Anorexia

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“Dar à luz uma criança deficiente e um acontecimento repentino. Não há um aviso prévio, não há tempo para se preparar. (Léo Buscaglia) Quando ao nascimento a criança apresenta algum tipo de problema, cada um dos elementos da famnia reagirá de forma diferente, havendo na maioria das vezes, uma alteração no desempenho de papéis; isto porque além de aprender, por exemplo, a ser pai/máe, terá que aprender a ser pai/mãe de uma criança diferente. De um momento para o outro deverão conviver com uma criança que não esperavam, estabelecer uma relação que não desejavam e que lhes afigura muito difícil.

Como amá-la? Há um sentimento d idealizado, perda do E importante que o período de luto por seja tirada a esperan PACE or 14 rda do filho sadio, sonho… horo, a tristeza, m que se lhes slona, que eo seu sustento e sem que percam a credibilidade em si mesmos e no próprio filho. Também é importante que eles consigam se tornar “pais especiais” e não “pais deficientes”, já que terão os seus sentimentos e suas posturas constantemente colocados à prova, tanto entre eles como com os profissionais e o mundo que os cerca.

A maneira como esta criança deficiente será aceita na famllia e o esultante clima emocional posterior, dependerão, em grande parte, da atitude da mãe. Se ela for capaz de lidar com o fato com aceitação e segurança razoáveis, de uma forma bem ajustada, a família será capaz do mesmo. À medida que as relações intrafamiliares vão se estabelecendo, as relações interfamiliares tornam-se mais acessfrdeis, f facilitando a aceitação social desta criança.

OS SENTIMENTOS E AS REAÇÕES DOS PAIS, MAIS APRESENTADOS, APÓS RECEBEREM A NOTÍCIA SÃO: Choque A mulher, após o parto, encontra-se bastante vulnerável, necessitando receber muito apoio e orientação em nível bem oncreto e dirigido, quanto ao problema apresentado pela criança. Perda da criança normal É importante os pais chorarem a perda do filho esperado. Comparam-se esta crise, na qual a mãe precisa lamentar a morte de seu bebê esperado normal. É o sentimento de luto; é a perda do filho bom, do filho sadio. O luto é normal e terapêutico, no sentimento do sepultamento do filho magicamente normal, que não mais existe.

Infantic(dio Muitas mães tem pensamentos de deixar a criança morrer, chegando a pensar em estratégias como: não alimentá-la, deixá- las cair ou não tratar de resfriados e outras doenças. Culpa Na maioria dos casos as mães expressam sentimentos de culpa, referindo-se a algo que fizeram de errado e que poderia ter causado o problema, como: beber, fumar, não se alimentar adequadamente, ter atividade sexual, não ser boa mãe, não frequentar a igreja. Ter caso extraconjugal e não proceder corretamente durante o processo do nascimento do filho.

Revolta Passam a duvidar da existência de um Deus. Ficam de “mal” com a vida, achando injusto isso ter acontecido com eles. Vergonha a ira nos médicos, enfermeiros, familiares e até no próprio bebê. Tristeza/angústia/depressão Estes sentimentos acarretam muito sofrimento, mas permitem ue os pais encarem o filho como ele realmente é, sem ilusões. Resignação/fatalismo Em famílias mais pobres existe maior resignação, que pode levar uma não procura de atendimento e apresentam a fantasia de que se tivessem dinheiro poderiam curar o filho.

Negação do problema Os pais negam a si mesmo e aos que os rodeiam a existência de um filho com deficiência. Neste periodo é comum encontrarmos pais realizando peregrinações em consultórios, tentando comparar diagnósticos e fixando-se naquele que lhe parece mais ameno, preferindo deixar de lado os que julgam incômodos. É o medo da deficiência. ? o medo do filho desconhecido e inesperado. É o medo de sofrer, de buscar a realidade. A superação desta etapa tão sofrida varia de pais para pais e, quando ela ocorre, traz grande benefício para a criança.

Existem fases que passam os pais em sua convivência com o filho portador de deficiências: Fase de adaptação família x criança Os palS começam a perceber as necessidades do filho e a perder o medo de serem inadequados, havendo um decréscimo do isolamento social. Cabe aos profissionais oferecerem informações e orientações aos pais, auxiliando-os na compreensão das necessidades desse filho e sua adaptação ? ova situação. Fase de oferecer modelos, avaliar e alertar Pais e filhos aprenderam a se conhecer e se acomodar.

Os pais sentem-se gratificados quando percebem alguma evolução. Em geral são super-protetores. Fase de planejar programas para pais e filhos Os pais aprendem a fazer perguntas específicas e a pedir ajuda; mostram-se mais criticos e uestionadores, demonstr a fazer perguntas específicas e a pedir ajuda; mostram-se mais críticos e questionadores, demonstrando sentimentos de urgência e ambivalência em relação ao atendimento que estão oferecendo ao filho, bem como preocupados com o futuro.

PROCESSO DE COMPREENSÃO, ADAPTAÇÃO E ACEITAÇÃO “O momento do nascimento transforma-se rapidamente de euforia em stress agudo e angústia” Buscaglia Várias são as fases pelas quais os pais passam e reações que apresentam neste processo de compreensão/adaptação/ aceitação desse filho diferente. É importante ressaltar que essas fases não acontecem de forma sequencial e estática e que nem todos os pais passam necessariamente por todas elas. Podemos encontrar famílias com os filhos em idade adulta e ainda vivendo os sentimentos predominantes no momento do nascimento.

Relacionaremos no quadro a seguir as fases, reações mais omuns dos pais em cada uma delas, bem como a postura desejável dos profissionais frente a elas, segundo Mary Ann Newcomb: REAÇÕES – PAIS I FASES- PAIS POSTURA DESEJÁVEL DOS PROFISSIONAIS I Necessidade de apoio Buscam um culpado; choro, raiva e negação. Disponibilidade para ouvi-los; atenção Ilogo após a notícia Dificuldade de interagir com o bebê. I voltada para a família evitando julgar e I choque frente ao inesperado, ao Fecham-se em sua dor, negam-se a contatos.

Icriticar, procurando criar um canal empático I desconhecido, ao futuro imprevisível. I de comunicação. I Percepção da criança aux[lio e informações. Percepção da criança Buscam auxílio e informações. Oferecer orientações e informações: auxiliar os pais começam a perceber as I Tentam estabelecer novos contatos – outros Ina identificação e compreensão das ‘necessidades dos filhos e a perder o [pais, “velhas amizades”. ‘necessidades desse filho. Envolvê-los ‘medo de serem inadequados. Decréscimo do “isolamento social”. afetivamente: relação como seres humanos.

Conhecimento mútuo Pais e filhos aprendendo a se conhecer, Oferecer modelos, envolver os pais em maior contato possibilita visão mais I começam a criar vínculos. programas, palestras, sem exigir mais do que I ‘realista da criança. [Pais vão percebendo a evolução do filho, I tenham condições de dar. tornando-se mais participantes. Já buscam apoio, esclarecimento e sugestões. Em geral são superprotetores. I Dúvidas quanto à evolução do filho. I Aprendem a fazer críticas IAuxiliá-los em suas escolhas frente às e são mais Sentimentos de urgência e ambivalência I questionadores.

Idiferentes alternativas. em relação ao atendimento – diferentes alternativas. lem relação ao atendimento – Alguns voltam a se I Procurar desenvolver um trabalho de preocupar consigo – arcena I preocupação com o seu futuro. criança pode não ser mais o centro do l- “descobrir com eles, que o fato de terem mundo. com uma deficiência não lhes tira o lum filho Outros se envolvem com o programa e com I direito de sorrir, de reclamar, de chorar, de outros pais. Iserem pais como modelo e facilitadores juntol Recorrem a recursos da comunidade.

Oferecer modelos, auxiliá-los a se a pais de outras crianças Alguns já reconhecem que Ivalorizarem como pessoas. tristeza e Pais ensinando espontaneamente e frustrações são sentimentos normais e são I Facilitar relação mais próxima com eus fazendo adaptações criativas. I capazes de expressar alegria com as filhos – falar de seus sentimentos. I conquistas do filho. Compartilhar, trocar vivências e ensinar outros pais Em nossa experiência, trata-se de um longo processo e a compreensao nao trata-se de um longo processo e a compreensão não implica em aceitação, pois esta última está muito mais ligada a aspectos emocionais.

Solange Ferreira da Silva, estabelece diferença entre o aceitar e o assumir. Para ela aceitar “implica em que a pessoa que aceita não se sinta mais infeliz, diminuída ou diferente por possuir uma riança deficiente”; e assumir “implica em que a pessoa que assume tome providências, inclusive participando delas, a fim de que aquilo que for necessário fazer para abordar o problema da criança seja feito”. Assumir não implica na concomitante aceitação parcial ou completa do problema elou da criança. ?quela dor que fica guardada e que em períodos marcantes aflora, aumentando a ansiedade dos palS – alfabetização, entrada na puberdade, interdição, envelhecimento e outros, Okshansky (1962) denomina de ‘tristeza cronica” Daí a importância de se trabalhar com Grupos de Pais para que ão percam sua identidade como pessoas em primeiro lugar, pais em segundo e pais de uma pessoa portadora de deficiência em terceiro lugar. Quando se recebe a notícia de que seu filho nasceu com alguma imperfeição, angústia, amor, compaixão, medo e infelicidade brotam e brigam em seu de um pai) Melanie Klein (1932) Segundo Melanie Klein (1932), um filho na idade adulta representa, para a mulher, a possibilidade de atestar a integridade de seus objetos bons internos, bem como a integridade próprio interior do seu corpo.

Além de representar um “bom”‘ conteúdo interno, o filho representará para a mulher o desmentido da realidade a todos os temores oriundos de suas fantasias sádicas” (KLEIN, 1932 _301 _ Ao representar um objeto bom, o filho invalida os te her acerca de sua fe 1932, p. 301). Ao representar um objeto bom, o filho invalida os temores da mulher acerca de sua feminilidade. O nascimento do filho, em seu inconsciente, não significa tão somente que o interior de seu corpo e os bebês imaginários se encontram ilesos e novamente perfeitos, mas vem invalidar todas as classes de temores associados com crianças.

Ele demonstra que os bebês no interior de sua genitora (seus irmãos e irmãs) e pênis do pai (ou o pai), que foram vítimas de seus ataques imaginários, assim como sua própria mãe estão ilesos e novamente restabelecidos em sua integridade (KLEIN, 1932, p. 301). Quando, na vida adulta, a mulher dá a luz a uma criança com problemas, seu temor de ter a feminilidade atacada se renova, e o filho ao invés de representar um objeto bom que apazigua as ansiedades infantis, passa a representar para ela um mundo interno habitado por objetos persecutorios e vingativos.

De acordo com esta perspectiva teórica, o nascimento de uma criança portadora de deficiência reativa, na mulher, a angústia rimordial vivida no Édipo arcaico de ter o interior do corpo danificado, atestando, assim, a eficácia dos ataques sádicos infantis. Klein (1932) afirma que, enquanto o filho sadio pode ajudar a mulher a combater seus temores, concernentes aos ataques sádicos feitos aos seus objetos na infância, um filho que não é considerado sadio ou normal pode perturbar o seu equilíbrio psíquico.

Segundo esta autora, este filho poderá ser encarado como um inimigo ou um perseguidor. Quando isto acontece, a mulher terá a sensação de ter sido castigada e de ter perdido seus objetos bons internos. Diante desta Situação, haverá um desamparo muito parecido com aquele vivido nos primórdios da vida. segundo Klein (1957 PAGF um desamparo muito parecido com aquele vivido nos primórdios da vida. Segundo Klein (1957), o ser humano, logo após o nascimento, experimenta ansiedades de fontes internas e externas.

A fonte interna de ansiedade é a pulsão de morte, que gera o medo de aniquilamento e a ansiedade persecutória. A fonte externa de ansiedade encontra-se na experiência do nascimento, em que a dor e o desconforto sofridos pelo bebê são sentidos como um ataque realizado por forças hostis. Assim, o nascer, o ser humano está tomado pela angústia de ser destruído por sua própria pulsão e por uma influência externa que ele sente ser hostil.

Esta angústia de aniquilamento vai sendo apaziguada à medida que as experiências repetidas de satisfação com os objetos oferecem a sensação de segurança contra a destruição. Desta forma, quando um objeto bom está ausente onde se esperava sua presença para apaziguar a sensação interna de destruição, o que ocorre é o desamparo diante da pulsão de morte. Assim, quando um filho adquire a representação de um objeto “mau” e perseguidor, quando deveria representar um bjeto “bom”, a mulher vive uma situação de desamparo.

O desamparo e o vazio provocados pela sensação de ausência de objetos bons podem ser exemplificados através da experiência de mães que relatam que, muito antes da gravidez, já possuíam um temor de ter um filho deficiente, cuja origem não sabiam explicar. Os primeiros impactos provocados pelo nascimento do filho deficiente são um profundo desespero, luto e vontade de morrer. O relato destes impactos sugere que este nascimento traz a sensação de concretização das fantasias arcaicas de destruição, deixando-as por muito tempo com um sentimento de azio, como se algo lhes tivesse sido tirado.

O de deixando-as por muito tempo com um sentimento de vazio, como se algo lhes tivesse sido tirado. O desamparo e o vazio vividos pela ausência de objetos bons instauram a dor e o desespero psiquco. Desta forma, é possível compreender quando Klein afirma que um filho que não é considerado sadio perturba o equilíbrio psíquico da mulher. Quando o psiquismo está dominado pela sensação de ser habitado por objetos persecutórios e pela angústia de aniquilamento, a relação da mulher com sua criança e com as pessoas, de modo geral, será dominada pela desconfiança.

Haverá desconfiança acerca da permanência do amor dos objetos, uma perturbação da própria capacidade de amar (havendo a presença constante de sentimentos de raiva em relação ao filho) e um afastamento social em razão do temor de ser hostilizada, uma vez que os objetos estão sob suspeita, por serem sentidos como persecutórios. Estas mulheres parecem temer a hostilidade das outras pessoas como se estas últimas fossem acusá-las pela deficiência do filho, pois é assim que elas parecem se sentir, responsáveis pelo que aconteceu, como se a deficiência fosse sentida inconscientemente omo a prova de um crime praticado na infância.

Estudos pslcanallticos sobre o drama edipiano mostraram que, em nossa infância tramamos cometer os piores crimes que alguém pode ser acusado: o parricídio e o incesto. Tais crimes, apesar de não terem sido cometidos permaneceram como desejos e por isso fazem com que nos sintamos culpados. Talvez possamos acrescentar a esses dois crimes um terceiro, o da destruição feroz à criatividade da mãe e aos bebês que ela gerou ou poderia gerar. Essa destruição também não se realizará, mas o desejo infantil de destruir é o próprio crime, que na idade adult

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