Teoria relacionamento paterno infantil
Introdução Estudando e pesquisando sobre a teoria de Winnicott, muito se ouve falar sobre a importância do papel da mãe na relação bebê- mundo, nos primeiros momentos, nos contatos, e como isso influenciará toda a vida desta criança; Mas o autor também enfatiza a importância de um pai presente nesta relação, e o que este pode proporcionar a criança, a seu mundo externo, e a seu principal objeto inicial de vida: a mãe. Donald Woods Winnicott foi o caçula e único filho homem de Elizabeth Martha Woods e John Frederick Winnicott.
Nasceu em Plymouth na Inglaterra em 7 de abril de 1896. O pai de Winnicott foi Secretário Honorá Elizabeth cuidava da nascida em 1889 e K Winnicott teve um r sua infância, tendo si I 05 31 Swip t page nica; Já sua mãe is velhas, Violet, com seu pai durante tato por mulheres da família: mãe, irmãs, tias, bab , governanta, cozinheira, copeira e as tantas diversas parentes que viviam próximo a sua casa, do outro lado da rua, onde mais tarde o levou a dirigir-se à elas como ” múltiplas mães” (CLARE WINNICOTT, 1978, p. 3). Esse relacionamento um pouco mais distanciado do pai durante seu desenvolvimento, despertou sua dedicação a pesquisar a ssência da maternldade e a relação que a criança estabelece com sua mãe, deixando um pouco de lado a figura paterna, e focando grande parte do seu trabalho na relação mae-bebe, o que resultou em grande importância para a pesquisa psicanalítica.
Winnicott foi um gr 5wlpe to vlew nexl page grande admirador da teoria e trabalho de Darwin, e foi por inspiração deste autor que, ao longo de sua pesquisa e obra, resolveu tratar das origens da vida psíquica, chegando a pensar em graduar-se em Biologia, após a conclusão do curso de Medicina. Sua escolha pela graduação de Medicina, veio a ser esclarecida or uma frase do autor: “pude ver que, pelo resto da minha vida, se ficasse doente, teria de depender dos médicos; a única saída para essa posição era tornar-me médico eu próprio. ” (WINNICOTT).
Em sua formação universitária, iniciou o curso de Medicina em Cambridge, mas desistiu de dedicar-se à cirurgia, depois que se tornou estagiário em um destróies britânlco, durante a 1 c Guerra Mundial. Se formou em 1920. Foi em 1923 que começou a atuar como médico no Hospital Paddington Green Children, na cidade de Londres, onde também começou sua análise pessoal com o Dr. James Strachey, um radutor das obras completas de Sigmund Freud. Apesar de sua prática clinica como um pediatra tenha começado antes de suas atividades como psicanalista, já havia grande interesse por sua parte à psicanalise, antes de começar pediatria.
Foi no ano de 1919 quando se percebeu diante de uma dificuldade em lembrar- se dos sonhos, que em uma livraria se deparou com um livro sobre Freud, do autor suíço Oskar Pfiste, além de ter obtido por um empréstimo de um amigo, o livro a Interpretação dos Sonhos, despertando-lhe assim, um grande interesse pela obra. No ano de 1927, Winnicott foi aceito para iniciar sua formação nalítica na Sociedad Psicoanalítica Britânica. Mas somente em 1 935 que concluiu sua formação como analista de crianças, Psicoanalítica Britânica.
Mas somente em 1935 que concluiu sua formação como analista de crianças, onde foi considerado por cerca de três décadas, um fenômeno isolado, visto que nenhum outro analista era também pedlatra. A experiência clinica-teórica e a construção de suas teorias tem inicio a partir do tratamento de crianças psiquicamente perturbadas e também de suas mães. E em 1926 chegam a Londres as novas correntes: Melanie Klein, que também era analista de crianças. Foi nesta época que, Winnicott fez um extenso tratamento analítico com uma das principais seguidoras de Klein na época: Joan Riviere.
Os seguidores de Klein enfatizavam a importância do primeiro ano de vida do bebê, na importância da estruturação do aparelho psíquico, o que também era compartilhado por Winnicott. Como nesta época havia grande divergência entre as teorias de Klein e Anna Freud, em 1945 foi selado um compromisso dentro da sociedade, com o surgimento de três grupos políticos: os Freudianos, coordenados por Anna Freud; os Kleinianos, coordenados por Melanie Klein; e o Middle Group, coordenado or Winnicott, conhecido hoje como Grupo Independente.
O Middle Group obteve grandes figuras, como Michael Balint, Masud Khan, entre outros. E apesar de Winnicott não ter se tornado oficialmente o líder do grupo, foi o mais importante incentivador da linha analltica. Foi durante a Guerra que Winnicott teve a oportunidade de tratar crianças vitimas de separação familiar, o que fortaleceu muito seu estudo. Após a Guerra, Winnicott foi nomeado Diretor do Departamento Infantil do Instituto Psicanalítico da Sociedade Britânica, onde permaneceu po Britânica, onde permaneceu por cerca de 25 anos.
Foi Presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise, por dois mandatos; Trabalhou no Hospital paddington Green Children’s até seus 60 anos. Realizou muitas palestras públicas e uma grande infinidade de trabalho clinico, além de supen’isões e aulas, onde sempre atraia um grande público. Além de cargos também como o de presidente da Seção Médica da gritish Psychological Society, e presidente da Seção de Pediatria da Royal Society of Medicine e presidente da Associação para Psicologia e Psiquiatria Infantil.
Mas foi no ano de 1968, foi eleito membro honorário da Royal Medico-Psychological Association, onde recebeu a Medalha James Spence de pediatria, um prêmio que leva o nome de um dos heróis pessoais de Winnicott, o Professor Sir James Spence, um ilustre médico de crianças, de origem Newcastle-upon-Tyne, o qual insistia em que as maes e os bebês recém-nascidos não deviam ser separados no momento do nascimento – até hoje um procedimento muito comum nas maternidades (WINNICOTT, 1948b). Winnicot foi casado em 1923 com Alice e se separou em 1949.
Winnicott sempre encaminhava livros à sua ex-esposa, e entre eles, Collected papers: through paediatrics to psychoanalysis Textos Selecionados: Da pediatria à psicanálise). (WINNICOIT, 1958a; ALICE WINNICOTT, 1958b). Alice Winnicott faleceu em 19 de novembro de 1969, e Winnicott casou-se de novamente com Claire gritton, Assistente Social psiquiátrica. Em 31 de dezembro de 1948 morre o pai de Winnicott, o Sr. Frederick Winnicott, aos noventa e três anos. dezembro de 1948 morre o pai de Winnicott, o Sr.
Frederick Winnicott, aos noventa e três anos. E foi neste período que Winnicott começa a sofrer uma série de tromboses coronárias. A teoria de Winnicott Quando olhamos para a teoria-psicanalitica, também devemos lhar para a parte epistemológica; Daí a grande contribuição de Winnicott que nos mostra a importância da relação do sujeito com seu meio ambiente. Para o autor, a grande essência da nossa criatividade está ligada a um processo de destruição e de recriação dos objetos que nos relacionamos.
Essa idéia está relacionada à sua teoria das relações objetais. Através do exemplo usado do bebê com o seio materno, relata que quando ocorre a destruição do objeto (neste caso, o seio), na fantasia da criança, precede o uso criativo dos objetos. Vendo como uma grande contribuição à teoria sicanalítica, podemos entender como: um esforço para recriar, de uma maneira subjetiva, aspectos de uma teoria imaginariamente destruída por ele.
Segundo Winnicott, o fator tempo é muito importante para que o bebê reconheça a mãe, como um objeto e também que atribua ao pai uma significação enquanto pessoa (sexo masculino). No começo, não existe o pai, da mesma forma que não existe a mãe. Winnicott teve muito interesse pelos momentos iniciais que constituem o psiquismo, e o autor propõe que, quando o pai cuida do filho, em uma fase que o bebê não se distingue do meio mbiente, sua função se torna igualmente materna, ou seja, não há diferença entre o pai e mãe.
Winnicott também afirma que no inicio da vida do bebê, a pnnclpal função do pai é proteger e apoiar a mãe, unido co afirma que no inicio da vida do bebê, a principal função do pai é proteger e apoiar a mãe, unido com a família e a sociedade, para que assim, ela consiga desempenhar essa missão tão complexa e delicada que é partlcipar das necessldades emergenciais da criança. E para Winnicott, a percepção criativa da realidade é uma experiência do self, núcleo singular de cada individuo.
Os pensamentos de Winnicott se desenvolveram principalmente em uma época da sociedade em que as artes e a ciência estavam relacionadas de maneira muito intensa. Segundo Winnicott uma mãe suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, fornecendo-lhe assim, a experiência da chamada onipotência prmária, que se torna a base do fazer-criatlvo. Durante o ano de 1931, Winnicott publicou um livro denominado Clinical Notes on Disorders of Childhood este fazendo parte da “Practitioner’s Aid Series”.
Esse livro ajudou a explicar rincipalmente as raízes psicológicas de algumas doenças infantis. Este tornou-se um clássico na história da pediatria e também na psicanálise. No prefácio do livro, Winnicott faz um reconhecimento a Sigmund Freud, que lhe proporcionou a “capacidade crescente de valorizar a investigação dos fatores emocionais’ (WINNICOTT, 1931, p. v). A obra de Winnicott foi baseada em sua própria prática clínica, tanto em pediatria como em psicanalise.
Segundo o autor, grande parte de suas idéias clínicas, surgiram “simplesmente seguindo a orientação que me foi fornecida por um cuidadoso histórico línico em inúmeros casos” (WINNICOTT, 1936, p. 34, p. 2). Winnicott teve grandes admiradores, en Winnicott teve grandes admiradores, entre eles, Ernest Jones, que lhe encaminhou inclusive alguns pacientes. Em sua teoria, demonstrou grande interesse pelo relacionamento real entre a mãe e a criança, além disso, Winnicott enfatizava a saúde, as necessidades e seu desejo de serem amadas.
A medida que Winnicott foi se tornando mais experiente em seu trabalho com as crianças evacuadas, começou a descobrir a terr[vel validade de suas previsões clínicas, deparando-se com intomas problemáticos como enurese, irritações epidérmicas, tiques nervosos e uma série de outras manifestações graves (WINNICOTT, 1945e; ‘WINNICOTT e BRITTON, 1947). As crianças que na época resldiam os abngos supervislonados por Winnicott, não sofreram somente com a guerra, mas antes disso, passaram por perdas emocionais muito intensas, que lhes despertou uma delinquência, além de outros sintomas psicóticos.
Foi este trabalho que deu novo ponto de partida a Winnicott. Os sintomas das crianças incluíam, entre outros, enurese noturna, incontinência fecal, roubos em grupo, incêndio de montes de eno, fuga da escola, fuga do abrigo, vandalismo nos trens e amizades com soldados locais (WINNICOTT e BRIITON, 1947). Sua esposa, Clalre Wlnnicott, teve um papel muito importante em sua vida e obra, pois, seus livros e textos originais foram todos escritos no período de seu segundo casamento.
Como por exemplo, The Family and Individual Developement (WINNICOTT, 1965b), foi dedicado à sua esposa. Em sua vida profissional e pessoal, se comparado os dois casamentos de Winnicott, percebemos que co profissional e pessoal, se comparado os dois casamentos de Winnicott, percebemos que com seu segundo casamento Winnicott desenvolveu mais sua teoria: Quando foi casado com Alice Taylor, Winnicott publicou apenas um livro, sobre pediatria (WINNICOTT, 1931a).
Já quando casado com Clare Britton, produziu mais seis livros antes de morrer (WINNICOTT, 1957a, 1957b, 1958a, 1964a, 1965a, 196%), escrevendo também ensaios, palestras e cartas que foram publicados postumamente (WINNICOTT, 1971 a, 19715, 1978, 1984a, 1986a, 1986b, 1987a, 1987b, 1988, 1989, 1993, 1996). Teoria do Relacionamento paterno-infantil para estudar o conceito de mente, deve-se sempre estudar um indivíduo, um indivíduo total, incluindo o desenvolvimento deste ndividuo desde os primórdios de sua existência psicossomática.
Caso se aceite esta disciplina, então se pode estudar a mente de um indivíduo à medida que ela se especializa a partir da parte psíquica da psjque-soma. (WINNICOTT, [1949] 1982, p. 409) Não podemos falar de relacionamento paterno-infantil sem falar sobre o desenvolvimento do individuo. Segundo Winnicott, a análise só surte efeito em um individuo quando este consegue elaborar os fatores traumáticos de sua maneira, e compreende-los.
Todas as interpretações que realmente tem o poder de mudar as coisas são aquelas que ambém podem ser feitas em termos de projeção. Eum bom analista deve aguardar o tempo necessário para realizar este trabalho. Seguindo o raciocínio de Winnicott, durante a infância, ocorrem para a criança tanto coisas boas como coisas ruins, que não estão sob o durante a infância, ocorrem para a criança tanto coisas boas como coisas ruins, que não estão sob o controle da mesma.
Durante este período, amealhar coisas externas para dentro da área da onipotência da criança está anda em processo de formação. É então a importância do auxilio do ego materno que uida dessa criança possibilitando a ela que se desenvolva e viva, sem ser responsável pelo que de bom ou mau que ocorre ao seu redor. Assim, alguns dos acontecimentos que ocorrem nessa fase podem ser “perdidos” pelo que se chama ‘mecanismos de repressão’.
Por isso, é tão ressaltado pelo autor a importância do papel do analista em esperar que o paciente encontre essas interpretações, visto que o paciente não experimentou essa consistência quando cuidado pela mãe durante a infância, e caso precise usá-la, vai encontrá-la pela primeira vez no comportamento de seu próprio analista. (Winnicot, 1962, p. 9). Para Winnicott o grande paradoxo é que o que é bom ou mau dentro do ambiente da criança não é uma projeção, mas mesmo assim, para a criança é importante que seja desenvolvida em um ambiente que lhe pareça ser saudável. ? neste ponto que encontramos a onipotência e também o principio do prazer em operação, exatamente como devem estar; e a esta observação pode-se acrescentar que o reconhecimento de um “não eu” verdadeiro é uma questão de intelecto, onde pertence ? maturidade do sujeito. (Winnicott, 1962, p. 39). Conforme palavras de Winnicott, “a primeira vista pareceria que psicanálise trata da primeira infância e da infância mas em certo sentido pode-se dizer que Freud negligenciou a infância como um estado” .
Disse i mas em certo sentido pode-se dizer que Freud negligenciou a infância como um estado” . Disse isso devido a uma nota feita no rodapé em Formulations on the Two Principles of Mental Functionng (191 1, p. 220). Segundo nota da psicanálise, Freud dava total importância ao cuidado materno, conforme: “Ele provavelmente alucina a satisfação de suas necessidades internas; revela seu desprazer quando há um aumento do estimulo e uma ausência de atisfação pela descarga motora de berrar e espernear com seus braços e pernas e então experimenta a satisfação que tinha alucinado.
Mais tarde, como criança mais velha, aprende a empregar estas manifestações de descarga intencionalmente como método de expressão de sentimentos. Desde que o cuidado posterior das crianças está modelado no cuidado dos lactentes, a dominância do principio do prazer pode realmente vir a ter fim somente quando a criança atingiu separação psíquica completa de seus pais”. Com base nessa nota registrada por Freud (191 1, p. 220), Winnicott ressalta novamente que o lactente o cuidado materno juntos formam uma unidade.
Pois, segundo o autor “sempre que se encontra um lactente se encontra o cuidado materno e sem cuidado materno não pode haver um lactente” (Dlscussão em uma reunião cientifica da Sociedade Psicanalítica Britânica, mais ou menos em 1940). Falar da relação paterno-infantil precisa-se falar desses assuntos, pois, estão relacionados a dependência. Não é somente o ambiente que é importante nesse aspecto. Winnicott ressalta que a criança infante (teoricamente “sem fala”) apresenta uma dependência profunda de sua mãe para que venha a se reconhecer como PAGF 31