Escola

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Objetivo: este breve ensaio tem por objetivo, com base no texto “A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e ? cultura” de Pierre gourdieu, explorar os acontecimentos do filme “Entre os muros da escola”, analisando de que forma a origem social dos alunos e a própria constituição da escola enquanto instituição contribuem para o sucesso ou insucesso dos alunos no regime escolar. A teoria de Bourdieu O sociologo francês Pierre Bourdieu em seu texto “A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura” se Swipe to page propõe primeiramen francês é democrátic mesmas oportunida ultural.

Conforme s “sistema escolar univ oril S”ipe to view , o sistema escolar eus alunos as isição de capital bemos que o tal Ilhos da camada superior quarenta vezes mais chances de ingressar no ensino superior do que aos filhos dos operários. Como isso pode ser explicado dentro de um sistema que se proclama democrático e universal? Bourdleu diz que, a principio, tais diferenças se explicam pelo talento e gênio individual dos estudantes. Mas essa explicação não se dá de forma empírica; muito pelo contrário, é um mito criado e passado adiante pelas classes dominantes e pelo próprio sistema escolar.

As classes dominantes se servem dessa justificativa para legitimar seu acesso privilegiado à educação e o sistema escolar, vergonhosamente, também necessita dess dessa desculpa para justificar a falta de êxito da maioria dos alunos. O autor aponta também que, infelizmente, o mito também é “comprado” por aqueles prejudicados pelo sistema, que acreditam ser deles a falta de capacidade, tanto material quanto simbólica, de ascenderem culturalmente na sociedade. Servindo-se de uma série de dados estatísticos, Bourdieu mostra como a origem social dos alunos intervém decisivamente no seu sucesso escolar.

O que torna o elo entre as camadas superiores e a escola tão forte é o fato de a cultura de ambos se assemelhar profundamente, fazendo com que esses jovens tenham ampla vantagem na corrida escolar pelo ensino superior, largando na frente. O extremo oposto ocorre com aqueles cuja cultura doméstica diverge drasticamente da cultura escolar: esses precisam de muito mais esforço e dedicação para superar a diferença. Essa diferença entre os alunos poderia ser parcialmente resolvida se a escola considerasse as diferenças de origem social e, portanto, de capital cultural, e não pressupusesse conhecimentos prévios ao ingresso escolar.

Nao é isso que se vê, no entanto. Num pacto silencioso e eficiente, as camadas privilegiadas e o sistema escolar dificultam imensamente o trajeto escolar daqueles que, já desprovidos dos conhecimentos dos “bons alunos”, ainda devem ter excelente desempenho para se manterem “academicamente ativos”. E não é de surpreender que esse processo culmine continuamente na exclusão dos alunos da rede escolar. A dominação da mentalidade dos alunos desprivilegiados e suas famílias tem valor si PAGF70F11 escolar. familias tem valor simbólico e se insere no que se pode chamar de “universo de possíveis”.

Diz Bourdieu: “Se os membros das lasses populares e médias tomam a realidade por seus desejos, é que, nesse terreno como em outros, as aspirações e as exigências são definidas, em sua forma e conteúdo, pelas condições objetivas, que excluem a possibilidade de desejar o impossível” (pag. 47). É possivel dizer então que, enquanto instituição socializadora central na vida dos alunos, a escola influencia a trajetória social dos alunos desprivilegiados no sentido de conservá-la no seu estado de origem, isto é, ela não se compromete com a ruptura blográfica desses alunos.

E isso se torna ainda mais grave tendo em vista que se anuncia aos quatro entos em todos os cantos que a escola tem o potencial transformador, o poder da mobilidade social. Dessa forma, por mais contraditório que possa parecer, é que a equidade da escola se torna injusta. Ao desconsiderar as diferenças entre os alunos, a escola já começa a fazer uma rigorosa seleção de seus participantes, de forma que essa seleção destrói as iguais oportunidades de escolarização entre os alunos de diferentes origens sociais.

E as desigualdades perpetuadas pela escola não param por aí: o processo de seleção que distribui vantagens e desvantagens entre os alunos tem também um caráter cumulativo. Assim, valorizando aqueles que ja partilham do seu capital cultural e excluindo os que não partilham dele, a escola deixa de ajudar quem rea PAGF30F11 capital cultural e excluindo os que não partilham dele, a escola deixa de ajudar quem realmente precisa dela. “Entre os muros da escola” O filme francês de Laurent Cantet, “Entre os muros da escola” (Entre les Murs, 2008) perpassa questões do cotidiano escolar que refletem problemas maiores no âmbito social.

Sob muitos aspectos, o filme parece ilustrar a teoria de Pierre Bourdieu acerca da escola como instituição que preserva as desigualdades sociais. Uma das problemáticas mais marcantes abordadas no filme é justamente a crença na escola como fator de mobilidade social, vista sob diversos ângulos. Sobretudo no momento em que o professor de língua francesa François tem reuniões particulares com os pais dos alunos, podemos ver como os pais de diferentes origens sociais se portam diante da posição da escola na vida dos filhos.

Apresenta-se o pai que afirma querer se orgulhar do desempenho do filho na escola, deseja que ele tenha boas notas e, portanto, um futuro melhor, além de mencionar que “investe muito no filho”. Há também a mãe que quer que o filho, que ? já bom aluno, vá para um liceu melhor, pois considera que o liceu em que ele estuda no momento seja “mediano”, e acredita que num liceu mais bem conceituado a educação será mais sofisticada.

Esses dois são exemplos de bons alunos, que tudo indicava já possuirem certo capital cultural, e o discurso dos pais perante o professor confirma que eram estimulados em casa a serem bons alunos e versados na “linguagem escolar. Pode-se verificar até certa arrogância da mãe que, PAGFd0F11 bons alunos e versados na “linguagem escolar. Pode-se verificar até certa arrogância da mãe que, com o sucesso escolar de seu ilho, deseja colocá-lo no que ela considera uma escola melhor, provavelmente sob a premissa de que a absorção de capital escolar do garoto já ultrapassou o que a escola tinha a oferecer.

Isso mostra que, como disse Bourdieu, as “oportunidades de ascensão pela escola condicionam as atitudes frente à escola” (p. 49), que no caso desses pais são atitudes de reforço positivo, pois as oportunidades de ascensão lhes parecem abertas. Da mesma forma que esses pais são condicionados culturalmente a investir tudo o que têm na escola pensando no futuro, também as pessoas bem sucedidas no sistema são evadas a crer que, sem o capital escolar, não é possível fazer progresso algum.

No filme, podemos verificar isso na cena em que o professor de informática irrompe na sala dos professores espumando de raiva porque, segundo ele, seus alunos não tinham o menor respeito por ele, comportavam-se como animais no cio e não demonstravam o menor interesse pela aula. O desabafo do professor se completa quando ele diz que também não se importa mais com seus alunos e que, se não se interessam pela aula e não querem evoluir, eles que “continuem em seus balrros de merda”.

Temos aí a clara percepção da crença na mobilidade social través da escola. Quando os alunos rejeitam o conteúdo escolar, o professor rejeita os alunos, taxando-os como pessoas sem vontade ou capacidade de evoluir, deixando assim entrever que, no seu ponto de vista, pessoas sem vontade ou capacidade de evoluir, deixando assim entrever que, no seu ponto de vista, o único modo de evoluir é através do conhecimento que a escola tem a oferecer, desprezando, junto com os bairros onde moram os estudantes, também toda a cultura dos mesmos.

Esse “absolutismo” imposto pelo regime escolar em relação aos seus conteúdos claramente se impõe como uma barreira uitas vezes intransponível para os estudantes provenientes de classes populares. A inflexibilidade da linguagem escolar desqualifica toda uma vida de aprendizados que os alunos já acumularam até o ingresso na escola e também nas suas vivências extraescolares e é bastante improvável que com tal abordagem limitada a escola chegue a se sobrepor à vivência doméstica.

Durante muitas das cenas em sala de aula, o espectador é testemunha do descaso dos alunos em relação ? escola, mas pouco se pensa em como isso pode ser uma reação dos estudantes ao descaso da própria escola em relação à sua cultura. Num dado momento, quando o professor François se propõe a ensinar aos alunos em sala o tempo verbal “imperfeito do subjuntivo” , ele é questionado por uma aluna quanto ? utilidade daquele tempo verbal no seu cotidiano, afirmando que jamais falaria daquele jeito em casa com a sua mãe.

François responde que é verdade, mas que são registros usados em situações diversas que devem ser dominados da mesma forma, de modo que se possa circular entre os registros como for mais conveniente. Mas em nenhum momento vemos o professor abordando o registro informal em sala de aula. Como Mas em nenhum momento vemos o professor abordando o egistro informal em sala de aula.

Como explica Bourdieu, “a linguagem é a parte mais inatingivel e a mais atuante da herança cultural, porque, enquanto sintaxe, ela fornece um sistema de posturas mentais transferíveis, solidárias com valores que dominam toda a experiência, e como, por outro lado, a linguagem universitária [isto é, aquela do professor] é muito desigualmente distante da língua efetivamente falada pelas diferentes classes sociais, não se pode estabelecer educandos iguais em direitos e deveres frente à lingua universitária e frente ao uso universitaria da Íngua, sem se condenar a creditar ao dom um grande úmero de desigualdades que são, antes de tudo, desigualdades sociais” (p. 56).

Em oposição aos pais e mães de classes superiores que apostam suas fichas na educação escolar pois conhecem de perto o funcionamento dessa instituição, pais e mães de alunos de classes menos abastadas encontram sérias dificuldades para se relacionar com a instituição escolar por estarem desprovidos eles mesmos do capital cultural adotado pela escola. É o caso, por exemplo, do aluno do Mali que apresenta sérios problemas comportamentais e acadêmicos e cuja mãe nem mesmo sabe falar francês para se inteirar do que acontece com seu filho. Dependente de traduções e sem acesso à vida escolar do filho, a mãe se ve impotente quando o filho é julgado sob pena de expulsão perante o conselho da escola após um incidente em sala de aula. É claro que a questão dos imigrantes deve ser mais profudamente incidente em sala de aula. profudamente discutida em tal caso, o que vai além do escopo do presente ensaio.

O filme discute com prmor a questão do imigrante na França através dos conflitos dos alunos imigrantes em sala de aula. Vemos o professor de francês se esforçando ao máximo para unir os alunos através da única coisa que dealmente poderia unir todos aqueles alunos tão diferentes, a língua francesa. Mas, ao que parece, a forma como a língua é ensinada na escola deixa a desejar quanto ao seu potencial de estabelecer elos entre os alunos estrangeiros e franceses, porque também não leva em conta as diferenças entre eles. A transmissão de conhecimento se pretende soberana e incontestável e afasta de si aqueles que mais dependem dela para obterem êxito escolar.

Apesar de Bourdieu não abordar a questão dos imigrantes em seu texto, dentre as muitas situações delicadas que se criam na escola em função das diferentes nacionalidades dos alunos, é ossível destacar uma que coloca em evidência a diferença que o capital cultural doméstico pode fazer na vida do aluno, ainda que a cultura e a língua dos seus pais sejam totalmente diferentes daquela da escola. Há um aluno chinês que é dedicado, estudioso e se comporta muito em sala de aula. Com o francês ainda não se sai muto bem, mas é bom em matemática e seu futuro parece promissor. Está na França há pouco tempo, mas já é querido entre os professores e a coordenação da escola. Na reunião com o professor François, os pais do garoto mal podia professores e a coordenação da escola.

Na reunião com o rofessor François, os pais do garoto mal podiam se fazer entender com o francês que falavam, mas temos a impressão de que a lingua não parece ser um grande impedimento, posto que a atitude do aluno é tão bem quista por ambas as partes. Após um tempo, chega a noticia que o aluno estava sob risco de ser enviado de volta à China e os professores imediatamente discutem como podem ajudá-lo a permanecer, cogitando até mesmo irem à justiça. Por outro lado, temos o aluno do Mali, que fala bem o francês, mas apresenta dificuldades acadêmicas, comportamento agressivo e um marcante desinteresse pelas aulas (ao menos quela que podemos presenciar, de francês).

Esse aluno africano é constantemente mandado para fora de sala de aula, leva continuas advertências para casa, falta com mais frequência do que assiste às aulas e podemos ver que está envolvido em brigas e discussões repetidas vezes. Esse aluno, após um episódio de desacato ao professor que acaba deixando outra aluna ferida, é mandado a conselho de classe, ocasião que os professores admitem ser apenas uma última rodada de discussões inútil antes da expulsão do aluno. Como é de se esperar, o aluno é de fato expulso da escola. Ao contrastar os dois exemplos exibidos no filme, podemos oncluir que o capital cultural de ambos os alunos foi decisivo para o seu desempenho escolar.

Vemos claramente que a adesão do aluno chinês à conduta escolar desejada cria uma afeição que toma proporções que ultrapassam o racionalismo, isto é, essa PAGF40F11 desejada cria uma afeição que toma proporções que ultrapassam o racionalismo, isto é, essa empatia mobiliza a escola de tal forma que se cogita interceder pelo aluno na justiça, algo que se diria estar além do papel da escola (o que, no entanto, não significa que não seja uma ação caridosa e bem intencionada). É como e a escola não pudesse ser dar ao luxo de perder um aluno como aquele. Já o aluno malês problemático, aquele com o qual a escola não sabe lidar, embora seja sua obrigação encontrar uma forma de adaptá-lo, seja ela qual for, é tratado como um estorvo e a situação extrema que se cria não emerge como uma oportunidade de refletir o sistema escolar, mas sim de livrar- se do próprio aluno.

A vivência doméstica desse aluno não lhe investlu do capital cultural necessário para a compreensão das práticas escolares e seu ajustamento a elas; sua herança cultural nem ao menos lhe propiciou a “boa vontade cultural vazia” de ue fala Bourdieu. O discurso social que diz que a escola nao é para ele foi reforçado dentro da própria escola, que diante da informação de que sua expulsão poderia fazer com que seu pai o enviasse de volta ao Mali, não se comoveu nem um pouco. Assim, são eliminadas suas chances de adaptação social, confirmando sua suposta inferioridade. É claro que a escola não atribui a si mesma a culpa pelo acontecimento. O que se observa é uma atribuição dos destinos escolares ao dom individual. Mas, na realidade, “é suficiente que a escola (… ) consiga convencer os indivíduos a se submeterem ao seu veredicto e persuadi-los de

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