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CAPÍTULO II ANALISE DO SETOR TEXTIL 2. 1. Introdução Como já foi colocado anteriormente, o setor selecionado para observação de um processo específico de inovação tecnológica, foi o têxtil. Antes da pesquisa se concentrar em uma ilha de inovação, ela é conduzida, através de um estudo bibliográfico, a analisar o setor têxtil. A pesquisa nesta fas I OF IS posslVel, estudando t os Swipe to page durante a década de ser o mais exaustiva itidos pelo setor Como orientação metodol gica oi seguida a “Analise de la Filierei’ (Uma versão preparada pelo prof.

Bruno Kopptike – UFSC), ara o estudo do setor. No momento que se partiu para o campo, entrevistando executivos do setor, para uma complementação dos dados já reunidos e para formular as primeiras conclusões, procurou-se seguir as referências colocadas por Michel Porter, no seu modelo de forças competitivas. Estudar com profundidade para garantir uma compreensão precisa do setor onde se pretende fazer a pesquisa é relevante. É como formar uma base sólida para então caminhar sobre ela. atérias-primas e vários outros insumos. Destaca-se como estimulador da criação de outras indústrias, entre as quais de áquinas têxteis, de fibras artificiais e sintéticas, de embalagens, de drogas e anilinas. Não se pode ormtir a imensa massa trabalhadora, existente na produção de fibras naturais, na lavoura e na pecuana ovlna. Embora indefinido o número de trabalhadores diretamente agregados ao processo produtivo têxtil, estima-se em aproximadamente, um milhão de pessoas.

Seu desempenho no comércio exterior, onde compete com parses de maior tradlção, proporcionando uma geração liquida de divisas das mais significativas de todo o setor industrial, cerca de um bilhão de dólares anuais, realça ainda mais sua importância o cenário econômico nacional. Para ser ainda mais precisa, esta informação foi conferida junto ao Sindicato Patronal em julho de 1995, exportamos m 1993 – informação mais recente que se tem no setor, US$ 1. 346. 766. 000,00, de produtos têxteis. A produção correspondente em toneladas é de 1. 50. 000, cuja participação do algodão enquanto matéria prima foi de 830. 000 toneladas. O Setor Têxtil é formado por cerca de 5. 000 empresas, das quais apenas 11% são consideradas de grande porte e 21% de pequeno e médio porte. As microempresas, que atingem 68% do total, epresentam a grande maioria do setor. No que concerne à propriedade do capital, o Setor Têxtil caracteriza-se por ser constituído por empresas de capital nacional, pois 91% delas pertence a brasileiros e apenas 9% são de estrangeiros.

O Setor da Confecção é formado por cerca de 11. 000 empresas, a maioria micro e pequenas empresas do chamado setor informal. O setor têxtil, bastante di pequenas empresas do chamado setor informal. O setor têxtil, bastante diversificado, compreende diferentes ramos de especlallzaçào: Fiação, Tecelagem, Malharia, Acabamento, Tricotagem, Artefatos de Passamanaria, Tecidos Elásticos, Fitas, Filós, Rendas, Bordados e Tecidos Especiais.

Para atender a demanda do mercado no que diz respeito a máquinas, seja para reposição ou expansão do setor, o Brasil desenvolveu uma indústria de máquinas, equipamentos e acessórios têxteis e de confecção, com mais de 60 anos de existência, operando com tecnologia própria ou procedente do exterior • Tem-se atraído efetivamente, um grande número de fabricantes de máquinas têxteis para o Brasil. Alguns dos principais construtores de equipamentos do mundo, encontram-se atuando no mercado brasileiro.

Cerca de 120 fabricantes empregam 5. 00 pessoas neste setor. No que tange aos recursos humanos, a indústria têxtil é o qulnto maior empregador de mão-de-obra na Indústria de transformação, sendo que este percentual sobe para 1 5% quando se agrega o setor de confecção. O estudo de mão-de-obra permite identificar quatro categorias especializadas e ligadas diretamente a produção, manutenção, supervisão e a trabalhos técnicos especificas.

Na qualificação dos recursos humanos, o Brasil já possui um sistema nacional de ensino têxtil e da confecção, contando com uma bem aparelhada rede de unidades que atuam nas diferentes egiões do pais, tanto na formação, como na especialização de mão-de-obra. A qualificação, quando se trata do pessoal a nível gerencial, apresenta outros dados. De toda a população empregada no setor, apen curso superior. setor, apenas 0,27% tem curso superior.

Quanto ao COMPORTAMENTO o setor têxtil se caracteriza por uma forte heterogeneidade estrutural, expressão das possibilidades de operação de plantas industriais com distintos níveis tecnológicos, bem como da natureza do processo produtivo. Análises efetuadas, com base em Relatórios Contábeis do exercício de 1 986, pela Revista Visão (QUEM É QUEM), revelam ue, em termos de participação no lucro total da 1000 maiores empresas, uma fatia de 5% é do Setor Têxtil e Vestuário.

Pela mesma análise verifica-se que no subsetor Fiação e Tecelagem, em termos de patrimônio liquido, as maiores empresas de Santa Catarina representam juntas, 6,3% do total. Da mesma forma, no subsetor das empresas produtoras de artigos de vestuário e acessorios, as maiores do Estado representam 13% do total nacional. A presença maclça de pequenas e médias empresas no Setor Têxtil é outra característica deste setor.

Na área têxtil, como um todo, esta participação atinge do número de empresas; no egmento de fiação e tecelagem esta participação é de 83% e na malharia de 96%. A partir deste período, anos 80, destaca-se a participação da “Facção”, e de filiais de confecção, junto às regiões de farta oferta de mão-de-obra. Convém ressaltar que algumas fases do processo têxtil, apenas grande e médias empresas detém, entre elas está o enobrecimento de tecidos e malhas, que exige elevados investimentos e grande conhecimento técnico. exportação, regionalização, especialização) e com a integração vertical das atividades, e menos com a adoção agressiva de novações técnicas. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento realizados pelas empresas do setor têxtil, são reduzidos quando comparados com os realizados por indústrias de outros setores. Isto significa que as inovações tecnológicas na area têxtil são de natureza incremental (não alteram fundamentalmente o processo de fabricação), e são geradas predominantemente em outros setores industriais.

A microeletrônica possul, atualmente, um amplo espectro de aplicação em todos os setores industriais, nos mais diversos níveis, e na área têxtil propicia um aumento no controle sobre o rocesso de produção, devido a sua maior capacidade de gerar, armazenar e analisar informações. Pode estar sendo inaugurado, definitivamente, um novo estágio de mecanização na área têxtil, onde o próprio equipamento detecta o erro, procede a correção, registra o fenômeno e dá continuidade ao processo.

Estudos realizados pelo SENAI, no segundo semestre de 86, com base na inferência estatística, através de um grupo de empresas do setor têxtil nacional e tomando como parâmetros inovações tecnológicas, constatou que as empresas mais modernizadas encontram-se no Ceará. Isto decorre da modernização de suas fiações. Verifica-se também uma distribuição mais uniforme em Santa Catarina, onde empresas estão se inovando.

Entre os motivos que conduziram a implantação das inovações pesquisadas, os mais apontados foram: aumento da produtividade, melhoria da qualidade dos produtos e redução de custos de produção, sendo ue o segundo destaca-se como relevante na implantação smi de produção, sendo que o segundo destaca-se como relevante na implantação de dispositivos microeletrônicos. As empresas apontaram também os motivos restritivos da ifusão de tecnologia no setor: alto custo, dificuldades de importação de equipamentos e peças de reposição e oferta limitada de equipamentos no mercado interno.

Não foi observada a existência exclusiva de inovação em nenhuma empresa, ou seja, as novas tecnologias convivem no mesmo espaço de produção com a tecnologia convencional. Se observado quanto ao seu DESEMPENHO, o setor têxtil representa o segundo item na pauta do comércio internacional, tendo atingido cifras de US$ 120 bilhões, excetuando-se o comércio entre países do leste europeu.

O Brasil participa neste mercado com uma fatia de proximadamente 1%, algo em torno de US$ 1 bilhões. As quinhentas maiores empresas do setor exportam 20 a 25% de sua produção, sendo que o restante é vendido no mercado interno, cujo maior consumidor é a região sudeste. Ao focalizar exclusivamente o setor têxtil vestuário, observa- se uma elevada taxa de crescimento das pequenas e microempresas, especialmente nos últimos cinco anos, concentrando-se na confecção.

Embora os dados sejam escassos, estima-se que 80% do total destas empresas seja de pequeno porte, sendo que 40 a 50% trabalham Informalmente, configurando a chamada economia informal. A proliferação das pequenas empresas, no setor da confecção, tem como motivo principal o menor investimento necessario, bem como a tecnologia de io, se comparado com o média dos custos de uma peça de vestuário, do setor em estudo, pode-se citar como itens principais: Algodão (30 a 32%), produtos químicos e corantes (6 a 7%) e mão de obra direta, com seus encargos (30%).

Observam-se como TENDÊNCIAS no setor, ou pelo menos apontadas como grandes necessidades do setor: a renovação do parque fabril, pois a obsolescência das máquinas e equipamentos da Indústria Têxtil Nacional vem sendo apontada desde estudos ealizados na década de 50. A atitude mais comum tem sido, entretanto, a substituição dos equipamentos mais antigos, que já não produzlam retorno econômico, por outros, que na maioria das vezes não representavam o “estado da arte” tecnológico. Aumentar as exportações é outra tendência no setor o que tem estreito relacionamento com seus níveis de qualidade e custos de produção.

Estes dependem enormemente, no Setor Têxtil, das máquinas e equipamentos utilizados. O estudo dos documentos (Vide referências bibliográficas 12, 14, 16a 19) de onde foram extraídas as informações sobre: estrutura, omportamento, desempenho e tendências observadas no setor têxtil, traz a tona inúmeros questionamentos, destacando-se: “Como uma indústria com caracter[sticas tao variadas pode garantir qualidade e produtividade, mantendo-se competitiva se não através de um parque fabril atualizado tecnologicamente e por uma operação suportada por um adequado gerenciamento? . Os dirigentes do setor se posicionaram claramente, redigindo em 1984, em conjunto com SENAI e CETIQT, um documento que representava, na época de sua elaboração, “um esforço em prol do desenvolvimento de u ustrial, voltada para a esenvolvimento de uma política industrial, voltada para a expansão e atualização dos setores têxteis e da confecção, em termos de equipamentos, matéria prima e recursos humanos”.

Cada um dos sub-setores procurou quantificar necessidade de máquinas, recursos financeiros e mão de obra, prevendo ainda o consumo de matéria prima até o ano 2000, não deixando de destacar a necessidade de capacitação gerencial. A edição de 1 985 do Congresso Nacional de Automação Industrial, teve como tema “Automação e Sociedade”. Neste evento houve uma seção voltada à indústria têxtil, apresentando m estudo conjunto da “São Paulo Alpargatas’ e “Santista’ , denominado: “Automação na Indústria Têxtil”.

O trabalho contém propostas alternativas de automação, bem como enfatiza a necessidade de gerenciamento adequado das inovações. Em 1987 0 SENAI elaborou um documento, abordando as características do “processo de fabricação, evolução e difusão das inovações técnicas, configurações do emprego e estrutura ocupacional na indústria têxtil”. Contém dados indicativos da difusão tecnológlca e da qualificação profissional em contexto de mudança técnica e avalia o SENAI quanto ao atendimento ao setor têxtil.

Em 1988, no CONTEC, realizado em Blumenau, apresentou- se um trabalho intitulado: ” A Indústria de Confecção Nacional Situação Atual e Caminhos para o Futuro”, onde propunha- se como “solução lógica e urgente”, para crises do setor, “uma política industrial de investimentos em avanços tecnológicos e na geração de empregos, que pudesse atender a demanda latente do mercado nacional”. Mais uma vez os avanços tecnológicos são citados, denunciando o emergente esforço empresarial na im Iementação das tecnológicos são citados, denunciando o emergente esforço empresarial, na implementação das novas tecnologias.

O Instituto de Economia Industrial da universidade Federal do Rio de Janeiro, participa do processo de inovação, com diagnósticos, elaborando um questionário, sob encomenda do SENAI, denominado: “Percepção de futuro de especialistas sobre a difusão de inovações e transformações no perfil de qualificação da mão de obra”. Trata-se de um novo esforço em prol da adequação do processo de inovação tecnológica, no país. Se analisados documentos como “Manufatura de classe mundial no Brasil” percebe-se que “qualidade e tecnologia” são colocadas como “questões e Preocupações administrativas”.

A análise do setor, efetuada segundo a metodologia de “Analise de la Filiere”, exigiu extensa revisão bibliográfica, estudando documentos emitidos pela indústria têxtil brasileira. A revisão bibliográfica, no seu início voltou-se a “radiografar” o setor, procurando identificar, nos documentos recentes o posicionamento de seus atores frente a inovação tecnológca. Sentiu-se necessidade nesta fase de obter elementos mais dinâmicos, para alimentar, com mais movimento, uma versão inicial de um modelo. 2. 3.

Dinâmica Concorrencial do Setor Têxtil A pesquisa bibliográfica foi seguida por “protocolos verbais”, onde xecutivos do setor foram entrevistados e forneceram novos elementos, agora sobre a dinâmica concorrencial do setor. A identificação das forças com etitivas revela que indústria têxtil opera entre duas frentes Oder de barganha: de um disputado, abastecido por produtos com ciclo de vida muito pequenos , alguns de dois meses apenas; e do outro um conjunto de fornecedores que exerce pressão não menos elevada. ? de fundamental importância para o setor, o abastecimento de matérias primas e de insumos para a produção_ Nesta abordagem o estudo do suprimento é feito por blocos, ermitindo a análise individual do poder de barganha de cada grupo de fornecedores. ALGODÃO – É a principal matéria prima das indústrias brasileiras, com um consumo anual de 555. 000 toneladas. Representa cerca de 30% do custo total do produto acabado.

Comprimento e resistência da fibra, cor e grau de pureza, são atributos que determinam a qualidade da matéria prima, classificando os fornecedores. Para apoiar o produtor de algodão existem, no Brasil, institutos como o IAC – Instituto Agrícola de Campinas e EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola. Outra fonte de matéria prima é o mercado externo. Seu acesso ? restrito e as compras sujeitas à taxações. O exportador é beneficiado pelo sistema “Draw Back”.

O IPT de Sao Paulo fornece relatórios a cerca do consumo de matéria prima, nos produtos exportados, determinando o volume a ser importado. As importações tem que se submeter às políticas aduaneiras. Na contínua busca do adequado abastecimento algumas empresas estendem suas atividades até o plantio do algodão. Com a atualização tecnológica dos processos, aumentando a velocidade imprimida nos equipamentos de fiação, tecelagem e malharia, aumentam as exi ências em termos de qualidade da matéria prima. PAGF 15

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