Resenha crítica do documentário estamira

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Resenha Crítica do Documentário Estamira Tomados por imagens importantes de seu mundo, somos convidados a ingressar nesse universo de fantasia repleto de poesia. Estamira com seu mundo do lixão nos invade com pa avras, cores e cheiro. A catadora de lixo nos convoca a escutar os horrores da vida, as mazelas do homem, em suas palavras “único condicional”. Narrando suas desgraças, em estado de êxtase e graça ,Estamira fala de nossa impotência e desamparo.

Descrevendo mentes, questiona n nos torna sua própri nos tornamos coadju Este docume ora os rida. ect netra nossas a nossos desejos, es de seu drama ntástica. sa sociedade é perversa a ponto de excluir indivíduos, vetando sua participação como ser social que têm dlreitos e deveres, e tem como ideia central a loucura e a miséria. Os indivíduos que não tem a oportunidade de mostrar seus talentos, ou melhor, de vender sua força de trabalho é excluído dessa sociedade, e o documentário mostra muito bem esse processo.

Estamira é tida como louca, pela família e médicos, mas conhece a realidade perfeitamente. Apesar de tudo, Estamira se realiza ao indagar a sociedade em que vive mostrando a verdadeira sociedade em ue mora, totalmente desumana. O documentário é uma lição para todo ser social, que é alienado pela classe dominante, que só quer comprar dos indivíduos enquanto possibilitados de trabalhar e depois descarta-los co como objeto insignificante. A loucura e miséria em que Estamira vive é fruto da questão social e das desigualdades sociais.

As políticas públicas implementadas pelo Estado ajuda, não podemos dizer que não ameniza, mas é uma ação pois não resolve os problemas sociais e nem todos tem acesso aos benefícios. Pode-se dizer que os personagens principais do ocumentário são a miséria e a negligencia do Estado para com a população pobre; Estamira é o exemplo vivo do descaso do Estado para com os seus cidadãos. De forma eloquente, ela aborda a pobreza, a religião e a política, por meio de discursos baseados em argumentos fundamentados em experiências próprias.

Ela questiona o poder de um Deus que não protege os necessitados, assim como nas diversas vezes que foi estuprada; questiona ainda o porque de o Sistema Capitalista exigir justamente daquele indivíduo que possui menos condiçdes financeira. Estamira mostra a existência de um Estado negligente, uma sociedade hipócrita, muito mais preocupada com aparências; de um povo organizado em torno de um sistema econômco que prma pelo capital, desta forma deixando à margem aqueles “incapazes” de contribuir para o seu desenvolvimento, como é o capitalismo.

Ela não é uma mulher estudada, pelo contrário, mal sabe ler, já que durante a infância passou por maus bocados, como nos mostra no documentário onde serve para entendermos os “porquês” de sua “não crença em Deus” e sua instabilidade emocional. É uma mulher com uma grande capacidade de fantasias, ela acredita ter a missão de revelar a verdade as essoas d uma grande capacidade de fantasias, ela acredita ter a missão de revelar a verdade as pessoas do mundo, com um vocabulário, Estamira narra sua luta com o “trocadilho”, que para ela é a face peruersa de Deus.

Tendo de inventar solitariamente o sentido da sua vida, Estamira cria no lixão o seu mundo particular. Poeticamente, a catadora de lixo, se revela, revelando o nosso próprio mundo, expõe suas feridas desnudando nosso próprio horror dentro da pobreza e da exclusão social. “Unica e universal”, estranhamente próximo a nós, Estamira vem revelar como não sucumbir o trágico destino do ixo, lugar de exclusão. “Radlografia do mundo”, nos aproxima daquilo tentamos escapar. Estamira nos afeta porque fala de nós, traz a sociedade a verdade em que vivemos, não por meio de estudos, mas através da experiência própria de vida.

O estado tem a função de estabelecer pol[ticas que atendam as necessidades dos indivíduos em sociedade. A própria Constituição Federal do Brasil, traz em corpo normativo a função do estado no estabelecimento do bem-estar social. O Art. 30 quando trata dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: l- Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Il- Garantir desenvolvimento Nacional; III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais regionais; IV- Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de descriminação.

Este artigo parece descrever exatamente tudo o que Estamira denuncia, mas não os PAGF3ÜFd descriminação. Estamira denuncia, mas não o seu cumprimento e sim a sua ausêncla do estado na garantia desses princípios. Ela denuncia o não cumprimento de normas, ou seja, é o Ministério Público que na sua parcialidade jurídica deve incumbir e de fiscalizar e auxiliar pessoas como Estamira e todas aquelas que vivem no lixão independentemente e ela ser realmente louca ou não.

O sistema Capitalista aliado ao estado trata ainda de piorar a condição humana social, pois a principio não oferece os subsídios necessários ao desenvolvimento saudável do sujeito, assm como também não garante a dignidade da pessoa humana; através de boa educação, saúde, segurança e outras. Todos esses são princípios básicos ao desenvolvimento da pessoa humana, entretanto a realidade oferece um senário de miséria, de pessoas abusadas sexualmente sem suporte familiar, ampouco da Segurança Pública.

Desta forma resta ao indivíduo a loucura, a fuga da dura realidade que massacra o sujeito: de um lado o Estado que se impõe padrões de vida e de outro o mesmo Estado que não da suporte as condições mínimas de existência do homem, do cidadão. Diante da realidade de um estado soberano subdesenvolvido, sem recursos investidos nas principais áreas necessárias ao desenvolvimento de uma nação, como a educação, saúde pública, segurança e lazer, percebe-se através de Estamira, como a loucura pode ter vinda de fatores externos provocados pela sociedade e Julgados por ela mesma.

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Revista de Saúde Pública print verson ISSN 0034-8910 Rev. Saúde Pública vol. 39 no. 6 São Paulo Dec. 2005 doi:

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