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P residente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário-Executivo José Henrique Paim Secretário da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Ricardo Henriques TRABALHANDO COM A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS OBSERVAÇAO E REGISTRO oras to view nut*ge Diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos Timothy Denis Ireland Coordenadora-Geral Cláudia Veloso Torres Guimarães Equipe de elaboração Redação: os cidadãos de 15 anos ou mais que não concluíram a educação básica.

Para tanto, é fundamental que os professores e professoras dos sistemas públicos de nsino saibam trabalhar com esses alunos, utilizando metodologias e práticas pedagógicas capazes de respeitar e valorizar suas especificidades. Esse olhar voltado para o aluno como o sujeito de sua própria aprendizagem, que traz para a escola um conhecimento vasto e diferenciado, contribui, efetivamente, para sua permanência na escola e uma aprendizagem com qualidade.

Apesar de a educação de jovens e adultos ser uma atividade especializada e com características próprias, são raros os cursos de formação de professores e as universidades que oferecem formação específica aos que queiram trabalhar ou já trabalham nesta odalidade de ensino. Igualmente, não são muitos os subsídios escritos destinados a responder às necessidades pedagógicas dos educadores que atuam nas salas de aula da educação de jovens e adultos.

Procurando apoiar esses educadores, a SECAD apresenta a coleção Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos , composta de cinco cadernos temáticos. O material trata de situações concretas, familiares aos professores e professoras, e permite a visualização de modelos que podem ser comparados com suas práticas, a partir das quais são ampliadas as questões teóricas.

O primeiro caderno, ALUNAS E ALUNOS DA EJA, traz informações, stratégias e procedimentos que ajudam os educadores a conhecerem quem são os seus alunos e alunas. Questões que abordam o perfil do público da educação de jovens e adultos, tais como: porque procuram os cursos, o qu PAGF abordam o perfil procuram os cursos, o que querem saber, o que já sabem e o que não sabem, suas relações com o mundo do trabalho e na sociedade onde vivem.

Em A SALA DE AULA COMO UM GRUPO DE VIVÊNCIA E APRENDIZAGEM, segundo caderno desta coleção, são apresentadas algumas estratégias capazes de gerar, desenvolver e manter a sala de aula como um grupo de aprendizagem onde cresçam os vínculos entre ducador/educando e educandos entre Nos dois cadernos seguintes são abordados quatro instrumentos importantes para a prática pedagógica dos professores e professoras: OBSERVAÇÃO E REGISTRO, AVALIAÇAO E PLANEJAMENTO. sao desenvolvidas, entre o conjunto de questões pertinentes aos temas, suas funções e utilidades no cotidiano do educador.

O último caderno, O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS E PROFESSORES, apresenta orientações e discussões relativas à teoria do conhecimento: como os alunos aprendem e como os professores aprendem ensinando. Boa leitura! Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade ?ndice Parte 1 A observação e o registro Introdução 3 Observação 4 O que o(a) professor(a) ob registram projetos 18 uma atividade de aula 28 o desenvolvimento de um tema 30 suas reflexões sobre seu fazer pedagógico 33 as produções dos alunos 35 . s conhecimentos construídos pelos alunos na “Escola da vida” 36 seu percurso, sua aprendizagem 37 o perfil de seus alunos 39 reflexões sobre sua prática pedagógica 40 Parte 3 Como registrar O dlfícil e prazeroso ato de registrar 44 Como registrar 45 Preparando o registro: Em relação ao ato de registrar 46 Em relação ao tempo 47 Em relação as formas de registrar 48 Em relação ao tema 49 Bibliografia 2 50 9 P arte A OBSERVAÇAO E O REGISTRO INTRODUÇÃO A observação, o registro, a avaliação e o planejamento são ferramentas metodológicas do(a) professo a _ Neste caderno, vamos no ação e ao registro, imagem?

Uma pessoa? Ou uma assinatura? Qual das figuras é maior? A amarela? A azul? Nas ilusões que vimos, a dificuldade parece estar apenas nos nossos olhos. Mas nem sempre é assim. Às vezes, nos deixamos influenciar pelas expectativas que temos em relação ao que vai ser visto. A observação não é um fato facilmente realizável. ? também uma das formas mais tradicionais para se chegar ao conhecimento. Nela não entram apenas as imagens do que nossos olhos conseguem ver, há uma outra parte, muito importante, constituida pelo nosso cérebro e que depende da nossa cultura, conhecimento, expectativas etc.

Observar é uma coisa, ver ou enxergar é outra bem diferente. Q uern vê teve que aprender a ver, a interpretar o que estava sendo observado. Quantos de nós seriam capazes de enxergar os problemas diagnosticados por um médico, a partir de uma radiografia? Quantos “veriam” pequenos deslizes de um músico na execução de uma sinfonia? Esses são exemplos de como o entendimento ou a verificação percebida pelos sentidos de um observador depende de conhecimentos que orientam os fatos observados. 4 PAGF s OF alunos se distraem com facilidade, isso não é uma coisa boa. C] “A professora não aparece como clareza. Tenho a impressão que ela não tem muita autoridade. ” E outras coisas mais… “Esta é uma sala onde os alunos aprendem bem porque podem trocar idéia sobre o que pensam e o que sabem. ” C] “A sltuaç¿o de grupo ajuda na aprendizagem. ” “A professora atende os alunos nas suas questões específicas. ” Cl outras coisas mais… Dois aspectos precisam ser considerados a partir do que já foi colocado : 1- observa melhor quem conhece mais porque pode v er mais.

Um exemplo: para os professores que conhecem o processo da alfabetização, uma escrita aparentemente cheia de erros dá pistas para compreender como esse aluno pensa a escrita. Assim, o(a) professor(a) pode escolher que tipo de intervenção deve realizar para que o aluno possa avançar no seu conhecimento. 2 – Para observar é necessário ter perguntas e duvidar de suas respostas, que deverão ser comprovadas ou negadas pela observação. Em outras palavras, o(a) professor(a) o que vai observar para seu trabalho. Geralmente, ele(a) escolhe como foco da sua observação questões que a preocupam.

Assm, quando percebe dificuldades na constituição da classe como um grupo é este o aspecto observado. Quando percebe dificuldades na aprendizagem dos conteúdos que ele(a) ensina, volta sua observação para essa questão. Por exemplo, se dificuldades se ligam à matemática, ele(a) leva sua observação para a forma como pensam os alunos em relação a Ildar com quantidades: comprar, pagar, fazer orçamentos etc. O BSERVAR – AÇÃO QUE PRECISA SER APRENDIDA Nem sempre nossa capacidade de observar está suficientemente esenvolvida.

Veja o que diz a professora Madalena Freire: “Não fomos educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos estereótipos produziu em nós paralisia, fatalismo, cegueira. 6 Para romper esse modelo, a observação é a ferramenta básica neste aprendizado da construção do olhar sensível e pensante. Olhar que envolve a tenção e p resença . Atenção que envolve sintonia consigo mesmo e com o grupo. Concentração do olhar que inclui escuta de silêncios e ruídos na comunicação.

O ver e o escutar fazem parte do processo da construção desse olhar. Em geral, não ouvimos o que o outro fala; mas sim o que gostaríamos de ouvir. O mesmo acontece em relação ao nosso olhar estereotipado, querendo ver só o que nos a rada o ue sabemos, também reproduzindo um olhar de PAGF 7 OF é um sair de si para ver o outro e a realidade segundo seus próprios pontos de vista, segundo sua história. Neste sentido a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo à luz da teoria que nos inspira.

Este aprendizado de olhar estudioso, curioso, questionador envolve ações do pensar: o classificar, o selecionar, o ordenar, o comparar, o resumir, para assim poder interpretar os ignificados lidos. Neste sentido o olhar e a escuta envolvem uma ação altamente movimentada, reflexiva, estudiosa. ” O O LHO e o O CHAR e stão presentes na língua portuguesa. São muitos os provérbios e expressões onde estas duas palavras aparecem. Olhe lá! Mau olhado. Amor à primeira vista. Olho gordo. Olho comprido. Olho clínico. Olho morto.

Olho vivo. Olho grande. Não pregar o olho. Saltar aos olhos… Nossos pontos de vista… De encher os olhos… Estar de olho.. Fique de olho! Certamente descobrirá outras expressões. 7 O OLHAR e o ESCUTAR, na observaçao O o lhar e o escutar que fazem parte da observação tem funções em definidas. Servem para: i conhecer cada vez mais quem são os alunos e a relação deles com a realidade da qual fazem parte. i conhecer para avaliar e planejar as ações educativas que irão acontecer. O Q UE O(A) PROFESSOR(A) OBSERVA?

De uma maneira bem obi essor(a) observa tudo que sobre o que costumam “ver’ nos seus alunos, teve variadas respostas. As mais freqüentes foram: interesse desinteresse hábito de fazer muitas perguntas hábito de nunca perguntar fato de ser barulhento ser muito quieto ser bom aluno não querer se esforçar ter boa aparência ser muito educado No fundo, todo(a) professor(a) observa seus alunos de alguma orma. Entretanto, na maioria das servações espontâneas se afastou dela. no registro do(a) professor(a) .

A observação cumpre um papel relevante ao contribuir para a percepção da realidade – objeto do registro do(a) professor(a). Ela faz notar o que nao aparece com evidência e que exige saber ver, ouvir e interpretar. É possível concluir que a observação é elemento importante nos atos de registrar, avaliar e planejar, instrumentos metodológicos de todo(a) professor(a). A O BSERVAÇAO – COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO DO(A) PROFESSOR(A) Como instrumento de formação do(a) professor(a), a capacidade de bservação ocupa um lugar-chave na possibilidade de aperfeiçoamento da prática pedagógica. ? sua principal fonte de informação. É através de um diagnóstico constante das atuações de seus alunos, a partlr das informações que tem, do que infere ou interpreta, que oca) pode alcançar uma melhoria em sua prática educativa. Embora saber observar seja uma necessidade verdadeira, ela não é tudo. Além de observar é importante: saber o que fazer com o que se observa, ampliar os conhecimentos em relação ao que é observado, saber mudar os aspectos negativos de tal forma que não Impeçam o avanço dos alunos.

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