O urbanismo e a cidade

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dinâmicos e se transf todos estes e outros Observou-se então n surpreendentement O urbanismo e a cidade Premium By gledsrone MapTa 31, 2012 | 24 pages 2. Urbanismo e cidade A cidade é tida como o principal objeto de estudo do Urbanismo(o que revela um dualismo), sendo muito mais do que uma aglomeração de pessoas e construções num determinado espaço territorial. ? o lugar para onde converge o fluxo de cap tal econômico, social, financeiro, advindo de várias localidades que estabelecem com ela relações sociais, políticas e econômicas, e enfim, onde se concentram os bens de reprodução do capital e força de trabalho. Isto demonstra a complexidade do que é a cidade. Na cidade acontecem intensas relações sociais de troca, de movimento, de poder e por isso é dinâmica.

Seus espaços são p to vien tempo em virtude de OF24 cimento ho, população e densidade, o que trouxe para ela a concentração dos problemas que afligem a humanidade, desafiando a sociedade. A sociedade em que vivemos tornou-se essencialmente urbana a partir do período do final do séc. XIX, pós-revolução industrial, e assim os problemas urbanos começaram a se acentuar, diante do aumento da população nas cidades decorrente do êxodo ural, em busca de oportunidades de trabalho e sem condições dignas de qualidade de vida.

A partir daí várias cidades cresceram em tamanho e população e se transformaram em metrópoles, extrapolando seus limites territoriais formando conurbações (várias cidades inter relacionadas num tecido urbano contínuo). Então surgem propostas na tentativa de buscar solu soluções para estes problemas, com uma pretensão científica, e também se criam modelos de desenvolvimento urbano para as cidades, muitos deles utópicos a fim de se organizar os espaços da cidade, os seus territórios, suas diversas atividades.

Neste contexto é que surge o Urbanismo. A partir do séc. XIX surgiram vários modelos de desenvolvimento urbano, em busca de solução para os problemas decorrentes do grande processo de urbanização das cidades européias, na tentativa de se criar a cidade ideal, tidos como teorias, que se tornaram utópicas, a exemplo das idéias de Fourier, com o falanstério ,de Howard que idealizava a Cidade-jardim, e de Tony Garnier, com a teoria da cidade industrial (CHOAY, 1965).

Naquela época, grandes cidades como Londres e Paris, apresentavam crescimento populacional bastante acelerado, no eríodo da Revolução Industrial, quando grandes contingentes populacionais migravam do campo para a cidade em busca de trabalho, e então se criaram grandes aglomerados populacionais nos quais as pessoas que pertenciam à classe operária viviam em péssimas condições de vida, principalmente de higiene, muitas delas sem ter aonde morar, ou habitando em locais insalubres e desconfortáveis.

Houve então a partir dai uma grande discussão em diversas áreas do conhecimento na busca por soluções para estes chamados “problemas urbanos”. Naquela época, da revolução industrial, dos movimentos sociais e dos racionalismos ue emergiam, anda não se tinha um conceito de Urbanismo aprimorado, e nem o mesmo era considerado como uma área do conhecimento ou ciência de organização dos espaços urbanos, o que só acontece alguns anos depois, no i 24 que só acontece alguns anos depois, no início do séc. XX(CHOAY, 1965).

A observação e a reflexão sobre os problemas da cidade[2] assumem ainda no século XIX, outras vertentes de pensamento. uma delas seria descritiva, observando os fatos isoladamente ordenando-os de maneira quantitativa, coma aplicação da Estatística à Sociologia então nascente a fim de formular teorias e crescimento da cidade. Uma outra seria constituída por pensadores políticos e traria a polemização sobre os problemas de higiene e das grandes cidades industriais européias e norte americanas, assim como a habitação da população oriunda das classes sociais menos favorecidas.

Alguns destes pensadores como Marx e Engels analisaram estes problemas dentro de uma lógica referente à ordem econômica e social para a organização do espaço urbano promovida pela industrialização nao associada à lógica do desenvolvimento da economia, mas para a produção e comercialização em larga escala e a concentração do capital erado nas classes dominantes. O território da cidade é formado pelos fluxos de mercadorias e pessoas, sendo ela (a cidade) a configuração da estrutura social, e a materialização desta estrutura no território[3].

As transformações no espaço urbano são fruto nao só das relações intra-urbanas, mas de ralações regionais e globais, já que a cidade não é um lugar fechado em si, ela assume relações que ultrapassam a esfera local e regional, e isto exige que se tenha uma visão da cidade inserida num contexto político-econômico mais abrangente. A cidade ideal se apresenta como fruto dos valores olítico-econômico mais abrangente. A cidade ideal se apresenta como fruto dos valores éticos, filosóficos e sociológicos de cada cultura e de cada época.

As teorias da cidade evoluem e enriquecem, por isso é dificil saber como é a cidade ideal, já que algum tempo depois da sua definição ela já não vai corresponder às expectativas da época. Assim, o Urbanismo não pode ser observado apenas sob o ponto de vista de uma técnica de estudo e intervenção fisica do espaço, pois quando de intervém na sua morfologia, ele necessita ser estudado e planejado conhecendo os aspectos sociológicos, ilosóficos, históricos, etc. e sendo que uma cidade é resultado das diversas mudanças que ocorrem na sociedade, e que lhe impõe transformações (BONET CORREA, 1989).

Há de se entender, entretanto, que o conjunto de ações de intervenção no espaço urbano historicamente muitas vezes está voltado para a dominação e de poder político pelas elites[4], causando a segregação sócio-espacial. Assim o estudo do Urbanismo merece uma abordagem cr[tica enquanto ciência, área de conhecimento ou instrumento de intervenção no espaço urbano[5], voltando-se principalmente para como o seu conceito ? entendido no Brasil e outros países, pois se trata de uma ciência ou campo do conhecimento de grande complexidade. . O Surgimento do Urbanismo e a formação do seu conceito O Urbanismo é considerado como uma ciência que nasceu no final do século XIX, para o estudo, a organização e intervenção no espaço urbano, como prática das transformações necessárias ? realidade caótica das condições de habitação e salubridade em que viviam os habitantes de grandes c 4 24 hab•tação e salubridade em que viviam os habitantes de grandes cidades européias, na época da revolução industrial.

Entretanto ma maior maturidade teórica só foi alcançada então no final do século XX. Como área do conhecimento autônomo pode ser considerado recente (BONNET CORRERA. 1989). surgu para estudar e buscar soluções para os problemas da cidade, sendo esta um espaço em transformação permanente, que, no entanto se for observada durante um curto período de tempo pode parecer estática. Existem várias versões para o surgimento do termo “Urbanismo”, porém a mais difundida é de origem francesa.

Segundo Bardet (1990) este termo surgiu por volta de 1910, na França, no Bulletin de la Societé Geographique para denominar uma “nova iência” que se diferenciava das artes urbanas anteriores por seu caráter critico e reflexivo e, pela sua pretensão científica, sendo epistemologicamente o estudo da cidade (urbe, do latim significa cidade). Alfred Agache, um arquiteto (ou arquiteto-urbanista), se autodenomina como criador do termo (AGACHE, 1931 e conceitua o Urbanismo como: “Uma ciência, e uma arte e, sobretudo uma filosofia social.

Entende-se por urbanismo, o conjunto de regras aplicadas ao melhoramento das edificações, do arruamento, da circulação e do descongestionamento das artérias públicas. É a remodelação, extensão e o embelezamento de uma cidade, levados a efeito, mediante um estudo metódico da geografia humana e da topografia urbana sem descurar as soluções financeiras” No entanto, Segundo Bonet Correa (1989) o termo Urbanismo teria sido criado em 1868, quando Cerdá escreveu a Teoria General de Ia Urbanización.

O seu surgiment tena sido criado em 1868, quando Cerdá escreveu a Teoria General de la Urbanización. O seu surgimento teria acontecido em 1910, quando teria sido apresentado no Congresso de Londres onde se reuniram vários dos estudiosos pioneiros no campo do Urbanismo. Neste ano seria utilizado pela primeira vez termo “Urbanismo” e se realizou a primeira exposição sobre o mesmo, que teve lugar em Berlim, na Alemanha.

De acordo com o conceito de Agache, é possível perceber que o Urbanismo teve, de inicio, uma preocupação com a composição plástica em acordo com os valores dominantes da sociedade, e que se colocava de maneira se favorecesse ao modo de vida coletivo na cidade assim como o poder das instituições, e a organização ou ordenamento da ocupação do solo, das fachadas, da segurança, e da circulação, o que pode ser observado desde a idade antiga.

O estudo, assim como a prática profissional do Urbanismo, nicialmente esteve associada à Arquitetura e às belas artes (pois a Arquitetura surgiu das Belas Artes), por isto muitas vezes se dá ênfase aos aspectos construtivos e artísticos, ou estéticos, e por isto ainda se tem um entendimento vago, como campo cientifico e profissional. É entendido por muitos, ainda, como mero complemento da Arquitetura e do Design, voltado ao projeto do traçado urbano. ara outros estudiosos o Urbanismo traz uma noção que o abrange de forma que ele seja tão velho quanto a civilização urbana, como se o termo já existisse desde que quando o homem cria uma organização morfológica para o espaço das idades (HAROUEI„ 1990), pois desde que surgiram as primeiras comunidades havia indícios de uma organização hierárquic 6 OF24 pois desde que surgiram as primeiras comunidades havia indícios de uma organização hierárquica de espaços de poder (a exemplo da Polis grega e a Civitas romana, na civilização antiga), ou para a defesa do território, o que nos leva a crer que o Urbanismo já se praticava como ação de ordenamento do território, porém sem um caráter cientifico[6].

Existe ainda um conceito originário da Sociologia Urbana francesa, que trata o Urbanismo como um modo de vida urbano, que staria associado ao modo sócio-cultural de vida nas cidades (WIRTH, 1 973), o que difere de uma abordagem mais específica sobre o mesmo enquanto ciência ou campo do conhecimento, que não se aplicaria ao objetivo deste texto e, no entanto não é considerado aqui como foco principal. 4. Considerações sobre a teoria e a prática do Urbanismo dentro de uma abordagem histórica Observa-se que houve grandes discussões técnico-científicas sobre o Urbanismo nos CIAM • s e outros congressos internacionais realizados na primeira metade do séc. XX, quando foram discutidos muitos dos postulados básicos, seguidos osteriormente por muitos planejadores em diversas partes do mundo, principalmente no ocidente. Em 1933, no CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna – realizado em Atenas, se estabeleceram os princípios do “Urbanismo Moderno”, e se produziu um documento que ficou conhecido como A Carta de Atenas.

Este documento é fruto das reuniões do CIAM, tendo sido publicado oito anos depois, em Paris, tornando-se referência para muitos urbanistas por muitos anos, sob forte influência da corrente francesa principalmente das idéias funcionalistas de Le Corbusier (grande promotor influência da corrente francesa principalmente das idéias uncionalistas de Le Corbusier (grande promotor e divulgador destas idéias), sendo a versão mais conhecida dos CIAM no mundo[7]. Existiram ainda outros congressos além dos CIAM, como o CIRPAC, que na época também discutiram o Urbanismo enquanto prática profissional e científica e cujo conteúdo é muitos menos conhecido do que a Carta de Atenas, e que trazia um conteúdo diferenciado (SAMPAIO, 2001). Desta maneira o Urbanismo ainda conservou algumas das suas bases tradicionais de pensamento. ? considerado ainda por muitos como de domínio dos arquitetos, que são tidos como “especialistas no assunto”, porém geralmente com base em plicações práticas e despolitizadas segundo Choay (1965), e considerado ainda segundo muitos técnicos (arquitetos e engenheiros) uma ciência “em função de novas técnicas de construção e do estilo de vida e das necessidades próprias de homem do séc. XX”, que seriam as funções estabelecidas pela Carta de Atenas (Habitar, Circular, Trabalhar, Cultivar o corpo e o espírito), sendo esta a forma de se pensar a cidade do séc. XX, após a 2a Guerra Mundial, quando se fez a reconstrução de multas cidades europélas.

Sob esta visão teórica e profissional, pioneira na prática do Urbanismo, a cidade é vista como um bjeto técnico, determinado e exato (Le Corbusier, 1992), sem uma atenção maior para as questóes sociais, históricas e culturais que permeiam o espaço urbano. Segundo Sampaio (2001), o Urbanismo, principalmente a partir da época do chamado “Modernismo”, entre as décadas de 30 e 40, do séc. XX foi estudado e praticado de acordo com o desejo de inserçã décadas de 30 e 40, do séc. XX foi estudado e praticado de acordo com o desejo de inserção dos arquitetos na problemática urbana, numa tentativa de deslocar o discurso arquitetônico (das obras de arte) para o campo urban[stico, porém a atividade rofissional ficou dividida entre o paradigma do individualismo do projeto e o paradigma do Urbanismo multidisciplinar.

Isto poderia ser considerado justamente a divisão de correntes entre arquitetos, ou “arquitetos-urbanistas”, que teriam uma visão mais próxima do individualismo de projeto[8], e dos urbanistas, mais preocupados com o caráter multidisciplinar na análise e busca de soluções sobre os problemas da cidade (Sampaio, 2001 Quando se observou um grande avanço na sua prática, a partir dos anos 50, do século XX, numa necessidade de renovação urbana nas cidades no pós-guerra, houve também uma explosão e idéias e doutrinas teóricas ao passo que o Urbanismo passava então a ser centro das atenções de arquitetos, engenheiros, geógrafos, sociólogos, historiadores, filósofos e escritores, como uma ciência (BONET CORREA, 1989; CHOAY, 1965). A partir de então se desenvolveu um caráter mais crítico sobre os problemas urbanos, e mais analítico, com grande contribuição teórica de várias áreas do conhecimento. Porém muitos consideram, equivocadamente, como se o Urbanismo fosse, “de fato e de direito essencialmente pertencente à tradição do saber arquitetônico” Souza (2002) baseados nas premissas de Le Corbusier (1984. apud. : SOUZA, 2002) que afirmou: o urbanista nada mais é que o arquiteto. O primeiro organiza os espaços arquitetônicos, fixa o lugar e a destinação dos contin arquiteto.

O primeiro organiza os espaços arquitetônicos, fixa o lugar e a destinação dos continentes construídos, liga todas as coisas no tempo e no espaço por meio de ma rede de circulações. Eo outro, o arquiteto, ainda que interessado numa simples hab tação e, nesta habitação numa mera cozinha, também constrói continentes, cria espaços, decide sobre circulações. No plano do ato criativo são um só o arquiteto e o urbanista(… )”. O interessante é que esta premissa é usada até os dias atuais, equivocadamente, por muitos estudiosos e profissionais, quando se referem ao Urbanismo, e afirmado muitas vezes como forma de ainda mantê-lo como mera extensão da Arquitetura, na teoria e na prática. De acordo com esta premissa a cidade é pensada e planejada funcionalmente como se fosse uma edificação.

Assim tais premissas revelam uma preocupação normativa muito rígida e ultrapassada por desconsiderarem que as atividades podem coexistir harmoniosamente no espaço urbano, sem tanta rigidez funcional e ainda os aspectos políticos e sociais que influem na ua configuração. Com base num documento bastante atual resultante de estudos sobre o Urbanismo desenvolvidos na Europa e outros países podemos chegar à conclusão de que existe realmente uma distinção entre Arquitetura e Urbanismo quanto aos elementos de estudo, de tomada de decisão, e de intervenção: “… a composição urbana difere fundamentalmente da arquitetura pelo fato de que a “cidade” e o “edifício” não têm o mesmo ritmo temporal. Enquanto que a Arquitetura se renova rapidamente o espaço urbano em si está mais vocacionado para a longa duração Por isso, os dados que conduzem 0 DF 24

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