O brincar como recurso terapêutico no tratamento de crianças com transtorno do déficit de atenção/ hiperatividade (tda/h)

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O brincar como recurso terapêutico no tratamento de crianças com transtorno do déficit de atenção/ hiperatividade (tda/h) Premium gy patsylima I anpcrlR 24, 2012 IO pagos O BRINCAR COMO RECURSO TERAPêUTlCO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE (TDA,’H) PATRICIA FREITAS LIMA 1. INTRODUÇÃO 0 presente trabalho tem como proposta analisar o uso da brinquedoteca como recurso terapêutico no tratamento de crianças com Transtorno do Déficit de Aten ão/ Hiperatividade (TDA/H). para tanto, e tratamentos possiv d brincar e à brinqued ca. ?til ao tratamento. ológicos, clínicos 10 oe s referentes ao assl como esta pode ser 2. TDA,’H: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E possívas TRATAMENTOS. É natural que as crianças procurem várias atividades para ocupar seu dia. Assistir televisão, jogar bola, correr na rua, subir nos muros, brincar com seus amigos, desenhar, montar pintar, inventar… Porém, existem certas atitudes que exigem uma atenção especial por parte dos pais e professores, para diferenciar o que é característica infantil de algo patológico.

Tal criança pode ser portadora do TDA/H. O TDA/H é um dos transtornos mentais mais freqüentes nas rianças em idade escolar, atingindo “de 3% a 5% da faixa etária entre 6 e 13 anos” (COLAVITTI, 2000). Apesar disto, o TDAH continua sendo um dos transtornos menos conhecidos por profissionais da área da educação e mesmo entre os profissionais recentemente, o distúrbio passou a ser tratado de maneira ampla, incluindo sintomas de impulsividade (como a impaciência) e a desatenção (esquecimento ou dispersão, por exemplo). ortanto, o aumento da atlvidade motora nem sempre está presente como sintoma principal do transtorno. Existem casos de crianças exclusivamente desatentas, esconcentradas, aquelas que vivem no mundo da lua, perdidas nos seus próprios pensamentos, e que não são muito inquietas. Algumas são até quietas demais. Mesmo sem terem nenhum sinal de inquietação, essas crianças também são consideradas portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade. (BEZERRA, 2007).

O TDAH tem sido objeto de estudo de inúmeras pesquisas que visam fundamentalmente aprimorar os critérios diagnósticos e conhecer sua etiologia. Ao longo do tempo muitos estudos têm sido orientados para encontrar uma causa biológica especifica que explique o TDAH. Segundo o psiquiatra Paulo Mattos, vice- residente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (Abda), cltado em Colavitti (2000), há uma predlsposição genética ao distúrbio, que pode manifestar-se logo nos primeiros meses de vida ou ser desencadeado por fatores psicológicos até os 7 anos.

Quanto ao diagnóstico, percebe-se a dificuldade, já que muitas vezes, pode ser confundido com indisciplina, falta de educação ou malcriação. É importante que os pais / cuidadores ou professores fiquem atentos às atitudes e comportamentos inadequados que a criança venha apresentar, sinalizando-os de imediato a um profissional especializado. Quanto mais cedo se diagnosticar o problema, menores serão as consequênci 10 especializado.

Quanto mais cedo se diagnosticar o problema, menores serão as consequências psicológicas no decorrer dos anos. A criação de uma classificação com maior validade e confiabilidade começou com a CID-9 (Classificação nternacional das Doenças {Organização Mundial de Saúde, 1965) e com o DSM-II (Associação Psiquiátrica Americana, 1 968), quando a terminologia foi mudada para Síndrome Hipercinética da Infância. Porém, ainda hoje, os Códigos CID e DSM trazem diagnósticos diferenciados quanto ao TDAH.

O CID-10(1993), utiliza a nomenclatura “transtornos hipercinéticos” (F90) definindo-os como o “grupo de transtornos caracterizados por início precoce (habitualmente durante os cinco primeiros anos de vida), falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, e uma tendência a passar de uma atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global desorganizada, incoordenada e excessiva” O DSM-IV (1994) apresenta a mais nova e atual denominação: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.

Essa classificação reúne 18 sintomas de desatenção, hiperatividade e mpulsividade e distingue três subtipos para fins de diagnóstico: o predominantemente desatento, o predominantemente hiperativo / impulsivo e o tipo combinado que reúne características dos dois anteriores.

O DSM-IV exige que os sintomas de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade tenham surgido antes dos sete anos, que ocorram frequentemente, que sejam mal-adaptativos e inconsistentes com o nível de desenvolvimento da criança, que persistam por, no mínimo, seis meses e se manifestem em dois ou mais ambie da criança, que persistam por, no mínimo, seis meses e se manifestem em dois ou mais ambientes.

Pelo menos seis dos sintomas de desatenção elou seis dos sintomas de hiperatividade {impulsividade têm que estar presentes freqüentemente na vida da criança. “314. 01 – Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade, Tipo Combinado: seis sintomas de desatenção mais seis sintomas de hiperatividade-impulsividade . com duração mínima de seis meses); 314. 00 – Transtorno de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade, Tipo Predominante Desatento: seis sintomas, pelo menos, de desatenção e um número menor de sintomas de hiperatlvidade; 314. 0 – Transtorno de Transtorno de Déficit e Atenção/ Hiperatividade, Tipo Predominante Hiperativo/ Impulsivo: pelo menos seis sintomas de hiperatividade- impulsividade, acompanhados por um número inferior de sintomas de desatenção”. (DSM-lV, 1994). Percebe-se que o DSM destrincha mais detalhadamente o transtorno, enquanto que o CID traz uma abordagem mais geral. Acredito que uma definição minuciosa, como a trazida pelo DSM, ajuda a diagnosticar o problema com precisão, proporcionando aos demais profissionais da área de saúde direcionar suas intervenções da melhor forma possível. . 1. CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA COM TDA/H Crianças com TDA/H já demonstram alguns sinais desde a mais tenra idade. Enquanto bebês possuem um sono turbulento, agitado, podendo acordar várias vezes à noite, além de chorar bastante. Quando começam a andar, precisam ser constantemente Vlgiadas pelos pais, caso contrário, perdem ou quebram seus brinquedos. Na idade pré-escolar, há um desenvolvimento mais lento contrário, perdem ou quebram seus brinquedos.

Na idade pré- escolar, há um desenvolvimento mais lento da fala, com omissões e distorções fonéticas, como trocar a letra r pela l. Em casa, correm o tempo todo, não conseguem ficar sentadas em frente a W assistindo a um desenho ou filme. A partir dos sete anos de idade, quando o ambiente escolar exige o cumprimento de algumas regras básicas como: concentração, silêncio, postura correta para a escrita, é que acaba tornando-se mais evidente a questão do TDA/H.

Segundo Colavititti (2000), as manifestações do TDA/H apresentam-se em três grupos de comportamento: Hiperatividade: • A criança está constantemente agitada; • Movmenta as mãos e pés frequentemente; • Não consegue permanecer sentada por muito tempo, remexendo-se na cadeira ou abandonando-a várias vezes em sala de aula; ?? Corre em vez de andar, e sobe com freqüência em lugares inapropriados (móveis, muros, árvores); • Tem dificuldade em se concentrar num único brinquedo ou se envolver silenciosamente numa atividade de lazer; • Fala demais e muito rápido.

Impulsividade: • Não consegue esperar até que uma pergunta seja concluída para responder; • Tem dificuldade para aguardar sua vez em qualquer atividade (na fila da escola, por exemplo); • Interrompe e se intromete em conversas alheias constantemente.

Desatenção: • Evita tarefas que requerem esforço mental por longo tempo; • Esquece as atividades dlánas; ?? Não consegue se concentrar em tarefas repetitivas e distrai-se com qualquer ruido externo; • Não consegue seguir instruções até o final nem terminar trabalhos; • Tem dificuldades para or consegue seguir instruções até o final nem terminar trabalhos; • Tem dificuldades para organizar tarefas e trabalhos; • Perde com freqüência brinquedos e material escolar; • Tem dificuldade em prestar atenção quando lhe falam diretamente; • Não observa detalhes e comete erros por descuido em exercícios escolares e outras atividades; • Tem baixo rendimento escolar. O verdadeiro comportamento de uma criança com TDA/H nterfere na vida familiar, escolar e social da criança. Tais crianças têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas e tendem a ser muito agarrada às pessoas, necessitando de muita atenção. Esse transtorno caracteriza-se por distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e comportamentais, expressando dificuldades globais do desenvolvimento infantil.

Além disso, a criança pode apresentar perda relativa de visão ou audição, problemas de comunicação, estresse emocional, convulsões, distúrbios do sono e mau humor constante. As conseqüências o TDA/H podem ser gravidez precoce, abuso de álcool e drogas, reprovação escolar, acidentes, problemas com a lei, dentre outros. Há diversos tipos de tratamento para o TDA/H. Os sintomas podem melhorar muito através da psicoterapia, terapia ocupacional, da prática de atividades físicas e de medicamentos. É comum a combinação de dois ou mais tratamentos. Entretanto, cada caso é um caso e deve ser avaliado de forma precisa antes de ser indicado qualquer tratamento. 3. O BRINCAR E O USO DA BRINQUEDOTECA De posse dessas informações, e, em se tratando da falxa etária em questão, acredito que o bri

PAGF 10 BRINQUEDOTECA De posse dessas informações, e, em se tratando da faixa etária em questão, acredito que o brincar, quando utilizado de forma adequada, pode trazer resultados positivos no tratamento de crianças com TDAH. O brincar é uma necessidade humana e proporciona a integração do indivíduo com o ambiente onde vive, sendo considerado como meio de expressão e de aprendizado. As atividades lúdicas possibilitam a incorporação de valores, desenvolvimento cultural, assimilação de novos conhecimentos, intercâmbio de idéias, desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade bem como, o primoramento de várias habilidades destacando-se as motoras. por intermédio do lúdico, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário. Na terapia ocupacional, o brincar é fundamental. ? por meio da sua capacidade de brincar, de explorar o seu ambiente e executar suas capacidades motoras, sensoriais, emocionais e sociais, que a criança constitui a base para a estruturação de capacidades, habilidades, interesses, hábito de competição e cooperação, necessárias para a execução de tarefas escolares. Segundo Reilly (2005), o brincar possui um efeito organizador obre comportamentos. para cnanças com TDAH, o bnncar contribui para o exercício de regras, conhecimento de limites e a desenvolvimento de hábitos para o desempenho de papéis ocupacionais posteriores, além do brincar estar diretamente envolvido à interação com outras pessoas. Para concretizar esta conexão entre brincar e saúde, surge a brinquedoteca, um espaço provido de brinquedos e jogos educativos. “A brinquedoteca é um espaço lúdico para a promoção de e jogos educativos. A brinquedoteca é um espaço lúdico para a promoção de fins terapêuticos, onde a criança vai desenvolver abilidades no relacionamento com as pessoas e com os objetos e, dessa forma, trabalhar as habilidades cognitivas, aspectos perceptivos e as atividades de vida diária”. (Reilly, 2005). A brinquedoteca surgiu da valorização do brinquedo, tendo como objetivos básicos o empréstimo de brinquedos e a criação de espaços destinados à exploração lúdica. A brinquedoteca passou a ser conhecida e mais amplamente divulgada na Europa, a partir dos anos 60 e no Brasil em 80, estimulando instituições a destinarem a atenção ao brincar. De acordo com Santos (1 997), a brinquedoteca é um espaço que oferece condições ara a formação da personalidade e, é onde são cultivadas a criatividade e a sensibilidade.

Na brinquedoteca, as crianças são livres para descobrir novos conceitos, realizar experiências, criar seus próprios significados ao invés de apenas assimilarem os significados criados por outras pessoas. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados, no uso da brinquedoteca como recurso terapêutico para crianças com TDA/H. É importante que o profissional planeje o programa de intervenção com elementos baseados no brincar, na história de Vlda, história da doença e rotina diária da criança. reparar o setting terapêutico com poucos estímulos, analisando previamente a atividade e os brinquedos, de acordo com a faixa etária da criança, podem evitar frustrações durante as intervenções.

Um ambiente muito bem estruturado ajuda a criança a ordenar-se. No dia-a dia, será preciso estabelecer limites, repetir a mesma ins estruturado ajuda a criança a ordenar-se. No dia-a dia, será preciso estabelecer limites, repetir a mesma instrução várias vezes e limitar o número de brinquedos disponíveis para evitar a distração. É conveniente também, que o terapeuta crie ossibilidades para que a criança conclua sua atividade. Concluir um projeto oferecerá uma idéia de competência e maior auto- estima. O domínio e a conclusão de uma tarefa requer elogio. A intervenção na brinquedoteca poderá ser feita de forma individual e em grupo.

São recomendados jogos com regras, que demandam atenção, concentração e limites. As crianças com TDA/H dificilmente conseguem brincar sossegadas. Suas brincadeiras preferidas envolvem movimento, atividade. Curiosamente, videogames e jogos eletrônicos em geral atraem bastante essas crianças, pois na verdade esses jogos implicam m bom grau de atividade, para elas que jogam. Ao mesmo tempo, esses jogos proporcionam sempre um ganho imediato, a pessoa vence ou não vence rapidamente, o que se encaixa bem para o perfil de quem tem TDA/H. Para que surjam resultados positivos com o uso da brinquedoteca, é fundamental também, que a familia esteja implicada no tratamento.

A orientação familiar é primordial no lúdico, pois ajuda a conduzir melhores maneiras do cuidador / pais estimularem esta criança a brincar e como escolher brinquedos de acordo com a faixa etária. Além disso, em casa é imprescindível que seja desenvolvida uma rotina estável, com orários definidos para a realização de atividades de vida diária e atividades de vida prática. 4. CONSIDERAÇOES FINAIS A criança com TDA/H tem todo o direito à saúde prática. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A criança com TDA/H tem todo o direito à saúde, educação e à uma infância com qualidade, onde o brincar é essencial e faz parte do desenvolvimento e constituição do sujeito.

Porém, por conta das características presentes no comportamento destas crianças, percebo que será um grande desafio usar uma brinquedoteca como recurso terapêutico. Entretanto, acredito ue uma brinquedoteca planejada e estruturada especificamente para elas e profissionais treinados e especializados no assunto, pode ser de grande valia no tratamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BEZERRA, E. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade na Educação Infantil. Disponível em :http://www. webartigos. com/ articles . Acesso em: 08/01108 COLAVITTI, F. O que é TDAH? Revista Veja, dezembro / 2000. HIPERATIVIDADE. Disponível em: http://www. saudeshow. com. br/ Acesso em: 15/12/07. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICA DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS – DSM-IV, 4. a edição 1974. O QUE É A HIPERATIVIDA

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