O museu, a comunicação e o turismo

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Projecto de Investigação para o Museu Municipal de Faro: O Museu, a Comunicação e o Turismo Mestrado: Turismo e Culturas UrbanasDisciplina: MuseologiaDiscentes: Helena Costa Mariana Taklim Simone Júlio Discentes: Docente: Carla Sousa OF24 p Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo Universidade do Algarve parte — Introdução Nos dias de hoje vive-se numa era da Tecnologia da Informação e da constante mudança. O museu enquanto instituição e guardião da cultura e da identidade dos povos também tem sofrido grandes mudanças no decorrer deste processo.

Este também teve que se modernizar e se repensar em termos da sua s residentes? ” e ainda verificar se as nossas três hipóteses se verificam ou não. Tendo em conta a nossa questão de partida, as hipóteses que pretendemos validar consistem no seguinte: na hipótese um, assumimos que a comunicação é apenas vocacionada para os residentes; na hipótese dois consideramos que existe uma desresponsabilização do museu em relação os turistas; na terceira e última hipótese, assumimos que existe uma diferenciação com base na lingua e nos meios utilizados para a comunicação para residentes e turistas.

Metodologia e Condições da Investigação O termo metodologia de acordo com Moreira (1994) pode er definido como “o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos, organizados e sistemáticos, a partir dos quais se constrói o conhecimento respeitante a determinada área do saber. No contexto deste projecto, pretendemos seguir um processo de investigação faseado iniciando com com a apresentação do tema de investigação do objecto de estudo, a constituição de uma pergunta de partida e de hipóteses e a definição da metodologia e de condições da Investigação.

De seguida, iriamos proceder à construção da problemática com base nas fontes de investigação empíricas e teóricas, delimitando osteriormente a problemática. Por fim procederíamos ? construção do estudo de caso, com uma descrição deste e uma comparação entre este e os outros estudos de caso semelhantes, testando assim a problemática apresentada na fase inicial do processo.

Caso obtivéssemos os dados necessários para a construção da problemática, iriamos proceder à apresentação das conclusões do estudo de caso, às críticas relativas ao trabalho e ainda ? indicação de a 24 apresentação das conclusões do estudo de caso, às críticas relativas ao trabalho e ainda à indicação de algumas pistas para ma investigação mais profunda sobre este tema.

Utilizar[amos como base para esta estratégia metodológica pesquisa bibliográfica, nomeadamente a recolha de publicações e obras várias sobre metodologias de investigação nas ciências sociais e sobre os temas sobre os quais este trabalho incide: os museus, a comunicação e a relação dos museus com a comunidade e os turistas. As técnicas utilizadas seriam a de entrevista, com as características exploratória, aleatória, estruturada e não dirigida ao director do Museu Municipal de Faro, Dr. Marco Lopes.

O desenvolvimento da investigação implicaria experiência de rabalho de campo, nomeadamente obseruação com participação activa e estruturada de uma visita guiada pelo museu e observação directa não participada e estruturada do museu e dos seus procedimentos de comunicação. Parte II – Construção da Problemática Para este trabalho, como fontes de investigação empírica seriam utilizadas a entrevista referida na metodologia e o website do museu, que constitui o primeiro contacto com a instituição escolhida para ser o estudo o caso.

Apesar de em Portugal já existir coleccionismo e colecções particulares de variados objectos, só no século XVIII, com a reforma de D. José no contexto do Pombalismo, se pode falar da existência de museus em Portugal, destacando-se de entre os museus iluministas e enciclopédicos, beneficiários das colecções recolhidas em séculos anteriores por reis, nobres e religiosos ( nndade et al. , 199±21): o Real Museu da Ajuda (Trindade et al. , religiosos (Trindade et al. 1993:21 ): o Real Museu da Ajuda (Trindade et al. , 1993:22), os Museus universitários de Coimbra (Trindade et al. , 1993:24) e o Museu Nacional, onde as colecções reais, constituídas desde o reinado de D. Afonso IV se viriam a transformar de colecções de curiosidade a acervos museológicos Trindade et al. , 1993:27). Também se permitiu um acesso do público em geral às exposições, sendo por exemplo, o Real Museu da Ajuda, em 1807, “franco todas as Quintas-feiras” (Araújo, 1 857:392 in Trindade et al. 1993:29). No inicio do século XIX em Portugal registavam- se por isso já um conjunto de museus indicadores de que a museologia passava a fazer parte das práticas do pa[s. Com o advento do liberalismo, surgiu o paradigma do museu como um equipamento cultural de utilidade pública, surgiu no Porto, no reinado de D. Pedro IV, o “Museu de Pinturas, Estampas e outros objectos de Bellas Artes” (Trindade et al. 1993:30).

Outro evento que também iria contribuir futuramente para a criação de Museus, quer a nível europeu, como em Portugal foi o surgimento de Academias de Arte na segunda metade do século em Viena, Berlim, Madrid, Veneza e Londres (Pevsner, 1982:103) cujas colecções derivadas das várias exposições realizadas contribuíram também para museus como a Pinacoteca Brera (Hernándes, 1996:21-23), sendo no caso do Porto, a Academia Portuense de Belas Artes muito relevante para a constituição do seu acervo museológico.

Sendo este o primeiro museu público de arte a nível nacional, stava localizado no convento de Santo António, e abria “entre Outubro e Junho”, podendo o público em geral visitar na Segunda ou Quinta e os estu 4 24 “entre Outubro e Junho”, podendo o público em geral visitar na Segunda ou Quinta e os estudiosos nos restantes dias, excepto Domingo, havendo também a possibildade dos estudantes pedir empréstimos de obras existentes no museu (Trindade et al. 1993:31). para além disso, havia uma exposição bienal pública onde se admitiam trabalhos artísticos, quer de desenho, pintura, escultura, desenho de arquitectura ou de obras escritas de belas artes (Trindade et al. 1993:32), cujas edições sucessivas vieram aumentar o acervo museológico deste museu.

Em 1839, o seu acervo transita para a direcção da Academia Portuense de Belas-Artes e com as reformas institucionais da República em 1911 que conduziram a uma política museológica descentralizada e tendente à especialização, tendo-se criado neste contexto, o museu Soares dos Reis, em honra do primeiro pensionista do Estado em escultura pela Academia Portuense de Belas Artes: António Soares dos Reis, autor do Desterrado, obra existente neste museu. Foi-se constituindo desde a sua criação e durante todo o século

XIX, com colecções de pintura e escultura e nos anos 30, foi enriquecido com o depósito do Museu Municipal do Porto e com o alargamento das colecções às Artes Decorativas. Em 1940, instala-se no Palácio de Carrancas. Também neste período se incentivou a criação de museus regionais para se preservar bens religiosos, originários das ordens religiosas recém-extintas no território português para serem empregues . com proveito nacional, todos esses poderosos meios de difundir a instrucçáo e de excitar o gosto pelas letras, e bellas artes… ? (C. Gouveia:1985) como foi o caso do museu Allen, no Porto e os museu elas letras, e bellas artes… » (C. Gouveia:1985) como foi o caso do museu Allen, no Porto e os museus arqueológicos (Trindade et al. , 1993:32-34). A partir de 1738, iniciaram-se excavaçóes arqueológicas que deram um impulso aos estudos arqueológicos e à formação de colecções que iam mais tarde ser a base dos museus arqueológicos (Hernándes, 1996:21-23).

Para além das excavaçóes arqueológicas, que em muitos casos foram autênticas “pilhagens” dos países colonizados da Ásia e da África também o saque cultural levado a cabo durante as campanhas militares europeias, nomeadamente pelos exércitos de Napoleão ontribuíram para o crescimento dos futuros acervos dos museus europeus (Garcia, 2003:25). Como consequência destas excavações os primeiros museus arqueológicos surgiram em Portugal entre 1850 e 1860 e nos anos 80 e 90 os museus arqueológicos regionais: Guimarães, Elvas, Beja, Alcácer do Sal, Bragança, Mértola e Faro (1894) (Trindade et al. 1993:36). O museu mudou ao longo dos tempos: adquiriu funções educativas, tem uma nova preocupação com a aproximação da instituição à comunidade e a diferentes grupos sociais, adoptou as novas tecnologias, construiu edifícios chamativos e com ma arquitectura inovadora, mercantilizou-se, ao estabelecer uma política de marketing, criando lojas, cafés e restaurantes, constituindo a cultura e as suas manifestações actualmente uma gama de produtos vendáveis, a fim de garantir a sua sobrevivência e alterou a forma como comunica (Garcia, 2003:30).

O Museu e a Comunicação Uma das funções do museu é sem dúvida guardar objectos e colecções de forma que se mantenham conservadas. Outra função do museu é também edu 6 OF24 objectos e colecções de forma que se mantenham conservadas. Outra função do museu é também educar. Mas, quando alguém e desloca ao museu são-lhe impostas um conjunto de regras, seguir uma determinada ordem na visita, silêncio, a vigilância mesmo que afastada, são factos que podem constringir os públicos que visitam os museus.

Podemos então aferir que existem várias estratégias de comunicação num museu. “Só a comunicação e a crítica, atribuem valor de arte às peças e objectos, que se apresentam como tal. ” (Serra in Rocha, A, Colóquio. A comunicação na arte, 1996: 5) Uma dessas estratégias são as exposições. A constituição de uma exposição é sempre algo problemático, uma vez que, ultas vezes, os museus são apontados como sendo locais para armazenar artefactos de valor inestimável, mas como estão num ambiente que de certa forma é artificial, ficam descontextualizados.

Assim, torna-se necessário criar um contexto e dar uma interpretação que dê valor e relevância ao uso que aquelas peças tiveram outrora. Assim, uma exposição deve traduzir “no seu conjunto, o programa geral do museu e respondendo, neste aspecto, às necessidades da educação e ? procura do público, a exposição deve ser tão completa quanto possível. ” (Roque, M. , 1990:26).

As exposições normalmente variam entre as permanentes que ompõem o espólio e o tema do museu e as temporárias que se dedicam a desenvolver um certo tema com carácter talvez até um pouco mais didáctico. Uma exposição temporária tem que ser muito apelativa e eficiente na mensagem que pretende transmitir. Seja qual for a duração da exposição ou o seu tema, uma realidade permanece que é a sua função educativa. A expos a duração da exposição ou o seu tema, uma realidade permanece que é a sua função educativa.

A exposição pretende demonstrar através de cronologias, mapas e descrições os usos das peças e os modos de vida das populações tendo claramente o propósito e ensinar e proporcionar conhecimento. O museu e as suas exposições utilizam peças que já não se usam, costumes que podem já não se praticar, mas, ao integrar esses objectivos recorrendo à interpretação e à sua apresentação de uma forma dinâmica deverá cativar o interesse do público difundindo assim o conhecimento através da comunicação que se estabelece entre o museu e o público.

Outra forma de comunicação verifica-se com o uso de acções pedagógicas que compreendem variados Instrumentos, tais como, visitas guiadas, ciclos de conferências e palestras, cursos, orkshops e trabalhos práticos, sessões de cinema, musicais ou programas de dança e teatro, empréstimo de peças e exposições temporárias, venda de reproduções e gulas e outros objectos que de alguma forma se relacionem com o museu.

Para que seja possível captar a atenção do público a que se destina, estimulando a sua capacidade de cr[tica, estes tipos de acções pedagógicas necessitam de ser dinâmicas e adequadas aos fundos museográficos presentes naquele espaço. A forma como se capta a atenção do público e se procede ? sua sensibilização relativamente ao tema é conseguida através o uso da palavra, pois, esta está presente nas legendas dos objectos, nos estudos efectuados relativamente aos mesmos, na comparação e interpretação realizada de forma a ser integrada nas exposições.

Sendo assim. O objecto da mensagem faz-se através da linguagem ver ser integrada nas exposições. Sendo assim. O objecto da mensagem faz se através da linguagem verbal que deve ser perceptível de forma a atingir o receptor. Genericamente, o acto de comunicação é entendido na acepçao de Chiavenato (2000, p. 142), como a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou nformacção.

Este acto pressupõe três etapas: Um emissor que é a pessoa que pretende transmitir uma mensagem também considerada a fonte ou origem, esta tem um certo significado (idéia ou conceito) e um codificador (mecanismo vocal para decifrar a mensagem); uma mensagem que constitui a idéia que o emissor pretende transmitir através de um canal (espaço entre o emissor e o receptor) sujeito a ruido (perturbação dentro do processo da comunicação); e, por fim, o receptor, etapa em que este recebe a mensagem, necessita de um descodificador para decifrar a mensagem, compreensão que será a percepção que receptor tem da mensagem e o feedback que é a confirmação de que o receptor recebeu a mensagem e, então, comunica de volta.

Na perspectiva da comunicação do museu, o emissor será o museu, o significado é o tema da exposição, o codificador é a linguagem verbal utilizada, a mensagem será a exposição sendo o canal o espaço museológico, algum ruído poderá acontecer se o museu tiver muitos visitantes que possam causar distração e o receptor será o visitante que necessita de descodificar e compreender a mensagem. O visitante poderá dar o seu feedback nos livros de sugestões. Assim, cabe ao museu usar da melhor forma as exposições e os meios tecnológicos que hoje em dia estão disponíveis para tornar as exposições interactivas o q os meios tecnológicos que hoje em dia estão disponíveis para tornar as exposições interactivas o que ajudar a transmitir as ideias e por último a conseguir o objectivo didáctico. Como os públicos que procuram os museus são muito variados e seguem diferentes motivações.

Resta-nos focar no que leva as pessoas a procurar os museus e sobretudo as motivações do turismo cultural, reflexão que faremos na próxima secção. O Museu, os Residentes e o Turismo A deslocação de pessoas, sejam estas residentes locais ou visitantes que se deslocaram para fora do espaço da sua residência habitual, a museus deve-se principalmente a motivações culturais. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, o turismo cultural pode ser definido como “tourist activities that have, as their main motivation, the enjoyment of the cultural resources of a certain location, town, or wllage. “, ou seja, todas as actividades turísticas que tenham como principal motivação o usufruto de recursos naturais de uma determinada região, vila ou aldeia.

De acordo com Licínio Cunha “(… incluímos no turismo cultural as viagens provocadas pelo desejo de ver coisas novas, de aumentar os conhecimentos, conhecer particularidades e os hábitos de outros povos, conhecer civilizações e culturas diferentes, do passado e do presente, ou ainda a satisfação de necessidades espirituais (religião). ” (2001:49) A deslocação a museus desempenha um grande papel na satisfação dessas necessidades culturais. Segundo a teoria das necessidades de Maslow, esta pressupõe que “as pessoas no local de trabalho, como na vida em geral, são motivadas para procurar a satisfação de um conjunto de necessidades inter 0 DF 24

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