Laboratorio ache

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Introdução Já se ouviu e leu diversas versões de como o empresário Victor Slaulys, um dos donos do Laboratório Aché, pensou e resolveu desenvolver o anti-inflamatório Acheflan@, primeiro medlcamento totalmente pesquisado e desenvolvido no Brasll. Uma delas conta que, por causa de uma lesão recorrente no joelho, um colega do time de futebol de areia de Mongaguá no litoral paulista, lhe recomendou passar no local machucado uma erva milagrosa capaz de curar qualquer contusão.

Outra fala de uma contusão no ombro jogando tênis no Guarujá, também no itoral paulista, onde aplicou uma solução caseira de erva-baleeira to view next*ge ou maria milagrosa e Mata Atlântica, ou qu o or21 uma garrafa que con hê fato é que, em 2001, Verbenácea, nome ci remédio o Acheflan@, lançado em 2005. nas regiões de e índios Caiçaras, ava inflamações.

O Cípio ativo da Cordia rviu de base para o Filho de imigrantes lituanos em São Paulo, e movido pela demissão injusta de seu pai, então operário da Matarazzo, resolveu menino ainda, ser advogado trabalhista, como de fato o é, quando crescesse. Na pós-adolescência, dos 15 aos 18 anos, rabalhou na banca de peixe do pai e sonhou também em ser um empreendedor. Em 1965, criou a sua prmeira empresa, a Prodoctor, especializada na comercialização de produtos farmacêuticos. Um ano depois, com mais dois socios, adquiriu o Laboratório Aché.

Além do Aché, Victor Siaulys possui o Hotel Unique em São Paulo, o SPA Unique Gardens d Swipe to page de Atibaia no interior do estado e a Laramara, menina de seus olhos, uma instituição para deficientes visuais que fundou depois da experiência de ter se tornado pai de uma menina cega, terceira filha depois de d01S meninos. erfil e características da indústria farmacêutica A indústria farmacêutica é um segmento intensivo em tecnologia, voltado essencialmente ao setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Algumas estimativas dão conta de que, no mundo, para cada US$ 1,3 mil alocados em pesquisa farmacêutica, aumenta-se um ano na expectativa de vida dos pacientes. Da mesma forma, a cada dólar gasto na aquisição de medicamentos, poupam-se cerca de US$ 3,65 em despesas hospitalares. No Brasil, o setor reúne cerca de 700 estabelecimentos produtores de medicamentos para uso humano (1), dos quais stão voltados à produção de medicamentos alopáticos e 45% à produção de medicamentos fitoterápicos.

Da quantidade vendida em 2005, 45,3% foi produzida por laboratórios de capta’ nacional, significando 39,2% do faturamento total da indústria. Estes resultados apresentam um avanço frente ao ano de 2001, quando a particlpação dos produtores de capital nacional na quantidade vendida era de 34,1% e, no faturamento, de 31 Mesmo com a oscilação das quantidades vendidas, o faturamento da indústria farmacêutica vem crescendo nos últimos anos, mostrando a existência de um forte potencial de crescimento, anto no mercado interno quanto no externo.

Na indústria farmacêutica, os investimentos em P;D são significativos, podendo chegar a mais de um quinto das receitas totais dos laboratórios, enquanto a média dos investimentos das PAGF a mais de um quinto das receitas totais dos laboratórios, enquanto a média dos investimentos das demais indústrias nessa área geralmente se situa abaixo de 5% das receitas. A complexidade dos processos envolvidos em de novas drogas justifica o alto investimento, onde está embutido igualmente o custo dos insucessos. Geralmente, de cada 5. 000 a 10. 0 moléculas sintetizadas, apenas uma é aprovada por ano. Um estudo feito no começo dos anos oitenta mostrou que somente 30% das drogas lançadas tinham retorno maior que os custos médios de P;D, evidenciando o risco envolvido neste negocio. Na cadeia produtiva da indústria farmacêutica, o Brasil agrega relativamente pouco valor, pois seu parque industrial se concentra principalmente nas duas etapas finais, a de produção de especialidades farmacêuticas e a de marketing e comercialização dessas especialidades farmacêuticas.

A produção de fármacos, a segunda etapa, tem baixo desenvolvimento, e a rimeira, que demanda forte investimento em P;D, é a que está em estágio menos avançado no Brasil. Estes resultados estão ligados ao fato das multinacionais concentrarem seus esforços nas duas últimas etapas, dado o tamanho do mercado brasileiro, e que apesar de operarem em todas as etapas, concentram as duas primeiras em seu país-sede. or outro lado, as empresas nacionais, bem como as subsidiárias brasileiras das multinacionais, não dispõem de escala nem de capacidade financeira para a realização de P;D no país, não dominando a tecnologia de produção dos fármacos de maior alor agregado. Por isso, o país importa mais de US$ 2 bilhões ao ano na área farmacêutica, enquanto PAGF 91 valor agregado.

Por isso, o país importa mais de US$ 2 bilhões ao ano na área farmacêutica, enquanto exporta apenas US$ 0,5 bilhão, sendo que boa parte de seu déficit comercial se refere à aquisição de fármacos junto ao mercado internacional, sendo que muitos laboratórios que produzem no Brasil adquirem os fármacos de suas próprias matrizes que os produzem de forma centralizada, com elevadas economias de escala e de escopo. Em consequência, as empresas nacionais do setor se voltam para s linhas de produção com patentes expiradas ou licenças para produção de medicamentos originalmente desenvolvidos por multinacionais.

Recentemente, a introdução dos medicamentos genéricos deu novo fôlego a alguns laboratórios nacionais. Entretanto, os genéricos são baseados em pnncípios ativos com patente expirada e têm menor intensidade de P;D. Alguns esforços governamentais desde a década passada vêm incentivando um crescimento das atividades de P;D no país, inclusive no segmento de pesquisa clínica de novas substâncias desenvolvidas em outros parses, mas estes segmentos são elativamente menos importantes no conjunto do setor, no país.

Uma cadeia verticalmente integrada A cadeia da indústria farmacêutica se inicia com a atividade de que corresponde essencialmente ao desenvolvmento de novas moléculas ou princípios ativos, também chamados de fármacos. O passo seguinte é a produção destes fármacos que são a essência dos remédios, ou seja, constituem a parte do medicamento que efetivamente apresenta efeito terapêutico. Em seguida, a produção de especialidades farmacêuticas, os medicamentos finais, ocorre a partir dos fárma 91 produção de especialidades farmacêuticas, os medicamentos finais, ocorre a partir dos fármacos.

A cadeia termina com a comercialização destas especialidades farmacêuticas. A figura ilustra esta cadeia. Nesta indústria, a empresa típica aproveita grandes economias de escala na atividade de P;D, assim como na produção centralizada de alguns fármacos de alto valor agregado. A etapa de P;D é justamente o segmento de maior valor agregado na cadeia farmacêutica e está altamente concentrada em grandes empresas multinacionais.

Como segunda maior fonte de valor esta cadeia, está à produção dos fármacos e quanto mais se avança nesta cadeia, se vai “para frente” até o consumidor, menor o valor agregado. Dessa forma, a importância do desenvolvimento de novos princípios ativos é fator-chave para o sucesso dos negócios farmacêuticos, fazendo com que a integração “para trás” seja fundamental na agregação de valor para qualquer laboratório farmacêutico que opere e atue nas últimas etapas da cadeia produtiva desta indústria.

O lançamento de novas drogas chega a ser um imperativo de sobrevivência, assim como constitui a fonte principal dos lucros as empresas bem sucedidas. Entretanto, este sucesso é quase um privilégio dos grandes laboratórios internacionais, pois além de exigir grandes investimentos, a atividade de P;D envolve elevado risco.

Os valores necessarios para o lançamento de um único novo medicamento são, em geral, da ordem de centenas de milhões de dólares, e muitas vezes o investimento é perdido por resultados insatisfatórios dos estudos clinicas, baixa segurança ou eficácia no uso do medicamento resultante, ele s 1 insatisfatórios dos estudos clínicos, baixa segurança ou eficácia o uso do medicamento resultante, elevada probabilidade de efeitos colaterais, entre outras causas de insucesso.

Há uma tendência a desintegração vertical? Tradicionalmente as farmacêuticas costumam ser empresas fortemente integradas na dimensão vertical, envolvidas com toda a cadeia de valor desde a geração dos fármacos até a produção dos medicamentos e marketing. Algumas empresas, no entanto, como a Pfizer e Eli Lilly, terceirizaram parte de suas funções, criando uma mudança de paradigma da indústria.

Estas duas farmacêuticas transformaram seus negócios em três objetivos fundamentais: ?? um negócio de relação com o cliente, responsável por encontrar clientes e criar relacionamento com eles. Inclui marketing e venda dos medicamentos; • um de inovação de produtos, responsável por criar novos produtos e serviços e os levar ao mercado e • um de infraestrutura, que cria e gerencia as instalações para tarefas repetitivas de grande volume tais como manufatura e comunicação. A atividade de negócio passou a ser o foco dessas empresas farmacêuticas.

A terceirização de parte importante de sua cadeia permite aos laboratórios multinacionais uma maior especialização um determinado segmento. Por outro lado, abriu a possibilidade que um maior número de empresas especializadas, de menor porte, reaja à constante mudança dos cenários de negócios e permitam uma melhor administração de riscos pelo laboratório. As principais áreas que têm sido objeto de contratação externa têm sido o desenvolvimento de novas drogas e o processo de testes clínicos.

Note-se que a decis sido o desenvolvimento de novas drogas e o processo de testes clínicos. Note-se que a decisão não é trivial. Estas duas áreas são justamente os elementos- chave da cadeia farmacêutica, xatamente aquelas áreas onde os erros podem se revelar fatais para a saúde do laboratório! Na área de desenvolvimento, a inovação, nos casos Pfizer e Eli Lilly, a contratação externa envolveu as empresas de biotecnologia Millenium Pharmaceuticals e Human Genome Science.

Estas têm como foco o desenvolvimento de tecnologias que apressem o processo de descoberta de novas drogas para as farmacêuticas. Antes, estas empresas tradlcionalmente totalmente integradas, se utilizavam do processo de tentativo e erro de desenvolvimento de drogas lideres, o que impõe riscos importantes. A terceirização bre a possibilidade de transferência e de controle desses riscos, permitindo novas descobertas, progressos tecnológicos que, paradoxalmente, aumentam a própria complexidade.

Uma importante razão é que as empresas menores de biotecnologias se adaptam mais facilmente às mudanças tecnológicas do que as gigantes farmacêuticas. Não por outro motivo, muitas destas empresas crescem a taxas superiores a 20% ao ano e vêm conquistando espaço nos orçamentos de desenvolvimento farmacêutico dos grandes laboratórios. A separação da fase de teste das drogas teve intenção de ganhar scala e escopo. O grande volume de capital exigido para esta fase pode ser redirecionado para outras atividades.

Enquanto isto as empresas altamente especializadas, as chamadas CRO Contract Research Organizations ou organizações de pesquisa, concentram suas energias no teste clínico da dro PAGF 7 Research Organizations ou organizações de pesquisa, concentram suas energias no teste clínico da droga. Algumas das principais CRO internacionais mantêm operações importantes no Brasil, já que o pais hoje participa dos testes clínicos realizados por grandes laboratórios em âmbito internacional. Entre estas, podem ser citadas a Pharmaceutical Product Development (PPD) e a Quintiles.

Com esses novos desdobramentos, o modelo tradicional, quase totalmente integrado, tornou-se menos vital para as empresas farmacêuticas, permitindo que recorram à empresa de biotecnologia, acelerando seus processos de descoberta de novos fármacos, além de reduzir os custos da descoberta, e também às CRO para os testes clínlcos. Essa mudança de paradigma na cadeia também permitiu que as empresas focassem em suas competências essenciais, criando valor no longo prazo. Aché integra para trás

Na contramão do que tem sido apontado como uma tendência internacional, em um mercado onde a integração vertical pode ser muito importante para c sucesso do negócio, o Aché aproveitou a oportunidade de “integração para trás” no mercado farmacêutico a partir de uma vantagem tipicamente brasileira: os fitoterápicos. Muitos defendem que há uma grande oportunidade para que a indústria farmacêutica brasileira, que nunca foi integrada desde os processos de P;D, realize uma “integração para trás”, verticalizando-se na cadeia como as típicas empresas internacionais.

Esta oportunidade seriam os medicamentos fitoterápicos, à base de plantas. Estes têm menor custo de desenvolvimento e, no Brasil, podem se beneficiar da grande biodiversidade que caracteriza o pa desenvolvimento e, no Brasil, podem se beneficiar da grande biodiversidade que caracteriza o país. A próxima seção contextualiza esses medicamentos na indústria farmacêutica local e internacional. O setor farmacêutico e os fitoterápicos Breve histórico do setor farmacêutico no Brasil O uso de plantas medicinais com finalidade terapêutica remonta à China, em 3000 a.

C. uando os recursos da flora já eram utilizados no tratamento de diversas doenças. No Brasil, o uso de plantas medicinais pela população indígena foi descrito pelos portugueses logo em sua chegada ao continente sul-americano. Já no século XIX, algumas plantas passaram a compor as farmacopéias alopáticas e homeopáticas. Com o desenvolvimento da química orgânica, no período da revolução industrial, possibilitou-se o uso de substâncias sintetizadas quimicamente que passaram a ganhar espaço nas escolhas terapêuticas.

Assim, os extratos vegetais foram substituídos por fármacos intéticos, produzidos por grandes conglomerados a partir de vultosos investimentos em P;D. No início do século XX, a indústria farmacêutica se resumia às boticas e farmácias locais, sem grandes esforços de pesquisa. As empresas evoluíram inicialmente como empresas familiares, passando, após a Segunda Guerra Mundial para a expansão das principais indústrias farmacêuticas internacionais.

A indústria que floresceu no pós-guerra contava com o volume de capital necessário ao desenvolvimento de tecnologia de produção em escala industrial de medicamentos de fármacos sintéticos, otadamente os antibióticos e, em particular, a penicilina. Neste período, ingressaram no mercado brasile em particular, a penicilina. Neste período, ingressaram no mercado brasileiro, através de aquisições de empresas já existentes ou instalação de filiais, uma vez que, no país, faltavam investimentos em pesquisa no setor.

Em 1949, o Instituto Medicamenta Fontoura associou-se à norte-americana Wyeth International e à Bristol-Myers, passando a distribuir seus produtos no Brasil através de associação com a Laborterápica. No final da década de 70, a indústria farmacêutica nacional ganhou mpulso no momento em que empresas brasileiras compraram multinacionais: • a Quimiofarma foi vendida a Darrow Laboratórios, • a panquimica ao Laboratóno Gross e • a italiana Bracco-Novoterápica ao Aché Laboratórios.

Este é um caso notório de sucesso de laboratórios farmacêuticos de capital nacional. No que tange os medicamentos fitoterápicos, estes tinham sido substituídos por fármacos sintéticos e permaneciam apenas como tratamento alternativo. Mas a partir dos anos 80, praticamente como uma volta ao passado, ressurge o interesse pela pesquisa de substâncias naturais, como base para o esenvolvimento de novos fármacos.

Estes passaram a desempenhar importante papel na medicina moderna, fornecendo fármacos importantes e de difícil obtenção via síntese química. Atualmente, o mercado mundial de medicamentos fitoterápicos representa US$ 43 bilhões por ano, sendo US$ 5 bilhões só nos Estados Unidos. Fitoterápicos e o Aché Os principais e grandes laboratórios multinacionais concentram suas atividades de em seus países de origem. No entanto, o segmento de fitoterápicos pode ser promissor para o desenvolvimento de tecnolo ia brasileira, a

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