Temas de psicologia: entrevista e grupos

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BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevista e grupos . sao Paulo: Martins Fontes,1980. A entrevista (“Entre Vistas”) é um instrumento fundamental do método clínico e éuma técnica de investigação cientifica em psicologia. A entrevista começa por ondecomeça o entrevistado. A entrevista deriva sua denominação exclusivamente de seus objetivos oufinalldades. Pode ser aberta: permite uma investigação mais ampla e profunda da personalidade, ou fechada: permite uma melhor comparação sistemática de dados.

Aentrevista é sempre um fenômeno grupal, já que mesmo com a participação de um sóentrevistado ua relação com o en função da psicologia tipos de entrevistas, doentrevistado (psic objetivo é a pesquisa, or7 os: a siderada em Quanto aos se aliza em função revista cujo sultados cientificos da mesma; a entrevista que se realiza para umterceiro (instituição). consulta não é sinônimo de entrevista; esta ultima é apenas um dos procedimentosde que o técnico ou profissional pode utilizar em uma consulta.

Anamnese: compilaçãode dados preestabelecidos, o que permite obter uma síntese da situação presente e dahistoria de vida do sujeito, de sua doença e saúde. Diferente da consulta e da anamnese,a entrevista psicológica tenta o estudo e a utilização do comportamento total doindividuo em todo o curso da relação estabelecida com o técnico, durante o tempo emque essa relação durar. A regra básica já não consiste em obter da to page dados completos da vidatotal de uma pessoa, mas em obter dados completos de seu comportamento total nodecorrer da entrevista.

Assim, o entrevistador deve permitir que o campo interpessoalseja predominantemente estabelecido e configurado pelo entrevistado. Nenhuma entrevista pode esgotar personalidade de uma pessoa, mas somente umsegmento da mesma. A entrevista nao pode substituir e nem excluir outros procedimentos de investigação da personalidade, assim como esses últimos não podem prescindir da entrevista. Para se obter o campo de entrevista, devemos contar com um enquadramentor(gido para transformar um conjunto de variáveis em constantes.

Nesse enquadramentoincluem-se: a atitude técnica e o papel do entrevistador, os objetivos, o lugar e o tempoda entrevista. podemos estudar sobre: o entrevistador = sua atitude, dissociação instrumental,contratransferência, dentificação, etc. O entrevistado = transferência, estruturas decomportamento, traços de caráter, ansiedades, defesas, etc. A relação interpessoal =interaçáo entre participantes, processo de comunicação (projeção, introjeção,identificação, etc), a ansiedade, etc.

Uma diferença fundamental entre entrevista e anamnese, no que diz respeito atearia da personalidade e a teoria da técnica, reside em que na anamnese trabalha-secom a suposição de que o individuo está capacitado para fornecer dados de sua vida(pois a conhece); enquanto que a hipótese da entrevista é que cada er humano temorganizada uma história de vida e um esquema de seu presente, e desta historia e desteesquema temos que deduzir o que ele não sabe. Em segundo lugar, aquilo que PAGFarl(F7 desta historia e desteesquema temos que deduzir o que ele não sabe.

Em segundo lugar, aquilo que não nos pode dar como conhecimento explícito, nos é oferecido ou emerge através do seucomportamento não-verbal; e este ultimo pode informar sobre sua historia ou seu presente em graus muito variáveis de coincidência ou contradição com o que expressade modo verbal e consciente. Além disso, em diferentes entrevistas, entrevistado podeoferecer-nos diferentes historias ou diferentes esquemas de sua vida atual que manterão, entre si, relação de complementação ou de contradição.

Ao refletir as contradições edissociações da personalidade, a entrevista nos permite trabalhar com elas. Se elas serãotrabalhadas ou não, irá depender da intensidade da angustia que se pode provocar e datolerância do entrevistado a angustia. Igualmente, os conflitos trazidos pelo entrevistado podem não ser os fundamentais, assim como as motivações que alega são, geralmente,racionalizações. As contradições não devem ser avaliadas em função de certas ouerradas, e sim como fenômenos de dissociação da personalidade.

Toda conduta se dá sempre num contexto de vínculos e relações humanas, e aentrevista não é uma distorção das pretendidas condições naturais e sim o contrario: aentrevista é a situação “natural” em que se dá o fenômeno que nos interessa estudar: ofenômeno psicológico. A chave fundamental da entrevista está na investigação que se realiza durante aseu transcurso. As observações são sempre registradas em função de hipóteses que oobservador vai emitindo. Observações Hipóteses — Verificação das mesmas naentrevista — Observaçõ PAGF3rl(F7 oobservador vai emitindo.

Observações Hipóteses Verificação das mesmas naentrevista — Observações e assim sucessivamente. Timing na entrevista: Tempo pessoal do entrevistado, – que depende do grau e tipode organização de sua personalidade – para enfrentar os conflitos e resolve- los. O instrumento de trabalho de entrevistador é ele mesmo, sua personalidade; com oagravante de que o objeto que deve estudar é outro ser humano. Cansaço, sono, irritação, bloqueio, compaixão, carinho, rejeição, sedução, etc. ?oind[cios contratransferenciais que o entrevistador deve perceber como tais à medida quese produzem, e tem que resolve-los analisando- os para si mesmo em função do contextoe do momento em que aparecem na comunicação. Schilder classficou em 5 grupos os indivíduos que procuram o medico ou porqueestão sofrendo ou porque estão fazendo os outros sofrer, são eles: os que ocorrem por queixas em relação a problemas corporais, os por problemas mentais, os por falta deêxito, os por dificuldades na vida diária, e por queixas de outras pessoas.

Nos grupos que vêm a consulta, psicólogo não tem por que aceitar o critério defamília sobre quem é o doente, mas deve atuar considerando todos os seus membroscomo implicados e o grupo como doente. Nestes casos, o estudo do interjogo de papéise da dinâmica do grupo são os elementos que servem de orientação para fazer com quetodo o grupo obtenha um insight da situação. Se o silencio total não é o melhor na entrevista (do ponto de vista doentrevistador), tampouco é a catarse intensa (do ponto de vista do entrevistado).

Comfreqüência aquele que fala muito deixa de intensa (do ponto de vista do entrevistado). Comfreqüência quele que fala muito deixa de dizer o mais importante, porque a linguagemnão é o único meio de transmitir informação mas também um meio poderoso para evitá-la. Na entrevista diagnostica, segundo a nossa opinião, deve-se interpretar, sobretudo,cada vez que a comunicação tenda a interromper- se ou distorcer-se. informe psicológico tem como finalidade condensar ou resumir conclusõesreferentes ao objeto de estudo. Incluímos aqui somente o informe que se refere aoestudo da personalidade, que pode ser empregado em diferentes campos da atividade psicológica, e em cada um deles se devera ter em onta e responder especificamente aoobjetivo com que tal estudo se efetuou. Trata-se de um guia, e não de formulários a preencher. ? importante que o informe psicológico contenha: os dados pessoais, procedimentos utilizados, motivos de estudo, descrição sintética do grupo familiar, problemática vital (relato sucinto da vida e conflitos atuais), descrição de padrões deconduta, descrição de traços de caráter e personalidade, resultados dos testes aplicados,conclusão, possibilidade prognostica do ponto de vista psicológico, orientação possível: indicar a forma possível de remediar, aliviar ou orientar o ntrevistado, de acordo com omotivo do estudo ou segundo as necessidades da instituição que solicitou o informe.

O grupo operativo, segundo a definição de Enrique J. Pichon-Riviére, é umconjunto de pessoas com um objetivo comum que procuram abordar trabalhando emequipe. Grande parte do trabalho do grupo operativo consiste, em resumo, notreinamento para traba emequipe. Grande parte do trabalho do grupo operativo consiste, em resumo, notreinamento para trabalhar como equipe. As técnicas operativas podem ser usadas emgrupos terapêuticos. Aprendizagem = Modificação mais ou menos stável das linhas de conduta,entendendo-se por conduta todas as modificações do ser humano, seja qual for a áreaem que apareçam.

A tarefa da aprendizagem implica terapia; toda aprendizagem bemrealizada e toda educação é sempre, implicitamente, terapêutica. o esquema referencial é o conjunto de experiências, conhecimentos e afetos comos quais o individuo pensa e atua. É o resultado da cristalização, organizada eestruturada na personalidade, de um grande conjunto de experiências que refletem umacerta estrutura no mundo externo, conjunto segundo o qual o sujeito pensa e atua nomundo. No rupo operativo, constrói-se paulatinamente um esquema referencial grupal,que é o que realmente possibilita a sua atuação como equipe, com unidade e coerência.

Unidade não significa, entretanto, exclusão de opostos. No grupo operativo, procuramosfazer com que cada um utilize seu esquema referencial assim como suas ideologias. A relação entre tarefa ou objetivo e os seres humanos implicados se verificaatravés da analise do esquema referencial e da graduação das ansiedades que issoimplica. A informação que deve ser assinalada constitui o conteúdo manifesto, enquantoque o esquema referencial é o onteúdo latente; precisamos dar atenção a ambos.

No grupo operativo podem existir três reações típicas, segundo o tipo de ansiedade predominante: uma é a reação paranóide, outra a depressiva e a terceira confus PAGFsrl(F7 tipo de ansiedade predominante: uma é a reação paranóide, outra a depressiva e a terceira confusional, queaparece quando o objeto de conhecimento ultrapassa a capacidade de discriminação e decontrole do ego, ou também, quando da irrupção de temas não conhecidos, naodiscriminados: de objetos que confundem. O funcionamento do g upo operativo oscila entre raus variáveis de coesão edispersao.

A dinâmica grupal passa por períodos de confusão, de intensidade e duraçãodiferentes e que eventualmente são um caos produtivo, o que se verifica em todos osgrupos. Quando o diálogo e a comunicação funcionam bem, o coordenador não deveinten/ir. Não se deve ser critico nem coercitivo com nenhum membro do grupo, sejaqual for o caráter de sua intervenção. É o própno grupo que deve aprender a trabalhar eretificar as atitudes ou intervenções evasivas, paranóides ou “em disco” = asintervenções daqueles que sempre repetem a mesma coisa ou citam bibliografia ao nvésde participar com sua própria contribuição.

Não estão excluídos os conselhos docoordenador, que também não deve assumir os papeis que são projetados nele. Asqualidades do coordenador podem se resumir em: arte, ciência e paciência. o grupo operativo deve funcionar com um tempo limitado e previsto, e comfrequência regular. É melhor faze-lo com sessões de mais de 50 ou 60 minutos, pois é a partir daí que surge o melhor rendimento. É notável a falta de cansaço nos grupos quetrabalham bem, sem tensões, ou resolvendo-as à medida que aparecem. Leave a Comment

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