Fichamento: a américa pré-colombiana de ciro flamarion s. cardoso

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Fichamento: A América Pré-colombiana de Ciro Flamarion S. Cardoso Neste livro Ciro Flamarion S. Cardoso, nos apresenta à América Pré-colombiana, mas não a América dos incas, maias ou astecas e sim a América pré-histórica. Da chegada dos primeiros grupos humanos ao continente, como viviam, como era sua estrutura econômica e social, suas tecnologias e seu desenvolvimento através do tempo. Fichamento: William Cirilo Teixeira Rodrigues Introdução. (P. 07) As inúmeras ci continentes foram di e da conquistas (séc. roblemas de docum De documentação: o entes no oril ad d abrimento europeu e XVI da derivam vários íram monumentos, obras de arte e queimaram quase todos os códices[l], além da destruição fisica da maioria dos natlvos americanos, entre eles os sábios portadores da cultura oral desses povos. (208) De interpretação: nas regiões indígenas e mestiças da América, o trauma da conquista e da colonização se prolonga até hoje, expressando-se na oposição entre “hispanistas” e “indigenistas”. Que em ambos os casos, são posições unilaterais, distorcidas e idealizadas. P. 09) Podemos dividir em três grandes grupos os documentos de que dispomos para o estudo da antiguidade americana[2]: em rmeiro lugar as fontes dlsponiveis para toda a América, que são restos arqueológicos, mapas lingüísticos, textos escritos pelos colonizadores ou funcionários da coroa etc. Segundo, fontes disponíveis principalmente pa para a Meso-América e a zona andina central, como textos em línguas indigenas, provenientes da tradição oral, escritos com caracteres latinos depois da conquista.

E por ultimo, fontes disponlVeis somente para a Meso-Aménca como códlces ou livros de pinturas dos quais somente quarenta são Pré-colombianos, e o resto do século XVI feitos segunda a tradição indígena. P. 10) Conhecida as fontes, qual é o método que deve ser aplicado? O único método aplicável ao passado indígena é o arqueológico. Trata-se da reconstrução de culturas desaparecidas através dos vestígios materiais por elas deixados.

Outra metodologia muito importante para os estudos pré-colombianos é a da etno-história, o uso critico de documentos diversos para a reconstrução das estruturas económicas, socials, politicas e intelectuais dos diversos grupos indígenas, eliminando as visões deformadas induzidas por uma documentação repleta de uma visão eurocêntrica do mundo. (P. 1) A etno-história se apóia ainda em métodos antropológicos e historiográficos. Entretanto, em regiões fartas em fontes como é o caso da Meso- América, o método historiográfico tradicional, baseado na análise de documentos e na tradição oral já é suficiente.

Por fim, deve ficar claro que não é possível construir um saber histórico sobre a América pré-colombiana comparável ao que possuímos sobre a Grécia ou a Roma. Sociedades Pré-Agrícolas: O povoamento da América. (P. 12) Esta é uma questão que permanece sem solução cabal, mas convêm resumir os pontos sobre os quais hoje há um onsenso geral: 1) a impossibilidade de uma evolução autóctone do homem ter-se produzido na Amér PAGF70F11 do homem ter-se produzido na América, pois todos os esqueletos humanos encontrados são do tipo Homo sapiens sapiens que tem no máximo cinquenta mil anos. P. 16) 2) a rota que conduz da Ásia à América do Norte, seja pelo estreito de Bering, seja pelo arquipélago das Aleutas, é considerado a rota principal. 3) admite- se a existência de um Paleolítico Americano. 4) acredita-se que o povoamento se fez em diversas ondas e no curso de longos períodos e não em uma entrada única. Quanto a antiguidade máxima do povoamento, utilizando-se do carbono 14, é data do século X a. C. (P. 1 7) Acreditava-se que o povoamento da América veio totalmente da Asia e que todos os indígenas americanos pertencessem à raça mongolóide. (P. 8) Isto apesar de já conhecerem o “homem de Lagoa Santa” (MG) descoberto por volta de 1840, que data de uns dez mil anos e que nada tem de mongolóide. Então é absurdo insistir na unidade mongolóide dos povoadores, já que não existiam mongolóides, mas apenas proto-mongolóides. É possível que essa onda de proto- mongolóides tenha sofrido algum tipo de mutação ou variação enética durante milênios e que algumas ondas de mongolóides autênticos tenham chegado a América posteriormente. Entretanto, hoje, a idéia mais aceita é a de um povoamento heterogêneo em várias ondas: asiáticas, australianas, melanésia e polinésia.

Essa hipótese se apóia no estudo lingüístico, que busca entender como em alguns milênios se formaram no continente dois mil e seiscentos idiomas. (P. 19) A explicação mais plausível sobre a travessia do estreito de Bering diz que PAGF30F11 seiscentos idiomas. (P. 1 9) A explicação mais plausível sobre a travessia do estreito de Bering, diz que como os migrantes não possuíam embarcações, eles conseguiram atravessar ao estreito graças à ultma glaciação que fortaleceu as geleiras e faz baixar o nível do mar. (220) O nível cultural dos primeiros povoadores é objeto de grandes polêmicas, como veremos a seguir.

Existiu na América uma etapa cultural anterior ao Paleolítico Superior. (P. 21) Há uma discussão a respeito de saber se antes dos caçadores especializados em grandes animais, armados com projéteis pontiagudos feitos em pedras, existiam na América grupos: 1) com utensllios toscos e rudmentares que mpossibilitavam o ataque frontal a caça. 2) vida baseada na coleta e na caça não especializada (que se aproveita de animais enfraquecidos, doentes ou presos em pântanos). 3) população baixa, devido ao nível primitivo das forças produtivas. (P. 2) A maioria das provas arqueológicas para afirmar a existência dessa etapa ficam na América do Sul. Entretanto as dúvidas permanecem devido: 1) alguns sítios arqueológicos são superficiais, impedindo a datação, e outros nem foram datados. 2) Em certos casos a datação com carbono 14 foi falha e precisou ser revista. 3) Em alguns sítios existem a duvida se os artefatos ão mesmos produzidos pela espécie humana ou são frutos de formações naturais. 4) Alguns sítios são tao pobres que não é possível afirmar a ausência de um paleolitico superior.

S) Grupos humanos tecnicamente avançados podem produzir ferramentas de aparência tosca para suprir certas necessidades e isso engana os pesquisadores. (P . 23) PAGFd0F11 aparência tosca para suprir certas necessidades e isso engana os pesquisadores. (P . 23) Cada vez mais especialistas aceitam a existência de uma etapa cultural americana anterior ao paleolítico superior. Entretanto, ao se aceitar isso surge uma questão, na Europa, na ?frica e no Oriente Próximo, o paleolítico superior se desenvolveu entre hominídeos fósseis[3], e como já vimos na América não há hominídeos anteriores ao Homo sapiens sapiens.

Isso ocorre simplesmente pela transferência do atraso tecnológico dos povos que migraram para a América. O paleolítico superior (P. 24) Entre 11000 e 7000 a. C, grupos humanos dotados de tecnologla lítica[4] já caçavam grandes animais da megafauna. O exame arqueológico deste período mostra: 1) Maior quantidade de sítios, que indica um aumento demográfico. 2) Surgimentos de diferentes tipos de pontas de projéteis (ponta de lança). ) Continuidade da caça e da coleta não especializada. , com algumas modificações.

Discute-se muito sobre a origem das pontas de projétil: seria uma difusão a partir da Ásia ou uma invenção autentica americana. A ultima hipótese parece mais provável, por razões tipológicas e cronológicas. (P. 26) Entretanto, é um erro imaginar que todos os nativo americanos fossem caçadores de animais grandes. Em certas regiões sim, em outras a coleta era a base principal. Devemos imaginar dois conjuntos pancontinentais, refletidos em dois modos de vida básicos, caça é coleta generalizadas de um lado e aça especializada de outro. O Mesolítico. (P. 7) O fim do ultimo período glacial, marcado pela transição entre o pleistoceno e o Holoceno[5], começou na ultimo período glacial, marcado pela transição entre o Pleistoceno e o Holoceno[5], começou na América com atraso em relação ? Europa, entre 8800 e 7000 a. C e completou-se por volta de 600 a. C com a retirada das geleiras abrindo caminho para uma fase seca que se prolongou até 3000 a. C. (228) A fauna do Pleistoceno sofreu um lento processo de extinção. E a flora se modificou. Evidentemente todas estas transformações provocaram mudanças no modo de vida e nos adrões tecnológicos dos habitantes da América. P. 29) Às modalidades de subsistência que já existiam (coleta e caça generalizada e caça especializada) vieram se juntar a exploração especializada de moluscos, e outros recursos marinhos, a pesca marinha ou fluvial, a coleta de vegetal especializado, etc. A organização social dos grupos humanos pré-agrícolas. (P. 31) O grupo de caçadores e coletores é considerado um “bando”. Um bando é sobretudo uma associação residencial de famílias nucleares ou restritas, segundo um sistema exogâmico[6] e virilocal[7].

O trabalho é dividido segundo o sexo coleta para as mulheres e caça para os homens) e o produto sofre um processo de distribuição imediata. Um bando tem em médla 25 pessoas e integram uma ‘tribo dialetal”, com cerca de 500 indivíduos. (232) Como todos os bandos são nômades o numero de objetos fabricados e usados é mínimo. A base social é o parentesco mínimo, sem genealogias longas e culto aos antepassados. Idade e sexo são os únicos elementos de diferenciação social, o poder é baseado no prestígio pessoal é temporário e não traz privilégios.

Em épocas de fartura os bandos se unem formando macro temporário e não traz privilégios. Em épocas de fartura os bandos se unem formando macrobandos, e nos meses mais difíceis ocorre uma dispersão. Sociedades Agrícolas pré-urbanas. (P. 34) A “revolução neolítica” e sua difusão. A noção de uma “revolução neolítica” que pode ser entendida como o surgimento de novas tecnologias que possibilitou aos grupos humanos a transição da situação de predadores da natureza para produtores foi popularizada há meio século pelo arqueólogo V.

Gordon Childe. (P. 35) Hoje, a noção de “revolução neolítica” sofre diversos ataques. Em primeiro lugar, tal expressão pode dar a idéia e algo rápido e “explosivo” quando na verdade se estendeu por milênios. É c aro que se colocarmos as transformações do neolítico na perspectiva global da pré-história humana, elas pareceram rapidíssimas em comparação com os dois milhões de anos do paleolítico. (P. 6) Acreditava-se no passado na existência de um só foco de desenvolvimento da agricultura e da criação, situado no Oriente Próximo, e que de lá essa tecnologia se espalhou pelo mundo, se adaptando aos mais variados ambientes. Hoje acredita-se na teoria de que houve uma invenção da agricultura na América ndependente da do Velho Mundo, embora ainda haja alguns problemas ligados à origem botânica de certas plantas cultivadas na América. (P. 37) No caso da América, a domesticação de plantas foi incomparavelmente mais rica do que a de animais.

Na Meso- América, a parti de 7. 000 a. C foram domesticados o milho, o feijão, a pimenta, a cabaça, uma espécie de cão comestível e o peru, na zona Andina por volta de 5. 000 a. C a batata, a quinoa, a cabaça, de cão comestível e o peru, na zona Andina por volta de 5. 000 a. C a batata, a quinoa, a cabaça, o feijão e a lhama, na América do Sul mandioca. O neolítico americano, ao difundir-se a partir de seus focos, originou duas grandes tradições agrícolas; uma baseada na semeadura, colheita e armazenamento de grãos, de cereais e leguminosos.

E a outra, na plantação de mudas, raízes e tubérculos. (P. 40) A descrição sobre a domesticação de plantas e animais não responde, “o porquê dela ter sido empreendida? ‘ Há algumas décadas, quase todos os pré-historiadores viam os inícios agrícolas como uma resposta às drásticas mudanças ecológicas e climáticas da passagem do pleistoceno para o Holoceno. porém, o Oriente Próximo e a Meso-América foram regiões pouco afetadas por tais mudanças. (P. 41) Assim, surgiram novas hipóteses. R. raidwood, acredita numa causalidade cultural: o Neolítico seria causado simplesmente,por uma acumulação de conhecimento agrícolas e pastoris. L. Binford vê o desenvolvimento agrícola deste período como uma resposta ao crescimento demográfico causado pela imigração. Já K. Flannery considera a passagem da vida nômade de caçadores-coletores à sedentária de agricultores, marcada pelo fato de que certas plantas, como o milho, ao serem domesticas e aperfeiçoadas responderam bem, permitindo inalmente uma “explosão” de recursos e conseqüentemente demográfica. P. 42) Por fim, existem diversas teorias sobre o surgimento da agricultura no continente, e talvez tenham que receber respostas variadas segundo os casos, em função de circunstancias e ambientes distintos. Outro tema muito debatido é o da or casos, em função de circunstancias e ambientes distintos. Outro tema muito debatido é o da origem da cerâmica no Novo Mundo. A mais antiga foi encontrada na costa do Equador (3200 a. C), e por se assemelhar com a cerâmica do período Jomon médio do Japão, levantou a hipótese de um contato asiático ranspacífico.

A diversificação cultural dos grupos agrícolas pré-urbanos. (P. 43) Ao fim da era pré-colombiana (séc XV), Pierre Chaunu divide o continente americano em três áreas de acordo com ? agricultura e o povoamento: 1) Uma área de 2 milhões de Km2 (5% do continente) e que continha 90% da população do continente: a ilha do Haiti e República Dominicana, planaltos centrals do México, a reglão do chibchas na Colômbia e região quíchua-aimará nos Andes Centrais.

Tinha uma densidade demográfica média de 35 a 40 habitantes por Km2. Com uma dieta composta de batata e milho e ossuindo tecnologias de irrigação e plantio em terraços 2) Outra região de 2 milhões de Km2: planícies e planaltos maias. Agricultura baseada no milho e apresentando uma densidade demográfica de 2 a 5 habitantes por 2 milhões de Km2. (P. 44) 3) No resto do continente, onde a caça, a coleta e a pesca predominavam, e quando multo uma agricultura primitiva que só permitiam densidades baixas e modos de vida nômades.

Esta situação constitui o ponto fundamental de diferenciação entre a “área nuclear”‘ (Meso-América e Andes centrais, cultural e demograficamente) da América pré-colombiana, e as “culturas arginais” que recebem por difusão muitos elementos da “área nuclear, Mencionaremos agora áreas que mesmo sem atingirem a etapa das cidades e dos PAGF40F11 elementos da “área nuclear”, Mencionaremos agora áreas que mesmo sem atingirem a etapa das cidades e dos Estados, exibiram complexos culturais bem avançados, com esboços de hierarquia e existência de um artesanato de boa qualidade. 245) Entre as numerosas sociedades pré-urbanas da América que já apresentavam considerável complexidade cultural citemos com exemplo: as culturas pueblos do sudoeste dos EUA, as diversas culturas do noroeste argentino, diferentes grupos ulturais da América Central e as culturas chibcha e San Agustin da Colômbia. A organização econômico-social dos agricultores pré-urbanos. (247) Os grupos agrícolas pré-urbanos caracterizam-se por dois tipos de organização social, a tribo e a chefia.

As tribos são sociedades subdivididas em unidades sociais multifamiliares. As relações de parentesco tem um caráter multifuncional funcionando ao mesmo tempo como relações econômicas, políticas e ideológicas. (P. 48) As chefias surgem quando há uma hierarquia de prestígio entre linhagens, chegando a ser hereditário o cargo de hefe. Ainda não há uma estratificação em classes sociais e a sociedade ainda se basela no parentesco. orém, o chefe, como redistribuidor dos bens que concentra, pode manter uma corte. (P. 49) A explicação marxista tradicional a respeito das sociedades tribais pré-urbanas baseia-se na noção de “comunidade primitiva”, e foi elaborada por F. Engels. Segundo ele, à horda primitiva sucedeu o regime de clãs. A produtividade do trabalho tornou possível a associação dos homens em grupos menores e mais estáveis. Porém, tais grupos permanecem em contato com o restante da c

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