O trabalho humano, história do capitalismo e economia solidária
INTECOOP Universidade Federal de Itajubá CARTILHA DE FORMAÇÃO DE GRUPOS módulo O TRABALHO HUMANO, HISTORIA DO CAPITA ar 18 E ECONOMIA SOLIDÁ to view nut*ge Universidade Federal ficha técnica edição : joão eduardo tanuri rodrigues hermisdorff jtanuri@hotmail. com projeto gráfico e diagramação: thamiris piló machado thamy. thamy@gmail. com campus universitário Bairro pinheirinho – itajubá/mg cep 37500-903 telefone: (035)3629-1288 intecoop@unifei. edu. br universidade federal de itajubá pelo trabalho começa a nos atormentar. O que é o trabalho? Será que já paramos para pensar obre isso?
No século XIX, um filósofo alemão chamado Karl Marx escreveu teorias sobre o trabalho. Segundo ele, o trabalho é a transformação da natureza. possivelmente, você responderá que o trabalho nos dá condições de sobrevivência e que, sem o trabalho não conseguiríamos pagar nossas contas. Não satisfeito, você também nos diria que aquele que não trabalha é vagabunda, não quer nada com a dureza da vida. Mas o que seria isso? Como assim transformação da natureza? Segundo Marx, o homem domina a natureza e a transforma naquilo que ele idealiza, colocando-a sob seu serviço. lo: Por exe O homem necessita escrever para se comunicar com outros homens, portanto ele corta a árvore e a transforma em um lápis. É claro que não é fácil transformar uma árvore em lápis. Muito tempo se passou para aprendermos a derrubar uma árvore e principalmente fabricar PAGF 18 dá certo e o que dá errado, aliando qualidade ? quantidade e desenvolvendo novas tecnologias para supnr suas próprias necessidades. É importante lembrar que o homem só transforma a natureza de acordo com uma necessidade que ele tem. portant É a partir de uma necessidade objetiva/material que o homem ria seus instrumentos para supri-las. u seja, Só existe lápis devido à necessidade de se comunicar. A aranha ou a abelha transformam a natureza pelo simples instinto de sobrevivência. Não quer dizer que ENTÃO A ABELHA QUE CONSTRÓI A SUA realizem processo de trabalho. COLMÉIA TRANSFORMA A NATUREZA? O que difere o homem desses animais E AS ARANHAS QUE TECEM AS TEIAS? é a capacidade de, racionalmente, O QUE DIFERE O HOMEM DESSES ANIMAIS? idealizar e visualizar seu produto em sua mente antes de materializar o seu trabalho. A abelha pode dar um show de ar uitetura construindo a mais ela colméia, mas não te de pré-idealizar e refletir 18 existência de sociedades.
Perguntas para reflexão: Por que o homem transforma a natureza? 2 – Modos de produção Modo de produção é a forma de organlzaçao socloeconomlca associada à uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Reúne as características do trabalho, seja ele artesanal, manufaturado ou industrial, e constitui-se pelo objeto sobre o qual se trabalha e por todos os meios de trabalho necessários à produção (instrumentos ou ferramentas, áquinas, oficinas, fábricas, etc. Forças produtlvas são as formas que uma determinada sociedade tem para transformar a natureza, ou seja, as formas de produção caçavam, pescavam, colhiam Uma classe social é um grupo de pessoas que tem status social smilar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. e dividiam os alimentos entre sua própria tribo (caracterizando uma produção de subsistência). Desta forma só produziam aquilo que poderiam consumir. senhores escravos Com o advento da agricultura, os homens começaram a ter noção de território, se tornando sedentários.
Desta forma surgiu toda uma divisão de trabalho: uns plantavam, outros trabalhavam nos moinhos, e alguns tinham a tarefa de defender as terras, Donos das terras, ferramentas e da força de trabalho dos escravos. Não possuem nada, nem a SI mesmos. formando os primeiros exércitos. a nova estruturação de sociedade Instituida sob bases privadas e a conseqüente divisão social do trabalho, instituiu as classes soclals, a exploração do homem pelo homem e as lutas entre as tribos.
Escravismo Esse problema, em parte, era resolvido com guerras de conquista: Guerreava-se com os povos vizinhos e as terras onquistadas eram repartidas entre os nobres. O povo derrotado era escravizado e se tornava propriedade do Estado, que a concedia aos nobres. Um cidadão não-estrangeiro também poderia se tornar escravo de alguém, se contra[sse com pessoa uma dívida que não pudesse pagar. Assim, o trabalho passou a ser uma exclusividade dos escravos (apesar de haver pequenos camponeses livres 8 O trabalho escravo se tornou a base da economia dessa época.
No feudalismo ocorre uma grande transformação na organização não-escravista, porém poucas mudanças na exploração econômica e nas opressões olíticas. Aqueles que antes eram senhores de escravos se tornaram senhores feudais, e os que pertenciam à classe de escravos se tornaram servos – presos às terras doadas por seus senhores, prestando total obediência. Os servos trabalham e produzem nesses pedaços de terra doados pelo senhor feudal, que expropria uma grande parte do que é produzido por seu servo. A sociedade feudal era composta por três grupos sociais com status fixo: o clero, a nobreza e os camponeses.
A mobilidade social entre esses grupos quase não existia. inovações no campo, a produção agrícola teve um aumento ignificativo e surgu a necessidade de comercialização dos produtos excedentes. A partir do século XI, também há um renascimento do comércio e um aumento da circulação monetária, o que valoriza a importância social das cidades e suas comunas. Com o advento das Cruzadas, esboça-se uma abertura para o mundo, quebrando-se o isolamento do feudo e principalmente restabelecendo o comércio com o Oriente proxmo. A expansão do comércio criou novas oportunidades de trabalho, atraindo os camponeses para as cidades.
Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais, ? insurreição camponesa, à peste, ? falta de alimentos decorrente do aumento populacional e baixa produtividade agrária, contribuíram para o declínio do feudalismo europeu. Transição para o capitalismo Embora existisse essa dependência e exploração dos artesãos por parte dos burgueses, ambos tinham um interesse comum: acabar com os privilégios e a exploração exercida pela nobreza (representantes do sistema feudal), pois se convertiam em obstáculo ao desenvolvimento da produção e do comércio.
O crescimento do comércio, rinci almente através das expansões rodução era de propriedade do burguês. Cresciam as rotas de comércio terrestres e as feiras de artesãos foram se transformando em pequenas cidades que eram chamadas de “burgos” Nos burgos começaram a surgir ricos comerciantes que eram chamados de “burgueses”. Assim, cresceu muito o número de artesãos que sofriam um duplo processo de exploração: os impostos e taxas exigidos pelo senhor feudal; e o controle sobre a produção dos ncos e poderosos burgueses.
Podemos dizer que nesse momento histórico se esboça o nascimento da questão social, onde os artesãos começam a ficar endividados e caem na ependência total dos comerciantes burgueses. 10 Temos aí duas grandes características do nascimento do sistema capitalista: A apropriação privada dos modos de produção e a exploração da força de trabalho assalariada. No capitalismo o trabalhador não tem mais nada de seu, nem as ferramentas, nem o produto do trabalho.
Tem apenas a sua força de trabalho para vender como mercadoria em troca de um salário. Era exatamente esta a situação de milhares de camponeses (e camponesas) expulsos da terra. 11 reconheciam mais no produto final de seus trabalhos. O surgimento da máquina a vapor na Grã-Bretanha foi o asso que permitiu a transformação da manufatura em indústria. A chamada “REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”, nos séculos 18 e 19, foi o período de muitas invenções e descobertas: a eletricidade, a siderurgia, a ferrovia, etc.
Em 50 anos de produção capitalista o mundo desenvolveu uma quantidade enorme de riqueza. A partir da revolução industrial, a contradição capital X trabalho se tornou mais acirrada. Quanto mais se produzia, menos condições humanas possuíam os trabalhadores. O que alism capit ntão? O captalismo é um sistema econômico e político que dividiu sociedade em duas classes distintas: De um lado, os trabalhadores (as) que só POSSUEM a força de trabalho para vender em troca de um salário que muitas vezes mal dá para sobreviver.
Do outro lado, os proprietários das indústrias, dos por manter a industria sempre em crescimento. Com tais lucros, os donos do capital melhoram as suas fábricas, adquirem máquinas e outros meios de produção, para explorar mais trabalhadores (as), produzir mais mercadorias e conseguir mais lucros. 12 O que falamos sobre O trabalho, ENQUANTO RECONHECIMENTO HUMANO, pode ser aplicado na sociedade CAPITALISTA em que vivemos hoje? por que é tão difícil imaginar o trabalho como algo prazeroso que nos traz satisfação e reconhecimento? por que o trabalhador, como diz Marx, foge do trabalho como foge da peste? 13 omia econ ária olid 1 – O que é economia solidária? O sistema capitalista desenvolveu, como vimos no capítulo antenor, de forma inigualável as forças económicas, produtivas e tecnológicas da sociedade. Mas, em contra partida, colocou milhões de pessoas em situações de miséria e vulnerabilidade social. Essas milhões de pessoas são trabalhadores destituídos de seus empregos e novas geraçõ