em saber, faziam o que hoje chamaríamos de ciência, tecnologia e inovação.
Na realidade, desde a pré-história, os homens têm procurado entender o Universo e transformar o meio ambiente em que vivem valendo-se das disponibilidades materiais e dos fenômenos naturais que ocorrem na Terra, no sentido de atenderem os seus desejos mais profundos, quase nunca explicitados, dentre os quais destacam-se: viver mais, trabalhar menos e com menor esforço físico, não sofrer (principalmente não sentir sede, fome e dor), ter mais prazer (tempo disponível para o lazer), preservar a espécie e ter oder para impor a sua vontade em situações de conflito individuais ou coletivos[2].
O presente trabalho aborda alguns resultados alcançados pelos esforços humanos recentes no sentido do atendimento desses desejos, transformados em objetivos, e que causaram impactos sociais sentidos nos nossos dias. A maior dificuldade enfrentada fol a escolha dos impactos a serem abordados dentre tantos percebidos. Muitos deles já haviam sido abordados em outros artigos do autor. Feitas as escolhas procurou-se rupá-los em sete macro impactos de maneira a PAGF 3 a tentativa de colocálos uma ordem pretensamente lógica e didática. 0 IMPACTO: Ciência, tecnologia e inovações: de curiosidade e criatividade individuais às políticas e estratégias nacionais As transformações provocadas pelo homem eram, no início, extraordinariamente lentas se comparadas pelos parâmetros atuais, uma vez que a introdução de inovações capazes de modificar significativamente o status quo das sociedades ocorria raramente e, em muitos casos, espaçada de séculos, A difusão e, conseqüentemente, o uso das mesmas eram igualmente lentas, de tal maneira que, ao longo de uma vida, tudo parecia definitivo: ábitos, costumes, profissões, divisão do poder, etc.
Porém, gradativamente, e já ao longo da Idade Média e da chamada Idade Moderna até o início da Revolução Industrial, as mudanças sociais causadas pelas inovações começam a tornar-se mais freqüentes e profundas. A partir da segunda metade do Século XIX, as transformações produzidas pelo homem foram extraordinariamente aceleradas como resultado da organização e sistematização do trabalho voltado para a geração e uso de conhecimentos científicos com o intuito de produzir tecnologias que resultassem em novos ou melhores produtos e erviços que satisfizessem os seus desejos centrais e suas necessidades imediatas.
Desde então, o conhecimento científico deixou de ser um bem puramente cultural, para tornar-se insumo importante, senão o mais valioso, para a geração de inovações tecnológicas[3]. EDU. TEC – Revista Científic etec – Ano I – v. 01 – no. 01 humanidade, a ciência (que tem por objetivo desvendar e explicar os fenômenos da natureza) e a tecnologia (que visa transformar a natureza no sentido de atender desejos e necessidades humanas) percorreram caminhos distintos, não havendo entre elas articulação sistêmica e rogramada, até o citado Século XIX.
A ciência, mesmo após a ocorrência da Revolução Cientifica iniciada no Século XVII, caminhava ao sabor da curiosidade humana sem objetivos econômicos, sendo considerada parte do corpo cultural da nação e tratada da mesma forma que as artes. A tecnologia, que avançava, primordialmente, por intuição e empirismo, por “tentativa e erro”, era um assunto do interesse quase exclusivo do setor produtivo (principalmente dos agricultores, dos artesãos, dos comerciantes e dos exércitos).
Esse período é caracterizado pelo fato que a ciência e s técnicas utilizadas para a produção de bens e serviços eram praticamente independentes. As interações, quando existentes, eram fluidas, complexas e pouco perceptíveis. Mesmo a Revolução Industrial iniciada no Século XVIII, foi realizada por homens sem educação sistemática em ciência, não havendo, praticamente, intercâmbio de idéias entre os cientistas e os inventores dos processos industriais.
Assim, pode-se afirmar que a contribuição inicial da ciência para a Revolução Industrial não foi a de introduzir o conhecimento cientifico no rocesso produtivo, mas, sim a de criar uma ambiência favorável à inovação. Somente a partir do século XIX, o ava o começou a fazer uso PAGF s OF indústria química e nos usos da energia elétrica, utilizaram-se largamente dos mesmos. A partir de então, e crescentemente, máquinas, processos, serviços e produtos começaram a surgir tendo por base os conhecimentos gerados pelas pesquisas cientificas.
A ciência passou a suprir a tecnologia não só de descobertas e explicação de fenômenos da natureza, como também com o uso cada vez mais amplo do método científico de investigação, suas técnicas aboratoriais e a certeza da importância da pesquisa na solução de problemas do setor produtivo[3]. Assim, já no Século XX, ao ter início a Primeira Grande Guerra, a estreita interrelaçao entre ciência e inovações tecnológicas já estava delineada[4].
Em consequência, durante esse conflito, em ambos lados beligerantes, os cientistas foram envolvidos no esforço de guerra pelos respectivos governos. Porém, cumpre salientar que foi somente a partir da Segunda Grande Guerra que passou a ocorrer ampla, sistemática e permanente mobilização dos meios científicos e tecnológicos nacionais não omente com o objetivo de produzir vantagens estratégicas militares mas, também, para o desenvolvimento de poderio político e econômico a nível mundial, nos anos subseqüentes ao término do conflito.
A intervenção do Estado, principalmente através das Forças Armadas, apoiando as pesquisas e acelerando o uso dos conhecimentos resultantes para a geração de tecnologias e a passagem destas à rodução em escala industrial, deram resultados PAGF 6 pesquisa e do desenvolvimento experimental (P&, D) envolvendo as indústrias, os institutos e universidades, foram eradas Inovações e aperfeiçoados materiais e serviços que puseram em evidência a importância estratégica da mobilização permanente do potencial científico e tecnológico da nação.
Os avanços científicos e tecnológicos alcançados foram decisivos para o EDU. TEC – Revista Científica Digital da Faetec – Ano I – v. 01 — no. 01 – 2008 – ISSN: OOOOOOO desfecho do conflito e na conseqüente nova distribuição do poder a nlVel mundial.
Além disso, durante e após a Guerra, os resultados das pesquisas conduzidas para fins militares tornaram-se fontes de valiosas tecnologias e de inovações de asto uso civil e de elevado valor agregado, tais como: aviões à jato, computadores, aparelhos de comunicações, energia nuclear, novos materiais, fármacos, etc. A partir de então, ciência e a tecnologia passaram a fazer parte central das políticas e estratégias nacionais dos países mais desenvolvidos.
Os seus governos ampliaram a atuação do Estado nesse campo através de seu reconhecimento institucional, da formulação de políticas, estratégias e ações específicas, da criação de órgãos especializados de apoio, incentivos e suporte financeiro, bem como mecanismos e rocedimentos facilitadores. pode-se afirmar que os Estados Unidos da América tornaram-se, na ocasião, o paradigma desse processo. O fato é que, atualmente, constata-se que as inovações mais relevantes, que moldam as sociedades m atendem as suas PAGF 7 OF países.
Analisando-se a trajetória de tais países chega-se à conclusão que todos investiram decididamente na implantação e manutenção de um sistema educacional de qualidade em todos os níveis, dando atenção prioritária às ciências exatas e às engenharias, implantaram uma robusta infra-estrutura dedicada ao desenvolvimento científico e ecnológico, estabeleceram um arcabouço político-regulatório que privilegia e incentiva a geração de inovação tanto no setor produtivo quanto no governamental e conseguiram criar uma ambiência nacional favorável ao progresso tecnológico.
Em conseqüência, nesses países é possível se distinguir a existência de um verdadeiro Sistema Nacional de Inovação elou vários Sistemas Locais de Inovação, unindo, com grande sinergia, a sociedade em geral e todos os atores envolvidos no processo. Na tentativa de percorrer trajetória semelhante, alguns países em desenvolvimento iveram sucesso na implantação de seus respectivos “sistemas nacionais de desenvolvimento científico e tecnológico”, compreendendo universidades, institutos, laboratórios, agências, etc.
A expectativa era que a formação de recursos humanos adequados em universidades de pesquisa, a montagem de laboratórios modernamente equipados em instltutos de pesquisa e em empresas, a criação de agencias de fomento e de órgãos públicos de apoio, a realização competente de pesquisas básicas e aplicadas, assim como de desenvolvimento ex erimental e engenharia, desembocaria em seriam uma consequência revisível desse sistema linear, bastando que fossem assegurados os meios humanos, materiais e regulatórios pertinentes, e ocorresse interação entre os atores definidos pelo próprio sistema.
As políticas de desenvolvimento científico e tecnológico que foram implementadas tiveram sucesso no sentido de que fortaleceram a infra-estrutura pública de C&T e algumas empresas e instituições individualmente envolvidas, mas não resultaram na geração de inovações na dinâmica requerida. Em muitos casos, não havia clareza ou determinação de que o objetivo de todo investimento ra a produção de inovações e que estas deveriam ocorrer, primordialmente, no setor produtivo.
EDU. TEC – Revista Científica Digital da Faetec – Ano I – v. 01 – no. 01 Na realidade, o processo de inovação é extremamente complexo, envolvendo muitos atores e fatores que extrapolam aqueles contidos no conceito de “sistema de desenvolvimento científico e tecnológico”, e nem sempre percebidos numa observação superficial de países como os EUA ou Japão.
A inovação resulta de numerosas interações cruzadas entre ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento experimental, tecnologia industrial ásica (desenho industrial, normas, metrologia,…. ), engenharia e outras atividades que ocorrem dentro e fora das empresas e entre empresas, assim como da combinação de fatores tais como políticas públicas, recursos humanos, o aniza -o, gestão, finanças, marketing, serviços (pós mercado, fornecedores, etc.
Nesse caso, é evidente a necessidade de uma visão ampla desse complexo processo social para entendê-lo quanto ao seu funcionamento para poder corrigir lacunas e deficiências . Em última instância, a existência, ou não, de um sistema nacional ou local de inovação é evidenciada pelos esultados desse complexo, ou seja, pela geração e introdução no mercado de produtos e processos, tecnologicamente novos, assim como de melhorias tecnológicas significativas em produtos e processos existentes.
Em princípio, as polítlcas nacionais devem privilegiar as interações entre os responsáveis pela geração, difusão e uso dos conhecimentos que potencialmente conduzam a inovações, a criação de uma ambiência favorável e a superação de óbices específicos, peculiares a cada país, como, por exemplo, um baixo nível educacional da população, uma desnacionalização excessiva de setores ecnologlcamente mais dinâmicos do setor produtivo ou uma desestimuladora e ineficiente burocracia. 0 IMPACTO: A dinâmica atual da evolução científica e tecnológica imprevisibilidade do futuro Em decorrência da busca e apropriação sistemática, e bem sucedida, de conhecimentos científicos para a produção de inovações tecnológicas, estima-se que, os conhecimentos científicos têm sido duplicados, em períodos que variam de 10 a 15 anos[51. Evidentemente, tal desempenho tem se refletido numa aceleração das mudanças sociais sem precedente na histór de, comandada pela